Isto não é mais um romance água-com-açúcar escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 21
Brincadeiras adultas sempre chamam a atenção da cegonha




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Com os primeiros raios de sol, Tsukuyo despertou ainda tomada pelo sono. Já fazia alguns dias que se sentia assim, mais sonolenta do que o normal. Dava ainda mais trabalho do que antes acordar, já que não tinha tanta preguiça normalmente. Mas também não acreditava ter adquirido essa preguiça toda das diversas noites (e que noites!) que passou com Gintoki.

Incrível como eles conseguiam dar uma escapadinha para se saciarem. Nos últimos dias os dois estavam num fogo danado, que não se apagava de jeito nenhum... Mas quem disse que eles queriam que esse “fogo”, chamado “paixão ardente”, acabasse?

Levantou-se do seu futon, sentindo seu corpo bastante pesado. Em seguida, teve a sensação de que tudo começava a girar. Fechou os olhos, procurando se firmar em pé, para ver se passava a vertigem. Logo que a tontura deu uma passada, trocou-se e foi até a loja de Hinowa, que percebeu que havia algo diferente com a loira.

— Tsukuyo, posso conversar com você? – a morena perguntou.

— Ah, claro, Hinowa. É sobre o quê?

— É que hoje eu tenho a impressão de que você está meio diferente.

— Bem, é que eu acordei meio tonta hoje. Até tenho um pouco de medo de não ter condição de fazer a minha ronda.

— Já tem uns dias que você está diferente. É por causa do Gin-san, não é?

A kunoichi enrubesceu:

— Bem... De certa forma, sim, Hinowa. Acho que estamos muito bem, sabe?

E cochichou:

— Aqui entre nós, o Gintoki é de tirar o fôlego...!

— Eu imagino. Não é pra menos que você dá umas “fugidinhas”.

— Espera...! Você sabia o tempo todo...?

— Eu tenho um sono leve, esqueceu? – Hinowa deu uma piscadinha. – Vamos tomar um chá?

— Não, obrigada. Hoje eu acordei meio indisposta.

Tsukuyo fez menção de se levantar para começar a sua primeira ronda do dia com as mulheres da Hyakka, porém sentiu que a vertigem voltava com força. Voltou a se sentar, sob o olhar preocupado de sua amiga, que se aproximou dela com a cadeira de rodas e perguntou:

— Tsukuyo, o que houve?

A loira fechou os olhos e respirou fundo. Inspirava e expirava o ar lentamente por suas narinas. O que estava acontecendo com ela? Estaria doente? Sentiu o seu estômago começar a se revirar. Eram sintomas estranhos a ela, aparecendo assim. Devido à sua intolerância total ao álcool, ela raramente bebia. Não se recordava de ter bebido recentemente pra justificar uma possível ressaca.

— Não se preocupe... – ela respondeu abrindo lentamente os olhos. – Já estou melhor. Acho que foi apenas um mal-estar.

Logo que ela disse isso, sentiu seu estômago revirar ainda mais. Levou a mão à boca e saiu correndo até o banheiro. Nisso, o garoto Seita apareceu e perguntou a Hinowa:

— O que a Tsukuyo-nee tem, pra ela estar vomitando tanto?

— Hm... Eu tenho uma leve suspeita, Seita...

*

Gintoki trabalhava como um louco. Ultimamente estava mais disposto do que o normal, para estranhamento de Shinpachi e Kagura. Ele estava animado demais.

Não, ele não tinha enchido a cara de saquê, muito menos tinha ganho no pachinko. Continuava o mesmo azarado de sempre no que se referia a jogos de azar, até porque de uns tempos para cá as suas apostas eram menos frequentes. Beber era de vez em quando, e não era aquele exagero a ponto de ficar um dia inteiro de ressaca.

As zoações quanto ao seu relacionamento com Tsukuyo já não o irritavam tanto como no começo. Parecia que estavam se acostumando com o fato de o Yorozuya não ser de todo um fracassado no que se referia ao sexo oposto. Logo que o trio terminou a tarefa – entregar uma encomenda – decidiram se sentar em um banco da praça para relaxarem enquanto bebiam um copo de chocolate quente que haviam comprado na loja de conveniência. O entardecer de outono mostrava que a cada dia o inverno se aproximava. E, claro, os cachecóis apareciam com Gintoki e Shinpachi, enquanto Kagura já usava um casaco.

— Esse pessoal a cada dia que passa é mais miserável no açúcar e no chocolate! – o albino resmungou.

— Pra mim tá de bom tamanho, Gin-san. – Shinpachi discordou. – Tanto em um como em outro.

— Não acho. Tá meio sem graça. Poderia ter mais chocolate e açúcar. Preciso de mais açúcar para repor as minhas energias, Shinpachi-kun.

— Falando em “energias”, ultimamente você anda bem mais ativo. Eu chego e te encontro já acordado e à noite você dorme bem cedo. O que aconteceu pra você agir assim?

— Não posso mudar meus horários? Suponho que eu já seja adulto o suficiente pra estabelecer o que eu tenho que fazer.

— Shinpachi – Kagura resolveu abrir a boca. – Isso é desculpa pra ele dar uma escapada à noite e voltar bem cedinho.

Gintoki cuspiu todo o chocolate quente que tinha na boca direto na cara de Shinpachi, que ficou revoltado e berrou:

— OLHA ONDE COSPE, GIN-SAN!!

O ex-samurai ignorou o berro do garoto de óculos e encarou incrédulo a ruiva. Mas logo também berrou:

— TÁ ME STALKEANDO, É, PIRRALHA?

A garota Yato se manteve inabalável.

— Esqueceu que eu durmo no armário do seu quarto, Gin-chan?

Ao Sakata, restou apenas fazer um facepalm. Seu “segredinho” fora descoberto por uma fedelha que ele julgava estar sempre ferrada no sono! Como podia ser tão ingênuo a esse ponto?

Ela e Shinpachi logo o encararam querendo respostas. Então, ele apenas disparou:

— Coisas de adultos. Quando vocês tiverem mais de dezoito anos vão entender.

*

Seu corpo estava estranho, e isso já acontecia há pouco mais de um mês. Sentia-se mais sensível, em todos os sentidos, e estranhava que ainda não estivesse “naqueles dias”. Sabia que havia um atraso considerável.

Começara a sentir isso alguns dias depois que começara a ter aqueles encontros com Gintoki. Eram encontros carregados de paixão, amor e uma generosa dose de luxúria. Tinha que admitir que tanto ela como o Yorozuya pareciam simplesmente insaciáveis. As noites frias de outono se tornavam extremamente quentes para os dois.

Decidiu ver se suas suspeitas estavam certas... Embora rezasse para que a resposta à sua pergunta fosse o contrário do que desconfiava. Para tirar aquela interrogação de sua cabeça, lançou mão de um teste de farmácia. Assim que o teste foi feito, viu o resultado.

— Essa não...! Como vou falar ao Gintoki que estou grávida...?


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