Os Acordes Do Amor escrita por BeatrizHelena2910


Capítulo 8
You Got Me


Notas iniciais do capítulo

Demorei tanto! Mil desculpas! Nem tenho direito a oferecer as desculpas costumeiras, mas em minha defesa esse capítulo foi muito difícil de escrever e eu quase não tive tempo...
Bom, chega de enrolar.
Enjoy it!



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“I can't pretend though I try to hide, I like you

I like you

I think I felt my heart skip a beat

I'm standing here and I can hardly breathe - you got me

You got me

The way you take my hand is just so sweet

And that crooked smile of yours it knocks me off my feet

It feels so good it must be love

It's everything that I've been dreaming of

I give up. I give in. I let go. Let’s begin.

Cuz no matter what I do,

Oh my heart is filled with you.”

Experimente degustar seu doce favorito. Note, que não lhe digo provar ou mesmo comer, mas sim para saboreá-lo, sentir realmente todas as nuances de seu sabor. Agora imagine que, depois disso você tenha que beber vinagre. Sentir o ácido queimando por dentro e arrastando, arranhando, levando para longe todo o sabor agradável que ainda restava.

Era assim que Bianca vivia. Primeiro apreciava os momentos, toda a beleza e doçura do amor. Era feliz que não cabia em si e planejava mil formas de contar a verdade e poder, finalmente, desfrutar de sua alegria sem medos. Porém, assim que a distância se fazia presente e ela se encontrava sozinha em seu quarto, tudo que vivenciava era o amargo de seu choro.

Lá, todas as promessas feitas à si mesma evaporavam-se, transformavam-se em culpa, medo e dor. Como um monstro saído da escuridão de si para alimentar-se dos sonhos, percebia-os transformados em mágoas. Sentia-se a pior pessoa do mundo por fazer aquilo com seus pais, com ela própria e, ah, sentia-se ainda pior por fazer isso com ele! Logo a pessoa que a olhava com mais ternura, que a fazia sentir segurança quando aconchegada em seus braços. E embora ele soubesse no que estava se metendo, para a garota era como se o enganasse.

Pensou em desistir, de tudo!, tantas vezes que perdeu a conta, e era tão repetitivo que as lágrimas chegaram a secar. Sentia as forças, cada dia mais, esvaindo-se de seu próprio corpo, a cabeça rodava, pensamentos desconexos, começava a – vejam só que triste metáfora – enlouquecer conscientemente e perdia pouco a pouco a vontade de lutar. A pior parte, sim, a mais triste talvez por ser o mais singelo e excruciante dos gestos, era enxugar as trilhas molhadas que escorriam pelo rosto e forçar um sorriso nos lábios, fingindo que nada acontecera, escondendo sua angustiante rotina e atrofiando cada vez mais aquele sentimento em sua alma.

O ano já estava no fim quando Bia se encontrava neste estágio antes mencionado. Chegariam em breve as férias e com elas, a menina rezava todos os dias, as respostas e o fim de todo aquele martírio.

Era o último dia de aula. Cada segundo mais próximo da aguardada pausa. Porém, para contribuir ainda mais com sua total falta de ânimo, Elizabeth estava viajando, e não poder ter a companhia da melhor amiga justamente em um dia no qual tudo é só brincadeiras e sorrisos era bem chato. Sim, é claro, ainda lhe restava o motivo de toda sua glória e ruína: Robin. Estivera ainda mais próxima a ele nesta última semana, agarrando-se inconscientemente à sua salvação e perdição, como uma droga viciante que te cura ou te mata, dependendo da dose.

Naquele momento, o mundo seguia seu rumo devagar e os dois enamorados sentaram-se no pátio, lado a lado, mãos dadas, corações na mesma sintonia e expectativa. Nunca mais haviam se beijado, mas sentiram que aquele era o momento, não era necessário dizer nada. Testas coladas, a respiração mesclava-se, era a mesma vida, o mesmo ar. Os lábios se tocaram suavemente, exatamente como o sentimento se apoderara de seus destinos, a garota entreabriu os lábios como entregou-se a paixão e as línguas dançaram hesitantes o baile da estreia. Havia estática ao redor, uma redoma de emoção e carinho e ali, naquele momento, eles eram realmente um só.

Pela primeira e última vez.

Porque nas férias o tempo passou vazio, as respostas não vieram e o desespero a tomou. Só havia angústia, raiva, ódio cego de si e do mundo. Cobriu-se de negro, isolou os próprios desejos, congelando o coração assim como a ideia de perde-lo paralisou sua alma. E o mais incrível é que foi justamente isso que levou-a a fingir descaso e separar-se de Robin, sem qualquer explicação ou justificativa, sem que fosse possível compreender coisa alguma. Bianca secou finalmente suas lágrimas e findou suas preocupações fingindo-se de indiferente.

Foi seu medo de ficar sem ele que a fez tomar a pior decisão de sua vida. A coisa de que mais me arrependo. A maldita covardia que me fez deixa-lo. Oh, Robin, meu amor! Como pude ser tão cega?!


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Notas finais do capítulo

Capítulo tenso né, jujubas?
Só explicando o final. Não. Não foi erro de concordância na narração nem nada. Escrevi dessa forma justamente para tentar demonstrar que “Bianca” se sente tão indignada com o que fez no passado com “Robin” que nem se reconhece mais, e por isso não poderia narrar os acontecimentos em 1ª pessoa, como se fosse a mesma pessoa, porque de certa forma não é.
Deu pra entender? Fez muito mais sentido na minha cabeça... Há há
Enfim, reviews com as opiniões? :3
Beijos,
Bia



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