61ª Edição: Herança Familiar, ou Não? escrita por AlexandreTHG


Capítulo 5
Capítulo 5 - Os Irmãos.


Notas iniciais do capítulo

Bom, este capítulo é bem intrigante.. boa leitura =)



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Após o pequeno discurso sarcástico do presidente, as carruagens foram saindo em direção ao centro do lado do prédio principal. Lá as carruagens estacionaram e os tributos desceram. Sussurrei baixinho para Belatriz:

– Fomos incríveis parceira. – digo, dando um sorriso de alegria. Sou retribuído com o mesmo sorriso e ela também sussurra:

– Com certeza teremos alguns patrocinadores! Agora vamos logo embora que eu quero tirar esta roupa esquisita. – Magally, Mags, Roslanne e o estilista de Belatriz então chegaram, perguntei a ela o nome dele.

– O nome dele é Glebaurio, mas, por favor, não ri. Ele é muito sentimental. – diz ela, dando uma pequena risada. Ouvi gritos de alegria vindos de uma voz familiar.

– Vocês estavam lindos meus anjinhos! – diz Roslanne, com seu sorriso contagiante.

– Estavam realmente incríveis, fizemos um ótimo trabalho Glebaurio. – Magally disse fazendo um gesto de aprovação com a cabeça para nós.

– Foram fabulosos! Você estava um gato Alexander! Belatriz, você estava muito diva! Vamos subir logo antes que eu desmaie! – diz Glebaurio. O homem usava um cabelo curto com mechas verdes enroladas, um terno vermelho brilhante com uma rosa azul presa ao bolso, uma calça azul brilhante e um sapato verde com a ponta curvada para cima formando um circulo. O comentário dele me deixou intrigado, ele estava parecendo um duende. Estava prestes a rir quando Mags o chamou já sabendo o que eu faria.

– Glebaurio querido! Venha cá ver estes trajes dos outros tributos.

– Estou indo amada! – diz ele. Belatriz então disse no meu ouvido:

– Não faça nada, ele ainda vai nos ajudar muito se gostar de nós. – diz ela, me deixando confuso. Porque ele nos serviria de grande ajuda se é apenas o estilista dela? Como diria Roslanne, “não captei”. Falando na minha adorada acompanhante, ela então se virou para nós e disse:

– Bom, vamos logo para o nosso apartamento! Fica logo ali nos andares acima do Centro de Treinamento, cada distrito fica com um andar, como nós somos do 4, ficamos com o quarto. – Fomos andando com Mags e Glabaurio logo atrás ainda olhando os trajes de outros tributos. Ainda não entendia porque elas o queriam tanto por perto.

Passando pela pequena rua que vai para a entrada do Centro de Treinamento, avistei outros tributos. Todos eram comuns até que vi uma pequena menina do Distrito 7, tão pequena que com certeza tinha doze anos. Fico pensando em sua chance pequena na arena. Além dela reparei no garoto do Distrito 3, seus pés eram meio “tortos”, pareciam pés de pato, com certeza ele não tem jeito para correr. Eu estava ainda admirando o tridente do traje do desfile, sabendo que seria recolhido ao entrarmos no prédio. Como queria uma arma daquelas na arena. Quase chegando há entrada, Belatriz me viu observando o tridente e me disse baixinho:

– Quer um desse na arena? Então fica amigo do Glebaurio. – Fiquei ainda mais confuso, afinal quem era ele para ser assim tão importante?

– Por quê? O que ele tem de tão especial que você e Mags o bajulam tanto?

– Lá em cima te conto. – diz ela. Entreguei o tridente para o guarda que ficava na porta do prédio e continuei em direção ao elevador quando esbarrei em alguém e nós dois caímos. Era o garoto do Distrito 3.

– Desculpe. – diz ele – Eu estava distraído e passei pelo caminho de vocês.

– Que isso, eu também estava distraído. – Não olhei mais para seus pés para não deixá-lo constrangido. O garoto era da minha altura, era meio gordinho, tinha olhos azuis e cabelos pretos.

– Meu nome é Henri Mizejeski, Distrito 3 e você?

– Alexander Hespain, Distrito 4. Mas pode me chamar de Alex. Bem legal as suas roupas, como a auréola fica flutuando sobre a sua cabeça e produz esses números?

– É uma tecnologia muito legal produzida no meu distrito, essas roupas significam que nós somos os anjos que trazemos toda a modernidade para a Capital. Estudamos tanto para produzi-las e esses malditos ás levam, todas as melhores para eles.

– Entendo, lá em casa nós pescamos vários peixes deliciosos e eles levam tudo, só nos sobram os piores. – Simpatizei com o garoto, tínhamos a mesma opinião sobre a Capital.

– Muito bem, chega de conversinhas meus anjinhos. Vamos logo para nossos andares para descansarmos? – Interrompeu Roslanne. Ao mesmo tempo me vi sendo fuzilado pelo olhar de Belatriz que havia me dito que estava louca para tirar essas roupas.

– Bom, tchau então, nos vemos de novo nos treinamentos. – diz Henri.

– Tudo bem, até logo. – digo, pensando que fiz um amigo.

Subimos até nosso andar onde Roslanne nos mostrou tudo. Havia uma sala de estar enorme com sofás azuis e uma televisão gigante, a sala era ligada há sala de jantar e logo acima dela as escadas para os quartos. Magally e Glebaurio ficaram conversando na sala de estar assistindo a reprise do desfile, Roslanne foi para seu quarto novamente se trocar. Eu e Belatriz fomos acompanhados por Mags até o corredor, onde entramos no quarto de Belatriz e nos sentamos.

– Muito bem, após aquele ótimo desfile, com certeza vocês terão uns patrocinadores. Vejo que vocês não falaram com os tributos carreiristas, o que decidiram a respeito deles?

– Não pretendo me aliar há eles Mags, a garota do 1 é muito fútil, com certeza se preocuparia mais com uma unha quebrada do que ajudar um aliado, e a garota do 2 era muito quieta, ela me pareceu estranha, não confiável. O garoto do 1 parece meio amedrontado e fraco, já o garoto do 2 pareceu forte, vai ser um oponente difícil. – diz Belatriz. Fiquei impressionado em como ela é detalhista e observa todos assim.

– Eu concordo com ela – digo.

– Muito bem, você está certa em relação ao garoto do 1 Belatriz, este ano eles não tiveram voluntario masculino e ele foi sorteado como qualquer outro. Amanhã cedo começará os treinamentos no Centro de Treinamento, sugiro há vocês que não mostrem suas habilidades para todos os outros tributos e não fiquem só no treino de combate e manuseamento de armas. Treinem também fatores para sobrevivência: como localizar um bom abrigo, localizar comida comestível, fazer fogueiras, armadilhas, curativos e camuflagens. Agora vão descansar para depois jantarmos e vocês dormirem para estarem fortes para amanhã.

– Mags, você e Belatriz se esqueceram de me contar uma coisa. O que tem de tão especial em Glebaurio?

– Ah sim, Glebaurio é uma figura muito simpática e frágil. Ele ganhou o emprego de estilista apenas por diversão, por adorar moda. Magally foi quem realmente planejou seus trajes.

– Por que ele ganhou o emprego assim facilmente? – Perguntei, ainda confuso.

– Ele é um dos dois filhos do Idealizador-Chefe dos Jogos deste ano. Então sugiro que vocês se dêem bem com ele, quem sabe ele influencie o pai a, digamos, “cuidar” melhor de vocês na arena. – diz ela, dando um sorriso sarcástico.

– Sim, ele me contou isso na preparação antes do desfile. – diz Belatriz.

– Ah sim, agora entendi. Ele realmente pode nos ajudar então. Mas, se ele é um dos dois filhos, quem é o outro?

– É uma garota da idade de vocês, o nome dela é Nanda. Bom, agora vão tomar banho para o jantar, se não Roslanne vai ficar nos infernizando! – Mags deu uma risadinha e saiu do quarto. Fiz o mesmo e fui para o meu que era logo ao lado.

Deitei na cama e refleti sobre o dia de hoje. Panem inteira havia me visto pela tevê, inclusive meus pais e meu avô. Lembrei de quando nós estávamos vendo Lays em seu desfile oito anos atrás. Ela estava com os longos cabelos marrom escuro solto pairando sobre o vento. Os olhos com uma maquiagem azul escuro brilhante e estava usando um longo vestido de seda azul que se movia, dando a parecer que ela estava coberta por água pura e cristalina. E hoje estava eu, vestido como Rei das Águas.

Pensei na possibilidade de uma aliança com meu novo amigo, Henri do Distrito 3, ele com certeza é muito inteligente e poderia me ajudar muito, mas para isso Belatriz também teria que aprová-lo, já que eu havia me comprometido com ela. Nesse instante me veio uma sensação horrível. Para daqui mais ou menos duas semanas eu sair vivo e vitorioso daquela arena, eles teriam de morrer. Assim como a pequena de 12 anos do Distrito 7, e todos os outros jovens, deixando suas famílias na tristeza, como aconteceu com a minha.

Estava perdido em meus pensamentos até ver ao meu lado um pequeno aparelho que parecia um controle remoto, remexi nele e umas imagens começaram a surgir na minha frente. Crianças brincando, florestas, campos de grama enormes, um pôr do sol. Achei incrível aquela tecnologia e pensei em como a produziram no Distrito 3, e os foi tirado para ser usufruída na Capital. Continuei mexendo até aparecer à imagem de um grande rio, me levantei e me lembrei de alguns dias atrás, quando eu ainda estava no meu pequeno canto encostado na árvore do lado do rio próximo há minha casa no Distrito 4.

Depois de um tempo perdido na minha imaginação e na saudade, fui despertado por batidas na porta e uma Roslanne falando.

– Alex! Arruma-se logo para o jantar! Estamos esperando só por você, meu anjinho! – diz ela, claramente brava. Desliguei o holograma e me dirigi para o banheiro, me despi e fui tomar banho. Finalmente encontraria água! O dissolvente universal que me faz tão bem! Estava feliz até ver o painel para o controle do chuveiro. Um painel com muitos botões, apertei vários e nada acontecia. A raiva circulou pelo meu corpo, então dei um soco nos malditos controles e um jato de água morna acompanhado de hidratantes e sabonetes líquidos que me davam um banho automático saíram do chuveiro. Após aproveitar aquele banho relaxante, me vesti com uma bermuda jeans comum e uma camisa de manga cumprida azul clara sem desenhos, acho que ela fazia parte do conjunto para dormir, mas não me importei.

Chegando à sala de jantar estavam todos lá. Glebaurio estava contando uma história e todos estavam rindo, decidi me unir a eles. Ele falava de um dia de calor em que foi com sua irmã para uma piscina, lá a garota só ficou tomando sol e rindo dos trajes de banho das pessoas, por causa disso ele a achara de mau gosto. Até que um homem mais velho a confundiu com uma Avox por estar com o cabelo preso em um coque, mas ela estava com um biquíni e uma Avox jamais poderia usar um, muito menos frequentar o lugar como um cidadão comum. Quando ele foi chamar sua atenção, a empurrou para a água que por acaso era a piscina mais funda do local, ela tinha 11 anos e se afogou. Após isso ela passou a odiar a água, e eu fiquei com uma pequena raiva dela por isso, mas fingi achar graça.

Terminamos o jantar e todos se dirigiram para seus aposentos. Deitei em minha cama para dormir, mas não conseguia. Decidi sair para tomar um ar fresco. Entrei no elevador para subir até o terraço do prédio e dei de cara com uma garota da minha altura, loira, de olhos azuis, usava um vestido laranja com detalhes de flores, uma sapatilha da mesma cor, em seu cabelo loiro havia mechas laranja e tinha uma maquiagem leve laranja sobre os olhos. Ela me avaliou e disse:

– Oi Alexander! Vi você no desfile dos tributos, você é do Distrito 4 não é? Meu irmão é um dos seus estilistas. – diz, sendo muito simpática. Então veio a minha mente. Aquela era Nanda, irmã de Glebaurio, filha do Idealizador-Chefe dos Jogos.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim kkk até o próximo :)