Vingue-se Ou Morra. escrita por Holden


Capítulo 12
Malditos restaurantes mexicanos.


Notas iniciais do capítulo

Antes de mais nada... VIH SUA GOSTOSA LINDONA, AMEI SUA RECOMENDAÇÃO! TO PULANDO ATÉ AGORA. Eu iria postar amanhã, mas só por causa da Vih estou postando hj, sigam o exemplo dela u.u Hehe boa leitura



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– Ai meu Deus. Ai meu Deus.- murmurava com os olhos fechados.- Eu vou morrer, tenho certeza que vou morrer! Eu já morri né?

– Cala a boca e se concentra!- Carter ordenou soltando meu corpo aos poucos.

Opa, opa, não é nada disso. Se liga só na situação: O diabo loiro implicou, que eu deveria aprender a nadar, pois ser namorada de um nadador e não saber nem entrar em uma banheira, seria como tentar fazer uma faculdade de música sem nem saber assoviar (e olha que eu nem era namorada de verdade). Por isso ele me arrastou para essa maldita praia enquanto tenta afogar meus últimos requisitos de dignidade.

Sim, praia.

Aquelas com água que fazem seu olho arder. Aquelas que enfiam areia no seu bumbum. Aquelas que qualquer coisinha encosta na sua perna e você já pensa: fudeu.

Eu definitivamente odeio praias.

– Isso, muito bem.- indagou com segurança me soltando aos poucos.- Agora bata os braços suavemente e tente boiar.

– Não! Não me faça boiar! Eu vou morrer!- disse totalmente desesperada.

Ele revirou os olhos, entretanto eu mal notei. Estava ocupada demais tendo um ataque epilético.

– Você consegue, confio em você.- sorriu ironicamente e foi me soltando aos poucos.

– CARTER! NÃO ME SOLTE!- gritei, mas já era tarde demais.- SOCORRO! CARTER!

Tentei chacoalhar meus braços com desespero, falhando miseravelmente na missão de me levar novamente à superfície. Pronto. Acabou. Eu iria morrer.

E virgem.

Eu não queria morrer virgem!

– Ah, Elisa. Eu desisto!- o maldito gorila se levantou, e começou a passar a mão sobre o short ensopado, tentando tirar um pouco da umidade dali.

Foi ai que percebi que estávamos na borda.

E crianças riam de mim.

Enquanto um monte de algas grudava sobre meu corpo esculpido por deuses gregos.

Ou não.

Levantei-me momentaneamente, começando a tirar aquelas coisas nojentas dali. Fiquei meio vermelha por estar usando um biquíni na frente... dele. Mas e daí? Eu o via todos os dias de sunga, mesmo.

Ok. Respire. Foi uma experiência pós-morte.

Empurrei seu peitoral para longe de mim, e sai andando até meu vestido solto na areia. Coloquei-o de qualquer jeito, ainda ouvindo as gargalhadas dos pirralhos (e do idiota do Carter) e comecei a ir embora sozinha. Algum tempo depois, a peste já estava atrás de mim novamente, só que dessa vez com uma camiseta e um chinelo descontraído.

– Você leva as coisas a sério demais!- informou-me ainda soltando algumas risadas.

– Cala a boca.- rosnei.- Nunca mais me traga para essa droga de praia!

– Fique tranquila, não estou a fim de passar mais vergonha.- dessa vez as risadas cessaram.- Estou com fome.

Revirei os olhos, entediada.

– Parabéns, cara! Quer um biscoito?- perguntei retoricamente.

– Elisa, você está excepcionalmente insuportável hoje.- retrucou no mesmo tom de voz.- Vamos logo, quero achar um bom restaurante nessa cidade.

– Sabe que vai ter que pagar pra mim, não é mesmo?

– Sim, eu sei.- disse com tédio.- Interesseira! Só levanta essa bunda mole quando quer alguma coisa.

– Vai se foder.

**

Entramos no vocês-conhecem-o-porsche-preto e o bombadão aqui deu a partida. Coloquei meus pés em cima do porta-luvas e fui repreendida inúmeras vezes. Que droga! Qual a graça de se ter um carro bacana e não poder destruir ele? Bufei, e me aconcheguei um pouco mais ao banco.

– Toma, faça alguma coisa útil.- a voz de Carter fez com que eu sobressaltasse-me assustada. Estava quase dormindo. Que mancada.- Procure na lista telefônica qualquer merda de restaurante.- esbravejou, entregando-me o caderno enorme.

– Por que eu deveria?

– Por que eu to mandando, porra!- dessa vez, ele alterou a voz.

– Ah sim, pedindo com jeitinho, como recusar?- respondi um pouco encolhida.

Pessoas com fome me dão medo.

Folheei as páginas finas da lista, e achei um mapa para um ótimo restaurante mexicano. Amo restaurante mexicanos. Tem comida lá. Nhãnhã.

– ACHEI!- gritei, apontando euforicamente para o papel.

– Parabéns, você sabe ler.

Ignorei aquele comentário estúpido.

– Siga até a rodoviária central e vire a direita.- ordenei.

Não quis admitir, mas minha barriga também estava dançando um regatango em meu estômago. Ou eu estava grávida, ou queria comer um carneiro. Acho que a segunda opção é mais provável, já que sou uma virgem com quase dezessete anos! Será que isso influencia muito em uma possível futura gravidez?

Contava os segundos para chegarmos rapidamente ao local. Mas logo minha euforia foi sendo, cruelmente esmagada. Carter estava dirigindo em uma estrada vazia e escura. Não estranhei a princípio, pois quando estamos com fome, os segundos se tornam intermináveis. Mas, após um tempo, tive a certeza de que andávamos com o carro a mais de meia hora. Direto para lugar nenhum.

– Sabe Carter... Eu tenho a leve impressão de que estamos perdidos.- admiti em voz alta. Por mais que aquilo doesse.

– Não, não estamos. Já virei a direita, como você mandou.- respondeu zangado.

– Eu sei, mas isso já faz meia hora.- rebati. E recebi um soco de silêncio. Não tem nada pior do que receber um grande pedaço de vácuo de uma pessoa com fome.

Bufei apoiando minha cabeça na janela, entediada. Olhei para o meu colo, e fitei a lista telefônica com curiosidade. Haha. Que engraçado, se eu não tivesse certeza de nada, diria que ela estava virada de cabeça pra baixo.

Espere um minuto.

Eu não tenho certeza de nada.

E ela estava virada de cabeça pra baixo.

Ai não.

– CARTER!- gritei até meus tímpanos explodirem.- A lista estava de ponta cabeça.

Seu pé afundou no freio, fazendo com que o carro parasse de maneira brusca no momento seguinte. Bati minha testa no porta-luvas e gemi de dor. Levantando a cabeça, e o fitando furiosa.

Furiosa... Era fichinha perto do que ele me olhava.

– O QUE?- gritou com a mão na cabeça de forma desesperada.- Você é burra, Elisa?

– D-desculpe, e-eu...

– Me dê essa droga.- exigiu, tomando o livro da minha mão, e o folheando de maneira nervosa.- Putz! Nós deveríamos ter virado à esquerda... E na rodoviária do leste, sua anta!

– Não tenho culpa!- defendi-me. Mas sim, eu tinha toda a culpa no cartório.

– Esquece. Vamos voltar.- quando o maldito colocou a chave novamente na entrada, para ligar o automóvel, o mesmo fez um barulho esquisito.

Mentira, ele fez um barulho horrível de pum gigante.

– O que foi isso?- perguntei tremendo.

– Fique aqui.- ordenou com a voz séria, e abriu a porta com força, a batendo com violência no momento seguinte.

Acho que ele não estava muito feliz.

Enterrei meu rosto na palma de minha mão, rezando para que eu acordasse com um balde de água fria, e que aquilo não passasse de um pesadelo monstruoso.

Mas aquela era minha vida. E a vida mais azarada que existe.

Cerca de cinco minutos depois, o rapaz volta totalmente ensopado. Só ai que eu fui perceber que estava chovendo. Chovendo, tipo, muito. E que eu estava totalmente arrepiada pelo maldito frio. Que absurdo! Não estava sol até agora pouco? Estávamos até na maldita praia.

E é por isso que eu odeio praias.

– O que houve?- murmurei.

– Parece que o motor esquentou demais... e... Bem, pifou.- indagou passando os dedos sobre os fios molhados com raiva.

– Isso quer dizer que... Estamos fudidos?

– É, isso quer dizer que estamos completamente fudidos.


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