The Way I Loved You- Percabeth escrita por Meep Girl


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Ok, eu fiquei com uma raiva imensa desse capítulo porque quando eu estava terminando... REINICIEI A PÁGINA!
Mas obrigada, muito obrigada pelos comentários, leitores! Fiquei bem feliz. Tentei fazer meu melhor para refazer o capítulo. Boa leitura!!



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Annabeth continuava vendo os tesouros do sótão. Parou imediatamente quando sentiu uma presença calorosa às suas costas. Sabia que sentiria raiva quando olhasse novamente para trás, mas mesmo assim ela o fez.

Atena estava parada, com o olhar fixado nos olhos da filha. Annabeth não desviou o olhar; se alguém poderia encarar Atena, sua mãe, esse alguém era ela. E não desviaria nem por um momento.

Sabia que seus olhos estavam demonstrando irritação e frieza. Os da mãe não estavam muito diferentes. Contudo, Atena deu um passo na direção dela, mas Annabeth recuou.

A lembrança de seu último encontro com a deusa ainda estava martelando em sua cabeça, fosse como pesadelo ou quando estava acordada.

Annabeth estava no centro de São Francisco. O pai viria buscá-la mais tarde, deixando-a tirar uma folga do trabalho de reconstruir o Olimpo. Annabeth estivera trabalhando em seu projeto durante as férias todas, sem descanso. Ela queria tudo perfeito.

Mas também estivera pensando muito em Percy. Sabia que nenhum dos dois desistiria de sua história de amor quando estavam se dando tão bem. E daí que Atena e Poseidon não se davam? Percy e Annabeth se amavam e não ligavam para os pais.

Enquanto ia contando os segundos e minutos, vagando sem rumo pelo centro, Annabeth parou em frente a uma loja de sapatos muito conhecida em São Francisco.

Olhou para dentro e uma tristeza misturada a alegria cresceu dentro dela. Uma mulher bem vestida que parecia de classe alta estavam dentro da loja, no balcão de atendimento. O celular estava aparecendo no bolso traseiro da calça jeans e vestia uma blusa vermelha justa. Se tinha estampas, Annabeth não conseguia ver.

Ela entrou dentro da loja e cutucou a deusa por trás. Atena se virou com um sorriso no rosto, irradiando calor. Mas logo que viu Annabeth, seus lábios se colocaram em uma linha fina e ela levantou uma das sobrancelhas. Estava com uma expressão de surpresa, curiosidade e indignação.

–Ah, é você.- como Atena poderia dizer num tom tão frio com Annabeth? Sua filha?

–Mãe? O que aconteceu?- perguntou, um pouco sem jeito.

–Annabeth. O que você está fazendo aqui? Não deveria estar trabalhando na reconstrução do Olimpo? Eu deveria saber que você era tão trabalhadora como um objeto quebrado e sem chances de voltar a funcionar.

As palavras a atingiram como uma faca sendo cravada em seu peito. Recuou, surpresa. Mas logo seu olhar tornou-se desafiador.

–Estive trabalhando nisso as férias toda. E em troca recebo isso?! Não, muito obrigada. Prefiro ficar parada.

–Você, definitivamente... Pode ter acontecido algum engano. Devo ter me confundido a verdadeira Annabeth com você. Devo ter me enganado mesmo. Os meus filhos sabem como trabalhar e não largar o serviço pela metade.

–Do que você está falando?!- berrou Annabeth. Atena fez sinal de silêncio, todos na loja as olhavam. Mas ela não se importava.

Quem Atena pensava que era? Só porque era uma deusa, não significava nada. Annabeth era livre para decidir o que quisesse, Atena deixasse ou não. Atena quisesse ou não.

–Você realmente não se importa com os seus filhos. Com os seus milhões de filhos. Sua.. Desgraçada.- as lágrimas ameaçavam cair, mas Annabeth permanecia firme.

–Com licença.- antes que Atena pudesse responder, a atendente interrompeu-as.- Ela é sua filha, senhora? Ela é tão bonita!

–Não. Ela é minha sobrinha. Mora com o meu ex-marido, mas continua achando que sou a mãe dela. Sabe, crianças sempre são meio... Ingênuas nessa idade- as duas riram como se fossem melhores amigas.

Ingênua? Quem ela pensava que Annabeth era? Antes de ir embora frustrada, Atena segurou Annabeth mais um pouco pelo braço. Os olhos nos cinzentos da filha, Atena ameaçou:

–Nunca mais se refira a mim em lugares públicos desse jeito. Isso é sério. Eu vou deixá-la ir, mas se prepare. Os deuses decidirão seu futuro.

Annabeth largou-a sozinha na loja e não guardou as lágrimas.

De volta ao presente, Annabeth respirou fundo e a encarou. Com certeza, seu olhar estivera o tempo todo distante demais e Atena percebera isso, deixando-a em seu mundo, revivendo a lembrança quieta.

Annabeth não desgrudou os olhos da mãe, que desviara o olhar e observava tudo no porão com grande interesse, como se esperasse que a filha saísse de um transe ou começasse. Annabeth tossiu.

–Ora, vejamos. Annabeth.- Atena voltou-se para ela. Annabeth cruzou os braços.

–Por que está aqui? Deveria estar com os outros deuses, não é mesmo? Ou numa loja no centro de São Francisco, inventando mentiras para vendedoras mortais estúpidas que acreditam em tudo o que ouvem. Ou comprando sapatos numa loja finíssima para humilhar as mortais mais tarde.- ela soltou isso tão rápido que teve de respirar bem fundo para recuperar o ar perdido. A angústia crescia dentro dela, junto com o sentimento de humilhação.

–Do que você está falando?!- Atena a olhou como se não acreditasse. A raiva de Annabeth não permitiu que ela falasse e esperou que Atena se lembrasse da discussão na loja de sapatos- Ah, você está falando daquilo. Já terminou seu trabalho?

–Como você pode ser tão cínica? Tão... Argh! Como consegue ser assim o tempo todo?!- soltou.- É melhor dizer bem rápido o que quer, vou me encontrar com Percy depois desse... Dessa coisa, que pouco me importa como você chama.

–Encontro entre mãe e filha? Ah, não se preocupe. Perseu está bem entretido com Poseidon por um bom tempo. Não vai sair do mar tão cedo, e vocês nem vão ter tempo de conversar mesmo.

O coração de Annabeth deu um salto em seu peito. Seu estômago estava subindo e descendo, ela sentia uma vontade enorme de chorar ou de vomitar. Talvez tudo ao mesmo tempo. As palavras guardadas dentro dela havia finalmente se soltado e agora ela parecia mais leve, solta e livre.

Mas por que ela não iria mais ter tanto tempo com Percy? Seja lá o que for, Atena tinha vindo para dar essa notícia a ela. Annabeth sabia disso. Atena deu um passo na direção da filha, mas a garota recuou se sentindo totalmente vulnerável.

–Eu disse que os deuses decidiriam seu destino, não disse? Bem, acho que já chegamos a uma conclusão.- Atena disse, de repente parecendo maldosa.

–O que você quer dizer com isso?

–Você irá ser sacrificada.

Annabeth perdeu o equilíbrio e caiu no chão. Olhava assustada para a deusa e pela primeira vez, notou nos olhos vermelhos de Atena.

Atena estaria chorando? De qualquer forma ela não se importava com a deusa e, sim, com sua própria vida.

–Não olhe- Atena advertiu. Annabeth assentiu, sem falar, e virou a cabeça para o outro lado.- Eu não queria isso. Mas todos decidiram que você era mais apropriada para isso do que Perseu Jackson. Imprestável como todos os filhos de Poseidon.

Annabeth entendeu o truque. Atena assumira sua forma divina e, se Annabeth a olhasse, queimaria. Mas a deusa estava provocando-a, querendo forçá-la para olhar. Annabeth sabia que, para sua mãe, era a melhor forma de ver sua filha sendo sacrificada. Não iria se render. Não tão fácil.

–Desista. Não vou olhar. E Percy é mais prestável do que você imagina, ele é muito melhor que você. Que todos os deuses!- soltou, ainda olhando para o lado. Suas mãos tremiam, e ela sentou em cima delas para evitar que a mãe notasse.

–Eu só quero ajudar, Annabeth. Se for assim, iremos pelo caminho mais difícil.

–Não preciso de caminho nenhum. Você não é deusa nenhuma, é uma criatura infantil e sem destino, criada pelos gregos para ser reduzida a um nada pelos romanos.

–E você é grega, meu bem. Eu... - Annabeth olhou. Não seria reduzida a cinzas. Por alguns segundos, Atena tremeluziu e uma nova deusa assumiu seu lugar. Sua forma romana, Minerva.

Antes que tivesse qualquer tempo, Annabeth abriu a porta do sótão e correu como nunca.

*****

Percy estava sentado no palácio de Poseidon. Tudo era impressionante. Mas Percy não estava achando aquele lugar o máximo. Annabeth estava assustada e irritada e Percy sabia por quê. Mas serem chamados pelos seus pais, os deuses, para falar sobre algo que envolvia os dois deixava qualquer um de cabelos arrepiados.

–Percy.- a voz de Poseidon estava tensa- Você sabe sobre a rivalidade entre mim e a deusa Atena.

Percy engoliu em seco. Pelo jeito, Atena e Annabeth seriam o assunto principal da conversa dos dois. Uma esperança nasceu dentro de Percy; que Poseidon e Atena conversaram e aceitaram o romance dos filhos como algo importante. Mas Percy sabia que isso era loucura, os dois deuses eram idiotas demais para falar um com o outro, a não ser para alfinetar.

–Sim. Mas não há nada demais em... No fato de que eu e Annabeth namoramos, não é?

Poseidon hesitou e Percy já sabia a resposta. Olhou para fora e sentiu um aperto no coração ao ver o mar tão tempestuoso de repente. Sentiu uma emoção crescer dentro dele e uma tristeza enorme tomar conta de tudo.

–Percy, a verdade pode doer mais do que...

–Do que ser abandonado pelo pai?- retrucou, magoado- Você não tem direito nenhum de decidir meu futuro! Você me abandonou junto com a minha mãe, com um padrasto idiota que só sabia beber e apostar! Beber e apostar! Ela aguentou anos com ele e eu também! Você tem ideia do que é isso?- de repente, ele não conseguia mais segurar os sentimentos dentro de si mesmo- Você acha que pode controlar meus sentimentos então? Acha que tem direito de interromper meu namoro só por causa de uma briga boba com essa deusa que me odeia?! E daí que vocês são nossos pais? Nem ligam mesmo pra nós! De repente, Luke poderia estar certo!

Poseidon não o fuzilou como Percy achou que ele faria. O deus aguardou pacientemente e com o olhar cheio de dor e mágoa estampados.

–Percy. Eu sei que é difícil. Mas entenda que os deuses não podem participar da vida de tantos filhos ao mesmo tempo. Tem que se manter distante e você já havia entendido isso há muitos anos. Foi por isso que você não foi pro lado de Cronos em nenhum momento durante a guerra.

Percy pensou um pouco. Bem, ele sabia que os deuses amavam seus filhos, mas a maneira que demonstravam- ou tentavam demonstrar- não era lógica. Era até mesmo idiotice. Pensando mais, viu que era por isso mesmo que não havia passado para o lado de Cronos. Ele entendia o relacionamento dos deuses com os filhos.

Mas isso não queria dizer que ele não guardava ressentimento de Poseidon por tê-lo abandonado sozinho com sua mãe e com Gabe Cheiroso, como apelidara seu antigo padrasto.

–Percy... Annabeth será sacrificada. Eu não queria isso, mas todos os outros olimpianos concordaram que você era perigoso demais para viver com ela. Juntos, se quisessem, poderiam destruir o mundo todo. Uma escolha errada e éramos todos ruínas. Você compreende?

Percy arregalou os olhos e se levantou bruscamente. A cadeira caiu no chão e Percy colocou as mãos na cabeça. Os lábios agora formavam uma linha fina no rosto sem expressão e olhava diretamente para Poseidon.

Seu rosto estava marcado pelo ressentimento, angústia e pela surpresa. Percy recuou e tentou abrir a porta do escritório do pai, sem sucesso.

–É em vão. Temi que você teria essa reação e deixei a porta trancada quando entramos.- ele parou e se aproximou de Percy- Você entende que você e Annabeth não dará certo? Atena a chamou para sacrificá-la. Eu e a deusa Afrodite fomos os únicos que protestamos contra essa proposta de Atena.

Percy ficou pasmo. A própria mãe de Annabeth havia proposto aquilo, certo, até aí nenhuma novidade. Atena o odiava e queria vê-lo morto.

–Mas os olimpianos queriam poupá-lo a vida. Então o resto, exceto eu, Atena e Afrodite, votaram em que Annabeth deveria ser a sacrificada. Atena recusou tudo e disse que você deveria... ir... Mas eu não deixei e...

–POR QUE FEZ ISSO? POR QUE NÃO ME DEIXOU MORRER?- ele gritou e as lágrimas caíram pelo seu rosto- ELA NÃO TEM CULPA DE NADA, NÃO PERCEBE? ELA TAMBÉM SALVOU O OLIMPO! ELA TEVE TANTA INFLUÊNCIA NISSO QUANTO EU! FOI ELA QUE ME SALVOU TANTAS VEZES!

Sem saber como, a porta do escritório abriu. Poseidon recuou, impressionado, e Percy aproveitou a hesitação do pai e correu. Nadou até a superfície e ignorou os pedidos de Poseidon para que ele voltasse e de Tyson. Só escutava a água entrando em seus ouvidos e uma voz dizendo em sua cabeça, praticamente gritando: Lute.

Ele não precisava de aviso. Quando se tratava de Annabeth, ele iria até o Tártaro e voltava vivo por ela.


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Notas finais do capítulo

Acho que foi um dos mais compridos da fanfic! Mas tudo bem, espero que tenham gostado! Não esqueçam dos comentários, por favor. Até a próxima, bjux!



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