Perfeitamente Imperfeitos escrita por Danny Winchester


Capítulo 28
As Três Palavras


Notas iniciais do capítulo

Ei, gente, tudo bem? Bom, esse capitulo está extremamente clichê e na minha opinião o mais fofo que eu já fiz, então eu quero muitos comentários e queria saber o que vocês gostariam que acontecesse mais na vida deles?
Beijos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/422291/chapter/28

Livie parou o carro no estacionamento do prédio dela quando chegamos, enquanto na bolsa meu celular tocava insistentemente e eu sabia muito bem quem era. Livie pegou minha mala e nós subimos para o apartamento dela em silêncio. Ela havia chegado aos meus socorros em Petrópolis a uma hora da manhã, uma hora e meia depois que a liguei e depois de me abraçar e xingar muito o Pietro nós voltamos para casa só com o som do rádio tocando alguma muita desconhecida e o som dos meus soluços incontroláveis.

Livie abriu a porta do apartamento já familiar e eu me joguei no sofá assim que o vi. Livie sentou ao meu lado e puxou minha cabeça para seu colo enquanto eu me derramava em lágrimas e ela acariciava meus cabelos.

–Nós deveríamos avisar para a Sarah sobre você né? Ela deve estar preocupada – Livie fala e eu assinto com a cabeça. – Posso dizer para ela a sua localização?

–Pode, mas fala para ela não dizer nada para o Pietro – murmuro.

–Claro – ela assente. – Sophie, Nick e Kaio estão a caminho com o pijama do coração partido e dois potes de sorvete, bolo de chocolate e uma caixa de chocolate, mas se você quiser dormir a gente pode se encolher os cinco na minha cama e deixar o sorvete para amanhã, a vantagem de ter uma cama king size é essa.

–Seria bom – sorrio fraco. Pego meu celular na bolsa e vejo as cinquenta ligações perdidas do Pietro e mais umas trinta da Sarah e do Eric. Me sinto culpada por ter saído assim, mas eu apenas não conseguia mais suportar aquele ambiente, quem dirá dormir na mesma cama que o Pietro. Havia mensagens dos três me perguntando onde eu estava e por que minha coisas não estavam no hotel. Livie começa a falar no telefone com a Sarah e a explicar toda a história, mas quando Sarah perguntou se podia falar comigo eu pedi para a Livie dizer que eu estava dormindo. Não acho que conseguiria falar com a Sarah assim.

–Mel, o Pietro é um idiota – Livie fala quando termina de falar com Sarah.

–Não, não é. Não é como se nós estivéssemos tento algo sério – eu tento controlar o choro. – Nunca havíamos falado sobre ter algo sério.

–Mas vocês estavam saindo, Mel – ela bufou irritada. – Ele tirou sua virgindade, eu devia ajudar o Kaio e o Nick a castrarem ele porque é o que ele merece.

–Eu só quero tentar dormir – choramingo.

–Tá bom, vai lá pra o meu quarto – ela disse. – Eu, Sophie, Nick e Kaio vamos nos enfiar na cama quando eles chegarem tá? Então se você for espremida, é só todos nós tentando te consolar.

–Eu não sei como vamos dormir todos na mesma cama – eu ri. – Nick chuta como um condenado, Kaio ronca e Sophie fala. Como eu vou continuar dormindo?

–Nós queremos te distrair e já fizemos funcionar naquela vez que acampamos e vocês ainda não tinham nada com o Kaio e o Nick, quando fomos acampar e a nossa barraca acabou voando quando a Sophie deixou a capa solta no vento enquanto corria atrás do Nick – ela riu. – Além do mais, o Nick tá trazendo a sua bebê.

–A Booh vem com ele? – me animo.

–Sim e vai ser toda sua para aperta-la, agora vai tentar dormir. Nós chegamos lá em breve, juro que não deixo o Kaio dormir ao seu lado. Vai ser o Nick em um dos lados e eu em outro.

–Obrigada, Livie – me levanto e começo a fazer o meu caminho para o tão familiar quarto da Livie.

–Você não tem do que me agradecer Melanie – ela diz. – Se você tivesse no Japão e tivesse me ligado no estado que você estava, eu teria pegado o primeiro avião para lá e trazia sua bunda gorda de volta para o Brasil.

–Eu te amo – murmuro enquanto entro no quarto, tiro os saltos e o vestido. Pego uma camisola da Livie no closet e deslizo por meu corpo.

–Eu também te amo – ela grita da sala.

E com um suspiro eu deito na cama tentando dormir, mas a única cena que me vem à cabeça é a que Rebeca está de frente para o Pietro o beijando.

...

A dormida com mais quatro pessoas na cama gigante da Livie não havia sido ruim. Booh, a gata do Nick havia dormido na minha barriga e o pelo cheio, fofo e branco dela me fez carinho o tempo todo. Eles haviam chegado antes que eu conseguisse dormir, então eu chorei mais um monte com a Sophie que depois me passou para um abraço no Kaio até que enfim eu consegui dormir nos braços do Nick. Ele não disse nada, apenas me apertou nos seus braços tão forte que eu quase me senti bem de novo, quase me senti completa e segura como era antes.

Quando eu acordei agora de manhã e caminhei para a sala, encontrei os outros quatro sentados na sala com mais dois rostinhos familiares e preocupados. Sarah e Eric.

–Mel! – Sarah suspirou quando me viu e correu para me abraçar. – Eu não vou falar nada. Pietro é meu amigo também, eu vou deixar vocês conversarem. Eu precisava saber se você estava bem.

O clima na sala estava tão pesado que parecia que alguém tinha morrido ali. Não era para tanto, todo mundo tem o coração partido ao menos uma vez na vida, não precisava de uma multidão daquelas lá para me acudir, mas era bom saber que eles estavam ali mesmo nas situações mais triviais.

–Tá tudo bem – digo para ela. – Vocês não precisavam ter vindo embora.

–Nós não queríamos que o Pietro morresse em um acidente de carro por ultrapassar o limite de velocidade ou dirigir transtornado. Ele estava fora de si quando chegamos no hotel e ele viu que você tinha ido embora – Eric fala.

Eu encolho os ombros na menção do nome dele e apenas assinto. A sala se inunda em um silêncio horrível até que a Booh pula no meu colo e começa a ronronar quando acaricio sua barriga.

–Quem quer bolo de chocolate e sorvete? – Kaio perguntou e o apartamento foi invadido pela gritaria de todo mundo querendo comer.

Muito mais tarde naquele dia, todo mundo havia ido embora e Livie teve que ir resolver umas coisas com os pais dela, ela relutou em me deixar sozinha, mas eu garanti que não pegaria uma gilete e cortaria meus pulsos como já havia feito a muito anos atrás quando as coisas estavam difíceis e eu precisava centralizar minha dor em outro lugar.

Eu estava sentada no sofá com um navio de sushi no colo que a Livie havia peço só para mim, assistindo Diário de Uma Paixão, quando a campainha tocou. Eu resmunguei, mas fui abrir e quando abri prendi a respiração quando vi as olheiras embaixo daqueles lindos olhos verdes que agora estavam vermelhos.

–Pietro – digo.

Ele me empurra para dentro do apartamento e fecha a porta atrás dele.

–Mel... – ele começa, mas eu o interrompo.

–Como você sabia que eu estou aqui? – pergunto.

–Não importa, mas eu sei e você precisa me ouvir. Eu sei o que você viu – ele suspira.

–Também sei o que eu vi – engulo o choro e olho para cima. O teto que a Livie havia insistentemente trabalhado até que ele estivesse completamente azul marinho com pontinhas brilhantes imitando o céu estrelado, nunca pareceu tão interessante quanto hoje.

–Não é o que você está pensando, Anjo – ele se aproxima de mim, mas eu dou um passo para trás e quando eu olho para seu rosto, desejo não ter o feito. A angustia nos seus olhos dói em mim.

–Eu vi, Pietro, você não pode negar! – eu me viro de costas para ele.

–Ela me beijou antes que eu pudesse fazer alguma coisa, Mel... Eu tirei ela de cima de mim assim que eu consegui, eu não correspondi ao beijo dela. Eu não poderia fazer isso com você nem que eu quisesse e eu não queria, porque desde o maldito momento que eu te deixei realmente entrar na minha vida, não existe outra pessoa que eu queira a não ser você – sua voz como veludo me acaricia e eu sinto seus braços deslizarem por minha cintura e me apertarem contra seu peito e se ele não estivesse me segurando, eu sei que iria cair.

–Pietro... – sussurro.

–Eu juro Melanie, eu juro por tudo que é mais sagrado, eu juro pela minha mãe que era a pessoa que eu mais amava na vida, que eu não correspondi ao beijo da Rebeca, nós nos empolgamos conversando, eu sei, fui um idiota com você, eu sei também, mas eu não faria isso com você Mel. Eu nunca me senti desse jeito antes e é maravilhoso ao mesmo tempo que é aterrorizante, mas eu não faria nada que pudesse me fazer perder isso, perder nós dois. Deus sabe como eu me senti louco e vazio quando você não voltou para mesa e quando eu rodei atrás de você, quando eu te liguei mil vezes e você não atendeu e quando eu entrei naquele quarto e não vi suas coisas, tudo que passava na minha cabeça é que eu precisava te encontrar e dizer tudo. – Ele me virou para encara-lo e a sinceridade no seu olhar assim como nas suas palavras me pegaram de jeito. Ele tinha uma reputação horrível, mas pelo que eu sei se ele não me quisesse teria me descartado na mesma hora. Mas e se...?

–Eu... Eu, não sei – gaguejo. Ele encosta a testa na minha e fecha os olhos.

–Vem para casa comigo, eu preciso te dizer uma coisa, mas não quero que seja aqui, não assim.

Eu relutei antes de assentir. Deixei um bilhete para a Livie, peguei minhas coisas e Pietro me levou até o apartamento.

...

Quando eu abri a porta a cena que me esperava era com certeza coisa de filme.

A sala havia sido convertida em um tipo de tenda de cetim branco, havia rosas vermelhas e pétalas espalhadas por todo o lugar e a única iluminação eram de velas no chão e longe dos tecidos e piscas-piscas vermelhos que haviam sido postos em cima da tenta deixando um brilho perfeito embaixo. Um colchão grosso coberto por um edredom branco com um monte de travesseiros vermelhos em cima e um violão ao lado escorado no apoio. Havia um buquê de tulipas perfeitas e vermelhas em cima de um dos travesseiros.

–Era isso que eu planejava fazer na viagem – Pietro sussurrou atrás de mim e fechou a porta.

–O que realmente é isso? – pergunto e encontro seus olhos esmeraldas brilhando com as chamas das velas.

–Um pedido. Apenas, sente-se aqui e ouça – ele pega minha mão e me leva até o colchão. Eu sento e ele na minha frente, sua mão desliza até o buquê e com um sorriso tímido ele me entrega. Eu pego e sorrio para ele. As flores são incrivelmente lindas e sempre havia sido meu sonho ganhar tulipas, que eu não fazia ideia onde ele tinha arrumado. Ele pegou o violão e ajeitou em seu colo. Seu olhar grudou no meu e eu mordi o lábio inferior tentando me controlar.

–Apenas preste atenção nessa letra, porque ela diz pelo menos metade do que eu sinto por você: (Música: Wanted – Hunter Hayes)

You know I'd fall apart without you.

I don't know how you do what you do.

'Cause everything that don't make sense about me,

Makes sense when I'm with you.

Like everything that's green, girl, I need you,

But it's more than one and one makes two.

Put aside the math and the logic of it.

You gotta know you're wanted too.

'Cause I wanna wrap you up,

Wanna kiss your lips, I,

I wanna make you feel wanted.

And I wanna call you mine,

Wanna hold your hand forever,

And never let you forget it.

Yeah, I, I wanna make you feel wanted.

Anyone can tell you you're pretty,

And you get that all the time, I know you do.

But your beauty's deeper than the makeup,

And I wanna show you what I see tonight.

(...)

As good as you make me feel, (make me feel)

I wanna make you feel better

Better than your fairy tales, (your fairy tales)

Better than your best dreams. (your best dreams)

You're more than everything I need.

You're all I ever wanted.

All I ever wanted.

And I just wanna wrap you up,

Wanna kiss your lips, I,

I wanna make you feel wanted.

And I wanna call you mine,

Wanna hold your hand forever,

And never let you forget it.

I wanna make you feel wanted.

Eu estou sem fôlego quando ele termina de cantar aquela música. É linda. Perfeita. E de repente a minha mente dá um estralo e fica comprovado. Eu o amo. Por mais clichê que isso tenha sido, foi perfeito.

Pietro solta o violão para lá e me puxa pela cintura até que eu esteja sentada em seu colo com seus braços me apertando contra seu peito, meus braços apertados em volta do seu pescoço e meu rosto pressionado contra o seu. Ficamos um tempo só assim e eu sinto que poderia passar o resto da minha vida em seus braços. Ele afasta um pouco o rosto do meu e encosta sua testa na minha.

–Sabe agora por que eu não poderia ficar com a Rebeca? – ele pergunta e querendo ouvir da boca dele se era o que eu realmente estava pensando, balanço a cabeça negativamente. Ele respira fundo e olhando no fundo dos meus olhos, ele diz. – Eu te amo, Anjo e eu só quero você.

–Eu também te amo – deixo um soluço sair da minha garganta e capturo sua boca com a minha. Ele sorri entre o beijo e me aperta com mais força. Ele para o beijo e pega uma caixinha de veludo preta e eu arregalo os olhos, mas ele apenas ri e faz que não com a cabeça. Ele abre a caixinha e lá dentro reluz um colar prateado liso e brilhante em formato de discretas, mas lindas asas com bordas dourada. Ele vira o colar para mostrar atrás dele as letras M&P.

–Namora comigo, Melanie? – ele pergunta sorrindo.

–Sim – eu digo rindo. Ele coloca o colar no meu pescoço e depois dá um beijo no lugar onde o pingente toca, fazendo uma onda de calor se acender dentro de mim.

–Você gostou? – ele me analisa.

–É perfeito. Tudo – sorrio.

–Que bom, porque isso foi a coisa mais clichê e gay que eu já fiz na minha vida – ele riu.

–Eu te amo – repito e o beijo.

–E eu amo você – ele diz entre o beijo.

E então nós fizemos amor a noite inteira e dormimos abraçados no meio da sala, cobertos apenas por o lençol.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários?