Isto não é mais um romance água-com-açúcar escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 5
Uma fugitiva




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— Ei, o que é que tá acontecendo? – Shinpachi perguntou assustado. – O que é que deu na Sacchan-san?

— Ela estragou tudo. – Kagura disse aborrecida. – Bem na hora que os dois iam se beijar!

— Parece que temos um triângulo amoroso surgindo. – Hinowa falou.

— Esse triângulo amoroso dá é medo... – o garoto de óculos opinou. – Porque é uma questão de sobrevivência para o Gin-san... Ainda mais com a Sacchan-san em “Modo S”.

*

“EEEEI, O QUE TÁ ACONTECENDO AQUI??”, Gintoki berrava aterrorizado em pensamento. “O que aconteceu com essa quatro-olhos doida varrida?”

Sacchan ainda tinha, por trás de si, uma aura medonha. Tão medonha, que assustava o destemido Shiroyasha. Não era pra menos, porque Sacchan lhe apontava de forma ameaçadora outra kunai.

O pobre Yorozuya não sabia o que fazer. Aliás, ele nem imaginava que aquela stalker míope seria capaz de aparecer em Modo S. Só conhecia perfeitamente o Modo M da criatura.

Sacchan desviou seu olhar assassino para Tsukuyo, que não se intimidou. Ela não iria deixar que aquela quatro-olhos ridícula atrapalhasse ainda mais do que já tinha atrapalhado o clima que fora construído entre ela e Gintoki.

As duas kunoichis se encaravam, ambas com kunais nas mãos. Pelos cálculos de Gintoki, esse triângulo amoroso iria se tornar muito perigoso... Para ele.

O que ele podia fazer? Como reagir? Como evitar o confronto das duas mulheres e evitar que as kunais voem para todos os lados, principalmente para sua testa?

Nisso, a porta logo atrás de Sacchan cedeu, derrubando-a e fazendo seus óculos caírem longe. E, em cima da kunoichi de cabelos violeta, caíram Shinpachi, Kagura e Seita. Gintoki e Tsukuyo logo perceberam que desde o começo eles eram espionados.

Sacchan se rastejou de debaixo da porta caída, à procura dos óculos. Ela era persistente. Arrastou-se até pegar os óculos e agarrar o pé de Gintoki.

— Eu não vou largar você tão fácil! – ela disse.

O Yorozuya tentou fazê-la largar dele, sacudindo o pé, mas ela não largava de jeito nenhum. E, pra piorar, ela voltara ao Modo M, de masoquista. Ela estava é gostando de ser enxotada. E isso, apesar do aborrecimento causado ao Yorozuya, acabou com qualquer possibilidade de uma confusão ainda maior.

Agora o desafio era fazer a ninja míope se desgrudar do pé, já que estava de volta ao Modo Masoquista. Porém, esse era o tipo de arte que Gintoki dominava. De uma forma ou outra, ele conseguiria se livrar da maluca.

*

Caía a noite quando o Trio Yorozuya passava pelas ruas de Yoshiwara. Gintoki, Shinpachi e Kagura haviam ajudado a fazer uma senhora faxina em uma das lojas de lá e conseguiram um bom pagamento por isso.

A armação de Kagura tivera dois bons resultados. O financeiro, graças a um serviço de última hora, e o “amoroso”, por assim dizer, para o líder do trio. Claro que teve ali uma quebra de clima que atrapalhou muita coisa, mas percebera um avanço significativo no que se referia a ele e Tsukuyo.

Ela não era um monstro como tudo indicava a princípio. Era apenas uma mulher que abrira mão de agir como tal para proteger aquilo que prezava... E que, de alguma forma, ele a ajudara a se “libertar” desse fardo.

Além do mais, pegar na mão dela sem apanhar já fora um grande avanço. Claro que queria mais, queria que aquele beijo tivesse acontecido, mas infelizmente não ocorrera.

Mas, tudo bem, ele procuraria ter paciência. Afinal, também já fazia tempo que ele não se envolvia com uma mulher assim. Uns anos, talvez? Não sabia ao certo. Atualmente era considerado um fracasso nesse sentido, mas com as mulheres que fazem parte de seu círculo de convivência... Realmente as chances de algum sucesso no que se refere a envolvimento amoroso eram ínfimas.

Estivera por tanto tempo na seca que se sentia um Shinpachi da vida. Sentia-se quase um nerd virgem. Mas, para sua sorte, estava revertendo esse quadro.

Seus pensamentos foram interrompidos quando viu uma figura cambaleante vindo em sua direção, já quase indo ao chão. Instintivamente, evitou sua queda.

— Por favor, me ajude... – era o sussurro exausto da pessoa que Gintoki segurara. Era uma mulher bastante ferida, que acabava de desmaiar, não dando tempo para ele perguntar absolutamente nada.

*

Os olhos verdes se abriram pouco a pouco, acostumando-se à claridade. Estranhou o local onde estava, pois não era um lugar de seu costume.

— Gin-chan, ela acordou. – uma menina ruiva, de pele pálida e olhos azuis avisou.

A mulher, de cabelos castanhos e olhos verdes, acabava de emergir da inconsciência que a tomara, logo que caiu nos braços de um homem de cabelo prateado, junto do qual estava aquela garota ruiva. Onde estava? Que lugar era aquele?

Nisso, ela viu aquele homem de cabelos prateados se aproximar dela, junto com uma mulher loira com uma cicatriz no rosto, que perguntou:

— Está melhor?

— Mais ou menos. – ela disse. – Meu corpo ainda está dolorido. Mas obrigada por se preocupar.

— Agradeça ao Salvador de Yoshiwara. – Tsukuyo apontou para Gintoki. – Foi ele que te trouxe aqui.

A mulher ficou surpresa:

— Ele é o famoso “Salvador de Yoshiwara”?

— Aham.

— Eu pensei que ele tivesse um cabelo melhor e um olhar mais atraente.

— Mas ele é forte e habilidoso, é isso o que importa.

— Ei, ei... – Gintoki interrompeu a “conversa de comadres”. – Em vez de ficarem queimando o meu filme, que tal a gente perguntar o que aconteceu?

— Certo, certo. – a loira cedeu. – Bem, para começar, qual o seu nome?

— Meu nome é Watanabe Miwa.

— O que houve com você para aparecer tão ferida?

— Eu fugi de uma quadrilha de traficantes de mulheres. Eles... Eles nos raptam para nos vender para Amantos...! – Miwa começava a ir às lágrimas. – Me leiloaram, e um alienígena horrendo me arrematou e me queria como escrava, para fazer de mim o que bem entendesse... Mas eu não quero... Quero ficar aqui...! Não quero ser escrava...! Quando tentei fugir pela primeira vez, me espancaram como punição! Depois disso, consegui fugir e encontrei ajuda... A ajuda de vocês! Por favor, não digam a eles que eu estou aqui! Há muitas outras mulheres que estão na mesma situação que a minha, mas não tiveram a mesma sorte!

— Miwa-san, se acalme. – Shinpachi deu a ela um copo de água com açúcar. – Ninguém aqui vai te entregar.

— Não?

— Não. – Tsukuyo confirmou. – Aliás, como protetora de Yoshiwara, eu me sinto no dever de descobrir quem está fazendo isso e evitar que mais mulheres sofram.

— Mas os Amantos são muito fortes, você está vendo o que eles me fizeram...!

— Eu sei. Mas tenho a Hyakka do meu lado. E também...

Olhou para Gintoki e perguntou:

— Gintoki, posso contar com a sua ajuda?


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