POV – Lysandre

Quando eu contei para Elena que eu estava namorando, ela quase desligou o telefone na minha cara. Por que ela fez isso? Confesso que eu tenho minha parcela de culpa, talvez eu não deveria ter contado a ela daquele jeito, ainda mais com a Nina na minha casa... Pode ter sido muita coisa pra ela.

Agora, Nina estava preparando o jantar. Até onde eu sei, ela faria macarrão. E a minha cozinha estava uma bagunça! Meu apartamento sempre foi organizado nos mínimos detalhes, mas quando ela vem aqui... digamos que destrói tudo!

Fui até a cozinha, e encontrei Nina com um pacote de macarrão instantâneo na mão. É... ela nunca foi boa cozinheira.

– Nina? – A chamei, ela tentou esconder o pacote atras das costas – Eu vi, tá?

– Ah Lys, não faz isso comigo – Fez bico – Eu tentei, juro! Olha, eu até queimei o molho do macarrão...

Eu tive que rir.

– Tudo bem Nina – Fui até ela e fiz carinho no seu rosto.

– Já falou com aquela garota? – Sua voz mudou um pouco. Ciumes, talvez?

– É, eu liguei para a Elena – Suspirei – E contei sobre nós.

Agora, Nina sorriu. Acho que ficou feliz com a noticia.

– Ei Lys... – Ela veio até mim e colocou suas mãos sobre o meu peitoral – Que tal comemorarmos?

Eu estava com um casaco, que estava um pouco aberto em cima, e ela foi colocando uma de suas mãos dentro dele.

– Hey, Nina, pare – Pedi – Já te falei sobre isso...

– Aham – Ela cruzou os braços brava – Só depois do casamento, mas sério, isso não é meio brega não?

– Não vejo problema duas pessoas esperarem para ser amantes na lua de mel, eu até acho bem fofo... – Falei.

Não é que eu não a deseje, eu a desejo, e muito! Mas é que eu quero esperar. Acho que a coisa certa a se fazer.

Nina ficou brava e saiu do cozinha batendo o pé, foi até o meu/nosso quarto e bateu a porta. O que eu fiz? Eu ri um pouco. Tem horas que ela age feito uma criança, e deve ser isso que me atrai nela.

Fui até a geladeira e peguei o vinho que estava lá. Fui até o armário e peguei uma taça. Depois, com delicadeza, coloquei um pouco de vinho na taça.

As mesmas perguntas me rondam: O que a Elena está fazendo? Será que está com alguém? Tem amigos? Eu deixei na minha cidade natal uma menina, será que quando eu voltar... vou encontrar uma mulher? São perguntas e mais perguntas, que eu só vou acreditar se eu ver. Quero saber se ela tem raiva de mim, apesar de eu achar que não.

Elena sempre teve dificuldades de se expressar, de dizer como realmente se sente. As vezes isso pode ser confundido com arrogância, o que ela não tem.

Levei a taça até os lábios e degustei um pouco do vinho.

Ouvi a porta do meu quarto sendo aberta. Acho que Nina vai aparecer aqui. Bebi um pouco mais de vinho e... NÃO ACREDITO! Cuspi todo o vinho no chão.

Nina estáva nua na minha frente. Seus olhos estavam um pouco vermelhos, acho que era devido ao choro recente.

– Lys, por que? – Ela me perguntou chorando mais – Eu não sou bonita o suficiente? Você não me quer? Você quer a Elena?

Elena? Não, pera...

O corpo de Nina era delicado, as pessoas podiam até ter medo de toca-la e quebra-la. Mas a questão não é essa, eu já lhe expliquei o porque.

Peguei a toalha de mesa (Sim, eu tive que pega-la), e joguei sobre Nina. Afinal, sou homem né.

– Nina, não é nada disso – Suspirei – Já lhe disse o porque, mas você insiste em não acreditar em mim. Sério que não confia em mim? – Abaixei o olhar.

Nina veio rapidamente e abraçou minha cintura.

– Lys, eu confio em você, sim! Mas é difícil pra mim, como mulher, você parecer que não me quer...

Abaixei até ficar da altura do seu ouvido e falei:

– E você acha que pra mim é facil? Uma garota linda como você, aparecer nua na minha cozinha? Tenha dó de mim, por favor – Brinquei.

Nina riu. Acariciei seus cabelos, e ficamos assim por um tempo. Até que era bom (tirando o fato que ela estava apenas com uma toalha de mesa).

– Quer vinho? – Perguntei.

– Aham – Ela sorriu.

Sinceramente, o que eu mais gosto nela, é quando ela faz as birrinhas dela, mas depois esse doce sorriso aparece.

POV – Elena

Agora, eu tinha que tomar uma decisão importante. Castiel me segurava em seus braços, e seus olhos brilhavam de ansiedade. Confesso que eu também estava ansiosa.

Suspirei. Era agora.

– B-bom Castiel... Se eu disser, que quero dar uma chance para nós dois, já está bom? – Falei.

Castiel então me soltou. Ele parecia em choque, mas, depois de alguns segundos, um sorriso em seus lábios foi surgindo.

– Claro que está bom! Até mais do que bom! – Ele me puxou pela cintura, e me abraçou, começando a me girar.

Ele me girava tão rápido que eu estava ficando tonta.

– PARA CASTIEL! EU VOU VOMITAR! – Gritei.

Confesso, eu estava me divertindo com ele. Nunca fiquei tão feliz.

Do nada, ouvimos um grito.

– PROFESSOR? – Gritou alguém, até então desconhecido.

Castiel parou de me girar, e olhou em direção a pessoa que o chamou. E era Rosalya, acompanhada de Alexy. O choque foi tão grande que ele me soltou com tudo no lago, me fazendo bater a bunda. O lago não era muito fundo, batia no meu joelho.

– Ai! – Gritei.

Alexy e Rosalya estavam vindo na nossa direção, e nem eu, nem Castiel sabíamos o que fazer. Afinal, ele é meu professor.

Acho que vou ter um ataque cardíaco.