Shot At The Night escrita por Danna


Capítulo 2
Java Rolles


Notas iniciais do capítulo

Oii de novo! Como prometido, 1º capitulo da fic!



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P.O.V Hunter

– Então a única coisa que eu tenho que fazer é me aproximar dela, ter confiança dos pais que já confiam na sua empresa, falar que outras empresas à querem, sequestra-la, trazer para cá e depois a matar? – eu disse.

Estava de frente para o meu “chefe” ou como costumo chama-lo, meu pai adotivo. Segundo ele, meus verdadeiros pais morreram em uma explosão sei-lá-de-que e desde então ele me pegou para criar junto com mais duas meninas.

– Isso, já mandamos um e-mail para eles falando que um dos nossos protetores será enviado para cuidar de Valentina. Sente-se preciso lhe mostrar a ficha dela.

A sala de Charles era grande e aconchegante, com moveis marrons, dando contraste as paredes brancas. Lembro-me de ter invadido ela no meu primeiro dia de treinamento, eu ainda não conhecia muito bem os corredores do lugar que chamava de casa. Além de empresa, a Morcleine tinha quartos onde eu, meu pai e minhas irmãs vivíamos, e ela era especializada em treinar jovens para usarem uma arma e proteger o lugar de seus rivais. As invasões eram frequentes já que tínhamos vários dados importantes, os quais eu nunca soube exatamente sobre o que, que várias outras organizações queriam.

Quando peguei a ficha, vi sua foto. Provavelmente se a visse na rua pensaria que ela me daria uma boa diversão, e depois a jogaria fora como faço com todas. Cabelos um pouco acima dos seios – e que seios- marrons escuros e olhos castanhos avermelhados. Na foto ela estava com mais duas meninas, provavelmente suas irmãs, uma aparentemente mais velha e a outra ainda criancinha com um ursinho de pelúcia na mão direita.

Nome: Valentina Jenner McLain

Apelido: Lena

Idade: 16 anos.

Características Pessoais: Ingênua, romântica, humilde, delicada, orgulhosa.

Usa a ironia como forma de não demonstrar seus pontos fracos.

Melhores amigas: Angelina Duchanes, Marie Jane Lockwood.

Irmãos: Jullie, 19, Jonathan, 17, Mia,3.

Hábitos: Ler livros antes de dormir, ouvir música alta durante o banho, cantar e dançar no carro, assimilar músicas a pessoas, fazer uma festa do pijama toda sexta-feira à noite.

Tiques: Levantar uma das sobrancelhas constantemente, revirar os olhos para qualquer coisa.

Fiquei me perguntando como eles conseguiam tantas informações.

– Meus melhores agentes espiaram ela e sua família por meses.- respondeu ele como se lesse meus pensamentos.- Você vai se passar por um adolescente normal, que acabou de se mudar e que vai fazer seu ultimo ano na escola dela. Também vai dividir um apartamento com um colega que é nosso agente. Mais uma boa noticia: para completar sua missão você vai poder pedir o que quiser.

– Tipo uma moto?

– Tipo uma moto.

***

Faz exatamente três dias que eu já estou no “meu” apartamento, o qual eu divido com Matthew e sua família. Ele é um cara bem legal, a gente se deu bem de cara e ele é agente também, e amigo do Jonathan, irmão da Valentina. Sua irmã mais velha já está na faculdade, e, os pais viajando.

Uma coisa que não sai da minha cabeça nesses últimos três dias era a última frase que ouvi de meu pai: não se apegue. Por que eu me apegaria a uma garota como ela? Só sei que Lena vai me dar muitos pontos com o meu pai.

Todos na organização tinham medo de mim, mais nunca tive uma missão. Até a Victoria e a Babi, minhas irmãs, já tiveram uma. Tenho certeza que se decepcionar Charles, ele nunca irá me perdoar e meu sonho de um dia assumir o controle da Morcleine vai por água a baixo.

Matt disse que como hoje é sexta- feira todos os adolescentes dessa micro cidade se encontram no Java Rolles, um barzinho no meio do nada, onde há corridas de racha, às duas da manhã, as quais o próprio participa e que eu com certeza também irei.

Quando era umas nove horas da noite, fui tomar um banho e me arrumar, afinal mesmo sem conhecer ninguém, Matthew tem amigas e eu já estou na seca há um bom tempo...

P.O.V Lena

Relógio, tempo, desculpas, comida da mamãe, beijo de boa noite, mentiras, festa. Minhas amigas combinaram de se encontrar hoje no Java Rolles, mas pra variar meu pai não deixou eu ir, sendo assim era obvio que eu iria. Essa seria a primeira vez que fugiria de casa e já estava tudo perfeitamente combinado: iria descer pela minha janela, usando a arvore que é do lado do meu quarto, andaria um pouco e encontraria minhas amigas com um carro na frente do celeiro da fazenda. Toda sexta-feira, eu fazia uma festa do pijama com minhas irmãs, Jullie e Mia. Ainda tem meu irmãozinho – decepção da família, o que eu discordava, afinal eu era a única próxima dele- que não ia a essas festas.

Depois que nossos pais nos deram um beijo de boa noite, fui terminar de por minha roupa, já que a maquiagem eu já havia feito, dando a desculpa que isso fazia parte da noite das meninas.

Quando era dez e meia Angel, me mandou uma mensagem avisando que ela e Jane, já haviam chego no celeiro. A noite estava calma e quente, uma tempestade viria logo...

Descer por uma árvore de vestido e com um salto na mão não é algo aconselhável, porém a melhor parte não foi descer por aquela arvore imensa , ser arranhada por galhos fedorentos e ser bicada por projetos de passarinhos e sim mostrar a minha sexy calcinha da Hello Kitty para o meu cachorro que pareceu não gostar muito da gatinha e começou a latir igual a um condenado.

Meu plano perfeitamente combinado havia ido pelo ralo quando a luz da sala ascendeu e eu tive que me jogar da arvore, caindo, por incrível sorte do destino, em cima do meu cachorro, que começou a chorar, com meu celular tocando pintinho amarelinho, espera...Quando foi que mudei meu toque? Graças a Deus não abriram as cortinas. Esperei escondida atrás da arvore até a luz de casa se apagar e quando isso aconteceu, sai correndo para o celeiro, não antes de ver se meu cachorro estava bem, com o salto na mão e toda suja de terra.

Logo que entrei no carro conversível da Angel, ouvi assobios e palmas das minhas amigas.

– Finalmente a filha do delegado resolveu quebrar regras!- disse Jane, minha ruivinha preferida.

– Fala sério, o Joe vai, eu não perderia isso por nada- respondi.

Joe Moscow, capitão do time de futebol americano, galinha nível 100, repetente, BadBoy falsificado, Sorriso encantador e o principal; Eu quero!

–Você sabe que ele está “namorando” aquela Barbie plastificada né?- disse a Angel, ao contrário de mim e Jane, ela era loira de olhos azuis.

– E dai os namoros dele nunca duram mais de três dias e por mais que eu adoraria ouvir vocês discutirem quais as meninas corrompidas que o Joe ficou, não quero ficar de castigo então pisem fundo nessa coisa.

Logo que chegamos ao Java Rolles, Reason da Nervo, tocava em alto e bom som, fazendo com os tímpanos dos nossos ouvidos quase explodissem.

***

A risada de Jane contagiava qualquer um que passava por nós, parecia que nada mais importava, era notável que ela já estava bêbada e mais alguns segundos, ela faria algo totalmente estupido. Puxei ela e Angel que agarrava descaradamente seu colega de biologia já que o racha ia começar. Nessa hora, todos os adolescentes se juntam e obvio que como minha cidade é igual aos filmes antigos, ela esta sempre dividida, os delinquentes e os falsos delinquentes.

Todos que estavam no bar, foram para a rua detrás dele, onde haviam as rachas. A pista era simples, sem sinaleiros, nem faixas. Ao seu redor só haviam árvores, sem nenhuma iluminação. As únicas luzes de lá eram as dos faróis das motos e lanternas que as pessoas acostumadas a ir nessas competições levavam. Essa seria a primeira corrida que eu iria, então levar lanternas nunca passou pela minha cabeça. Tudo que eu sabia sobre esse tipo de coisa era o que minhas amigas me contavam e sobre o que eu ouvia na escola.

Logo que cheguei ao local da corrida, uma figura me chamou a atenção. Eu nunca havia o visto antes... Finalmente alguém novo na cidade. Quem em sã consciência se mudaria para cá?

Ele tinha os traços do rosto fortes, pele clara, cabelo preto com as laterais raspadas e um topete, e mesmo distante dava para ver seus olhos azuis misturados com cinza e ainda uma tatuagem no pescoço.

Jaqueta de couro e coturnos? Esse sim era realmente um delinquente.

– Fecha a boca se não você vai engasgar com a sua baba criatura.- Amavelmente Angel disse.

– Quem é ele?- perguntei

– Hunter Alexander RedFren, dizem que é o primo do Matthew, tem dezoito anos mais repetiu um, já foi pego por porte ilegal de bebidas alcoólicas na antiga escola, estudou em 3 colégios internos e uma escola pública, foi expulso de todas, e suspeito de assassinato, e lembre-se ele vai entrar na nossa escola quando as aulas voltarem.

– E como você sabe de tudo isso?

– Tenho meus contatos. Se interessou?

Não, fala sério, gostar de um menino como ele?

Antes de responder a pergunta, o pessoal da nossa turma chegou. Joe, com seus cabelos loiros bagunçados graças a moto, e seus queridos amigos, Blake e Dimitri.

As caixas de som que antes estavam no Java Rolles agora estavam no meio da rua tocando alguma música eletrônica. As poucas luzes existentes deixavam o local com cara de filme de terror.

5...4...3...2...1...

A corrida começou, haviam torcidas para todos. Eu e minhas amigas obviamente estávamos torcendo para o Joe e seus amigos, mais a torcida para os delinquentes (leia-se Hunter) estava maior. De um lado estava Dimitri e Matthew, do outro Joe e Blake, e bem no meio estava o ser humano tatuado.

Depois de uns 10 minutos sem ver os meninos, ouvimos motores de motos e vimos faróis. Em primeiro lugar estava o Hunter e logo atrás o Joe. Tenho certeza que ele não vai gostar nada de perder para um garoto novo. Hunter passou a linha de chegada comemorando vitória e logo depois vimos um Joe furioso descendo da moto. Ouve um amontoado em cima do branquelo, com direito a palmas e assobios. O vencedor da noite havia sido apenas um e Joe teria que se contentar com isso... Mais ele não se contentou e partiu para cima de Hunter.

– Você roubou seu incompetente!- berrou Joe. Fiquei me perguntando desde quando ele conhece essa palavra.

A cena que veio depois disse não foi algo muito bonito. Todos tentavam separar os dois, mas a coisa estava difícil. Joe estava perdendo feio. Parece que o menino novo também é bom de luta.

Falei para as minhas amigas que ia buscar uma bebida, aonde ficavam as caixas da musica e derrepente uma garota com uns 14 anos foi falar com dois meninos que passavam do meu lado e ouvi que graças a confusão dos dois, haviam chamado a policia e o delegado.

Droga! Merda! Fodeu! É hoje que eu morro! Corri em direção a briga e puxei Angel pelo casaco, o som parecia ter sumido e eu me perdi naquela multidão por segundos até lembrar que eu estava prestes a morrer. O que eu falaria para o meu pai quando ele me visse? Milhares de desculpas passaram pela minha cabeça. Precisava achar um jeito de me esconder. Olhei para o lado e vi um carro com um risco de tinta vermelha na sua lateral. Touché... era o da Angel. Lembro que estávamos pintando o celeiro quando minha irmãzinha pegou um dos pinceis e achou que o automóvel era uma das suas telas de pintura e a tinta era giz de cera.

Sem pensar duas vezes, corri até o carro e pulei no mesmo, já que ele era conversível, e, como eu não era alta me escondi no banco traseiro esperando a bagunça acabar. Ouvi sirenes de policia e até mesmo a voz do meu pai mandando aquela confusão acabar.

Levantei um pouco a minha cabeça e vi Hunter batendo em um dos policiais do meu pai! Fala sério! Minha vontade era de gritar que ele parasse, mas pelo que eu vi, nada nem ninguém mandava naquele garoto. Outros policiais foram para cima dele e ajudaram o colega a se levantar, e foi nesse momento que eu voltei a me esconder.

Logo depois que me abaixei, o carro chacoalhou. Pensei ser Angel, mas logo depois percebi que a pessoa que entrou no carro estava procurando as chaves, que ela escondia em baixo do tapete para não precisar carregar uma bolsa à lugares como o Java.

Tentei levantar e impedir que o maluco cometesse alguma loucura mais meus músculos simplesmente não se moviam. O carro já devia estar em uma velocidade media de 150 km por hora quando eu resolvi fazer alguma coisa.

– TÁ FICANDO MALUCO SEU IDIOTA? VOCÊ ACABOU DE ROUBAR O CARRO DA MINHA MELHOR AMIGA.- gritei tentando chamar sua atenção.

Ele parou o carro bruscamente e eu fui arremessada para a frente.

–PORRA, QUER NOS MATAR? – ele retrucou.

– Quem você pensa que é seu retardado mental?

– Hunter Redfren e quem você pensa que é sua patricinha mimada?

– Alguém que está muito puta e quer voltar agora ao Java Rolles - respondi amarga.

–Sinto muito mais isso vai ser impossível, seu querido papai ainda está lá esqueceu?- respondeu acelerando o carro.

– Como você sabe que ele é meu pai?

– Posso ser novo na cidade, mas já sei de muitas coisas - respondeu dando de ombros.

– Eu quero voltar! AGORA!

– Calma ai nervosinha. Eu só vou para minha casa e te deixo com o carro, daí você pode voltar para sua vidinha sem emoção- disse o fuinha acelerando ainda mais aquela coisa.

– Eu acho melhor você parar esse carro agora... Merda pisa fundo.

Alguns metros atrás de nós haviam varias viaturas com a sirene ligada.

– Olha, eu acho que você é bipolar!- disse Hunter freando bruscamente, fazendo com que minha cabeça fosse de encontro com o para-brisa - Dá para você decidir se quer que eu continue parado ou que eu corra?

Ele estava de sacanagem com a minha cara, só pode. Os carros estavam chegando e logo nos alcançariam, meu coração parecia sair pela boca.

– Acelera logo!

– Qual é a palavra magica?

– Caralho, vai logo.

– Na verdade não é essa.

– Por favor!

Dito isso Hunter acelerou o carro, logo quando os policiais nos alcançaram. Depois de um tempinho correndo ele virou em uma estradinha de terra, com arvores em volta.

– O que você está fazendo aqui?

– Despistando.

E foi nesse momento que a tempestade que estava se formando resolveu desabar.

– Levanta o capo, depressa.- disse Hunter.

– Eu não sei fazer isso.- exclamei.

– O carro é da sua melhor amiga!

– Disso eu sei, ela é minha melhor amiga - disse com enfase no minha.

Começamos apertar vários botões ao mesmo tempo, um brigando com o outro. Ligamos o limpador, o pisca alerta e não achamos a capota. Depois de estarmos encharcados, eu achei o botão e a levantei.

O caminho até a sua casa foi silencioso, sem mais brigas, nem nada, só o silencio e os meus dentes trincando.

***

O apartamento do canalha tinha uma frente simples, meio antiga, com flores e uma escada para entrada. Hunter desceu do carro me dando a chave e batendo a porta do mesmo com força, sem me falar tchau, e nem um simples me desculpa por ter roubado o carro da sua amiga e ter te deixado com uma bela gripe.

Peguei o carro, e como já tinha meu, foi quase igual.

Depois de uns 15 minutos dirigindo, cheguei a fazenda e deixei o carro da Angel dentro do celeiro, torcendo para que meus pais não fossem lá.

Nós nunca usamos o celeiro, ele só está inteiro porque eu gosto de me esconder lá quando estou triste, então ele é um bom esconderijo.

Mandei uma mensagem para Angel, falando do carro e perguntando como Jane estava, afinal no Java ela ficou bêbada.

Ainda chovendo, subi a arvore, abri a janela e entrei no quarto. Estava tudo escuro e silencioso. Fui ao banheiro e liguei o chuveiro, nada melhor que um banho quente. Voltando para o quarto pegar as minhas roupas, duas coisas pularam em cima de mim e eu cai em uma terceira coisa, fazendo um bolo de gente. Quanta sorte pra um dia só!

– Eu quero saber tudo o que aconteceu essa noite entre você e o garoto novo!


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Notas finais do capítulo

Gente eu inventei o Java Rolles ok? O estado não, mais eu não o conheço, só por fotos. Por favor comentem e me contem o que estão achando da escrita, do tema, da fic em geral.



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