Isto não é mais um romance água-com-açúcar escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 9
Ciumeira?




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Após encher a barriga com um lamen, Gintoki deixou no balcão as moedas contadas do valor da comida. Precisava economizar pra não ficar nem sem seu leite de morango e nem sem sua nova Jump. Dali seguiu seu caminho agora para uma loja de conveniência, nela adentrando para fazer sua compra habitual. Além disso, compraria alguns mantimentos, já que morar com uma menina esfomeada não era lá muito fácil.

Conviver com Kagura era como se convivesse com um saiyajin de Dragon Ball. Tanto os Yatos como os Saiyajins eram sacos sem fundo ambulantes.

Quando entrou lá, o Yorozuya teve a sensação de que estava sendo seguido. Por que sentia isso agora? Era estranho, depois de estar tão acostumado a ser stalkeado dia e noite por aquela ninja quatro-olhos sadomasoquista.

Estava imaginando coisas, só pode! Estava acostumado, pra que essa sensação idiota tinha que aparecer?

Ah, claro, isso aparecia quando estava próximo de alguma mulher. Era como se alguém o seguisse para saber com quem ele estava andando. Era como se um par de óculos o espionasse, prestes a dar sua investida.

Pra que ficar tão tenso? Era simples dispensar aquela doida varrida... Era só dizer que estava de caso com Tsukuyo, coisa que de fato estava acontecendo.

Bem, realmente não era um namoro propriamente dito, estava mais para um caso, uma ficada. Estava apenas dando uma chance para a loira. Melhor, estava abrindo a sua guarda. Começava a se sentir balançado por aquela mulher, e isso era perigoso para a sua integridade física.

Começou a procurar por um exemplar da Jump ali na prateleira das revistas, porém foi surpreendido por alguém que o atacou e não permitiu que ele concluísse seu intento.

— EI, O QUE É ISSO?! – perguntou surpreendido quando estava caindo no chão.

*

Tsukuyo saiu de Yoshiwara para comprar algumas coisas para Hinowa, principalmente por sua amiga ter pedido com tanto jeito para que ela lhe fizesse esse favor. Chegou à loja de conveniência em Kabuki, enquanto o céu começava a ser encoberto por nuvens cinzentas carregadas.

A porta de vidro da loja se abriu e ela entrou ali, com uma pequena lista em mãos. Não era muito de fazer aquilo, mas de vez em quando era necessário, afinal, mantimentos eram essenciais.

Com a cesta de compras já com alguns produtos dentro, ela se aproximou da prateleira de revistas, a fim de encontrar ali alguma revista de culinária. Hinowa queria sempre inovar no bento de Seita. No entanto, a cena que encontrara ali não era a que queria encontrar.

— Gin-to-ki...! – ela rugiu baixinho.

O Yorozuya estava caído no chão, procurando afastar Sacchan de sua cara. Ela tentava a todo custo beijá-lo após cair bem em cima dele. Ela estava quase nua, coberta apenas com capas de revistas e literalmente por cima do albino. Ele tentava em vão botar a mão na boca da kunoichi de óculos para evitar que ela o beijasse.

Por mais que tentasse escapar das investidas de Sacchan, esta conseguiu tascar um beijão nele que, por fim, conseguiu sair dali. Apoiou-se numa parede e tentou retomar o fôlego, além de cuspir aquele sabor ruim de sadomasoquismo que havia invadido sua boca.

O rosto de Tsukuyo assumiu um tom escarlate bastante violento quando Gintoki deu de cara com ela. Há quanto tempo ela estava lá? Será que tinha visto o que lhe acontecera? E... A pergunta que não queria calar...

... Estava ferrado?

Tsukuyo chegou perto dele e agarrou sua camisa, ao mesmo tempo em que chutou Sacchan para longe, com a cara enfiada num buraco na parede, resultante do impacto do golpe. Gintoki engoliu seco, pois via ali um sério risco à sua integridade física. E sua pergunta estava respondida.

Sim, estava completamente ferrado... Principalmente após tomar um bom tabefe.

— D-Desde que hora você tava por aqui...? – Gintoki perguntou desconcertado e já sabendo a resposta.

— Desde a hora que te vi aos beijos com aquela quatro-olhos!

— Peraí, eu nem a beijei!

— Se me vier com desculpa de “beijo técnico”, saiba que isso não cola comigo!

— Do que você tá falando, sua maluca?

— Não se faça de desentendido, Gintoki! Eu sei que você não é burro!

— É claro que não! E eu não beijei aquela louca, você viu que foi ela quem me agarrou, não viu?

— Eu apenas vi os dois ali juntos!

— E pra que você fica com esse ciúme todo? Eu não tenho nada com você! Nem somos ficantes ou temos caso, muito menos somos namorados!

A loira simplesmente largou a camisa do Yorozuya e ficou cabisbaixa. Ele tinha razão... Ele não tinha nada com ela, ela é quem o atacara sem o consentimento dele!

— Eu... Eu já entendi... – Tsukuyo murmurou sem olhar para Gintoki.

Ela se afastou dali pisando duro e largando ali a cesta das compras que fazia. E só restou ao albino acompanhá-la com o olhar.

*

Seu olhar estava perdido em meio à abundante chuva que caía ali em Kabuki. Estúpido! Estúpido! Sentia-se um completo estúpido! Por que não se defendeu das acusações que recebia? Parecia que ele era um tremendo mulherengo – coisa que ele não era.

Que culpa ele tinha de uma stalker ensandecida cair em cima dele e ainda numa posição tão imprópria? E desde quando Tsukuyo era ciumenta?

Nada disso o fazia tirar da cabeça que era um completo idiota. Saíra de cabeça quente dali e não ligou por estar encharcado pela água da chuva. Falar que ele não tinha nada com ela fora a pior coisa que já fizera, mesmo tendo alguma razão

Por que relacionamentos desse tipo tinham que ser tão complicados? Talvez porque essa fosse a graça de algo assim. Simplesmente pegar uma mulher e levá-la pra cama não tinha lá muita graça. Não que isso fosse ruim, mas não era isso que Gintoki queria com Tsukuyo. Ela era diferente. Ainda tinha seus pudores, era ainda uma mulher que não baixava a guarda facilmente.

Melhor ir pra casa mesmo e descansar. Sozinho.

Shinpachi já estava em casa junto com a irmã, e Kagura fora passar a noite numa festa de pijama promovida por Soyo-Hime.

Sentia-se um idiota. O que ele chamava de “dar uma chance” agora havia virado um “eu agora tô caidaço por ela e mesmo assim tomei um bom tabefe sem fazer nada errado”.

Como era frustrante! Por isso que não ficava correndo atrás de mulheres como cachorro quando via uma cadela no cio.

Melhor ir pra casa mesmo e curtir uma fossa. No entanto, ouviu uma voz lhe chamar:

— Gintoki!

Olhou para trás. O que Tsukuyo queria com ele, depois de tudo?


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