Code 23 - Projeto I.A. escrita por Usui D Risu


Capítulo 3
Capítulo III – Impureza


Notas iniciais do capítulo

[ Capítulo Betado ]

Bem, desculpem a demora, foi por que meu notebook estava ruim e eu não tinha como escrever sem ele. Então aí vai mais um capítulo de Code 23...

Me digam o que acharam, não deixem de comentar, seus comentários são preciosos pra mim! Então é isso, vamos ao capítulo. Espero que gostem, e mais uma vez me desculpem por eu não postar mais cedo...



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Ela se encontrava em sua casa, refletindo sobre seu dia. Não havia expediente, pois era dia de semana, e olhava para sua robô, lembrando-se da maneira como a ganhou, em sua infância…

A pequena criança estava em seu quarto, no trabalho de seus pais. Eles não eram o que se pode dizer de pais presentes, mas, mesmo assim, lhe davam tudo o que precisava, à exceção do afeto. Ela não costumava sair do cômodo, porém estava entediada pois não havia nada novo para fazer, precisava respirar novos ares, mesmo que fossem os antigos ares daquele laboratório onde vivia.

Passou por algumas salas, que, apesar de suas grandes janelas de vidro serem altas para ela, já que tinha apenas sete anos e era um pouco baixinha, conseguia ver através. Todos aqueles aparatos eletrônicos e as coisas que os cientistas faziam a deixavam interessada. Ela queria ser como eles e seus pais, uma grande cientista.

Ela olhava ao redor, quando viu à sua frente uma maca diminuta, coberta por um pano limpidamente branco. Ao seu em torno muitos cientistas com seus impecáveis jalecos da mesma cor do tecido que cobria o leito. Manchando a paisagem, apareciam escapando à pureza do pano, cabelos, negros como a noite. Aquela pequena estatura, ela olhou e pensou que talvez fosse uma criança, alguém com quem brincar, mas o que estava acontecendo? A criança estaria doente? Decidiu se aproximar, no momento em que os cientistas se afastaram um pouco, deixando o caminho livre. Ela puxou então o lençol, aquele manto límpido, dando lugar àquela impureza.

Aqueles negros cabelos vívidos pareciam ser a única parte viva naquele ser, afinal, eram completamente diferentes da aparência da criança deitada naquele leito: Sua pele pálida, seus olhos vazios expressavam dor, e deles escorreu uma pequena lágrima, que foi acompanhada pelo olhar da menina ruiva.

Foi quando de repente alguém a puxou, e voltando-a para a realidade lhe deu um tapa. Era seu pai, que havia lhe tirado dali enquanto todos começaram a se movimentar e a cobrir a impureza que havia sido mostrada. Seus olhos começaram a se encher de lágrimas, que se derramavam sobre suas bochechas secas, seu pai gritava com ela, algo que ela não conseguia ouvir, em sua mente estava apenas o rosto daquela garota, e seus olhos.

Ninguém ali jamais saberia, mas a jovem criança não estava chorando pelo tapa que recebera, ou pelo que ele estava a lhe dizer, mas sim por aquela criatura deitada na maca. Aquele ser imóvel, estático, vazio.

Se houvesse uma fenda, ela teria caído, despencado e sido soterrada por sua própria falta de ação. A mente fervilhava, porém, o corpo não se movia. Seu pai a tirou dali, levando-a para dentro de seu quarto, lhe dando uma bronca e a deixando lá.

Pôs-se então a chorar, cada uma das lágrimas relembrava sua impotência, elas escorriam e assim continuavam, copiosamente. Soluços foram interrompidos por uma batida firme à porta. Ela foi abrir e viu um robô indo embora, deixando uma caixa enorme ali, a qual, com muita dificuldade, trouxe para dentro. Sobre ela havia um reprodutor de holograma, o qual pegou, apertando o botão para ele começar a rodar.

Era uma mulher ruiva no vídeo, o reprodutor emitia filetes de luz que se uniam, formando a projeção holográfica em três dimensões. Podia-se ver a mulher mexendo em um computador quando virou repentinamente e de forma afobada indagou:

— Já está gravando? Ah, bem vamos lá… Filha, este é o seu castigo, um doce castigo, construa ele por si própria e terá uma distração para os dias que se seguem. Se é que você não vai se divertir com a montagem disso, bem é isso, eu acho que só… — A medida que ela ia mexendo nas máquinas e se movimentando a câmera ia se adaptando e formando novas imagens. — Ah, não tem um manual de instruções, só pra você saber. Isso foi por ter desobedecido aos seus pais, portanto aprenda a lição — explicou enquanto se virava e dava uma bronca no robô ao seu lado, ele tinha uma forma humanóide e tinha acabado de derrubar uma prateleira. — Com isso finalizo, tenha um bom trabalho! — exclamou, desligando a câmera tão repentinamente como tinha começado a gravação.

Um doce castigo? O que seria? Sua mãe estaria louca? Essas perguntas se passavam na mente da pequenina… Ela queria saber o que era, então abriu logo a caixa, e viu várias peças à sua frente, pareciam de um robô. Mas ela nem sabia por onde começar.

Ela passou seus dias tentando montar aquilo, e depois de um tempo, ela finalmente conseguiu. Agora tinha sua companhia, uma robô, feita por ela mesma, com todas as características que ela queria.

Seria sua companheira, mas por quanto tempo ela serviria pra lhe tirar da cabeça a cena que realmente importava?

A cena que não poderia ser esquecida. A maculação da inocência. Mas, por enquanto, sua inocência foi encoberta por uma amizade.

Hoje ela tinha aquela sensação de nostalgia ao ver sua robô. A máquina estava mexendo em algumas pilhas de lixo inorgânico. A já não tão jovem menina se aproximou dela, tocando-lhe o ombro.

— Deseja algo? — a robô perguntou

— Ah… Não, obrigada… Não foi nada… — ela respondeu, deitando-se novamente e fechando os olhos e o teto sobre sua cabeça.

Ela ficava sempre mal ao se lembrar daquele momento, ao se lembrar da sua infância maculada. E se ela fizesse diferente? Os pensamentos faziam latejar sua cabeça. Por isso foi espairecer um pouco. Ela precisava...


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Notas finais do capítulo

Bem, foi isso, espero que tenham gostado, esse capítulo era pra ser triste, me digam o que vocês acharam dele... Foi triste, não foi, o que vocês acharam? Lembrem-se, seus comentários são minha fonte de alegria!!!



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