Paranoia escrita por Yasmim Rosa


Capítulo 19
He will never leave you, even if you try


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal... voltamos
Pois é, sei que demoramos... mas a culpa foi minha, só minha!
A besta aqui ficou sem internet e acabou prejudicando a postagem das Fics...
Desculpa.
Eu tinha mais alguma coisa pra falar, mas não lembro... kkk
Enfim, aí vai...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/424238/chapter/19

Acordou assustada aos gritos, seu coração palpitava acelerado dentro do peito, quase saindo a fora. Levantou bruscamente da cama e ficou sentada fitando a parede parada, sua ficha ainda não tinha caído. Fechou os olhos com força desejando que aquilo não tivesse sido um sonho, precisava de León ali.

Abriu os olhos e deu de cara com Diego a olhando assustado, ele trazia em suas mãos uma bandeja, a mesma bandeja que Lucas levava todos os dias com seu café da manhã e remédios.

– Violetta, você está bem? – Sentou junto a ela na cama. – Ouvi seus gritos lá fora e vim correndo ver o que havia acontecido.

Violetta tremia de medo, parecia ter visto um fantasma e não que tivesse um pesadelo. Num impulso rápido, a menina abraçou o médico, precisava estar nos braços de alguém. Foi então que deixou as lágrimas rolarem por sua face, ela já não tinha mais forças para aquilo, não queria mais ter conviver com aquela dor.

Diego a confortou em seus braços e beijou sua testa transmitindo segurança a menina que permanecia aos soluços. Violetta sentiu algo estranho quando o médico beijou sua testa, algo como confiança. Ela então descobriu que podia confiar em Diego assim como confiava em Lucas.

– Violetta, o que foi que lhe aconteceu? - Perguntou o medico ainda a abraçando.

Violetta se calou, por mais que quisesse, não tinha coragem de dizer a Diego que sonhava com Léon ainda, ele tinha esperanças que o tratamento dela estivesse fazendo efeito, mas talvez não estivesse. Léon ainda permanecia de um jeito ou de outro na sua vida, não importava as doses de remédios ou o que diziam, ele era parte dela, parte do coração, seu sangue, seu porto seguro.

– Não vai me contar? - Diego perguntou novamente.

A garota negou com a cabeça baixa e se soltou dos braços de Diego olhando a bandeja sobre a cama, sentindo novamente as lembranças, de quando Lucas entrou pela primeira vez no seu quarto, com um sorriso tão simpático que desmentia a profissão que levava, a preocupação que sentia com ela, seus dedos secando suas lagrimas, seus braços a reconfortando, o primeiro toque dos seus lábios. Mas ele não estava ali, assim como Léon, estava apenas Diego, e sua preocupação, o sentimento que sentia por ela.

– Lucas. - Sussurrou com a voz embargada

– O que você disse Violetta? - Diego se afastou dela olhando fundo nos olhos castanhos da garota.

Ela abaixou a cabeça e se sentou na cama, passando as mãos suadas pelo rosto frio, Diego ainda a fitava tentando entender o que estava se passando com ela, Violetta fechou os olhos e tentou imaginar-se com Léon, mas nada lhe veio à mente, somente os olhos castanhos e brilhantes de Lucas implorando para que entendesse que não poderia ficar ali, suas palavras doces dizendo que a amava.

– Quero que você traga Lucas de volta. - Violetta suspirou surpreendendo Diego com o pedido.

– Eu não posso fazer isso. - Seus olhos encontram os de Violetta, e viu a dor estampada neles. - Você tem a mim agora, Lucas era apenas um enfermeiro, eu posso contratar outro se você quiser.

– Outro? - Respondeu ríspida. - Não me trate diferente dos olhos pacientes, eu não sei o que você planeja comigo, e nem quero imaginar, eu não estou aqui para me relacionar com você, mas para tentar esquecer Léon, não quero me machucar de novo, mas então você manda Lucas embora, achando que vai me fazer bem, mas você esta apenas me machucando mais do que poderia imaginar. - Lagrimas já caiam de seus olhos cálidos e frios.

Diego bufou se levantando de seu lado e saindo do quarto fechando a porta sem olhar para trás, Violetta se pôs a chorar novamente, não importasse o que fizesse Lucas não voltaria, Diego não o traria de volta, Lucas talvez nunca mais viesse atrás dela, Diego continuaria tentando alguma coisa com ela, e ela acabaria presa nesse manicômio, por mais tempo do que imaginava.

Diego bateu a porta do seu consultório com força, fazendo a estante de vidro tremer com os livros que ela obtinha, seus olhos vagavam pela sala em busca de algo, algo que o fizesse sair dali, as chaves do carro que não encontrava, se jogou na cadeira de estofado branco com a respiração alterada.

A porta foi aberta mostrando ali sua secretaria, os cabelos loiros presos em um coque alto, a camisa branca de gola, calça jeans claras e sapatos de salto alto brancos, Jackie.

– Alguma coisa errada Diego? - Perguntou ela com a voz calma. - Esta precisando de ajuda?

– Você... Você tem a ficha do Lucas? - Sua voz saiu fraca não acreditando no que tinha pedido.

– Tenho, mas você não havia o despedido?

– Escuta Jackie. - Ele se debruçou sobre sua mesa, e Jackie se sentou em uma das cadeiras que tinha na frente. - Você já se apaixonou? - Ela assentiu corada.

– Você esta apaixonado pelo Lucas? - Ela arregalou os olhos horrorizada, Diego caiu na gargalhada.

– Claro que não. - Segurou o riso. - Violetta esta apaixonada por ele, por isso o despedi.

– Ela o ama?

– Exatamente, preciso encontra-lo, pedir para que já embora daqui o mais rápido possível, ela precisa acreditar que ele nunca a quis. - Jackie assentiu saindo dali de sorrateiro para fazer o que deveria.

Diego falaria com ele, tentaria convencê-lo a ir embora, pelo menos assim ele poderia tentar qualquer coisa que fosse com Violetta e estaria em paz.

– Mas o que você ganha com isso Diego? – A secretária se debruçou sobre a mesa. – Ela é só mais uma louca nesse lugar... – Disse roendo as unhas distraída.

– Não ouse jamais falar isso a respeito da Castillo. – Alterou a voz segurando firme o pulso da mulher que agora o fitava assustada. – Ela não está louca!

– Nossa Diego, calma. – Revirou os olhos e puxou seu braço das mãos dele. – Não entendo essa sua preocupação a mais com ela.

– Claro que você não entende. – Riu irônico. – E nunca vai entender. – Ficou de pé fitando a secretaria.

Jackie usava a mesma roupa de todos os dias, sempre de branco. Mas aquele dia ela estava diferente. Suas coxas a mostra naquela saia chamavam sua atenção, mas não tanto como antes. Sentiu um arrepio passar por sua espinha quando a mesma se levantou e parou a sua frente com um sorriso safado nos lábios.

– Você precisa de umas férias Dih! – Segurou na gola da camisa dele o provocando. – Sabe, fiquei pensando naquelas noites que a gente passou juntinhos no seu apartamento, lembra? – Sussurrou no ouvido dele.

– Olha Jackie eu não preciso de férias. – A empurrou de leve se afastando, aquela aproximação não era boa. – E o que a gente fez, ficou no passado.

– Vai dizer que você não sente falta de mim? – Fe bico e se aproximou de novo. – Vai dizer que não foi bom. – Sorriu maliciosa abrindo os primeiros botões da camisa do médico.

– Não, eu não sinto a sua falta! – A empurrou agora com mais força e fechou sua camisa. – A única coisa que me importa agora é a Violetta. – Disse com o olhar fixo na secretaria.

– Ah, mas pra que tantos cuidados com ela? Você mesmo disse que não está louca. Nem sei o que ela faz aqui. – Disse ríspida.

– E realmente ela não está louca. – Fechou os olhos e respirou profundamente. – Eu me preocupo, porque a amo!

– Perai Diego! – Jackie bateu as mãos na mesa. – Você está querendo me dizer que é apaixonado por aquela... menina?

– Sim eu estou apaixonado por ela Jackie. – Abriu os olhos e a encarou furioso. – Eu amo a Castillo e ela será minha!

Jackie riu, fazendo sua risada ecoar por todo o consultório.

– Vamos abrir os olhos Diego. - Ela o fitou agora séria. - Ela será sua, se Lucas não impedir, esta bem claro, ela se apaixonou por ele, e ele por ela, foi um erro você ter colocado ele naquele dia para cuidar dela, e foi aí que seu tormento de vida começou, mas eu estou aqui, ainda o amando, apesar de tudo.

– Mas eu não te amo mais, ou melhor, nunca e amei. - Apontou para a porta aberta. - Agora faça o que eu mandei e saia daqui, não quero mais conversar sobre isso com você.

Ela fez uma careta saindo dali com desgosto, Diego se debruçou sobre a mesa vendo a ficha de Violetta empilhada com as outras, se lembrava claramente quando German havia ligado avisando que precisava internar sua filha, Diego aceitou sem nenhuma duvida, mas ele nunca imaginou que acabaria se apaixonando por aquela garota, e que teria que lutar por seu amor junto com Lucas.

Jackie minutos depois entrou na sala com a ficha de Lucas, onde tinha o seu telefone junto com o endereço onde morava, Diego discou o numero com rapidez, ele se livraria dele o mais rápido possível, mesmo que tivesse que mata-lo para isso, o telefone chamou várias vezes, ninguém atendeu, bufou frustrado jogando o telefone sobre a mesa, olhou no endereço sobre a folha de papel gasta.

Pegou as chaves da gaveta com pressa saindo da sala empurrando todos que passavam na sua frente, até trombar com a garota, a garota que ele amava.

– Aonde vai Diego? - Perguntou ela meio grogue.

– Err... - Pensou em mentir, mas já havia feito isso muitas vezes, e sabia como ela ficava zangada. - Vou falar com Lucas.

– Vai trazê-lo de volta? - Seus olhos brilharam de antecipação.

– Não, preciso apenas conversar.

– Eu posso ir com você?

– Não Violetta! – Falou calmo. – Você não pode sair daqui e também tem que tomar os seus remédios nos devidos horários.

– Mas aquela vez você me levou pra fora do Manicomio Diego!

– Sim, mas era de noite. – Suspiro. – Você não vai e ponto final. – Beijou a testa da menina. – Fica bem, volto logo. – Saiu deixando a menina para trás.

Entrou no carro rapidamente, deu partida e quando se deu conta já estava na rua da casa de Lucas. Suas mãos soavam no volante de tanto nervosismo. Ele nem sabia por que estava assim, Lucas era só mais um. Ele ensaiava dentro do veículo as palavras que usaria para convencer o ex-enfermeiro de sumir da vida de Violetta.

Olhou o papel em suas mãos para conferir o endereço, era ali mesmo. Parou o carro em frente a uma casa antiga, Lucas morava do lado afastado da cidade. Diego nunca estivera ali. Saiu do veículo e deu de frente ao portão, tocou a campainha e logo Lucas apareceu.

– Diego? O que faz aqui? – Perguntou abrindo o portão. – Vai me dizer que já sentiu minha falta... – Riu debochado.

– Ah cala a boca Lucas. – Revirou os olhos. – Não vim aqui pedir pra você voltar, muito pelo contrário. – O encarou. – Precisamos conversar.

– Sobre? – Indagou curioso.

– Violetta! – Disse firme fazendo o outro arregalar os olhos.

– Ah claro, já imaginava! - Suspirou. - Entra.

Deu espaço par ao medico entrar e em seguida entrou. Adentraram a casa e se sentaram em sofás opostos, um de frente ao outro.

– Fala logo, o que aconteceu com Violetta pra você precisar vir falar comigo.

– Nossa como você é educado. - Diego disse irônico. - Achei que ofereceria um café, um suco ou uma água pelo menos.

– Éh, eu tenho muita educação. - Respondeu. - Mas só a uso com quem merece.

– Aff. - Revirou os olhos e se ajeitou melhor no sofá. - Bem, de qualquer forma eu não aceitaria nada que viesse de você. - Riu.

– Foda-se. Fala logo o que aconteceu.

– Vim te pedir uma coisa. - Suspirou frustrado. - Se afaste daquele Manicômio, se afaste de Violetta!

Lucas bufou, revirando os olhos, deixando o medico ainda mais irritado.

– Eu estou bem longe daquele Manicômio há muito tempo, e de Violetta também, só não entendo o por que de pensar que estaríamos saindo as escondidas? - Arqueou as sobrancelhas provocativo, se lembrando da noite passada com a garota.

– Eu não duvido nada de você Lucas, você foi capaz de arruinar minha vida, e estou querendo por um ponto final em tudo isso, que você vá embora de Buenos Aires. - Seus punhos já estavam cerrados de raiva.

– Isso não será possível Diego, esqueceu-se de minha mãe? Não vou deixa-la por seus caprichos. - Se levantou frustrado. - Agora, por favor, saia da minha casa, a Violetta não é um objeto para ser manipulado, nem por mim e nem por você.

Diego se levantou, tentando controlar a raiva que sentia daquele garoto, até do jeito que ele arqueava as sobrancelhas e sorria, o irritada, abriu a porta com desgosto e se virou para Lucas.

– As coisas não terminam aqui Lucas. - Ameaçou saindo dali rapidamente, entrando em seguida no carro.

Violetta abriu a porta do seu quarto, cansada, passando mil coisas pela sua cabeça e do que Lucas e Diego poderiam estar discutindo, estava bem obvio que era dela, só pela forma que Diego havia saído às pressas, nervoso. Suspirou entrando no quarto monotomo e frio de sempre, esperando se sentar na janela de sempre e pensar em Léon como fazia todas as tardes, mas se surpreendeu com a pessoa que estava sentada em sua cama, com um sorriso maroto nos lábios.

– Angie? - Indagou não acreditando que a tia estava ali, a que havia ido para a França há muitos anos atrás, e que agora estava de volta.

– Vilu! – A mulher pulou da cama e correu para dar um abraçado apertado na sobrinha. – Senti tantas saudades.

– Eu também Angie. – Sorriu. – Mas achei que não voltaria mais.

– Como assim eu não voltaria mais? – Indagou. – Eu jurei que voltaria não jurei? – A abraçou de novo.

– Sim, jurou. – Rio e se soltou. – Papai sabe que você voltou?

– Sim... – Suspirou. – E já discutimos novamente.

– Por que Angie? – Sentou-se em sua cama. – Achei que ele ficaria feliz com sua volta.

– Pois é, também achei... – Abaixou a cabeça. – Só ele tem Esmeralda agora... Mas não foi por isso que discutimos.

– Não? E foi pelo que então?

– Por você... – Sorriu e sentou ao lado da sobrinha. – Seu pai é que está louco e não você. – A fitou calmamente a acariciou seus cabelos. – Onde já se viu internar a própria filha num manicomio?

– Tudo bem Angie, meu pai está certo e...

– Não Vilu, ele não está certo e nunca esteve. – Alterou a voz. – Mas fique tranquila, eu irei te tirar desse inferno. – Sorriu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

... ainda não lembrei o que ia falar kkk
E ai, gostaram?
Merecemos reviews???