Jily - How I met you escrita por ChrisGranger


Capítulo 29
De notícias a mistérios


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!!! Desculpe a demora, mas agora estou gostando de escrever capítulos maiores! O que vocês acham? Boa leitura...



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– Por que nós tínhamos que passar por isso de novo? - indagou Sirius, sussurrando para os amigos em baixo da capa de invisibilidade.

– Vai ver é porque o nosso professor quer roubar a espada de Godric Gryffindor - replicou Lílian, sarcasticamente.

– Gente, e se isso não servir para nada? Quem garante que o Oswell vai conversar hoje com o Riddle e eles revelarão todo o plano de como eles vão roubar a espada? - disse Belle, espremida entre Lílian e Sirius.

– Vamos ter que arriscar - sibilou Tiago, parando de repente.

– O que houve? - perguntou Sirius irritado, trombando com o amigo.

– Tem alguém vindo - respondeu Tiago, puxando o grupo para a parede mais próxima.

Os quatro encararam o corredor silencioso e escuro, e esperavam ver a qualquer momento algo deslizando ou caminhando em direção a eles.

– Ah, eu gostaria de fazer churrasco de todos aqueles pirralhos irritantes que gritam no meu ouvido o dia inteiro… - disse de repente, Pirraça, que deslizava próximo aos garotos, alheio ao que estava ocorrendo.

Depois do poltergeist se afastar do grupo, eles retornaram ao caminho em direção à sala do professor de DCAT. Porém, para sua decepção, a sala continha somente a presença das pequenas criaturas e objetos mágicos que faziam parte das aulas de DCAT.

– O que fazemos agora? - disse Belle, chateada.

– Espiamos ele, não precisamos de capa para isso - respondeu Sirius, emburrado.

Os outros concordaram e retornaram à sala comunal, sentindo-se derrotados.

– Isso não foi uma grande ideia… - disse Tiago, segurando sua capa de invisibilidade e sentando-se na poltrona de frente para a lareira.

– Agora vamos começar a vigiá-lo. Será mais arriscado, mas mais eficiente - replicou Sirius, com um sorrisinho maroto estampado nos lábios.

– Veremos… - disse Lílian, mais para si mesma do que para os outros.

***

– Ei, Belle! - chamou Thomas, confuso.

A garota nunca odiara tanto esconder algo de Thomas, assim, nos últimos dias, vinha se afastando cada vez mais do amigo. A verdade era que ela realmente não sabia se devia contá-lo que sabia o por quê do garoto ter sido expulso do time de quadribol. E isso nunca a machucara tanto.

– Belle, faça o que for, mas não o ignore… - sussurrou Lílian, quando Belle tentara fingir que não ouvira Thomas. - isso é… a pior coisa que você pode fazer.

Belle sabia que Lílian estava pensando em Abbey. Ela também pensava, e muito. Abbey se perdera há alguns dias, distanciando-se das duas e ignorando-as. E elas nem sabiam o por quê. “Assim como Thomas” pensou Belle, chateada.

– Sim? - disse Belle, virando-se hesitantemente em direção a Thomas.

O garoto segurou as mãos dela, olhando-a seriamente. Mal ele sabia o quanto aquilo fazia o coração de Belle acelerar cem vezes acima do normal.

– Isso é por causa da Andressa? Ela te contou alguma coisa? - disse Thomas, parecendo meio nervoso.

Belle quase havia esquecido do que Andressa havia lhe falado na reunião das casas. Que Thomas a havia beijado. Algumas vezes. Aquilo machucara Belle como se milhares de fagulhas tivessem sido enfiadas em seu coração.

– Amm… sim - respondeu ela, fingindo ser esse o motivo de seu repentino afastamento.

Thomas suspirara e parecera meio aborrecido.

– O que ela disse? - perguntou ele, encarando o chão.

– Thomas, olhe para mim. - pediu Belle, com um sorrisinho forçado no rosto. - Eu não me importo que você tenha beijado a Andressa ou várias outras garotas. Você teve uma vida antes de me conhecer.

Pelo olhar que Thomas a lançara, ele não havia acreditado realmente no que a garota dissera. Assim como ela mesma sabia que não era verdade.

– Obrigado por ser sincera comigo. - disse Thomas, vermelho de vergonha.

Belle assentiu e já estava prestes a se virar para o próximo corredor quando Thomas a chamou novamente.

– Belle! - disse ele, fazendo com que a garota se virasse novamente. - Eu só queria que você soubesse que… não significou nada. Ter beijado a Andressa.

Belle sorriu sentindo-se um pouco mais animada e afinal virou-se, ainda indecisa se deveria contá-lo ou não sobre o que descobrira.

***

Gorgeulous! - exclamou Tiago, apontando mais uma vez a varinha para Lucius que recebera o impacto do feitiço, fazendo-o se encher de feridas vermelhas.

Os garotos estavam brigando há cinco minutos, mas nenhum obtivera sucesso em acertar o outro, até que Tiago conseguira. Lucius saíra correndo gritando ameças ao garoto, porém somente o que Tiago fazia era rir.

Todavia ele logo se calou quando um apressado Augustus passara apressado pelo corredor. Tiago seguiu-o, tomando o cuidado de não ser visto pelo professor e se escondera numa pilastra próxima de onde este havia parado.

O professor verificara os bolsos, parecendo procurar algo. Tiago imaginara que fosse o espelho, porém o que vira o professor segurando era um pergaminho e uma pena. Ele apoiou o pergaminho numa das paredes do castelo e escrevera o que parecia ser o fim de uma carta. Tiago apertara os olhos tentando desvendar o que Augustus escrevia.

“Acredito que Dumbledore esteja fora este mesmo fim de semana e espero, com grande urgência, sua vitória milorde. Esperarei pelo senhor no…”

Augustus parara de escrever de repente e virou-se para trás, verificando sua suspeita. Tiago o encarava envergonhado e tentara disfarçar o que fazia, mexendo na mochila.

– Potter… - murmurou o professor, aproximando-se. - você tem alguma ideia do que se tratava a carta que eu escrevia?

– Humm… não - balbuciou Tiago, olhando nos olhos do professor.

Augustus parecera tremendamente chateado, e seus ombros desabaram.

– Poderia fazer o favor de me acompanhar até a minha sala? - indagou ele, segurando o ombro de Tiago já o direcionando ao quarto andar.

– Na verdade… eu tenho aula agora - replicou Tiago, tentando ler algo mais contido na carta que o professor segurava.

– Oh… não vai demorar - respondeu Oswell, abrindo a porta da sala.

Tiago segurava a varinha fortemente por debaixo das vestes e encarava o professor desconfiado.

– O que o senhor quer? - questionou Tiago.

Augustus o olhou de um modo meio tristonho e suspirou inconsolável.

– Alguém mais sabe? - perguntou ele, esperando que Tiago respondesse.

– Desculpe, professor eu não estou entendendo… - murmurou Tiago.

– Tiago, vamos pular a parte em que você finge não saber do que esse assunto se trata. - cortou-o Augustus, fechando a cara e erguendo a varinha. - Agora… alguém mais sabe?

Tiago aproximou-se do professor de um modo desafiador.

– Por que você está fazendo isso? - disse ele, deixando de lado as boas maneiras de se tratar um professor.

– Eu perguntei se alguém mais sabe, Potter, é uma pergunta bastante simples! - o professor já estava impaciente e elevava o tom de voz a cada segundo.

– Eu não me importo mais, professor! Eu não vou obedecer a alguém que se diz professor mas é um traidor! - exclamou Tiago ferozmente, fazendo com que o professor se aproximasse com raiva e segurasse a varinha bem no pescoço do garoto.

– Você não sabe do que isso se trata, Potter! Acha que eu quero fazer isso? Não… - replicou o professor, impacientemente. - mas agora me responda para facilitar as coisas! Alguém mais sabe?

Não! – mentiu Tiago, ainda segurando sua varinha por debaixo das vestes.

– Então eu sinto muitíssimo por ter de fazer isso, Potter… - concluiu o professor. - Obliviate...

Por um momento nada acontecera e Tiago continuara parado encarando o professor. Porém de repente, os olhos castanhos esverdeados do garoto perderam o foco e pareceram fitar o vazio. O garoto tombara no chão lentamente, ainda segurando a varinha.

Augustus encarou Tiago caído no chão e suspirou pesadamente. Seus olhos fecharam-se por um instante e logo em seguida, ele abriu a porta da sala, trancando-a atrás de si.

Depois de alguns segundos, Tiago levantou-se de um salto e correu em direção à mesa da professor, onde este havia deixado a carta acidentalmente. O garoto esboçou um sorriso maroto.

– Ninguém apaga a memória de Tiago Potter - disse ele para si mesmo, destrancando a porta da sala de DCAT “Alohomora” e correndo ligeiramente pelo corredor à procura dos amigos.

***

Milorde,

espero sua misericórdia diante do demasiado tempo em que levei para alcançar o que o senhor prezava. Mas aqui, nesta carta, contém a situação perfeita para roubar o tão precioso objeto pertencente atualmente a Dumbledore. Acredito que o diretor esteja fora no mês que vem, e espero, com grande urgência, sua vitória milorde. Revelarei meus planos para o senhor o mais rápido possível. Esperarei pelo senhor no…”

– No… - repetiu Sirius, referindo-se ao final incerto da carta em suas mãos.

Tiago balançou a cabeça fitando o grupo, esperando alguma sugestão.

– No mês que vem? - disse Lílian, arregalando os olhos.

– Parere que eles não perderam tempo. - concluiu Remus, suspirando. - Temos que impedi-los.

Os garotos se entreolharam com a mesma pergunta no olhar “Como?”

– Concordo, mas nós nem sabemos onde o Oswell quer encontrar o Riddle! E nem quando! - disse Belle.

– Vamos descobrir! - disseram em uníssono Tiago e Lílian.

– Mas não podemos arriscar que aconteça o que aconteceu com o Tiago. Nenhum de nós aprendeu ainda o feitiço básico de proteção contra feitiços, além dele. - ponderou Remus.

– O meu pai garantiu que eu soubesse pelo menos me defender! - protestou Tiago, rindo. - Além de me ensinar umas azarações iradas!

– Mas como você conseguiu convencê-lo de que tinha realmente esquecido de tudo? - indagou Lílian, abismada.

– Essa parte foi mais difícil… eu soube na hora que ele iria me lançar algum feitiço avançado. Então, tive que fazer o feitiço de proteção correndo. Quando percebi que o feitiço era o de apagar memórias, imaginei-me fingindo não saber quem eu era. Fiquei morrendo de vontade de rir. Então, fingi que desmaiei. Bem mais fácil - contou Tiago, sorrindo convencido.

Os outros riram diante da narração do garoto, porém logo se calaram. Eles não faziam ideia do que fazer.

– Continuaremos vigiando? Tentar descobrir algo mais? - sugeriu Pedro, quase se entregando ao sono naquela hora da noite.

– Isso é entediante… mas sim, parece que é o jeito de descobrirmos algo - respondeu Sirius.

– Não! Não mais… se Oswell me vir de novo, talvez eu não consiga escapar. Temos de bolar uma nova tática. Temos que jogar sujo - disse Tiago, com os olhos desafiadores.

– Que péssima gíria! - repreendeu Lílian.

– Nós não podemos deixá-lo sozinho em nenhum momento mais, Tiago. - disse Remus, fazendo uma careta.

– O que significa que você tem novas babás! - exclamou Sirius, apesar de parecer bem desgostoso diante da ideia.

– De jeito nenhum - discordou Tiago, balançando a cabeça.

– Isso eu tenho que concordar com o Potter… de jeito nenhum de eu ficar do lado dele, montando guarda o dia inteiro! - protestou Lílian.

– Eu não me importo muito se você fizer isso, foguinho - replicou Tiago, com um sorriso maroto estampado nos lábios.

Lílian dera-lhe uma cotovelada com o rosto avermelhado e emitira um muxoxo.

– Pessoal! É o único jeito de descobrirmos alguma coisa e de nos protegermos ao mesmo tempo! - retrucou Remus, tentando-os convencer do que pensava.

– Mas… - começou Belle, tentando encontrar alguma outra saída.

– Podemos fazer isso galera! - incentivou-os Remus.

Tiago soltou um profundo suspiro e enterrou a cabeça nas mãos.

– Eu não acredito que eu vou dizer isso mas… você está certo, Remus - disse Tiago, cedendo à ideia do amigo.

– Ótimo… e vamos precisar de algo mais. Tiago, você tem que fingir que esqueceu de tudo - completou Remus, já esperando pela reação que o amigo demonstrou.

– Isso não! Eu nunca vou fingir que ele venceu! - protestou Tiago, levantando-se da poltrona da sala comunal e andando em círculos.

– Você não só vai fingir, mas vai falar com ele! - disse Remus, quase rindo diante da expressão de incredulidade do amigo.

– O que você acha que eu vou falar, Lupino? - perguntou Tiago, indignado.

– Você vai perguntar se ele sabe como você veio parar na sala dele hoje - respondeu Remus, prontamente.

– É perfeito! Assim vai parecer mesmo que o Tiago perdeu a memória! - murmurou Pedro, acordando por um breve instante de seu cochilo.

– Não tem absolutamente nenhuma chance de eu fazer isso! - disse Tiago, amargurado.

– Potter, se quer tornar isso real, terá que se esforçar. Temos que deter o professor, antes que seja tarde demais! - ponderou Lílian.

– Exato… assim descobriremos mais rapidamente o que o professor está planejando! Sem parecermos suspeitos! - acrescentou Belle.

– Ah, claro… nem um pouco suspeitos um bando de alunos andando em grupos seguindo um professor pelos corredores - disse Tiago, ainda irritado. -, acho que já podemos nos entregar para Oswell e Riddle desse jeito!

– Vamos tomar cuidado… agora, pare de ser um idiota - provocou Sirius, rindo da cara de Tiago. -, vamos acabar com aquele professorzinho…

***

– Posso falar com o senhor, professor? - indagou Tiago, aproximando-se do professor com grande dificuldade. Cada partícula de seu corpo se negava a fazer aquilo. Ele não queria que Oswell tivesse a sensação de que ganhara.

O professor o fitou por um tempo, quase como se estivesse lendo a mente do garoto, desvendando tudo o que ele estava pensando no momento.

– Claro, Potter - respondeu o professor friamente. - O que foi?

– Hum… eu acordei ontem nessa sala no meio da tarde. Eu não faço… ideia de como vim parar aqui. A porta estava trancada - Tiago parou nesse ponto da narrativa, quando sentiu suas mãos tremerem de raiva e seu olhar ferver enquanto fitava o professor. - e eu só queria saber se o senhor sabia de algo.

– Não, receio que não tenho ideia de como você veio parar aqui, Potter - respondeu o professor energicamente, parecendo não ter notado a frustração de Tiago.

– Ah, claro! - murmurou Tiago. - Quero dizer… ok. Eu devo ter sido atingido por… algum aluno idiota.

O professor não estava mais olhando para ele, e Tiago virou-se para sair sem pronunciar mais nenhuma palavra. Sirius e Remus o esperavam no corredor, como haviam combinado noite passada.

– O que ele disse? - perguntou Remus, meio nervoso.

– “Ah, eu não faço ideia, Potter!” - reclamou Tiago, sem se importar com seu tom de voz. - Traidor…

– Conseguiu descobrir alguma coisa? - indagou Sirius, acompanhando com os olhos uma garota morena com um olhar malicioso que passava próxima aos garotos.

– Não… - respondeu Tiago, desanimado. - ele não iria se arriscar novamente.

Eles se encaminharam para o Salão Principal, pensando acima de tudo no que um grupo de garotos de onze anos poderiam fazer para deter um professor de defesa contra as artes das trevas preparado para roubar a espada de Gryffindor.

***

– Está bem… abra! - disse Lílian sorridente, retirando suas mãos dos olhos de Zac.

Zac ficara pasmo e encarava Lílian como se ela fosse louca. Em frente a eles, uma pilha de livros embrulhados descansava sob uma mesa da biblioteca.

– O que é isso? - perguntou ele, embasbacado.

– Seu presente de aniversário! - exclamou Lílian, se direcionando animada para a pilha de livros. - Todos esses livros são maravilhosos! Eu já li todos e tenho cópia de cada um deles. Então eu os juntei e decidi te dar!
Zac ainda estava chocado. Ele não sabia o que dizer e fitava Lílian, que parecia estar mais animada do que nunca.

– Líly… - começou ele, roucamente. - eu não mereço isso.

– É claro que merece! Você sempre foi tão bom comigo… e com todos. Seu coração é tão puro! - disse Lílian, puxando Zac para perto dos livros.

Porém Zac ainda estava paralisado no lugar, sem saber o que dizer. Mas o garoto não disse nada. Em vez disso, ele puxou Lílian para perto de si e sorriu. Seus olhos azuis profundos a fitavam como se quisesse dizer mil e uma coisas mas somente o que ele fez foi se inclinar e lhe depositar um rápido selinho nos lábios.

Lílian sentira milhares de pancadas de seu coração preenchendo-a com a mais pura felicidade. Nunca sentira-se tão feliz de estar com Zac. Seu rosto ruborizara-se e ela deu uma risadinha sem graça. Zac se afastou rapidamente como se nada tivesse acontecido e começara a prestar atenção em seus novos livros.

– Tempos Antigos… - leu ele em voz alta, examinando um deles. Lílian se aproximou do garoto e decidiu entrar em seu jogo. Fingir que nada aconteceu.

***

– O que foi que aconteceu? - gritou Belle, aproximando-se saltitante de Lílian.

Lílian passara o resto do dia na sala comunal, estudando como nunca estudara na vida, para os exames que se aproximavam. Porém a garota não obtivera muito sucesso no requisito a se concentrar. Seus pensamentos desviavam-se todas as vezes que tentava realizar um feitiço para aquela mesma tarde na biblioteca. Quando sentira os suaves lábios de Zac encostando-se nos dela.

– Hã? - disse Lílian, levantando a cabeça de um dos livros.

– Não finga que não sabe do que eu estou falando, Líly! - ralhou Belle, sentando-se do lado da amiga.

– Eu realmente não sei do que você está falando… - murmurou Lílian.

– Você e o Zac… se beijaram! - disse Belle, com os olhos arregalados de malícia.

Lílian ficara pasma. Ela gaguejou por uns instantes até conseguir formular uma frase.

– Quem te contou? - indagou ela, com o rosto vermelho de vergonha.

– Pelo que eu entendi, a Andressa viu e espalhou para toda a escola - contou Belle, sem nem mesmo lembrar-se de fazer uma careta ao pronunciar o nome da garota.

Lílian afundou-se em sua cadeira, totalmente envergonhada.

– A Miandra deve estar planejando nesse exato momento um modo de me estrangular - disse Lílian, com os olhos fixos num ponto da sala comunal.

– Quem liga para ela? - começou Belle, fazendo um gesto displicente. - Eu quero saber como foi!

– Na verdade nós não nos… beijamos. Foi só um estalinho - contou Lílian, ainda encarando o vazio.

Belle deixara os ombros tombarem e ela esboçara uma careta.

– Um estalinho? - balbuciou ela, agitando Lílian de um lado para o outro. - Como assim?

– Bem… eu ainda não beijei ninguém do outro modo – disse Lílian encabulada.

– Ah… eu também não. Mas por que não hoje? Com o Zac? - indagou Belle, com o sorriso ainda estampado no rosto.

– Belle não importa! Foi assim e pronto. - concluiu Lílian, com um sorrisinho. - E foi incrível.

***

– Olá Tiago… - disse Jane, aproximando-se do garoto.

– Jane! Oi… - respondeu Tiago, com um sorriso maroto nos lábios.

A garota parecia bastante satisfeita e um sorriso não abandonava seu rosto.

– Soube das últimas notícias? - perguntou ela.

Tiago franziu o cenho e estreitou os olhos.

– Amm… o Snape foi para o terceiro andar? Eu achava que ele não iria acreditar na armadi…

– Não, não tem nada a ver com o Snape! - disse Jane, fazendo uma careta. - Tem a ver com a Evans e com aquele capitão do time da Corvinal!

Tiago ergueu as sobrancelhas e esboçou um sorrisinho nervoso.

– O que têm eles? - indagou ele, cruzando os braços.

– Hoje é aniversário do Zac. Pelo que eu entendi, os dois ficaram se agarrando na biblioteca a tarde toda - comentou Jane, com um sorriso do tamanho do mundo.

Tiago arregalou os olhos e ficou vermelho.

– Ahh… - murmurou ele, chocado. - ok.

O quê? – esganiçou Jane, segurando os braços de Tiago. - Só “ok”?

– Ora, quem liga? - questionou ele, dando de ombros e esboçando um sorriso forçado.

Tiago deu uma leve empurrada em Jane e aproximou seu rosto do dela, beijando-a com fervor. Sua mente não conseguia esquecer ou desviar-se de outra coisa que não fosse o que Jane acabara de lhe contar. Sua raiva aumentava a cada segundo que passava ao lado da garota. Jane o puxava para perto de si, agarrando seus cabelos castanhos rebeldes. Tiago arfava mas não parava nem hesitava nem por um segundo.

– Você parece estar muito bravo hoje - sussurrou Jane, quando os dois se separaram por um breve instante para recuperar o ar.

– Você não faz ideia… - disse Tiago, balançando a cabeça com o rosto coberto de suor. Seu estômago revirava com a ideia de Lílian e Zac juntos na biblioteca. Tudo o que o garoto queria fazer naquele momento era lançar mil e uma azarações em Zac. Pois aquela era de longe, a pior sensação que Tiago já sentira na vida. A sensação de perder.

***

Antes de revelar a senha para a Mulher Gorda, Tiago aproximou-se de uma parede a a chutou com a maior força que podia. Sentiu seu rosto tingir-se de vermelho e suspirou, murmurando a senha para entrar na sala.

Porém quem quer que o visse naquele momento, não imaginaria que Tiago acabara de sentir-se como um perdedor. Seu rosto estava levantando e ele carregava um sorriso maroto nos lábios como se tivesse acabado de receber a notícia de que ganhara uma nova vassoura.

Todos o encaravam como se ele fosse uma bomba que iria explodir a qualquer momento. Os poucos que não olhavam Tiago, olhavam para a garota ruiva encolhida numa mesa qualquer com o rosto tombado nos livros. Esta não via a grande tensão da sala comunal, pois seus olhos fechados descansavam tranquilamente nos seus pergaminhos soltos.

– Tiago - chamou Sirius, despertando o garoto que passara os últimos segundos encarando Lílian como se ela tivesse cometido o maior pecado de sua vida.

Tiago se apressou em sentar-se em uma das poltronas tranquilamente.

– Hã? - disse ele, com um sorriso ainda estampado em seu rosto.

– Descobriu alguma coisa? - perguntou Remus, erguendo as sobrancelhas.

– Hã? - repetiu Tiago, confuso. - Do que vocês estão falando?

– Acorda para a vida, Lupino! - zombou Sirius, rindo. - Isso é tudo por causa da Evans…

Tiago riu de desdém.

– Você acha? - perguntou Tiago, olhando nos olhos de cada um dos seus amigos.

– Com certeza - disseram em uníssono Sirius, Remus e Pedro.

– Bem, vocês estão enganados - concluiu Tiago, espreguiçando-se. - e não, eu não descobri nada do Oswell.

– Oi gente - disse Belle, sentando-se ao lado dos garotos. - Vi o Oswell hoje na sala de poções. Só ele estava lá.

Os amigos aprumaram-se nas poltronas e fitaram a garota curiosos.

– O que ele estava fazendo lá? - questionou Sirius, pensativo.

Belle deu de ombros e estreitou os olhos.

– Na verdade… eu consegui ver de relance alguns itens que ele estava coletando. Hemeróbios, sanguessugas, descurainia, sanguinária… conhecem algo desse tipo?

Os garotos pensaram por alguns segundos e balançaram a cabeça.

– Acho que eu sei o que é! - disse Lílian, fazendo com que todos pulassem de susto. A garota sentou-se defronte a eles. Tiago ficou tenso e paralisou-se no lugar onde estava.

– Olha quem acordou… - murmurou ele, vermelho.

– Mesmo? - indagou Belle para a amiga, curiosa.

– Eu já li um livro da biblioteca que diz sobre as poções mais complicadas e engenhosas que alguém pode fazer - disse Lílian, empolgada. - e eu acho… que o professor quer fazer uma Poção Polissuco.

Tiago entreabrira a boca de surpresa.

– Essa poção é incrível! Meu pai me fala sobre ela o tempo todo. Um monte de bruxos das trevas costumam usá-la! - disse Tiago, animado.

– O que ela faz? - perguntou Pedro, confuso.

– Transforma você em outra pessoa - explicou Remus.

– Ahh… legal - disse Pedro, esboçando um careta.

– O que o Oswell iria querer com a Poção Polissuco? - questionou Belle, transtornada.

– Eu não sei… - murmurou Tiago, pensativo. - mas temos que descobrir se é para ele ou para o Riddle.




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Notas finais do capítulo

Gostaram? Beijinhos!