Julie acordou cedo como sempre, foi até o banheiro e fez sua higiene matinal. Quando saiu do banheiro se dirigiu a cozinha, ela achou que seu pai estaria lá, mas por incrível que pareça, não estava.

— Pai? - Julie gritou e nada - Oh pai! - Ela gritou mais alto ainda - Cade ele? – Tony talvez pudesse ainda não ter se acostumado com esse negocio de pai, mas para Julie era pai e ponto final.

Julie tomou seu café da manhã, contudo,  não estava com muita fome. Então, subiu para trocar de roupa, como seu pai ainda não tinha voltado, ela resolveu explorar o apartamento grande em que ele vivia, já que havia alguns cômodos que ele mandou ela jamais entrar. Ela resolveu ir ao primeiro que viu só que precisaria de uma senha para entrar, o DNA de Tony, então Julie não viu problema.

"DNA confirmado" - Julie apenas colocou sua mão naquele identificador e a porta abriu sem problemas. Ao entrar, ela ficou de boca aberta com o que tinha lá dentro, havia tantas coisas tecnológicas que qualquer cientista ou inventor ficaria com inveja de Tony, mas também ele era bilionário.

— Uau! - ela deu uma volta na armadura - Isso é... Incrível. – A morena colocou as mãos na boca e não resistiu de pegar seu celular para tirar uma foto – Essa eu vou mandar para o Brad - Ela falou, fechando o celular, só que o flash do celular fez com que a máquina acordasse.

— Quem é você? – A máquina perguntou em uma voz robótica após seus olhos acenderem.

— Eu me chamo Julie Stark. – A menina respondeu.

— Stark. O único Stark que eu conheço é meu patrão. – A armadura vermelha diz.

— Então é bom se acostumar, pois sou filha dele. – Julie tirou mais uma foto da invenção do pai.

— Oh, meus sensores indicam que o Senhor Stark já está pegando suas chaves para abrir a porta. – J.A.R.V.I.S tinha sensores que se conectavam com as câmeras de uma boa parte dos corredores daquele prédio.

— ESSA NÃO. – Julie rapidamente saiu daquela "sala secreta" e foi correndo para o sofá onde pegou seu livro do PJ que estava na bancada próxima. E a máquina estava certa, Tony entrou com uma caixa lacrada, talvez fosse algumas peças para sua armadura.

— Já acordada, meninas da sua idade dorme até o final da tarde em férias sabia? – Tony diz colocando a caixa em cima da mesa. - O que está fazendo?

— Lendo um livro. – A menina diz como se fosse obvio.

— Hum... E você tem o poder para ler ele ao contrario? - Tony perguntou ironicamente e Julie o encarou e rapidamente o virou.

"E um pai responsável não deixa uma criança sozinha em casa", Julie pensou.

— Está brincando, né? – Julie não entendeu. – Você gosta mesmo de Percy Jackson?

— Sim, eu adoro. Você não? – Julie era fã de PJ e seus deuses favoritos eram Atena e Hades.

— Não. Quando eu era pequeno, meu pai não deixava nem eu ler revista em quadrinhos, ele substituía os quadrinhos por livros de física e química.

— Sua infância foi horrível, então. – Tony revirou os olhos e voltou para o que estava fazendo.

— É, mas se eu não tivesse essa infância horrível, como você chamou, eu não teria tudo que eu tenho hoje. – Ele argumenta. – Agora, me ajuda a colocar essas peças aqui na mesa.

A menina obedeceu e o ajudou, Tony a encarou e deu um sorriso de lado o que fez a menina sorrir também. De repente, a campainha toca e Julie corre abrir a porta, enquanto Tony pegava um parafuso que caiu para de baixo da mesa. Quando a menina a abre não encontra nada, contudo, logo depois uma mulher de cabelos castanhos e olhos castanhos esverdeados aparece pelo outro lado.

—Julie – Sua mãe a abraça imediatamente, quase apertando a menina.

— Mãe, tá me sufocando. – A mulher solta ela imediatamente e Tony,  ao ouvir a palavra mãe, bate sua cabeça na mesa. – Não tá zangada,  né?

— Não vamos mais falar nisso meu bem, o que passou já era. – Sua mãe fala.

— Mãe, eu não havia dado o endereço do apartamento por que você desligou antes. – A menina disse. – Como soube onde eu estava?

— Já morei aqui, Julie. – Louise olha para filha e depois olha para a sala e, pela sua expressão, ela parecia estar tendo péssimas lembranças. – Porém, não foi isso que eu vim fazer aqui. – A mulher diz, se levantando e olhando para o homem que estava em pé de cabeça baixa, ainda sem coragem para encarar Louise. – Tony... – É a única coisa que sai da boca da mulher. – Parece que minhas preces de não te encontrar aqui não funcionaram, que pena. – Julie não sabia se ficava ali parada observando ou se saía logo dali.

— Louise... Ahn há quanto tempo hein? – O homem estava completamente sem palavras.

— Qualquer tempo nunca seria tempo demais. – Louise rebate, um pouco grosseira.

— Ahn, Julie vai pro seu quarto. – Tony estava em choque, pois agora ele confirmaria ou não se Julie era ou não sua filha.

— Quarto de hospede - Julie falou quando passou por ele.

— Vai - Tony diz com uma voz nervosa.

Julie sobe para o seu quarto e deita na cama olhando para o teto, quanto recebe uma mensagem, ela se levanta e vê que a mensagem é de Brad.

"Como assim?Nem eu mesmo sei o que eu fiz,pelo o que eu saiba eu te ajudei a encontrar o seu pai hunf!Barraco?Tipo barraco mesmo?Como assim?"

Ao ler a mensagem Julie a responde imediatamente.

"Demorou a responder hein. Nada a declarar Brad. Sim barraco, meu pai pediu para minha mãe vir até NY para ela confirmar definitivamente se eu sou ou não filha dele. Eu quero ver a cara dele quando mamãe disser que é verdade. Fui totalmente proibida de descer enquanto nao me chamarem"

Em 5 minutos Brad Responde.

"Desculpa a demora é que no dia em Molly apareceu molhada aqui por causa da chuva ela ficou resfriada e meu pai acabou sacando e fiquei domingo e segunda totalmente de castigo, só hoje ele me liberou. Boa sorte e me conte depois o resto."

"Tudo bem, te conto tudo depois."

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Louise deixou sua bolsa sob o sofá e se sentou no mesmo. Tony fez a mesma coisa, se sentou em uma poltrona a frente de Louise e a observou.

— Que foi? - A mulher ainda estava sendo grossa com ele - Perdeu algo na minha cara?

— Calma tá? – Tony disse, fazendo um sinal com as mãos para ela se acalmar - Quero que me responda uma coisa, ok?

— Se você disser o que é, eu respondo.

— Por que nunca disse que eu tinha uma filha? – Tony é bem direto

— O que? – A mulher levanta do sofá com raiva e cruza os braços.

— Por que nunca disse que eu tinha uma filha? – Ele também se levanta.

— Como nunca disse? - Ainda bem que Louise não estava armada - Você não se lembra mesmo, não é? – Ela se senta e balança a cabeça em decepção.

— Me lembrar do quê, Louise? – Ele diz nervoso,  colocando as mãos na cabeça.

— Há onze anos você tinha feito uma promessa para mim que você nunca mais iria beber. Eu acreditei em você de verdade Tony, mas me arrependi depois. – Ela abaixa a cabeça, lembrando daquele dia.

— Olha, se eu fiz ou não fiz isso não importa, isso não era um motivo para você não me falar da Julie.

— Quando descobri que estava grávida, fui correndo contar para você, cheguei nesse apartamento e você estava bêbado e caído no chão. Eu contei que estava grávida e você riu da minha cara, disse que sabia o por que de eu estar com você, me acusou de tentar dar um golpe em você por dinheiro.

Tony olhou surpreso para ela e se encostou a sua poltrona, tentando lembrar-se do dia, em vão, mas acreditava em Louise, era só olhar nos olhos dela.

— Louise eu... - Ele bate com a mão na testa. – Eu acredito em você, me descul... - Tony estava com dificuldade de falar algo que ele não era acostumado. – Louise, me desculpa por ter feito isso. Foi uma recaída, eu não estava bem nessa época me perdoa, por favor. – ele não tinha coragem de olhar para ela.

— Tony, eu não tenho rancor de você e sim decepção, pois uma coisa que eu passo para nossa filha é não guardar rancor de ninguém. Por que acha que ela atravessou o país só para te ver? Ela jamais faria isso se estivesse com raiva.

— Realmente, ela é muito bondosa. – Tony sorri.

— Eu estou na casa de uma amiga minha que vive em Manhattan e vou ficar aqui alguns dias – Louise respira fundo – Eu vou te dar uma chance Tony, você ficará com Julie até o final das férias dela e, se você provar que pode ser um bom pai para ela, eu pensarei seriamente se podemos dividir a guarda dela.

— Eu não sei, eu... – Tony nunca fora acostumado com crianças, seu pai nunca ensinou nada e ele não sabia o que fazer, porém aquilo agora se tratava de uma criança dele e ele não podia ser o mesmo pai que o seu foi para ele. - Tudo bem, eu vou tentar.

— Não faça a Julie sofrer, ela já sofreu muito por não ter um pai, mas agora que ela tem, seja um pai de verdade.

— Farei o possível. – Ele diz, ele não sabia como isso terminaria.

Louise sorriu e subiu até o quarto da filha para se despedir, depois de um tempo, desceu e apertou a mão de Tony, que retribuiu. Tony se sentou no sofá e suspirou fundo.

Ele foi ver Julie no quarto e se encostou à porta e viu a garota olhando pela janela, ele deu um sorriso e a menina percebeu sua presença.

— Quase me matou do coração - ela disse e ele apenas deu um sorriso e começou a andar pelo quarto - E então... Você falou com minha mãe, acredita em mim agora? - ela se levantou.

Tony olhou para ela e andou o espaço que os separava e se agacha em sua frente.

— Agora eu acredito. – Tony é bem direto.

Julie o abraçou forte, muito forte. No inicio , Tony não fez nada só depois retribuiu, não sabia ao certo o que fazer, ainda era tudo muito confuso em sua cabeça.

— No entanto, eu ainda tenho que me acostumar com a idéia, por isso não vamos já indo com abraços e essas coisas, tudo bem? – Ele diz se levantando.

— Se você diz.

— Hum, tudo bem, agora tenho que ligar para Pepper. – Tony diz antes de sair. E Julie recebe uma mensagem de Brad.

"Então e o barraco em?

"Haha, muito engraçado você em? Aconteceu uma coisa

“Incrível, acho que agora ganhei um pai...”