Ela ficava tão fofa quando estava irritada que eu não conseguia parar de tentar irritá-la. Ela pode não ter acreditado em mim, mas eu adorei que ela me ajudou na lição mais cedo. Apesar de eu não ter entendido nada.
– Ei Pedro, eu preciso conversar com você! - Eu cochichei para Pedro durante a aula de Inglês.
– Quando essa aula acabar conversamos. - Fiquei o resto da aula ansioso para que ela acabasse, mais do que o normal. Eu queria falar para Pedro uma coisa importante que descobrira essa manhã, e eu queria contar para ele rápido.
A aula demorou mais do que o normal para acabar, quando finalmente acabou eu o puxei para o fundo da sala.
– O que foi Paulo? - Parecia que ele não queria estar ali. - Você parece sério.
Eu queria responder algo como "como se você se importasse" mais eu não queria demorar mais ainda para dar a notícia.
– Eu estou apaixonado! - Eu disse com uma voz séria.
– Ata, vou ligar para a mamãe e avisar. - Foi tudo o que ele me respondeu.
– Ei! - Fique bravo. - Estou falando com sério com você! Estou apaixonado e você não quer saber nem quem é?
– Eu já sei Paulo. - Ele olhou para mim. - Você disfarça muito mal! Até mesmo a Marina que não te conhece muito bem sabe.
– Então por quem é, sabidinho?
– Pela Vanessa. - Ele nem mesmo pensou antes de responder, como se já soubesse o que eu iria perguntar e a resposta estivesse pronta. - E, pelo que tudo indica, ela também gosta de você.
– Sério? - Eu me surpreendi com tudo aquilo.
– Talvez.
– Como você sabia? - Eu estava curioso. - Como você sabia que eu estava apaixonado? E pela Vanessa?
– Eu te conheço Paulo. Quando você a provocava, eu percebi que estava brincando. E também percebi que ficou bastante preocupado quando ela se irritou de verdade. Como se não quisesse que ela ficasse realmente brava com você.
Ta bom, meu irmão desde sempre me surpreendeu, mais ele tinha me surpreendido demais naquele dia. Como ele conseguiu deduzir tudo isso em alguns minutos que ele ficou comigo e Vanessa na biblioteca?
– Uau! - Foi tudo o que conseguir dizer.
– Essa foi fácil. - Ele exclamou com um pouco de orgulho. - Você já me deu mais trabalho. - Ele olhou para onde Marina estava - Posso ir agora? Queria conversar com ela antes que o professor entre na sala.
– Pode. - Eu sabia que ele realmente queria ir falar com ela, não queria prendê-lo.
Ele foi correndo até onde Marina estava. Eles conversaram um pouco. Fiquei feliz de vê-lo com uma namorada. Nunca pensei que Pedro poderia conseguir uma namorada antes de mim. Desviei meus olhos para onde Vanessa estava e percebi que ela estava olhando para mim, quando a olhei ela me chamou.
– Paulo, você tem alguma coisa para fazer depois da aula?
– Não, nada.
– Ah, quer ir para algum lugar comigo? - Fiquei feliz com o convite.
– Claro! - Eu dei um sorriso, que acho que era meio bobo, mas ela também sorriu. - Onde você quer ir?
– Não sei. A algum lugar que tenha comida, música e... - Ela fez uma pausa. - Só isso mesmo.
Ela iria dizer alguma outra coisa, não queria forçá-la a falar, mas estava curioso. Mesmo assim, não disse nada a respeito.
– Eu conheço uma lanchonete, lá tem alguns cantores de vez em quando. O lanche de lá é bom.
– Pode ser.
E com isso me sentei. Eu estava feliz e não conseguia tirar um sorriso do rosto.
– Você está bem? - Marina me perguntou quando Pedro foi até o banheiro. - Está sorrindo como um bobo alegre.
– Estou bem sim.
– Pedro me falou!
– O que?
– Que você gosta da Vanessa. - Ela fez parecer que era óbvio.
– Ah, era de se esperar. - Eu soltei um suspiro. - Eu estou feliz por causa dela.
Eu contei a Marina porque eu estava feliz. Pensei que poderia ganhar alguma coisa com o conselho de uma menina.
– Ah, eu acho que já sei qual era a terceira coisa que ela ia falar! - Ela sorriu.
– O que?
– Você! - E, de novo, ela fez parecer óbvio.
– Eu?
– É bobinho! O que mais seria?
– Pode ser.
– Não pode ser, é! - O tom de voz decidida me fez parar para pensar e acreditar que era eu mesmo.