Letting You Go escrita por Lana


Capítulo 7
Encobrindo.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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– Eu disse sim.

– Você o que?! – Bella perguntou com um sorriso imenso. – Parabéns!

– Eu aceitei me casar. – Rosalie repetiu mais apara si mesma. Onde estava com a cabeça quando aceitara aquele pedido imprudente? – Mas Bella, não sei. Talvez... Talvez ele só tenha feito isso porque está desesperado. Foi tudo tão rápido.

– Do que você está falando, Rose? Por que não está animada?

– Bella, eu o conheci num momento em que ele estava desolado. Eu o ajudei a passar por aquele momento e servi como um suporte no processo. Talvez ele não me ame como pensa e nem queira se casar comigo, talvez isso tudo seja só ilusão.

– Rosalie, pare de ser ridícula. O Emmett ama você.

– Como você pode saber?

– Eu só sei. – ela deu de ombros.

– Você não sabe de nada. – Rosalie a contradisse.

– E você está tentando sabotar sua chance de felicidade. Por que você sempre faz isso? Qual o seu problema, Rose?! – Bella a encarou mantendo a boca numa linha fina. – Você é uma mulher incrível, merece ser amada como todas as outras.

– Bella, você sabe o que vai acontecer a ele quando eu morrer.

– Pare...

– Não, cale a boca e escute. – a loura disse séria e Bella a encarou com a mesma expressão. – Se isso de fato for amor, amor verdadeiro e não essa ilusão criada pelo desespero, quando eu morrer eu quero que você cuide do Emmett. Não o deixe fazer nada de estúpido ou largar o emprego ou parar de viver a vida dele. Preciso que você me prometa que vai mantê-lo vivo pra mim. Não quero que ele morra comigo.

– Rose...

– Bella, me prometa. – ela a cortou. Bella suspirou.

– Eu prometo. – disse por fim. – Você é louca se acha que aquele homem não está apaixonado de verdade por você.

– Pare de encher o saco, preciso que você me ajude a organizar um casamento o mais rápido que puder, tipo, menos de duas semanas.

– Duas semanas?! – as sobrancelhas de Bella se ergueram de surpresa.

– Ele quer casar logo porque fala que não temos tempo a perder. De fato, não tenho. – ela deu de ombros. – Então, você vai me ajudar?

– É claro que vou! – ela disse com um sorriso animado. Ao encarar a expressão satisfeita de Rosalie o sorriso de Bella se suavizou. – Você realmente o ama, não é?

– Sim. – ela confessou. – Eu não achei que chegaria a experimentar esse tipo de amor nessa vida, mas Bella... Emmett faz eu me sentir como nunca me senti antes. Ele faz eu me sentir uma pessoa melhor, mais sábia, mais feliz, mais... Amada. Ele me dá forças, não sei como. Ele é a melhor coisa que me aconteceu.

– Eu espero que vocês possam aproveitar muitos anos desse casamento. – Bella disse segurando uma das mãos da amiga. – Você, mais do que ninguém, merece ser feliz ao lado da pessoa que ama.

– Bom, ficarei feliz se conseguir aproveitar alguns meses. Não vamos abusar da sorte. – a loura deu um sorriso de lado e Bella revirou os olhos.

– Vamos, sua negativista, vamos planejar o seu casamento!

– Eu quero algo pequeno. – Rosalie começou a listar. – Bem pequeno mesmo, bem íntimo. Tipo, só nossos pais e amigos mais próximos. E vai ser no jardim aqui de casa. Lembra que quando a gente era pequena e ficava brincando de casamento lá? Então. Agora vai ser de verdade. – ela sorriu animada. Bella tomava nota das coisas que pensava e uma lista começava a surgir. – Vamos chamar o Carlisle, é claro. E minha enfermeira Louise, ela é adorável. E é útil se eu tiver uma crise no meio do casamento. – a loura franziu os lábios. – Vamos fazer uma coisa simples, a decoração terá lírios. Mas quero meu buque com flores de laranjeira e azaleias. Acho que poderia ter uma guirlanda com as flor...

– Então... Você vai mesmo se casar. – disse Edward a encarando da porta. Bella e Rosalie olharam para ele ao mesmo tempo.

– Vou, eu disse a você. – ela confirmou com um sorriso.

– E eu deveria apoiar isso? – ele franziu os lábios. Rosalie riu.

– Bom... Sim.

– Não gosto da ideia da minha irmãzinha se casando. Você ainda é uma criança. – ele franziu as sobrancelhas.

– Ah, por favor! – Rosalie disse se levantando da cama e parando na frente de Edward. – Você não faz o tipo ciumento e atua muito mal! – eles sorriram ao mesmo tempo enquanto Edward revirava os olhos.

– Bom, isso é verdade. Mas estou falando sério. Você é tão nova para se casar, mal tirou as fraldas...

– Está falando como um pai. – ela revirou os olhos sorrindo.

– ...e já vai se casar com aquele armário!

– Você deveria parar de invejar aquele porte atlético do meu noivo. – ela mostrou a língua e ele fechou a cara, saboreando a palavra noivo. – Além do mais, você adora o Emmett. Você praticamente me empurrou para ficar com ele!

– Verdade. – Bella apoiou Rose e Edward a olhou ultrajado.

– Vocês duas sempre fazem complôs. Não é justo.

– Bom, você pode aceitar sua derrota e sair de fininho ou apenas me dar parabéns e dizer como está feliz por mim. – Edward fingiu pensar por alguns segundos e Rosalie deu um tapa no ombro dele, o que o fez sorrir.

– Parabéns, irmãzinha. – ele disse a puxando para um abraço. – Eu estou muito feliz mesmo por você. Você merece isso, merece toda a felicidade do mundo. – Rosalie apertou os braços ao redor do irmão.

– Obrigada, Ed. – ele beijou o topo da cabeça dela.

– Agora vai. – ele disse. – Vá arrumar as coisas do seu casamento.

– Arranje uma roupa decente pra você, está bem? – ela pediu com um sorriso. – Aliás, usaremos o jardim daqui de casa!

Bella e Rosalie passaram o resto da tarde engajadas em decidir o máximo que podiam para o casamento para começarem a fazer as ligações no próximo dia. Tudo teria que ser em tempo recorde e provavelmente seria necessário um extra para os fornecedores aceitarem, mas Rosalie não estava preocupada com isso. No início da noite Emmett chegou à casa dos Hale. Ele, Bella, Rosalie e Edward saíram para jantar em um pequeno restaurante. No jantar, Emmett deu a Rosalie um anel de noivado que não tivera a oportunidade de dar no dia que fizera o pedido, afinal não tinha nada preparado ao fazê-lo. Ao final da noite, Edward e Bella entraram e Rosalie e Emmett ficaram na porta antes que ele fosse embora.

– Então... Bella está animada com o planejamento do casamento. – Rosalie comentou casualmente e ele sorriu.

– Bella está animada? – ele ergueu uma sobrancelha.

– Tudo bem, eu estou animada com o planejamento do casamento. – ela revirou os olhos sorrindo. – Já temos bastante planejado. Trabalhamos a tarde toda nisso. Ela tirou férias do trabalho, dá pra acreditar? Estou tão animada. – ele sorriu diante ao excitamento dela.

– E isso é porque você nem queria aceitar a minha proposta... – ela sorriu e bateu no braço dele.

– Bom, você sabe o porquê. – ele suspirou.

– Não vamos falar disso.

– Tudo bem então. Você falou com os seus pais? – ela perguntou.

– Vou falar hoje, por isso não vou pode ficar. – ele explicou e ela assentiu passando os braços ao redor do pescoço dele.

– Acho que talvez sua mãe não reaja tão bem a essa notícia.

– Por quê? – ele franziu as sobrancelhas. Rosalie não ia falar o motivo real, é claro. Não queria atrito entre Emmett e a mãe, especialmente por causa dela.

– Ah, você sabe... As sogras não costumam gostar das noras. – ela deu de ombros e ele sorriu.

– Exceto pelo fato de ser impossível alguém não gostar de você.

– Não impossível, mas realmente, realmente difícil. – ela brincou e ele riu.

– Eu adoraria ficar aqui a noite toda paparicando a minha noiva, mas eu preciso ir. Falei aos meus pais que iria passar por lá cedo. – ele suspirou e ela sorriu.

– Tá bem. – ela concordou e puxou Emmett para um beijo. – Boa sorte com seus pais, noivo.

– Os seus pais já sabem? – ele perguntou, sem deixa-la sair de seus braços.

– Bom, eu tenho a esperança de que eles não estejam aqui até a data do casamento, assim eu posso me casar sem eles. – ela disse casualmente, desviando os olhos.

– Rose. – Emmett falou.

– Meus pais não acham que eu deveria sair do hospital, mal iam lá me visitar, pra que eles viriam ao meu casamento? – ela reclamou.

– Eles são seus pais. – ele falou acariciando o rosto dela. – Apesar de tudo. E acredito que você seria muito mais feliz se eles estivessem por perto. – ela suspirou.

– Vou pensar sobre isso, mas eu realmente duvido. – ela prometeu e ele sorriu.

– Pense. – ele reforçou. – Agora eu já vou. Boa noite, baby. – ele a beijou de novo e ela sorriu.

– Boa noite, Emm. – ela acenou enquanto o observava entrar no carro, depois se voltou para a porta e entrou. Foi até a sala para encontrar o irmão e Bella, mas se deparou com uma surpresa não tão agradável, além do fato de Bella não estar ali. – O que vocês estão fazendo aqui? – ela perguntou parada na entrada da sala.

– Rosalie, isso é jeito de receber seus pais? – perguntou Carmen. Ela encarou a mãe sem dizer nada, enquanto isso o pai levantou-se e caminhou até ela, enlaçando-a num abraço apertado quando a alcançou.

– Eu estava com tantas saudades, querida. – ele sussurrou enquanto a apertava contra si. – É tão bom ver você fora do hospital, tão bem.

– O que estão fazendo aqui? – ela questionou quando ele a soltou. – Achei que estivessem viajando.

– Edward nos ligou. – a mãe se adiantou em dizer e Rosalie fuzilou Edward com o olhar. Ele encolheu os ombros. – Ele disse que você está noiva.

– Pois é, estou. – ela concordou cruzando os braços.

– Estou muito feliz por você. – Eleazer falou. Rosalie estava irritada com o pai, mas não tanto quanto com a mãe.

O problema do pai era a bebida e o luto e, de verdade, ela entendia. A bebida era o refúgio dele para todos os problemas que eles passavam. Era onde ele se afundava para não ter que encarar a realidade dura da doença e da morte da filha, que mais cedo ou mais tarde a abateria, assim como abatera seu primogênito. Ela entendia. Ele não ia ao hospital porque o doía vê-la daquela forma, na cama, esperando para morrer tal qual seu meio irmão. Ela sabia.

Mas com a mãe não era assim.

Carmen nunca havia sido a mãe que ela quisera. Mal havia sido uma mãe. Sempre preocupada com outras coisas, diferente do resto da família, mal a apoiara quando ficou doente. Sempre preocupada com a vida repleta de eventos que sempre tivera, mal prestava atenção à filha. Rosalie acreditava que, secretamente, a mãe pedia para que ela morresse logo para que pudesse se livrar da responsabilidade. Mas ela não morria. E a mãe continuava a ser quem era.

Rosalie estava repleta de mágoa. Mas para ela, o pai era inocente. Ao menos, se comparado à mãe.

– Obrigada, papai. – ela falou. – Eu estou cansada. Vou para o meu quarto. Boa noite.

– Mas querida... – Eleazer começou a interferir.

– Conversamos amanhã, está bem? – ela pediu e dando um beijo na bochecha do pai subiu as escadas depois de encarar Edward por meio segundo.

Eleazer suspirou.

– Ela está irritada. – se lamentou.

– Eu falei que não devíamos ter interrompido nossa viagem por isso. – Carmen falou mexendo nos cabelos.

– Como você pode ser tão insensível? – o homem perguntou irritado. – É a nossa filha, droga. A sua filha!

– Sim, a minha filha está doente e certamente não está em condições de se casar. – ela falou com a voz fria e Edward levantou-se irritado.

– Já chega. – ele disse. – Você quer ir embora, mãe? Vá. Volte para sua viagem. Eu só chamei vocês porque achei que ficariam felizes por ela e que ela gostaria. Mas se é assim que você vai agir, por favor, volte pra sua maldita viagem. – a voz mostrava claramente a irritação que sentia e ao terminar subiu as escadas, seguindo em direção ao quarto de Rosalie.

Depois de dar duas batidas na porta ele entrou e a encontrou deitada na cama.

– O que deu em você? – ela perguntou visivelmente irritada. – Por que os chamou para cá?

– Porque é seu casamento. O papai jamais te perdoaria se você fizesse isso pelas costas dele. E a mamãe também.

– Eu não dou a mínima para o que ela perdoaria ou não. – Rosalie resmungou e ele sentou-se a seu lado na cama. – Ela não tem que perdoar nada. Ela é quem não dá a mínima para mim. Ela é quem não se lembra de que tem uma filha. Ela é quem me ignora e só se importar com festas e fotos.

– Rose. – Edward puxou-a para seus braços, apertando-a em um abraço. – Não diga isso. Ela nossa mãe. Ela te ama. – Rosalie negou com a cabeça.

– Ela não é uma mãe. Ela nunca foi e você sabe disso.

– Mas ela é a mãe que temos. – ele disse. – E deveríamos estar gratos só por ter uma. – ela suspirou.

– Não posso ficar grata por ela agora. Nem em nenhum dia na verdade. Depois que descobrimos que era terminal ela fez questão de me excluir ainda mais da vida dela. – ele apertou mais os braços em volta da irmã.

– Tudo bem, então. Me desculpe por tê-la chamado. Mas não podia chamar apenas o papai e tenho certeza que dele você gosta. – ela revirou os olhos.

– É claro que sim. Não estou tão magoada com ele. Apesar de tudo, tento entendê-lo. Eu sei que com toda a história da morte do Henry, por mais que tenha sido antes de nós nascermos e ele se relacionar com a Carmen... Eu sei que o perturbou profundamente. E ele me visitava mais que ela. – Edward sorriu.

– Vai dizer que você não ia querer ser levada até o altar pelo seu pai, huh? – ele sugeriu limpando algumas lágrimas que haviam marcado o rosto da irmã mais nova. – Eu sei que é difícil agora, mas também sei que você vai ficar feliz por tê-lo com você nesse momento. – Edward prometeu. A loura fungou.

– Você não devia ter feito isso sem me consultar. – ela reclamou.

– Mas já foi feito. Então você dorme agora e amanhã você conversa com o papai e conserta as coisas com ele, está bem? – pediu e ela assentiu. – E quem sabe com a mamãe também.

– Você já está exagerando. – ela disse se enfiando em baixo dos cobertores de cara feia. – Eu ainda sou só humana, você sabe. – Ele sorriu.

– Boa noite, maninha. – disse beijando o topo da cabeça da loura. Ela sorriu.

– Boa noite, Ed.

A semana seguinte passou voando para Rosalie. Ela de fato conversara com o pai, uma conversa aberta e íntima, como não acontecia há muito tempo, e se sentia satisfeita por ter tirado esse empecilho de sua felicidade. Ter o pai de volta em sua vida era reconfortante, e Eleazer parecia estar fazendo tudo que estava em seu alcance para recuperar o tempo perdido, o que deixava Rosalie realmente feliz.

Não se podia dizer o mesmo sobre Carmen.

A convivência entre mãe e filha era repleta de atritos e Rosalie não conseguia ficar no cômodo com ela por pouco mais de alguns minutos. Nenhuma conversa terminava bem. Então Rosalie decidira não conversar com ela, ignorando-a deliberadamente e preferindo deixar o ambiente quando ela chegava para evitar confusões. Iria ter a mãe no casamento? Claro que sim, até porque Carmen jamais deixaria que sua filha se casasse sem sua presença, afinal, o que as pessoas falariam se isso acontecesse?

Mesmo com o tempo corrido, Rosalie passava todo o tempo livre com Emmett. Ele não opinara muito na decoração do casamento, confiava que Bella e Rosalie acabariam fazendo algo ótimo e realmente não fazia diferença para ele, desde que sua noiva estivesse lá e dissesse sim, tudo estaria perfeito.

Eles ficavam cada vez mais próximos, compartilhavam cada vez mais momentos, criando novas memórias e tornando a vida um do outro muito mais agradável. O pai de Emmett, Harry, passara a ir até a casa de Rosalie visita-la e acabara se tornando amigo de Eleazer. Rosalie adorava o sogro. Ele era uma pessoa extremamente bondosa e de um bom humor invejável, levando em conta que perdera a filha mais nova há tão pouco tempo. Harry acreditava que tudo tinha uma razão, e apesar de sentir falta da sua menina mais que tudo, ele aceitava que aquele era o destino dela e que era o que Deus queria, sendo assim, tudo o que podia fazer era seguir em frente.

Emmett não encarava aquilo tão bem, mas definitivamente a convivência com Rosalie tirava de foco todos os pensamentos negativos. Ela o fazia ver a vida – e a morte – de maneira diferente. Ela o ajudava a transpor toda a dor e todo sentimento ruim. Ela era um bote salva vidas nas noites de tempestade e ele jamais conseguia expressar o quanto era grato por tê-la em sua vida.

O casamento acabaria acontecendo quatro semanas depois do pedido. A segunda semana de preparativos era também a semana em que haveria o feriado de natal e com a mãe em casa, Rosalie aceitou mais que de boa vontade o convite de Emmett para passar o natal com a família dele.

– Você sabe, é o primeiro natal sem a Alice e bom... – Emmett suspirou. – Não estamos muito no clima de comemorar, mas meu pai acha que pode ser bom. Ele quer fazer uma ceia e toda essa coisa. Ele decorou uma árvore. Ele acha que Alice adoraria nos ver comemorando o natal, porque era seu feriado favorito. – ele encolheu os ombros. – Mas se você quiser ficar com sua família, eu vou entender. – ela balançou a cabeça negativamente e sorriu de leve, passando os braços em volta do corpo grande de Emmett.

– É claro que posso ir com você. Será ótimo passar o natal com sua família. – exceto com sua mãe, Rosalie queria completar, mas obviamente não o fez. A mãe de Emmett ainda não a aceitava bem – ao menos, não nas costas do filho – e não reagira de forma positiva ao noivado.

– Você é a melhor noiva do mundo inteiro. – ele confidenciou em seu ouvido e ela sorriu.

– É claro que sou. – ela concordou. – Você deu uma sorte danada de achar alguém tão multifuncional como eu, não é verdade? – sua voz revelava a brincadeira e Emmett sorriu levemente.

– Sim, eu dei. – ele a puxou para um beijo rápido. – Não me deixe, está bem? – ele pediu após apoiar o rosto no topo da cabeça dela, de forma que ela não pudesse ver sua expressão. O coração da loura se apertou.

– Sempre vou estar com você, Emm. – ela prometeu. Embora não da maneira que você queira.

Mas sua aceitação ao convite do noivo acarretara um atrito com o irmão e o pai quando ela mencionara o fato diante deles.

– Você não pode! – Edward falou com a voz irritada e magoada ao mesmo tempo.

– Claro que posso. – Rosalie franziu as sobrancelhas.

– Rosalie! – o pai falou chateado.

– Gente, qual o problema de vocês?! É o primeiro natal deles sem a filha, sem a irmã. Tenho que ficar com ele. – ela se defendeu.

– Rose, eu entendo que queira passar o natal com ele, afinal, é seu noivo. E também que é o primeiro natal dele sem a irmã, mas... – Edward parou de falar e respirou fundo. – Mas eu não quero passar o natal sem você. Pode ser o primeiro dele sem a irmã, mas e se for o meu ultimo com a minha irmã? Não quero perder isso, então, por favor, não me prive da sua companhia nessa data. – Rosalie franziu os lábios.

É claro que não podia fazer aquilo. O pai a olhava do mesmo modo que Edward e seu coração se apertou. Não havia pensado por aquele ponto de vista e a perspectiva de passar o natal longe do irmão e do pai – principalmente agora que estavam bem um com o outro – era excepcionalmente desagradável.

– É claro que não vou. – falou passando os braços ao redor do irmão. Sabia o quanto aquilo era difícil para ele. Acordar todos os dias sem saber até quando a teria por lá. – Não vou. – ela prometeu.

O impasse acabara tendo uma solução simples, mas que não foi facilmente arranjada.

Ela sugerira juntar ambas as famílias e passarem a noite todos juntos, o que Edward, seu pai, Harry e Emmett concordaram de bom grado. Exceto a mãe de Emmett, que reagira extremamente mal à sugestão. Ela arranjara um milhão de desculpas para recusar a ideia, para não comparecer – Ah, acabara de perder a filha e não queria sair de casa! Ah, estava doente! Ah, não conseguia suportar a ideia de passar o natal longe de casa! Ah, era a data de Alice e não fazia sentido comemorá-la sem ela! – mas no fim, por insistência dos homens de sua família, acabara concordando, embora não de boa vontade e certamente ainda não gostando da ideia.

Por fim, passaram todos na mansão dos Hale. Os Cullen, os Hale e até mesmo a família de Bella, que era antiga conhecida dos Hale. A noite se mostrara agradável e divertida, exceto pelo comportamento rabugento de Irina, mãe de Emmett, e de Carmen, que parecia intensamente entediada por não ter ido a alguma festa com gente famosa.

As famílias acabaram se dando muito bem, se entrosando de maneira melhor do que esperado e todos pareciam ser conhecidos há muito tempo. Rosalie passara a maior parte da noite quieta, sentindo dor e fazendo seu melhor para disfarçar, o que não era difícil depois de tantas encenações. Emmett jamais saía de seu lado e perguntava a todo o momento como ela estava se sentindo. Ela revirava os olhos e dizia estar bem pela milésima vez. Aquele comportamento deveria a irritar, mas ao contrário, ela achava engraçado como um homem daquele tamanho podia se mostrar tão preocupado e amável. Se não o conhecesse e o visse de relance pela rua, por exemplo, jamais imaginaria que poderia haver tamanha doçura dentro daquele tamanho de homem.

Emmett a presenteara com uma gargantilha com um delicado pingente de rubi, que Rosalie imediatamente o fizera colocar em seu pescoço. A noite deles, apesar do estado de Rosalie, havia sido cheia de brincadeiras e risadas. Ela fazia questão de fazê-lo vivenciar o máximo de momentos como aqueles com ela, de forma que ele tivesse boas coisas para se lembrar quando ela se fosse. Ela queria deixar uma boa marca. E de fato, estava deixando.

A noite, entretanto, não terminara como esperado. Rosalie passara mal, com a dor aumentando de forma intensa e com uma falta de ar agonizante. Depois de ser levada para seu quarto e atendida pela enfermeira, que não havia deixado a residência apesar do feriado, os outros resolveram encerrar a noite. Todos foram para suas casas, exceto Emmett, que após conversar rapidamente com Eleazer e Edward, subiu para o quarto da noiva e deitou-se a seu lado. Ela estava dormindo por conta dos remédios que usara para diminuir a dor.

Ele começou a olhar para a loura e pensar em todo o futuro que construiriam juntos. Na família que teriam. No quanto queria que ela fosse a mulher mais feliz do mundo. Sua mente desenhou milhões de caminhos que poderiam seguir juntos. O tempo passou sem que ele se desse conta enquanto planejava seu futuro e após algumas horas ele viu Rosalie despertar levemente confusa.

– Emm? – ela perguntou notando-o agarrado a ela. Ele sorriu.

– Oi, baby. Como você está se sentindo?

– Melhor. – ela falou com a voz baixinha. – Que horas são?

– Já passou das quatro. Volte a dormir. – ele pediu. Ela o observou com olhos atentos apesar da expressão de sono.

– Você não dormiu. – acusou.

– Estou observando você dormir. – ele sorriu. – Não imagina o quanto é bonita. – ela sorriu devagar.

– E no que está pensando além da minha beleza exuberante?

– Que nós teremos três filhos tão exuberantemente lindos quanto você. – Emm falou a abraçando contra si.

– Três? – Rosalie repetiu com a voz fraca e sorriu mais.

– Sim. – ele confirmou. – Dois garotos e uma garota.

– Eu gosto assim. – ela respirou fundo com certa dificuldade e ele a apertou delicadamente contra seus braços, de forma que o rosto dela ficasse sobre seu peitoral.

– E que faremos a casa no campo que você comentou uma vez. – ele continuou. – Terá a varanda, a cerca branca, o balanço na frente, como nos filmes, do jeito que você quer.

– Obrigada. – ela sorriu fracamente. Ainda sentia dificuldade para respirar, mas em comparação a antes, estava bem melhor. Ele beijou o topo de sua cabeça e a aconchegou na cama de modo que ela ficasse confortável para dormir novamente.

– Então, qual vai ser o nome dos nossos filhos? – ele perguntou. Ela riu fraquinho.

– Ronald.

– Ronald? – ele repetiu erguendo as sobrancelhas.

– É, eu gosto de Harry Potter. – ela sorriu. – Ronald Hale Cullen. – Emmett bufou e eles riram baixinho.

– Aposto que a garota vai se chamar Hermione. – ele comentou em tom de brincadeira.

– Não, a garota vai ser Alice. – ela falou virando-se para encarar Emmett. – E eu espero que ela se pareça com você. – ele sorriu para a futura esposa e passou a mão levemente por seu rosto enquanto ela colocava um dedo magro sobre uma das covinhas.

– Eu gosto dessa ideia. – ele confidenciou. Ela riu.

– E o terceiro vai se chamar Harry.

– De novo a coisa de Harry Potter?! – ele sorriu e revirou os olhos.

– Não. Esse é por causa do seu pai. Ele é um homem maravilhoso, um pai maravilhoso e com certeza será um avô maravilhoso. E você também vai ser um pai maravilhoso, sabe. – não dos meus filhos, mas certamente terá alguns depois. Ela não completou a sentença, mas queria. Sabia que não teria tempo de ter filhos, muito menos de vê-los crescer.

– Com você a meu lado, tenho certeza que serei. – ele concordou. Ela sorriu e ficou bem junto ao corpo de Emmett, com o rosto na curva de seu pescoço. – Sabe, deveríamos fazer uma casa na árvore para eles. Acho que eles adorariam isso. – ele comentou depois de um longo período de silêncio, passando as mãos levemente pelo cabelo da esposa. – Poderíamos pintá-la de vermelho, mas antes acho que teríamos que plantar uma árvore que a aguentasse. Acho que podemos fazer isso.

Ele olhou para baixo pela falta de resposta de Rosalie e a constatou com os olhos fechados, dormindo novamente. Ele deu um pequeno sorriso de lado e passou os dedos de forma delicada pelo rosto branco. Ela era tão linda. Tão amada. Mas tão frágil. Ele sentia como se pudesse quebra-la com poucos movimentos. Ele estava tão feliz por poder segurá-la em seus braços, poder passar as noites e dias a seu lado.

Mas algo em seu coração parecia querer alertá-lo.

Emmett não percebia, ou não queria perceber e deliberadamente ignorava, a verdade sobre o estado da noiva. Rosalie claramente não estava tão bem quanto antes. Apesar dos esforços em esconder o estado de saúde, era perceptível sua mudança. Pouco perceptível, de certo, mas ainda assim notável. Emmett, como Edward, preferia não enxergar aquele fato. Nenhum de seus entes queridos, na verdade, queria. Todos preferiam a ver saudável e feliz e ela queria que eles o vissem dessa forma. Mas de forma alguma aquilo a salvaria.

Emmett, em especial, parecia não se atentar ao fato das crises da loura estarem cada vez mais próximas uma das outras. Ela não podia fingir que não acontecia, eles estava cada vez mais próximos um do outro e constantemente passavam as noites juntos – na casa dela ou na dele –, mas ou ele não comentava, ou simplesmente ignorava. Ela não reclamava daquilo, de modo algum. Mas não sabia se aquilo era benéfico ou maléfico para o noivo.

Ela só podia esperar, rezar, fazer tudo o que tivesse a seu alcance, para que no tempo que estivesse ali, com ele, ela pudesse fazê-lo entender o quanto o amava. E como jamais o esqueceria, independentemente do que acontecesse.


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Notas finais do capítulo

Oi gente linda! Como foram de festas de fim de ano?
Espero que estejam todas ótimas e felizes, porque eu estou. Fui aprovada no curso que eu queria na universidade que eu queria, então estou muuuuito satisfeita! Não pude escrever/postar esses dias porque meu melhor amigo estava aqui na minha cidade, então as ultimas semanas foram de total dedicação à ele.
Mas e aí, o que acharam do capítulo? Foi com a festa de natal meio atrasada, mas bom... Eu a fiz hihih. Espero que tenham gostado. Deixem reviews opinando. Pra quem lê PPM tentarei postar logo, mas o próximo capítulo ainda está pela metade e não consigo desenvolvê-lo :/ Vou me esforçar nos próximos dias.
Enfim, sem mais delongas porque preciso almoçar! Huheuehue. Um beijo grande e se você nao lê minhas outras fanfics, dê uma passada por lá. Não é satisfação garantida, mas não custa arriscar hihih.
Beijo grande e ótima férias pra vocês! (Ou volta às aulas, eu só entrei de férias essa semana!)