You're My Happy Ending escrita por Mareew


Capítulo 3
Capítulo 3




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/425595/chapter/3

Castiel: Então... O que a gente tem que fazer? – Desinteressado, enquanto observava a rua com a cabeça encostada no vidro do carro.

Annie: Não é muita coisa. Eu costumo visita a creche a Dona Marie, depois ajudo a distribuir comida para as pessoas mais carentes no salão perto da praça, depois eu dou uma passada no hospital para visitar uma amiga, bato um papo com o pessoal do asilo, e depois vou para a lanchonete perto da estação do metrô; o hambúrguer deles é delicioso!

Castiel: E o título de Miss Universo e Alma Caridosa vai para... – Imitando um apresentador de TV.

Annie: Você é bobo? – Rindo.

Castiel: Pra que faz tudo isso? – Curioso.

Annie: Bem... Algumas pessoas gostam de fazer caminhadas para relaxar, outras gostam de compor ou escrever uma música, outros gostam de jogar vídeo game... Eu gosto de ajudar as pessoas. – Explicou. – Me sinto bem fazendo isso. Me sinto... feliz, viva...

Castiel: Nossa, tem certeza de que não é um ET? – Brincou.

Annie: Pare com isso! Não é um bicho de sete cabeças fazer caridade, e como eu disse, não machuca ninguém.

Castiel: Ta certo. Mas tem que concordar comigo que grande parte da população que faz caridade, faz apenas por status.

Annie: Isso é verdade. – Pensativa. – Mas eu não os julgo. Pelo menos eles estão ajudando o próximo.

Castiel: Uau! – Admitiu encarando a moça.

Annie: O que foi? – Confusa. – Pare de me olhar com essa cara de abobalhado! Venha, não quero me atrasar. – Saindo do carro.

Castiel: Em que século você vive? Em qual universo as pessoas ainda usam essa expressão; abobalhado, que coisa mais ridícula! – Acompanhando a moça.

Pouco tempo depois, eles chegaram à creche da dona Marie.

O local obviamente estava cheio de crianças, brincando e correndo por todos os lados. Aos olhos de Annie, aquela cena era encantadora; crianças brincando de ciranda, cantando, gargalhando, pulando... Mas para Castiel aquela cena era bem diferente; o que ele via, era crianças puxando uma o cabelo das outras, outras esperneando no chão, se socando, algumas brincando com facas, e som insuportável dos gritos agudos que elas faziam... Ele definitivamente não ficaria ali para ver mais nada. Estava prestes a sair correndo, quando Annie pegou em seu braço e o conduziu até uma pequena roda de crianças.

Annie: Olá crianças, quero que conheçam o meu amigo, Castiel. Hoje ele vai brincar com vocês. – Sorrindo.

Castiel: Espera aí! Ninguém disse que eu ia ter que brincar com crianças.

Annie: Bem, é isso o que se faz com crianças. O que você achou que ia fazer? – Confusa.

Castiel: Só assistir, ver eles se matando, se espancando, eu sei lá. – Explicou.

A loira o olhou com um olhar confuso e curioso; ele estava mesmo falando a verdade?

Annie: Senta na roda. – Mandou, com seu jeito doce.

Surpreendentemente, a voz firme da moça fez com que o rapaz se sentasse junto com as crianças, que ficaram o encarando com aquele olhar... De criança.

Annie: Eu tenho que ajudar a Mirian com os bebês, mas eu volto logo. Divirtam-se. – Falou sorrindo e depois deu um tapinha nas costas de Castiel. – Se comporte.

Ficaram se encarando por um bom tempo. A roda estava silenciosa, enquanto o resto da creche estava barulhenta. Castiel continuava firme, com sua cara carrancuda e mal humorada, intimidando as crianças para não se aproximarem. Até que uma criança curiosa decide perguntar:

– Você é drogado? – Disse uma menininha com os cabelos loiros e encaracolados.

Castiel: Não! – Falou um pouco confuso.

– Minha mãe disse que pessoas que se vestem como você são drogados. – Respondeu a garotinha.

Castiel: E eu aposto que a sua mãe é uma fofoqueira, atoa na vida. – Retrucou.

– Seu cabelo é assim mesmo, ou caiu um balde de tinta na sua cabeça? – Foi a vez de um garotinho, aparentemente nerd, com óculos fundo de garrafas perguntar.

Castiel: Você se acha espertinho, é? Vou te dizer uma coisa; continua agindo como o sabichão e você vai crescer sozinho. Todos os dias terá um garoto como eu para te trancar dentro do armário da escola. Vão ser os piores dias da sua vida, e todos os dias você vai chorar pedindo pra mamãe não deixar você sozinho lá! – Falou com um tom sombrio.

O garotinho fez um pequeno bico e ameaçou chorar.

Castiel: Escuta aqui, moleque; abre essa boca pra chorar, e eu vou te fazer ter um motivo de verdade pra chorar durante três semanas! – Sussurrou com um tom ameaçador, que fez com que o garoto engolisse o choro. – Isso mesmo! – Continuou depois que o garotinho parou. – E se alguém aqui contar isso pra tia Annie, eu vou fazer o bicho papão ir pegar o pé de todos vocês durante a noite.

– O bicho papão não existe! – Retrucou uma menininha metida a esperta.

Castiel: Ah, é? Então eu mesmo vou na sua casa quando estiver dormindo, e vou puxar o seu pé enquanto dorme, te jogar dentro de um saco preto e te enterrar no seu quintal! Seus pais vão fazer churrasco em cima de você e seu cachorro vai fazer coco bem aonde você vai estar enterrada, e ninguém nunca mais vai conseguir te achar!

As crianças ficaram o encarando por alguns segundos, antes de abrirem o berreiro e saírem correndo, espalhadas como formigas saindo do ninho as pressas. Castiel rolou os olhos depois de soltar um suspiro pesado, depois se levantou e sentou em um canto mais afastado das crianças.

Depois de um tempo observando todos no local, seus olhos pousaram em uma garotinha de aproximadamente cinco ou seis anos brincando sozinha, com uma boneca de pano velha, um pequeno pedaço de folha e um giz de cera. Continuou olhando-a curioso por um bom tempo, até perceber que ela também o encarava. Ficaram se encarando, os dois com olhares curiosos, até a garotinha decidir se aproximar e parar bem à sua frente, ainda o encarando. O ruivo ficou a encarando com os olhos semisserrados, tomando todo o cuidado do mundo para ela não se aproximar demais.

Surpreendentemente, a garota sentou-se no chão, bem à frente de Castiel e começou a desenhar em seu pedaço de folha.

Castiel: Er... Precisa de alguma coisa? – Ainda com a mesma expressão; os olhos semisserrados e o ar de desconfiado.

A garota nada disse. Apenas continuou desenhando, sem se importar com a presença do ruivo.

Ficou assim por um tempo; a garota desenhando e Castiel todo encolhido no canto da sala, evitando ao máximo qualquer contato com aquela criatura do submundo.

Depois de rabiscar duas ou três coisas, a garota levanta o desenho com um pequeno sorrisinho, mostrando sua obra de arte para o ruivo.

Castiel: É, legal, parabéns. Belo rabisco. – Disse sem humor, apenas se encolhendo mais na parede. – Escuta; você não tem outro lugar pra brincar não? Vai brincar com as outras crianças. – Sugeriu, mas a mocinha o ignorou e voltou a desenhar. Foi aí então que ele teve uma grande ideia; pegou um caderno de desenho que estava no canto e alguns giz de cera, e começou a desenhar, um bicho grande, estranho e feio. Assim que terminou, colocou sua obra-prima bem de cara para a pequena, esperando que ela se assustasse e saísse correndo, e para que seu plano fosse bem executado, fez questão de reproduzir alguns efeitos sonoros de monstros. Ele conseguiu chamar a atenção da garota, que parou de desenhar para encarar o “monstro”, mas ao contrario do que ele esperava, ela achou graça e começou a soltar leves risinhos com a pequena atuação de Castiel tentando assustá-la. Quanto mais ele se esforçava, mais ela gostava. O rapaz até se arriscou a soltar alguns rugidos mais fortes e se aproximar da menina, mas isso só a fazia rir mais e quando percebeu, ele mesmo estava rindo das bobagens que ele estava fazendo e das gargalhadas divertidas que a garotinha soltava.

Castiel: Já chega! Não era pra acontecer isso. É pra você ir embora, tchau. – Falou com um tom levemente divertido e dando pequenos empurrões na menina.

Ela continuou calada, ainda soltando curtos risinhos divertidos.

Castiel: Anda, vai embora! – Insistiu.

Ignorando-o mais uma vez, a menina pegou seu giz e sua boneca nas mãos, e ao invés de se distanciar, ela se aproximou...

Castiel: Não! Não faça isso! – Seu tom de voz saiu como se ele estivesse dando ordens ao seu cachorro.

... Mais...

Castiel: Não se aproxime!

... Um pouco mais...

Castiel: Não se faça de surda! – Se distanciando.

... Mais um pouco...

Castiel: Não!

... Até que...

Castiel: Ah, que maravilha, você sentou no meu colo. – Com a expressão como se tivesse pisado em um coco de cachorro.

A garota continuou desenhando na maior tranquilidade, enquanto que Castiel nem se movia; mal respirava.

Castiel: Ei. Não quer sair daí? Não quer ir brincar com as outras crianças? Vai brincar com a outras crianças. – Sugeriu, incentivando-a a sair de seu colo.

Pela primeira vez a garota o olhou; como se estivesse realmente prestando atenção no que ele dizia. Seus dois grandes pares de olhos cor de jabuticaba o olhavam brilhantes, como se estivesse dizendo alguma coisa.

Castiel: Ah, já saquei. As outras crianças não gostam de brincar com você, não é? – Como resposta, ela se ajeitou melhor na sua poltrona humana e voltou a desenhar.

O ruivo ficou a observando por um tempo; estava começando a se acostumar com um pequeno ser sentado em uma de suas pernas.

Castiel: Aí, quer aprender a desenhar uma coisa legal? – Perguntou à garota, pegando sua pequena mãozinha que segurava o giz de cera e ensinando-a a desenhar um cachorro. O que fez a menina ficar contente.

Castiel: É isso aí. – Falou num elogio, com um pequeno sorriso nos lábios. – Você gosta de cachorros? – A menina fez que sim; com a expressão empolgada. Ela parecia estar feliz.

Depois de um tempo rabiscando, a menina pegou o caderno que havia o desenho de Castiel e o entregou.

Castiel: O que foi? – Perguntou confuso. – Quer que eu te assuste de novo, é? – Pegando o desenho. – Você gosta de se assustar? Depois não vale chorar! – Avisou.

Mais uma vez Castiel fez sua pequena atuação de monstro, tentando assustar a menina, que soltava deliciosas gargalhadas a cada vez que “as garras malignas” tentavam pegá-la. Eles ficaram se divertindo assim por meia hora, até Annie aparecer com uma expressão surpresa e ao mesmo tempo feliz.

Annie: Que bom que se deu bem com as crianças. Estava um pouco preocupada em te deixar sozinho com elas. – Confessou sorrindo.

Castiel: Que nada! Eu fui bom com elas. – Admitiu, enquanto se levantava.

Annie: Hum, tenho certeza que sim. – Admirada. – Vejo que se deu bem especialmente com a Lauren. – Falou sorrindo para a garota.

Castiel: Ah, então esse é o seu nome.

Annie: Ela ainda tem uma certa dificuldade em conseguir falar, e é muito tímida! Não sei como ela se deu tão bem com você. – Contente.

Castiel: Fazer o que. Eu sou encantador.

Annie: Sim, você é. – Rindo. – Vamos, ainda temos muito o que fazer.

Castiel: Ta legal. – Falou seguindo Annie. Mas antes fez um pequeno aceno para Lauren, que retribuiu o aceno e o sorriso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "You're My Happy Ending" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.