Perfeitamente Imperfeitos escrita por Danny Winchester


Capítulo 12
Me guarde o último beijo - parte 2




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Eu me virei para ele e lá estava o Pietro com todo seu charme estampado em um sorriso de lado.

-Oi – ele diz. – Bebida? Não tem álcool, é só um coquetel de morango. – Ele me entrega o copo plástico lilás que brilha na luz negra.

-O que nossos pais iriam falar se soubessem que você já me embebedou? – arqueio uma sobrancelha.

-Acho que eles não iam gostar muito da ideia – Pietro diz. – É eu não deveria ter te dado bebida da primeira vez. Não vou cometer esse erro de novo, vamos ficar sóbrios.

Tomo um gole do coquetel, e é uma delicia.

-Então, dança comigo? – Pietro pergunta.

-Bom, já que é o jeito – dei de ombros.

-Olha só para você saber existem garotas que te bateriam para dançarem comigo – ele sorri.

-É? – eu o olho.

-Você não pode ver, mas tem uma loira atrás de você que está tirando minhas roupas com os olhos – ele se inclina para falar no meu ouvido.

-Você é tão convencido – ri.

-Realista – ele pega minha mão livre e me puxa para perto. – Agora vamos dançar.

Ele coloca a mão na minha cintura e começamos a dançar, está tocando Tik Tok, termino o coquetel e coloco o copo no chão. Passo as mãos pelo cabelo e sorrio para o Pietro que me encara fixamente, mexo os ombros e a cintura e ele segue meus movimentos com as mãos na minha cintura. O desgraçado realmente sabe fazer as garotas ficaram “loucas” quando dançam com elas, quer dizer não no sentindo mais literal da palavra e sim no sentido metafórico, mas meu Deus, esse desgraçado está mexendo com meus sentidos e eu nem bebi.

-Chegamos – Sarah grita com os braços para cima.

-Ela teve que tomar umas três doses antes de vir – Eric sorri. – Então talvez eu tenha que levar ela para casa antes.

-Eu não sou fraca para bebida – Sarah reclama.

-Mas você não pode beber – Pietro fala e para de dançar por um momento.

-Eu tenho vinte anos, claro que eu posso e só porque você já fez vinte e um esse ano, você não pode me dizer o que fazer mocinho – ela sorri para o Pietro. – Agora eu quero dançar com o meu namorado.

Sarah e Eric começam a namorar juntos e são quase obscenos, eles se beijam mais que tudo nesse mundo. Volto a dançar com o Pietro e dessa vez deixo as mãos dele longe do meu corpo.

...

Já passa das três da manhã e o Eric já levou a Sarah para o apartamento do tio dela, o Pietro sabe onde é então não vai ter problemas para nós voltarmos para lá. Eu estou dançando como uma louca e Pietro na minha frente faz o possível para me acompanhar, mas sempre quem acaba o acompanhando sou eu. É quase irritante o que ele me faz sentir quando sua mão toca minha pele, parece que eu estou pegando fogo e é quase isso que está acontecendo comigo agora mesmo.

A pessoa que me mandou aquele bilhete totalmente desordenador não apareceu e eu estou quase enlouquecendo de curiosidade, eu odeio isso.

-Pietro, eu acho que eu tenho que ir embora – falo.

-Por quê? Está legal aqui – ele diz.

-Eu preciso de ar – dou de ombros.

-Então tá, só mais alguma coisa antes. – Ele sorri e desliza a mão por o meu bolso de trás do short, puxa o guardanapo e me mostra. – Ainda bem que me guardou uma dança.

-Você que mandou isso? – arregalo os olhos.

-Eu queria ver o que você iria fazer – ele ri.

-Você é um bastardo idiota – faço cara feia.

-Foi engraçado, você ficou louca olhando para todos os lados, devia ter se visto – ele pisca para mim sorrindo. – Faltou uma coisa, mas tudo bem.

E então eu o beijo. Ao som da musica Good Girls Go Bad, eu o beijei e ele correspondeu. Uma das minhas mãos no seu rosto e a outra em volta do pescoço, ele passou um braço em volta da minha cintura me puxando para mais perto, não deixou nem um espaço entre nós e a outra mão na minha nuca. Seu beijo é intenso, melhor do que o da última vez porque dessa vez eu consigo sentir direito. As pessoas gritam coisas como ‘Vão para um motel’ e ‘Tem um quartinho lá nos fundos se quiserem usar’, mas naquele instante da minha loucura só existe eu e ele.

Eu sei que eu vou ser só mais uma na lista de garotas que ele beijou, porém ele também não é nada para mim. Eu só quero me esquecer de que o meu namoro com um garoto que eu não estou mais apaixonada a um bom tempo acabou, que o meu passado continua a me assombrar e que foi por ter beijado esse mesmo garoto que o meu relacionamento acabou.

...

Pietro e eu estamos indo para o apartamento a pé, ele disse que não é muito longe daqui, a rua está vazia e só tem nós dois. Saímos da boate assim que o beijo acabou e desde lá estamos falando besteira de como a noite está clara e o vento forte. Falar sobre o tempo depois de um beijo daqueles com certeza é uma coisa muito apropriada para se falar.

Pietro e eu paramos de falar e andamos em silêncio por um tempo, o frio está congelando cada parte do meu corpo, eu queria ar, mas isso tá um pouco demais.

-Então, porque me beijou? – Pietro me olha sob o ombro.

-Porque eu queria – falo acanhada.

-Quem disse que eu queria? – ele me olha convencido.

-O seu bilhete e se você não quisesse teria parado o beijo – pisco.

Ele sorri para mim e balança a cabeça.

Meu corpo arrepia quando o ar frio arranha minha pele, Pietro vê minha reação e franze a testa.

-Tá com frio? – ele pergunta.

-Sim e com dor nos pés também – faço careta.

-Então tira o salto e vem cá – ele abre os braços.

-Eu não vou sair do salto – sorri. – E não vou para casa nos seus braços querido.

Ele ri.

-Deixa de ser besta, você está com frio e eu particularmente sou muito quente – da de ombros.

-Muito quente? – ri. – Ai me Deus, você realmente se acha não é?

-Ei! Eu falei no sentido literal, estou dizendo que meu corpo é quente e não que eu sou quente, mas isso não é uma mentira, eu sou bem quente em todos os significados da palavra.

Eu apenas ri e ele me puxou para perto dele e passou o braço pelo meu ombro alisando e me apertando contra ele. Cinco minutos mais tarde nós chegamos ao apartamento.

O elevador nos deixou na cobertura. Na sala tinha uma TV de tela plasma enorme, um sofá vermelho em U que caberia umas dez pessoas, do outro lado uma cozinha toda branca, no fundo três portas e uma de vidro.

-Então em que quarto eu vou ficar? – pergunto para o Pietro.

-Em que quarto nós vamos ficar? Aquele lá – ele aponta para a porta do meio.

-Nós? – arregalo os olhos.

-Nós – ele sorri.

Eu não acho que dormir na mesma cama que ele em um quarto trancado seja a melhor coisa a se fazer depois de hoje, mas eu estou morta e só quero dormir.

-E as minhas coisas? – o olho.

-Já estão lá – Pietro diz. – Não sou adivinho, Eric me mandou uma mensagem quando chegou.

-Eu só quero dormir - faço bico.

Eu vou á frente dele e abro a porta.

O quarto é enorme e escuro, as paredes são azul escuro, tem uma cama de casal enorme no centro, dois criados mudos um de cada lado, um guarda-roupa preto, a cama tem três travesseiros em cada lado e um edredom grosso que parece ser muito confortável. Em uma poltrona estão a minha bolsa e a mochila do Pietro.

Vasculho a minha bolsa e não encontro o pijama que eu tinha colocado, eu lembro muito bem de ter deixado ele em cima da cama para não esquecer e então eu esqueci.

-Eu esqueci meu pijama – choramingo.

-Ah, pode dormir de lingerie, eu não tenho problemas com isso – Pietro brinca.

-Não! Eu não posso dormir com essa roupa – suspiro.

-Toma – Pietro me entrega uma das suas camisetas brancas de botões e eu pego. – Vai ficar grande, mas é melhor que isso.

-Obrigada – sorri. – Agora pode virar de costas.

-O que? E perder o show? Não! – Ele fala.

-Vai logo! – ordeno.

Ele revira os olhos e vira de costas.

Tiro os saltos, o short e tiro a blusa pela cabeça. Coloco a camiseta do Pietro e abotoou. Como ele disse ficou enorme.

-Pronto – falo.

Pietro me avalia e sorri.

-Fica bem em você – ele diz.

-Vou ao banheiro – digo. – Qual das portas?

-A da esquerda– ele me olha.

Saio do quarto e deixo a porta entreaberta, vou até o banheiro e fecho a porta. Eu me olho no banheiro e descubro que meu batom vermelho está meio borrado, meus cabelos uma bagunça terrível, meus olhos estão tão manchados que eu pareço uma panda. Tiro tudo do meu rosto e volto para o quarto. Pietro está com uma calça de moletom que marca sua bunda e sem camisa, ele me olha quando eu entro.

-Ah, eu estava gostando do visual borrado – ele sorri.

-E eu com certeza ficaria daquele jeito só para te agradar – provoco.

Fecho a porta do quarto e me deito na cama, Pietro deita do outro lado e me encara sorrindo.

-Porque tá me olhando? E porque tá sorrindo? – Pergunto desconfiada.

-É legal te olhar, você tem um sorriso bonito e quando ta irritada ou se fazendo de irritada você faz bico quando fala, como agora – ele diz.

-Você é um idiota – eu falo.

-Eu sei.

E então ele se aproxima de mim e me beija. Afundo minhas mãos nos seus cabelos e ele segura minha cintura, seu corpo não está em cima do meu por poucos centímetros. Ele desliza os beijos para o meu pescoço e eu o puxo pelo cabelo de novo para a minha boca. É legal a sensação de ficar com alguém sem medo de se apaixonar, eu tenho certeza que nenhum de nós corre esse risco. Percebo que as coisas estão ficando demais e o empurro de cima de mim.

-Okay – eu falo sem folego. – Eu quero dormir.

-Okay – diz também sem ar.

-Apaga a luz.

-Vai você – ele me olha e sorri.

-Apaga a luz – resmungo.

-Você é irritante Melanie – ele suspira e levanta da cama.

-Você é um idiota Pietro – murmuro.

Ele apaga a luz e instantes depois sinto o colchão afundar ao meu lado. Ele vira para mim e me encara.

-Boa noite Mel.

-Boa noite Pietro – digo.

E eu durmo olhando nos seus olhos verdes e com as luzes que entram pela janela, parecem pequenos pedaços de esmeralda reluzindo.


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