O Roderich tinha um dom para a musica, mas isso só foi possível com prática... E muita paixão.

Uma paixão tão ardente que até podia ser considerada exagerada.

Mas ninguém sabia dessa paixão. Talvez se alguém soubesse, seria pela linguagem da musica. Ele está constantemente a falar pelo piano mas ninguém percebia disso.

Ele lembrava-se da primeira nota que aprendeu, foi o Sol. Por ironia, o Sol estava escondido entre as nuvens e ele estava triste... Tinha partido as pernas e teria ser ajudado por uma cadeira de rodas. Mas, ao ouvir o som agradável daquela nota, apaixonou-se e começou a aprender.

Ficou guardada em sua mente os timbres, os acordes, os sons das notas e o som particular de cada instrumento.

Mesmo após de recuperar a locomoção, continuaria a tocar, até chegar à perfeição, se tal coisa existir. Ele só queria tocar com tudo que tinha. Para ele, aquilo era um casamento.

Naquele momento, ele estaria a tocar em seu bendito piano uma composição de Mozart. Ele tocava com exactidão e perícia. No fim, foi aplaudido pela Elizabeta.

– Parabéns, Roderich! Foi maravilhoso como sempre!

– Obrigado Elizabeta.- ajeitou os óculos, um pouco corado.

A Elizabeta pediu licença e saiu. O que ela iria fazer?