Medo e Insônia escrita por Anny Taisho


Capítulo 1
Capítulo Único




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Medo e insônia


 


Continuação de Amor e Ódio, Solidão e Desespero, e Perdão e Saudade. Três anos depois e Riza tem de voltar a Ametris.


Capitulo Único


Medo: Sentimento que pode lhe afligir de diversas formas, com diversas intensidades e que sempre te lembra de seus fantasmas.


Insônia: Ato de não conseguir dormir sem motivo aparente.


Três anos, três anos se passaram desde a última vez que estive nesse país.


No entanto, tudo parece igual, mas não estou aqui por vontade e sim por não haver outra maneira. Meu avô veio a falecer e eu não poderia deixar de comparecer.


Mesmo tendo quase absoluta certeza de que ele estará lá.


Minhas noites tem sido horríveis desde que soube da morte do meu avô, se culpa matasse, acho que não estaria viva. Mas não posso fazer nada além de prestar minha homenagem a ele.


Meu médico não gostou muito de saber que eu faria uma viagem muito longa, não que eu tenha alguma doença, na verdade, o que mantêm frágil minha saúde é dor.


Já perdi a conta de quantas vezes tomei remédios para dormir só para não acabar pensando nele.


Como queria saber se está bem...


Mas que direito tenho de me importar?


Fui forte todos esses anos, mas não sei como vou reagir.


E se ele estiver com ela?


E se ele estiver feliz?


Aquela frase que diz que quem ama liberta é tão linda, mas é tão difícil fazer. Não que eu deseje para ele a agonia que tem sido minha vida.


Hora da verdade.


O carro acaba de parar em frente o cemitério, uma fina garoa está caindo e por isso pego um guarda chuva preto assim como meu luto fechado.


Um vestido tomara que caia preto ajustado a minha silhueta, um bolero preto e luvas e sapatos pretos. Sophy ainda não compreende o que está acontecendo, mas não queria deixá-la com a babá.


Nem tanto por ela, mas sim por mim. Sei que olhar para seu lindo rosto vai me dar forças para continuar.


- Não quer que eu a carregue, Riza-sama?


- Não, Lilian, mas me acompanhe.


A babá pega um guarda chuva e passa me seguir.


Conforme me aproximo do túmulo onde meu último parente será enterrado vejo alguns rostos conhecidos e não deixo de ficar feliz.


Optei por ficar do lado oposto onde estavam os demais, apesar de querer falar, perguntar e matar as saudades de meus amigos, não quero ser metralhada com perguntas.


Meus braços quase perderam as forças quando o vi.


Lindo, sério e... Acompanhado por Lissah, que estava do seu lado direito.


Acho que só não cai de joelhos por estar segurando Sophy, as lagrimas começaram a escorrer por debaixo dos meus óculos escuros.


- A senhorita gostaria de falar alguma coisa...


O padre virou para mim.


- Eu estou muito satisfeita em ver que meu avô realmente cativou verdadeiras amizades e agradecer o apoio de todos que estão aqui. Ele foi um grande homem e vai ser enterrado como tal.


As formalidades seguem e quando a terra começou a ser jogada sobre o caixão, eu a vi sussurrar algo para Roy ao pé de seu ouvido...


Kami-sama!


As forças parecem estar me abandonando, uma pontada parecer partir minha cabeça em dois pecados.


- Lilian.


- Senhora?


- Leve a Sophy para casa.


- Está acontecendo alguma coisa?


Ele vê minha mão tremer quando fui entregar Sophy em seus braços.


- A senhora...


- Agora, Lilian.


A babá sai e eu começo a me afastar das pessoas.


O buraco no meu peito parece estar em carne viva, minha cabeça lateja, está ficando extremamente difícil me manter em pé.


Droga!!


Por que eu não posso ter uma doença comum?


Meu estado emocional é capaz de me deixar de cama por dias. Não posso me exaltar e tomo calmantes e analgésicos...


Preciso sentar.


Tudo parece girar ao meu redor, o guarda-chuva despenca de minhas mãos.


O chão parece mais próximo, minhas pernas não conseguem suportar o peso de meu corpo e eu começo a cair ajoelhada.


A chuva que cai sobre minha pele não me importa, tudo o que eu quero é chorar.


Chorar pelo amor que nunca me pertenceu.


Chorar pela morte de meu avô.


Chorar por ser tão fraca.


Chorar por não conseguir parar se chorar.


Eu fico ali, não sei por quanto tempo fiquei ali até que senti passos atrás de mim, mas também não me dei ao trabalho de virar o rosto.


Nada ali me interessava.


Era mais uma crise, como tantas outras.


No fim me levantaria e seguiria em frente.


- Riza...


Essa voz.


Não pode ser.


Um medo invadiu cada célula do meu corpo.


Não podia ser ele.


Eu não queria ser vista naquele estado.


Medo e insônia


Sempre acompanham aqueles que amam demais...


E também os que amam de menos...


Duas coisas que sempre andam juntas...


Sempre a atormentar...


Aqueles que não são fortes o suficiente para...


Superar...


Elizabeth Hawkeye


Fim


Oi gente!!


Desculpe pela demora da continuação, mas ai está mais uma parte dessa história.


Espero que gostem e comentem!!


Kisss


 


 


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