A Canção Permanece A Mesma escrita por Bella P


Capítulo 6
Capítulo 5




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MEANWOOD, INGLATERRA – Agora

Maribel era uma mulher bonita, como se diretamente cuspida da capa de uma revista de moda. Quarenta e poucos anos, cabelos longos, escuros e cacheados, pele morena, olhos negros e corpo de curvas proporcionais marcado por jeans, camiseta, jaqueta e bota. Os lábios vermelhos e carnudos estavam contorcidos em um sorriso que mostrava dentes brancos e perfeitos. Os dedos longos e de unhas manicuradas tamborilavam no parapeito da varanda enquanto ela esperava Harry e Ron se aproximarem da casa. O que eles fizeram com extrema cautela.

Não conheciam a mulher, mas ela os conhecia.

– Arnie vive dizendo à todos que os meus dons são puro charlatanismo. Bruxo hipócrita que acha que só porque sabe fazer meia dúzia de mágica é grande coisa. Quero ver se ele vai continuar se achando grande coisa no dia em que eu perder a minha paciência e disser a amada Sra. Averill que Arnie anda fazendo a “contabilidade” de Melinda Stoll durante às noites em que ele diz estar no pôquer com os amigos.

Potter e Wesley se entreolharam. Então era por isso que Averill não gostava de Maribel? No entanto, os casos extraconjugais de Arnie não eram do interesse deles. O que os interessava era saber como ela os conhecia, pois duvidavam que Averill tivesse dado alguma pista à ela sobre a vinda deles, e se ela tinha realmente se encontrado com Malfoy.

– Sra. Maribel? - Harry perguntou apenas de praxe e Maribel sorriu.

– Maria Izabel Hernandez, ao seu dispor auror Potter. - Harry franziu as sobrancelhas.

Averill havia dito que Maribel era trouxa. Então, como sabia tanto do mundo mágico? Como sabia a posição que ele possuía dentro do mundo mágico?

– Sei de coisas que o chocariam auror Potter. - ela respondeu a pergunta não dita dele com um grande sorriso no rosto bonito. - Mas por que os senhores não entram? - falou, dando as costas para eles de maneira displicente e tomando o caminho da casa.

Potter sentiu Ron o olhar com apreensão. Maribel não parecia confiável e algo nela enervava os dois homens. Mas caso era caso e eles já enfrentaram coisas piores e com menos idade e menos treinamento. Não seria uma trouxa metida a vidente que os assustaria.

Ron foi o primeiro a entrar na casa ao seguir Maribel, parando momentaneamente quando algo curioso lhe chamou a atenção, o que o fez cutucar Harry no braço quando esse surgiu ao seu lado e apontar para sob os pés deles.

No chão, mal escondido debaixo do tapete de boas vindas, havia um curioso símbolo pintado em vermelho. Algo que Harry e Ron não reconheceram de suas aulas de Runas da época de Hogwarts ou da Academia. Era circular, com o que parecia ser uma estrela de cinco pontas no centro e traços sem sentido desenhados ao redor da estrela.

– Algum problema senhores? - Maribel perguntou quando os viu parado na porta e Harry pôde perceber, pela expressão dela, que ela aguardava algo.

– Não, nenhum problema. - Ron respondeu, dando um passo à frente e saindo de cima do símbolo e Harry o imitou, percebendo que o rosto de Maribel prontamente perdeu a expressão apreensiva e um outro sorriso simpático surgiu nos lábios dela.

– Gostariam de algo para beber? Água, suco? Café? - Weasley e Potter negaram a oferta e a seguiram em direção a sala de estar, com os seus olhos treinados percorrendo todos os cantos a procura de uma pista, mas não encontrando nada fora do normal.

A decoração do lugar era comum a qualquer casa trouxa. Uma lareira, sofás, tapete, mesa de centro, cadeiras e quadros. Uma mesa redonda ao canto da sala com quatro cadeiras e um arranjo de flores a enfeitando. Cortinas bege estavam na janela e um incenso queimava em uma mesa de cabeceira perto da porta de acesso ao corredor que levava para o resto da casa, deixando o ar com aroma de sândalo.

– A senhora disse que nos esperava? - Ron partiu direto para as perguntas, sentando-se vagarosamente no sofá quando Maribel estendeu a mão em um convite polido para eles.

– Os vi chegando em meus sonhos. - ambos os bruxos não conseguiram disfarçar as suas expressões incrédulas mas, ao invés de ofendida, Maribel apenas riu. - Clarividência existe senhores. Não tenho culpa que as suas experiências prévias com o assunto foram ruins. Mas eu vou lhes contar um segredo... - ela inclinou-se um pouco para frente, como se fosse revelar o segredo da origem da vida. - Poderes psíquicos são mais comuns em trouxas do que em bruxos. A magia entra em conflito com os poderes psíquicos, por serem duas forças de origens diferentes. Não foi à toa que Morgana Le Fey enlouqueceu. Uma bruxa e uma vidente. A mente dela não pôde suportar.

– Como é? - Harry perguntou curioso. Mesmo com anos vivendo no mundo da magia, ainda havia coisas sobre o assunto que ele desconhecia.

– Isto não é algo divulgado ou completamente compreendido. Mas coloquemos assim: a fonte da magia vem da natureza, da mãe terra. Os poderes psíquicos são de um nível mais espiritual. E isto já está fora da jurisdição da mãe terra. Logo, a manifestação deles em trouxas é mais comum por ser mais segura. Todo o ser humano possui um sexto sentido. Alguns os desenvolve mais do que os outros. O meu? Estou praticando desde menina. É algo de família.

– E foi usando os seus poderes psíquicos que você soube da nossa vinda aqui. - Ron falou e ela sorriu novamente. - Então sabe por que estamos aqui, não sabe? - o sorriso de Maribel sumiu e ela ergueu-se abruptamente da cadeira onde sentava.

– Draco Malfoy. - disse em um tom sombrio e o coração de Harry pulou dentro do peito. Não acreditava que seria tão simples assim, que eles conseguiriam resolver um caso que outros aurores mais experientes não conseguiram. - Sei o que vi, a visão que vocês me trouxeram, mas creio que não posso ajudá-los senhores. - declarou e Potter trincou os dentes.

Maribel estava de costas para ele e brincava com as pontas dos dedos com a moldura de um retrato que enfeitava a lareira, e Harry não precisava ver o rosto dela para saber que mentia. Os ombros tesos e o fato de que ela evitava olhá-los nos olhos a denunciava por completo.

– Sra. Hernandez...

– Senhorita. - Maribel interrompeu Harry, virando-se para olhá-lo com o sorriso amigável de volta ao rosto. - Não há um Sr. Hernandez na minha vida. - Harry não conseguia compreender o porquê. Maribel era belíssima, homens deveriam fazer fila na porta dela querendo cortejá-la, certo?

– Srta. Hernandez, está mentindo. - acusou, mas o sorriso dela não se desfez um milímetro que fosse.

– Estou? - provocou, franzindo as sobrancelhas e Potter ouviu Ron trincar os dentes ao seu lado, sinal de que, assim como ele, estava perdendo a pouca paciência que tinha.

– Srta. Hernandez. - Weasley entrou na conversa com um tom de voz nada polido. - Se está escondendo informações sobre Draco Malfoy ou o próprio Malfoy, podemos prendê-la por obstrução da justiça.

– Me prender? Sou trouxa auror Weasley. A justiça mágica não tem poder sobre a minha pessoa. É como se eu fosse francesa e vocês britânicos e vocês tentassem me prender na França usando as leias inglesas. Jurisdição Sr. Weasley, já ouviu falar? - o rosto de Ron ficou vermelho como os cabelos dele e Harry meteu-se na conversa antes que o amigo perdesse realmente a paciência. Ronald havia aprendido a controlar o seu gênio estourado com os anos, a maturidade também ajudou, mas ele ainda era um Weasley e a principal característica dessa família era o temperamento curto.

– Possui conhecimento o suficiente sobre o mundo mágico para as nossas leis valerem sobre você, srta. Hernandez. Não tente nos ensinar o nosso trabalho. De leis entendemos muito bem. - e como não entenderiam com Hermione fazendo parte do Departamento Jurídico do Ministério e tendo, nos últimos anos, conseguido a aprovação em várias propostas de leis e sendo a principal promotora dos casos que Harry e Ron investigavam? Complicado não entender do assunto com alguém como Hermione atolando os ouvidos deles em todo jantar de família.

Silêncio, com Maribel avaliando Ron e Harry por um longo tempo antes de finalmente dizer algo.

– O que vocês gostariam de saber? - progresso, pensou Harry com surpresa. Mas será que Maribel iria realmente ajudá-los? Ela pareceu hesitante no começo e agora esta disposta a colaborar. E com esmola demais o santo sempre desconfiava.

– Draco Malfoy. Ele a visitou recentemente? - Ron começou o interrogatório. O rosto não estava mais vermelho e ele não trincava os dentes, mostrando que tinha recuperado o controle rapidamente ou ao menos contado até mil mentalmente.

– Não. - Maribel respondeu de pronto e Harry viu na expressão e no olhar fixo dela sobre eles que falava a verdade. Ou ao menos havia aprendido a mentir muito bem nos últimos segundos.

– A visitou em algum momento nos últimos quatro anos? - continuou Ron.

– Não. - novamente ela falou a verdade, Harry pôde perceber.

Ron soltou um suspiro frustrado, lançando um olhar ao amigo ao seu lado. Ele também tinha detectado a veracidade das respostas dela somente pela postura da mulher e suas expressões faciais. Mas isso não queria dizer que ela não poderia estar mentindo, ou achando que estivesse dizendo a verdade. Um feitiço bem empregado de Malfoy e uma memória apagada poderia resolver o problema.

– Mas sabe quem ele é. - foi a vez de Harry a interrogar. Maribel se dizia vidente, sabia o porquê da visita deles, quem eles eram e sobre a comunidade mágica. Se obteve as informações dos ditos dons que falou que possuía ou de alguém de fora, Potter não estava interessado em saber. O que ele queria saber é até onde ela sabia sobre Draco Malfoy.

– Sim.

– E o que ele fez. - Maribel ficou em silêncio por alguns segundos.

– Sim. - respondeu em um tom hesitante.

– Então?

– Auror Potter. - o tom dela era sério, diferente do tom suave que usou antes. O rosto bonito perdeu o sorriso, as sobrancelhas negras ficaram franzidas e os olhos escuros pareceram ficar ainda mais escuros enquanto ela o olhava como se quisesse ler a sua alma. - Ouça-me bem. Nem tudo é o que parece ser. - Harry abriu a boca para contestá-la. Se ela não conhecia Malfoy não tinha por que defendê-lo. Além do mais, todas as provas mostravam o contrário. O que aconteceu naquela noite em Wiltshire era realmente o que parecia ser. - Tem certeza? - Maribel disse novamente como se lesse os pensamentos dele.

– As provas... - Harry protestou, mas ela o cortou de pronto.

– Provas levam a interpretações e as interpretações podem ser diferentes. Podemos ler o mesmo livro, Sr. Potter, mas a nossa compreensão do mesmo pode ser diferente.

– Está querendo dizer o quê? Que devemos voltar a estaca zero, investigar desde o começo, pois a nossa interpretação do caso será diferente da dos nossos colegas aurores? - Ron falou em um tom de desagrado. Os Aurores McBell e Smithson eram homens brilhantes, foram instrutores deles na Academia, lutaram durante a segunda guerra e sempre investigavam todas as vertentes antes de levar o suspeito a justiça. E uma das primeiras coisas que McBell ensinou no primeiro dia de aula deles com o homem foi que todos, todos, mereciam o benefício da dúvida.

Ron duvidava que o homem tenha dado justamente a Malfoy uma exceção.

Draco pode ter cometido uma atrocidade, mas antes dele houve vários iguais ou piores do que ele. Pessoas que McBell e Smithson investigaram e levaram a justiça com provas irrefutáveis e totalmente válidas. E agora vinha uma vidente trouxa do meio do nada dizer o contrário? Weasley não podia aceitar isso.

– Não digo que os seus colegas estão errados, mas talvez haja mais coisas sobre os Greengrass do que sonha a sua vã filosofia. - Maribel disse, novamente com o enervante sorriso simpático no rosto, como se estivesse explicando sobre a vida a duas crianças ignorantes do mundo.

– Greengrass? - Harry soltou surpreso. Astoria Malfoy, previamente Greengrass, era a vítima, não o vilão. Mas, de acordo com Maribel, a história não parecia bem essa.

– Bem senhores, creio que só posso ajudá-los até aí. Daqui para frente é com vocês. - a mulher deu um passo na direção de Ron e sem cerimônia enfiou a mão no bolso do casaco dele, retirando o molho de chaves de lá. - E pode deixar que eu devolvo o carro ao meu querido Arnie. - falou com deboche. - Qualquer dúvida, sabem onde me encontrar. - e com isso saiu da casa, sem ao menos se importar por ter deixado dois estranhos na sala de estar.

O rugido do motor do Ford Anglia chegou aos ouvidos de Harry e Ron e eles nem se deram ao trabalho de irem à janela para confirmar que Maribel deixava a propriedade em direção a loja de conveniência para devolver o dito carro.

– A mulher é maluca! - Ron soltou exasperado e Harry riu. - Se ela é realmente uma vidente, deve ser natural delas não regular bem. Lembra de Trelawney?

– Trelawney não era vidente. - em partes. Harry vira nas memórias de Dumbledore a profecia que o ligou a Voldemort e anos depois testemunhou outra quando Sirius fugiu de Azkaban. Talvez Maribel fosse uma vidente de verdade. Talvez videntes não precisavam ficar divulgando os seus dons, ou agindo de maneira estranha, eles apenas sabiam das coisas e ponto. Mas agora ela tinha colocado uma nova interrogação no caso.

Investigar os Greengrass. Maribel não tinha especificado Astoria, mas sim deixado implícito a família em si.

– Você conheceu os Greengrass? - Harry perguntou à Ron.

Os Weasley, apesar dos pesares, ainda eram sangue puros. Família com gerações de bruxos que mesmo que não frequentassem a alta roda da sociedade sabiam como a coisa funcionava lá dentro. Não foram poucas as vezes que Ron surpreendeu Harry e Hermione com conhecimentos sobre a cultura e política da comunidade mágica que somente um sangue puro saberia.

– Ouvi uma coisa ou outra sobre eles. Saíram da Inglaterra durante as duas guerras. Não queriam se envolver. Achavam que o nascidos trouxas e misturar-se a trouxas denegriam a imagem da sociedade mágica. Afinal, nós não temos um histórico muito bom com trouxas, certo? Por isso o mundo mágico foi isolado e escondido do mundo mortal. Mas também não apoiavam Voldemort por achar hipocrisia um mestiço pregar pureza de sangue quando ele mesmo não era puro. Arrogantes mas ao mesmo tempo sensatos.

– Conheceu Phillip Greengrass?

– Lembro do meu pai ter comentado alguma coisa sobre ele quando morreu. Disse que era o único Greengrass que prestava, que tinha bom senso, mas somente isto.

– Então quando Maribel mencionou os Greengrass...

– Não acho que ela esteja falando sobre os bruxos sangue puro, mas sim os Greengrass que surgiram depois da separação de Phillip de sua família.

– Sophia, Astoria e Daphne.

– Quem visitamos primeiro?

– Daphne. Astoria esta morta e Sophia na América e com o paradeiro desconhecido. - Harry franziu a testa. - Melhor. Você visita a Daphne.

– E você?

– Vou até a mansão Malfoy.

– Harry, daquela casa não sobrou nada além de paredes queimadas e escombros. Tudo foi vasculhado após a explosão. Não creio que haja alguma pista lá. - Harry nada respondeu, apenas estendeu uma mão para Ron que compreendeu o gesto rapidamente e entregou ao amigo o arquivo sobre o caso Malfoy.

– Talvez tenham deixado passar alguma coisa. Quase cinco anos se passaram desde o caso e agora Malfoy volta ao foco do Ministério. Ele conseguiu fugir por todo esse tempo e agora está vacilando? O que isso lhe diz?

– Que ele está desesperado. - isto era uma verdade.

Uma coisa que aprenderam nas aulas de psicologia criminal era que quando um suspeito em fuga começava a cometer muitos erros era porque o emocional dele já estava fraquejando. Ou a criatura estava enlouquecendo e resolveu jogar tudo para o alto, ou estava se desesperando ao ver-se em um beco sem saída.

Por quase cinco anos Malfoy conseguiu iludir o Ministério. Não usava magia para não ser rastreado e estava sempre em movimento. Muitas das vezes pistas sobre ele eram dadas vindas da Irlanda ou Escócia. Outras até mesmo do continente. Ele era esperto e não queria ser pego, o que atestava ainda mais a sua culpa, o que era extremamente curioso.

Quando foi julgado como Comensal da Morte, Draco afirmou que não teve escolha, que foi obrigado a receber a Marca Negra para salvar a família. Harry testemunhou a favor dele pois havia presenciado o desespero do colega durante todo o sexto ano e a hesitação dele em matar Dumbledore. Narcisa também recebeu o seu testemunho pois havia lhe salvado a vida. Lucius, por esse Harry não pôde fazer nada. Não possuía nada favorável para dizer sobre o homem e as acusações sobre ele eram concretas e irrefutáveis.

Lucius não se importou. Na verdade até agradeceu a Potter por ao menos ter ajudado a poupar Draco e Narcisa da prisão.

Portanto, se Draco era inocente da morte da família, ele seria o primeiro a bater na porta do Ministério clamando tal fato. E não ter desaparecido antes mesmo que as chamas que consumiam a mansão se apagassem.

– Boa sorte então. - Ron desejou, desaparatando logo assim que entregou o arquivo a Harry.

Potter abriu a pasta, sendo prontamente cumprimentado pela foto de Astoria adolescente e que sorria e acenava para a câmera.

– Que segredos você esconde Astoria Greengrass? - logo depois de acenar, o sorriso de Astoria mudou para algo mais misterioso, como se ela escondesse um segredo, como se estivesse respondendo a Harry.

Potter fechou a pasta em um estalo e colocou sob o braço, desaparatando rumo a mansão Malfoy. Rumo ao que ele esperava serem respostas.


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