Eu estava tão aliviado que chorei. Quando vi Vanessa se aproximando eu comecei a pensar em várias coisas como e se ela dissesse não? e se ela dissesse sim, o que eu faria? e se ela sair de novo? Eu estava aflito, estava com medo.
Em meio ao meu medo, meu desejo de beijá-la quase falou mais forte. Se eu a tivesse beijado talvez ela tivesse saído de novo, talvez ela se magoasse. Mas não. Ela quem me beijou, e eu não posso falar que não gostei. Mas o que mais me deixou feliz foi a simples frase dela *Não vai dar um beijo na sua namorada?*.

Depois de nós anunciarmos oficialmente que estávamos namorando para meu irmão e Marina, eu e Vanessa combinamos de sair no dia seguinte, já que era um feriado. Pensei que Marina fosse dormir de novo na nossa casa, mas ela foi para sua casa.

Eu estava realmente feliz, meu irmão me parabenizou e nós fomos para casa juntos. Eu acho que agora não precisaríamos nos preocupar muito um com o outro, meu irmão estava em boas mãos e eu acho que eu também.
Me deitei na cama realmente feliz e adormeci mais rápido do que queria. Acordei com Pedro me chamando.
– Ei, dorminhoco, vai se atrasar para seu encontro! - Pedro estava com o dedo indicador na minha bochecha, como ele sempre me acordava. Desde que éramos pequenos ele me acorda assim, apertando minha bochecha com o dedo indicador.
– Ah, é mesmo. - Eu sentei com um pulo, o que fez pedro dar risada.
– Tente chegar antes das sete, mamãe disse que o papai vai chegar hoje e ela quer nossa ajuda para preparar a festa de boas vindas. - Ele falou como se aquilo fosse alguma coisa que nunca tinha acontecido antes, o nosso pai voltar de um trabalho depois de meses fora. Acontece que não era verdade, nosso pai vivia viajando por aí por causa do trabalho, sempre que ele chega fazemos uma festa.
– Estou louco para contar para o papai que estamos namorando.
– Então é melhor você chegar cedo, se não a mamãe faz isso por você - Nós dois rimos.
– Ei, Pedro, me ajuda a escolher minha roupa.
– Você ta parecendo uma menina. - Ele fez uma careta e pensou um pouco. - Não acho que eu vá te ajudar muita mas tudo bem.
Eu confesso, Pedro não ia me ajudar muito. Mas eu gostava da presença dele, me fazia ficar um pouco mais seguro.
– Pedro, você vai ficar aqui em casa, em pleno feriado?
– Você fala como se eu não fizesse isso a vida toda. - Ele fez careta para uma blusa que coloquei. - Mas não, eu vou conhecer os pais da Marina.
– Oh, que avanço! - Eu disse zoando ele um pouco.
– Ha ha, muito engraçado. - Eu ri.
– Bem, eu preciso ir! - Eu corri em direção as escadas. Já estava atrasado para o primeiro encontro? Grande começo!