- Vamos falar de mitologia - Disse Andrew ainda me olhando o me deixando atônita

- Quem conhece a história de Eros e Psiquê?

Levantei a mão, um pouco envergonhada, ele já havia me visto mesmo, não tinha mais que me esconder, achei que mais pessoas soubessem, mas pelo visto não, já que apenas eu levantei a mão

Andrew me olhou desconcertado

ele parecia perdido;

- Pode falar senhorita...? - Disse Andrew me passando a palavra e me fazendo corar

- Selene - Respondi meu segundo nome e dei um sorriso envergonhado - A princesa Psiquê era muito bonita, tão bonita que seus súditos iam lhe reverenciar da mesma forma que reverenciavam a grande Deus do Amor e da Beleza Afrodite - Falei com grande respeito na voz pela Deusa, ela pra mim era simplesmente perfeita - A Deusa, achando aquilo um desrespeito, mandou seu filho Eros, o cupido, ir até a princesa e arrumar um marido horroroso para a jovem, como um castigo merecido, porém Eros quando viu a jovem pela primeira vez ficou encantado por tamanha beleza, e descumprindo a ordem de sua mãe acabou por desposar a jovem. Mas ela era muito curiosa e por culpa de sua curiosidade perdeu a confiança do belo Eros, que como castigo lhe deixou grávida e sozinha. Psiquê por um tempo procurou Eros e conseguiu a ajuda de Perséfone por ter prestado um serviço no templo da Deusa. Psiquê foi posta em prova pela Deusa Afrodite, que como mãe, não queria ver seu filho com uma mortal desrespeitosa, porem a jovem princesa passou por todas as provas da Deusa do amor, menos na ultima que foi perdida graças a sua curiosidade novamente. Eros por estar muito apaixonada ajudou a princesa e a levou para o monte olimpo, onde pediu para que Zeus acalmasse sua mãe e para que pudesse desposar Psique, Zeus lhe deu uma taça de Ambrósia e transformou Psiquê. – terminei sem saber de onde tirei tanta informação, nem eu sabia que a história era tão grande e que eu sabia de tantos fatos, eles simplesmente apareceram em minha cabeça e eu falei.

-A maioria das pessoas... - Algumas meninas não prestaram atenção e ele aumentou o tom da voz. - Algumas pessoas não acreditam na mitologia quer dizer porque não acreditar? - Ele olhou pra mim enquanto as outras garotas riram. - Você acredita?

-Quer dizer é um mito então não devo acreditar em um mero mito. – respondi, envergonhada. Ele me olhou desapontado e voltou à frente da sala.

-Então agora façam uma síntese sobre o mito do cupido.

Eu não conseguia parar de olhar pra ele, quer dizer eu havia beijado e quase me envolvido seriamente com meu professor de historia. Depois de 25 minutos encarando ele fiz a tarefa que o professor mandou e não sei bem porquê, mas senti a necessidade de defender os motivos da Deusa do amor em minha síntese e foi o que eu fiz. Foquei em Afrodite e em seus motivos para proibir o filho e até colocar Psiquê em prova, logo o sinal tocou e todos começaram a arrumar suas coisas e entregar as redações para o professor.

- Silene, espere por favor. Quero ter uma conversa com você. – Pediu ele, assenti receosa e esperando pela bronca, ok ferrou.

Quer dizer não, não ferrou coisa nenhuma! Eu não poderia levar bronca nenhuma afinal ele que me beijou.

- Por que não me disse que era aluna? - perguntou Andrew, bravo.

-Eu não pensei que você seria meu professor.

- Você disse que trabalhava aqui! - Contrapôs ele.

-Estudo e trabalho pra mim é a mesma coisa. Como eu ia saber que existia uma professor gato como você?

Ele levantou uma sobrancelha e se aproximou perigosamente de mim, Deuses, por que ele tinha que ser tão bonito? Eu pensei por um segundo que ele iria me beijar. E queria mesmo que ele fizesse isso. Mas ele deu só um beijinho na minha testa. E saiu da sala sem dizer nenhuma palavra a mais com aquele sorriso que me tirou o fôlego mais de 3 vezes só hoje.

Pera, como assim ele saiu e me deixou aqui? Não mesmo, eu fui atrás dele e o puxei pela mão para um lugar meio deserto.

- Você pode me explicar o que foi isso? - pedi meio chateada pelo que houve na sala

-Então você faz o tipo a que gosta de dar em cima do professor. Você é exatamente igual as outras.

-Eu? É lógico que não sou. – falei furiosa e ele me olhou dos pés a cabeça.

-Não vejo nada de especial em você, você se diz ser diferente, pois prove. – pediu ele e naquele momento eu queria bater nele por me subestimar. Mas eu simplesmente coloquei minhas mãos sobre seu pescoço e o beijei levemente.

Depois do nosso beijo de alguns segundos ele sorriu e não foi preciso ser dita nenhuma palavra sequer.

- não sou qualquer uma, não pense que me conhece por ficar uma hora comigo - falei calma, mas minha voz saiu com um poder que eu não sabia de onde vinha

-Eu não pensei assim é só que não da pra ter algo realmente serio com uma aluna.

Olhei para baixo, era estranho sentir isso, tantos caras já se declararam pra mim e eu simplesmente não conseguia sentir nada por eles, já com Andrew, que eu não conhecia há nem um dia mexeu comigo de uma forma que eu não conseguia mais me imaginar sem ele

- Já disse, não sou apenas uma aluna, você não me conhece - dei de ombros levantando o olhar e sorrindo triste - mas se é assim que você pensa... O que eu posso fazer não é mesmo?

Sai de perto dele, subi as escadas para meu quarto e comecei a me sentir mal por brigar com um idiota que conheci hoje.