Unica Et Opposita escrita por Sali


Capítulo 2
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

Oi, moças. Postei rapidinho, não acham? Não vai ser assim sempre, mas é que eu fiquei feliz por receber quatro reviews logo no primeiro capítulo, além de marcar nove leitores e cinco favoritos. Nem vou reclamar dessas moças que favoritaram e não comentaram, mas tudo bem. Capítulo inteirinho pela Lizzie, para vocês conhecerem mais da escola. Espero que gostem!



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Lizzie

O Colégio St. Leonards-Mayfield não era longe do centro de Londres, mas era longe da casa da minha avó. Por isso, demoramos pelo menos uns quarenta minutos até que o velho Ford parou diante do colégio. Era um conjunto bonito de prédios, todos construídos com tijolos e com uma aparência de construção muito antiga.

Saí do carro, jogando a minha mochila nas costas, e a minha avó fez o mesmo, pegando no banco traseiro a minha mala de mão. Enquanto a esperava chegar, parei diante daquela construção imponente e levemente assustadora, pensando que, a partir daquele dia, ali seria a minha "casa".

– Vamos, menina! – Senti um empurrão leve no ombro e saí da minha distração, seguindo a minha avó até a entrada do colégio.

O saguão era um salão amplo, com uma estátua de alguma deusa – ou coisa que o valha – no centro, algumas poltronas, mesinhas de centro e portas. Na parede oposta, havia um outro portão, que provavelmente levaria ao jardim ou aos outros prédios do colégio.

Segui a minha avó até uma sala onde podia-se ler na porta a palavra "diretoria" e, logo que entramos, fomos recebidas por uma mulher com os cabelos loiros presos para trás, olhos muito azuis e um sorriso simpático no rosto. Ela usava um terninho feminino na cor vinho. Em uma outra mesa, estava sentada uma mulher alta, com óculos grossos e cabelos escuros presos em um coque firme. Ela acenou quase mecanicamente para nós.

– Sejam bem-vindas! – A mulher loira, diretora, exclamou, abrindo os braços e nos indicando as duas cadeiras diante da sua mesa. Ela já nos conhecia, afinal, para entrar naquele colégio, era necessário fazer uma entrevista e uma prova.

– Boa tarde, Diretora Cooper. – Minha avó falou de modo simpático.

– Boa tarde. A senhora é a Senhora Bennet, certo? – Ela perguntou e a minha avó assentiu.

– Eu sei que as aulas começaram ontem, mas houve um contratempo, e nós só pudemos vir hoje. – Ela se desculpou. O "contratempo" não era nada além de uma dor de garganta que eu tivera na semana anterior, mas a minha avó não me deixara sair de casa até que eu estivesse completamente curada.

A diretora sorriu.

– Oh, isso não é um problema. Creio que a Senhorita Bennet não perdeu muita matéria, e estou certa de que se esse for o caso, ela poderá se recuperar.

Minha avó sorriu e assentiu, me dando uma cotovelada discreta e me fazendo assentir da mesma forma.

– Bom, Elizabeth. Fico feliz que tenha escolhido o nosso colégio. Aqui está a sua tabela com todos os horários. – A diretora me entregou uma folha, que eu peguei e corri os olhos rapidamente.

Assenti em silêncio, e eu e a minha avó nós levantamos.

– Eu vou sentir a sua falta, minha filha. – Ela murmurou, colocando as mãos em meus ombros. Pude ver um brilho diferente nos seus olhos.

Dei um sorriso torto.

– Eu também vou sentir a sua falta, vó. – Respondi simplesmente, e ela me puxou para um abraço apertado, que quase me sufocou.

Pensei ter ouvido um "eu te amo" baixo e murmurado, mas não sabia se era real, afinal eu e a minha avó não costumávamos falar esse tipo de coisa. A diretora se levantou e se despediu da minha avó polidamente, se colocando ao meu lado enquanto eu observava-a atravessar o saguão e sair pela enorme porta.

– Bom, Elizabeth. Espero que goste daqui. A Inspetora Murphy te acompanhará até o seu novo quarto e te dará um resumo das nossas regras. – A diretora disse, e eu deduzi que a mulher sisuda de cabelos escuros era a Inspetora, afinal ela se levantou assim que o seu nome foi chamado. – Qualquer dúvida, é só vir até aqui. Se eu não estiver, ela pode te atender.

Assenti em silêncio e peguei a minha mala de mão, que a minha avó havia deixado sobre a cadeira, antes de seguir a mulher até o saguão.

Fizemos uma caminhada silenciosa ao atravessar o grande salão, afinal se eu não falava muito, aquela mulher estranha falava ainda menos, murmurando algumas palavras baixas de vez em quando para mostrar onde era algo.

Saímos do saguão pelo portão de trás e a Inspetora me indicou o salão do refeitório, o salão das salas de aula, a biblioteca, o caminho para as quadras, o laboratório, a estufa de plantas, uma lanchonete, a enfermaria, um parque com um lago e os limites de um bosque que rodeava o colégio. Percebi que tudo estava vazio e silencioso, e antes que eu pudesse comentar, a Inspetora explicou-me que aquele era o horário de aula. Logo, chegamos a um tipo de praça aberta, com uma fonte com esculturas de anjos e alguns bancos. Ao seu redor, se situava um enorme conjunto de chalés exatamente idênticos, de paredes brancas, telhado marrom e portas de madeira com números na frente.

Seguimos pela alameda que fronteava a porta dos chalés e eu vi que os números iam do quarenta até um que eu não fazia ideia, e as portas de madeira haviam pequenos cartazes com os nomes das donas dos quartos – normalmente duas. Paramos diante de uma porta com o número 69 e um cartaz com o nome "Jude Ward" escrito com uma caligrafia perfeita e delicada.

Mirei aquele nome por alguns segundos e estremeci. Eu sabia que o St. Leonards-Mayfield era um colégio de pessoas de classe alta, mas ver o sobrenome Ward, das famosas Ward Enterprises me assustou.

– Esse é o chalé onde você vai morar a partir de agora.. – A Inspetora Murphy falou. – Aqui está uma cópia das chaves, e é bom não perdê-las. Raramente fazemos cópias.

Ela pegou um chaveiro e, com a chave redonda, destrancou a porta, exibindo um quarto em que caberia, facilmente, toda a casa da minha avó. Haviam duas camas e dois armários, encostados em paredes opostas, além de duas mesas de estudo e duas mesas de cabeceira. Uma porta levava a um banheiro. Do lado direito, a cama estava arrumada com uma colcha cor-de-rosa e, ao lado, uma mesa de cabeceira com um despertador, uma caixinha de óculos e uma corrente dourada. Tudo daquele lado estava perfeitamente organizado, desde as roupas até os materiais sobre a mesa de estudos. Do lado esquerdo, estava tudo vazio, pronto para abrigar as minhas coisas. Me lembrei do meu quarto não muito organizado na casa da minha avó e ri baixo pensando no contraste. A Inspetora Murphy me olhou, mas não disse nada.

– O horário de aulas é das sete da manhã até as quatro da tarde, com intervalo para o almoço à uma hora da tarde. O toque de recolher é ás nove e meia, depois do fim do jantar, e depois desse horário não é permitido circular fora do chalé correspondente ao quarto. No seu caso, chalé número sessenta e nove. O uso do uniforme é obrigatório apenas durante o horário de aulas. O seu está sobre a sua cama. O livreto ao lado é um manual do colégio, onde está tudo o que é proibido e permitido, assim como a lista dos horários. Hoje você está liberada para conhecer o colégio e arrumar os seus pertences, mas amanhã já é aula normal. Alguma dúvida?

Neguei com a cabeça e recebi as chaves que ela me entregava, com um feio chaveiro retangular com o nome da escola gravado.

– Certo. Boa tarde. – E dito isso, a Inspetora Murphy deixou o corredor.

Olhei em volta, me sentindo um pouco tonta com aquele enorme número de chalés de paredes imaculadamente brancas, e imaginei como aquele local ficaria cheio de meninas. Apenas esse pensamento me fez estremecer. Balancei a cabeça para afastar esse pensamento e adentrei o quarto, fechando a porta sem trancar e colocando a chave no bolso da calça. Andei até o meu lado do quarto e joguei a minha mala e a mochila no chão, andando até a cama e vendo o uniforme perfeitamente dobrado. Desdobrei-o e vi que se tratava de três saias com estampa xadrez de laranja e azul, que batiam na altura dos joelhos, três camisas brancas de botões, dois blazers azuis-celeste e três pares de meias 3/4.

Coloquei o uniforme sobre a mesa de estudos e me joguei na cama depois de pegar meu celular e meus fones de ouvido num bolso da mochila. Conectei os dois e liguei na última música que tocara, vendo que era Hysteria. Também constatei que eram três horas da tarde, e faltava apenas uma hora para o fim do horário de aula. Sendo assim, logo eu conheceria a minha colega de quarto.

Aumentei o volume da música e peguei o livreto onde se lia "Manual das Alunas - St. Leonards-Mayfield" na capa, começando a ler todas as regras e proibições daquele novo colégio.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Realmente espero que tenham gostado :3 E a música colocada no capítulo, "Hysteria" é da Muse, a melhor banda de todos os tempos (para mim, pelo menos). Amo/sou Muse. E... É isso. Agradecimentos especiais às moças que comentaram o primeiro capítulo:
— Baunilha
— Minit0ddy
— Arayan (que também favoritou)
— Yayo (que também favoritou²)
E também às outras que favoritaram e não comentaram:
— Tayna Jacintho
— Krisbians
— Nane
É isso. Até o próximo capítulo o/