Decode escrita por Julio Kennedy


Capítulo 18
Capitulo 16 - Loucura


Notas iniciais do capítulo

Gostei bastante de escrever esse capitulo, não tem batalhas, mas tem situações bem interessantes que mostram bem a personalidade dos personagens.



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Eu evitei olhar para Luan nos dias que se passaram, eu não queria saber daquele garoto de forma alguma, eu não contei a ninguém o que aconteceu e não pretendia faze-lo também, o novo Digimon integrante da equipe, Deckedramon estava dando trabalho de mais, talvez por ele ser um Kyuukyokutai seus dados eram muito mais complexos do que qualquer um que já tivéssemos visto antes, e eu não arriscaria errar numa coisa tão importante, então resolvi aproveitar minhas noites agora de insônia crônica para trabalhar em seu código.

_Estamos ficando sem comida – disse Monteiro entrando na sala principal.

Eu o respondi sem tirar os olhos do código – sossega Monteiro, não quero você perambulando por ai.

Senti o olhar dele nas minhas costas – Por que você ficou do meu lado quando eu decidi me juntar a vocês? - ele me indagou.

Salvei meus avanços e girei a cadeira ficando de frente para ele – porque eu vi uma coisa nos seus olhos durante a batalha de Diaboromon que eu conhecia – disse me levantando e saindo da sala.

_O que foi? – perguntou ele antes de eu desaparecer no vão do corredor.

_O mesmo brilho que aparece em mim quando vejo digimons – respondi a ele, que não me seguiu, fui para os dormitórios e me joguei em um beliche, Will, Weverton e Lud estavam lá jogando conversa fora. Devo ter dormido mais de três horas, quando acordei encontrei Luiz, May e Lud junto de Weverton que estava em pé assistindo tevê, para variar noticias de digimons, mas desta vez a reportagem me chamou atenção, não pelas explosões que estava destruindo tudo no lugar, nem talvez pelas pessoas correndo desesperados, os jornais sempre faziam questão de mostrar o pior em tempos de crise, mas sim porque o local onde a reportagem estava acontecendo era no meu antigo apartamento, onde eu morei com minha tia, a escuridão já havia chegado aquele ponto, e mesmo durante o dia tudo parecia morbidamente escuro.

Weverton olhou pra mim tão assustado quanto eu estava – Você reconhece esse lugar? - me perguntou ele.

Eu pulei no telefone que havíamos combinado de não usar e disquei o numero da minha tia, todos começaram a me repreender, mas depois de dois toques ela atendeu.

_Você esta onde? - perguntei a ela que reconheceu minha voz de imediato.

_Onde você esta Jonas? Estamos morrendo de preocupação – afirmou ela com um tom de voz desesperado.

_Tia você esta em casa? - perguntei a ela quase gritando.

_Não posso sair – disse ela nervosamente – esta muito perigoso lá fora.

Era tudo o que eu precisava ouvir, desliguei o telefone e disse olhando para todos.

_Tia Wanda, tenho que ir busca-la – Gritei correndo para o quarto, revirei minha mochila e no bolso de fora onde eu havia deixado meses antes estava o meu molho de chaves, então me levantei e corri para pegar meu notebook na sala principal.

Todos vieram atrás de mim – do que você esta falando? - perguntou Luiz a mim.

_Minha tia mora naquela área, ela esta lá, eu sei que ela não sairia de casa, a família Loyola é assim – afirmei pegando o notebook.

_É imprudente – disse Lud tentando me alertar.

_E o que nós fazemos que não seja? - perguntei

_Eu te levo – Luiz disse parceirão pra toda hora, na verdade eu ia pedir carona, mas já que ele se ofereceu.

_Eu vou com vocês – disse Weverton.

_Estamos sem carro, o seu foi confiscado junto a sua casa, não tem como ir mais de dois na moto – caminhei até ele e coloquei a mão em seu ombro – eu juro que vou salva-la – afirmei e sai correndo para as escadas acompanhado de Luiz.

Se eu tivesse ficado para trás saberia o quanto aquilo mexeu com Weverton, o quanto o sentimento de importância o machucou, os gritos das garotas tentando me parar, me dizendo que eu não poderia fazer aquilo, não adiantou em nada.

***

_Chega – disse Mayara se virando e indo com passadas firmes até a sala, Lud foi atrás dela correndo seguida por Weverton.

May pegou o telefone e começou a discar – não sabemos se é seguro – tentou impedir Lud, mas May já havia colocado o telefone na orelha.

_Nem Jonas, e mesmo assim ele não deixa de fazer o que quer não é mesmo – afirmou à morena.

_Mae? Sou eu, May – ocorreu uma longa pausa, seguida de um monte de frases como, eu estou bem, não se preocupe, não posso voltar pra casa, eu sei que a policia esta atrás de nos e sim, eu estava mesmo na TV – só quero te dizer que estou bem, e que assim que puder vou ir ver a senhora – a morena colocou o telefone no gancho e seus olhos se encheram de lagrimas – eu não pedi nada disso – afirmou ela levantando a cabeça e segurando o choro.

Lud caminhou até ela e a abraçou – nenhum de nós – exclamou Weverton se jogando no sofá – talvez eu um pouco, mas ainda sim – ele não terminou a frase.

_Minha mãe disse que esta no Rio – informou May – ela disse que apareceram digimons lá também.

Lud e Weverton se entre olharam preocupados, não havia o que dizer, eles não podiam ajudar o pais inteiro.

Lud suspirou e disse – só queria que Babel estivesse aqui, não acredito que o deixamos para trás, nós poderíamos ter matado todos aqueles policiais se quiséssemos.

_E o que nos diferenciaria dos Raders ou mesmo dos Digimons? - perguntou Weverton – pra ser sincero, ser bonzinho é um saco.

As duas riram sem graça.

***

Eu e Luiz seguimos rumo ao bairro da minha tia, pra ser sincero eu não me lembrava de que era tão longe, o que nos ajudou bastante, mas ainda sim me impressionou foi o fato de não haver carros em transito, vez ou outra passavam comboios do exercito que nos mandava sair da cidade, e pessoas correndo sobe a escuridão que ficava cada vez mais densa, estava tudo cada vez mais sombrio. Eu olhei para o céu e me assustei com a “força” daquelas nuvens, elas haviam crescido muito desde o dia em que surgiram, era como se as trevas quisessem tomar conta de tudo.

Luiz quase derrubou-nos no chão quando sobre nós passou voando um Devimon, com suas enormes assas de morcego aberta, mas por qualquer que fosse o motivo não pareceu se importar conosco – devemos segui-lo? - perguntou Luiz.

_Não, é melhor não chamar atenção – afirmei enquanto seguíamos para mais longe do portal que agora mesmo de longe reluzia seu brilho verde, se a escuridão também tinha aumentado, não se podia negar isso do campo de dados em volta do portal.

Depois de algum tempo finalmente conseguimos chegar até a rua da minha tia, do lado direito da rua existia uma enorme reserva florestal onde dez por cento havia sido transformado em um parque, com quadras de tênis, mesas de pedra polida, e um enorme campo verde onde as pessoas antigamente costumavam relaxar. Eu cheguei a ir lá um dia, com o livro que eu nunca acabaria de ler, mas eu não conseguia parar de pensar no Metalgreymon que eu havia visto, e não consegui ler uma pagina se quer.

A rua estava vazia, apenas alguns poucos carros largados para trás, subimos devagar enquanto eu mostrava o prédio branco de nove andares onde morei por uma semana.

Já haviam se passado três meses desde que havia saído de lá, e o lugar me parecia exatamente o mesmo. Luiz parou a moto em frente à portaria, eu tirei o meu molho de chaves do meu bolso, o portão fez um clique alto ao abrir.

Subimos de escadas porque o elevador estava parado, o que não era nada comum, começamos a subir até o nono andar onde eu tinha me instalado, escutamos barulhos em um apartamento enquanto subíamos, isso indicava que minha tia não era a única louca a continuar ali.

Luiz respirou fundo quando chegamos finalmente ao apartamento da minha tia, então balançou com a cabeça fazendo sinal positivo, mas assim que abri a porta eu vi mais do que esperava. Minha tia não estava sozinha, sentada do lado dela estava Maristela e em volta do sofá vários soldados com armas Raders.

Meu impulso inicia foi de voltar às escadas, mas assim que dei o primeiro passo vários soldados subiram correndo as escadas com armas nas mãos apontando para nós, quando olhei de volta para o apartamento Maristela estava com um sorriso escancarado no rosto – Eu acho que hoje teremos a agradável companhia do líder dos guardiões – obrigado pelo líder pensei levantando as mãos.

Luiz me olhou com raiva e gritou furioso – é claro que você nos trouxe para uma armadilha.

***

Enquanto eu estava sendo preso e/ou provavelmente seria morto por Luiz que parecia furioso, Monteiro estava tendo sua própria surpresa desagradável ao que parece.

_Ainda não acredito em você Monteiro – disse Will com Shoutmon ao seu lado, eles estavam em um prédio abandonado não muito longe do prédio inativo da faculdade.

_Eu já disse – gritou Monteiro, o ex-agente do Rad estava amarrado em uma cadeira em uma sala de escritório – se não confiam em mim simplesmente me mandem embora.

_Claro – disse Luan apontando a arma para Pedro – e você vai correndo pro Rad contar tudo sobre nossa base e sobre nossos desenvolvimentos – gritou de volta Luan.

Duas horas mais cedo.

_Precisamos comprar comida – disse Lud saindo do refeitório – estamos ferrados, não temos quase dinheiro algum – resmungou ela se jogando no sofá.

_Cadê o Jonas? - perguntou Luan – ele não é o líder? Ele que se vire – sugeriu ele de cara amarrada no sofá.

May que estava sentada ao seu lado deu um tapa no peito do garoto que gritou num misto de surpresa e dor – dormindo no quarto, e você não é o rico do grupo? - afirmou ela se levantando do sofá.

_Talvez pudéssemos assaltar um supermercado – sugeriu Luiz que estava com seu notebook na mão mexendo no código de Deckedramon, eu já havia adiantado bastante coisa, mas ainda sim como eu já havia dito, esse era o código mais complexo que já havíamos visto.

Luan resmungou mais uma vez, e então May disse – ué por que não? - perguntou ela – já estávamos sendo caçados pela policia e pelo Rad mesmo – é engraçado como as pessoas fazem coisas que nunca se imaginaram fazendo quando em momentos de desespero.

_Alguém se dispõe? - perguntou Lud.

Monteiro foi o primeiro a responder, então Luan para surpresa de todos e por fim Will – então que seja – comentou Lud desanimada.

_Vamos roubar um carro também? - perguntou Luan sendo sarcástico.

_Eu sei fazer ligação direta – indagou Monteiro, todos o olharam com as sobrancelhas arqueadas – ué gente, parte do treinamento de agente é saber fugir de qualquer situação – ninguém respondeu nada.

Não demorou muito até que os três estivessem na rua, Will chamou durante algum tempo Shoutmon e o Digimon vermelho apareceu pulando de um prédio mais baixo em frente ao prédio vazio da faculdade. A parte mais difícil foi arranjar um carro pra roubar, visto que o centro da cidade agora estava vazio, o máximo que se viam eram latões de lixo revirados e ruas sujas de folhas de arvores. Em frente à faculdade até havia um, mas havia sido saqueado antes e provavelmente pelos vidros quebrados, ele não deveria estar funcionando, eles tiveram que andar dois quarteirões até que encontraram um UNO estacionado, um carro meio quadrado, bem popular.

Will pediu a Shoutmon para ficar de vigia enquanto eles arrombavam o carro, não preocupados com o dono, mas sim com a aparição de outros digimons – esse tempo desse jeito deixa as coisas mais sombrias, nunca vi ficar nublado por tanto tempo – disse Will nervosamente.

_Não se trata de nuvens de chuva – respondeu monteiro que deu uma cotovelada no vidro do carro fazendo o mesmo se encher de pequenas rachaduras – foi um Digimon que fez isso, Mephistomon, ele também é responsável pelos Devimons e Boogueymons.

_E você não nos contou isso? - brigou Will enquanto chamava Shoutmon para perto.

Monteiro se afastou mais um pouco e deu um chute no vidro, que agora estava completamente rachado, mais não se soltava – vocês não me deixam falar, sempre que quero dizer algo alguém me corta, não entendo porque me deixaram me juntar a vocês se não me dão um voto de confiança.

Quando Shoutmon chegou Will disse – Sai da frente agente – Monteiro olhou para trás irritado – Shoutmon, abre pra gente – Shoutmon correu até o carro e com um soco, o vidro explodiu em milhões de cacos – e porque deveríamos – continuou Will – por mim teríamos te deixado debaixo dos escombros com o seu subordinado – o tom de voz do nerd aumentou exponencialmente – nos não deixamos os nossos para trás, eu não quero mais ver ninguém morrer e você não estava nem ai para o cara, quem você acha que você é pra vir e pedir confiança, seu babaca...

Luan se aproximou de Will e colocou a mão no ombro do garoto – calma cara, fica calmo – disse o garoto com uma voz calma, Will respirou fundo e saiu andando, Shoutmon o seguiu.

Pedro estava parado, sem reação, Luan balançou a cabeça como se afirmando qualquer coisa e Monteiro entrou no carro, se deitando sobre o banco do motorista para fazer a ligação direta.

Luan correu em direção a Will que havia se sentado em uma calçada com Shoutmon do lado – Tá tudo bem? - perguntou Luan mesmo sabendo que não estava.

_Tá cara, eu só... - Will abaixou a cabeça – eu só estou com medo cara, olha pra isso tudo – disse ele olhando para o céu escuro – eu só quero acabar com isso logo.

_Nós vamos cara – disse Luan olhando para o carro – nos vamos.

Assim que o barulho do carro foi ouvido pelos dois eles foram em direção a ele – tudo certo – disse Monteiro sentado no banco do motorista.

_Posso dirigir? - perguntou Luan caminhando do lado de fora de carro até a porta do motorista.

Pedro pulou para o carona e respondeu – Claro – Will e Shoutmon que resmungava entraram no banco traseiro.

_Eu não gosto dessa coisa – disse Shoutmon.

_Não se preocupe, é totalmente seguro – respondeu Will acalmando seu “parceiro”.

Monteiro olhou para o Digimon sentado no banco de trás e disse – vocês não acham estranho Mailbirdramon e Greymon não falarem? - perguntou Monteiro.

_Olha, de acordo com o desenho era pro Will, o Jonas, e a Lud terem um digivice – disse Luan dando de ombros – sinceramente, aquilo tudo era mentira – terminou ele dando a partida.

Luan dirigiu durante quinze minutos, parando o carro em frente a um supermercado com portas de vidro, eles desceram do carro e caminharam até o mesmo, Monteiro fez como se fosse tentar quebrar o vidro com seu próprio corpo, mas assim que ele olhou pra trás viu Shoutmon e simplesmente estendeu a mão com um gesto convidativo.

Shoutmon grunhiu e acertou com seu microfone, ou seja o que for aquilo, no vidro o fazendo explodir, o alarme da loja começou a tocar, os três se entreolharam e correram para dentro do lugar, pegando carrinhos.

_Eu pego as carnes – gritou Will correndo com o carrinho para o fundo do supermercado, fazendo um barulho estridente com o metal batendo.

_To pegando biscoitos – gritou Luan que estava em um corredor cheio de biscoitos de varias marcas, ele quase pegou um biscoito light, mas disse para si próprio, “já que estou roubando, pelo menos roubo coisa melhor” e correu para a parte onde os preços eram mais altos.

Monteiro estava na parte onde fica arroz, o feijão e afins, ele pegava vários sacos de cada coisa jogando dentro do carrinho sem olha muito bem o que fosse, a sirene era ensurdecedora e Shoutmon gruía cada vez mais alto, irritado pelo barulho.

Eles demoraram cerca de dez minutos para encher o carrinho, por uma sorte sem comparação conseguiram pegar tudo que realmente era necessário, e com certeza muito mais, e correram de volta para o carro, jogaram tudo no banco de trás visto que não tinham a chave do porta-malas e saíram como uma bala.

Eles não tinham como saber, mas a policia não se dignou a aparecer naquele dia.

Luan seguiu com o carro em direção ao centro, mas não pegou a principal, seguiu para algumas ruas mais calmas – pra onde estamos indo? - perguntou Monteiro estranhando o percurso.

Luan sacou a arma e apontou para Pedro enquanto ainda dirigia – estamos indo saber se você realmente é fiel a nos – disse Luan trancando as portas, Will gritou na hora com o susto.

_O que você esta fazendo? Não acredito que você pegou a arma do Luiz - indagou o Nerd.

_O que Jonas deveria ter feito – respondeu ele – e eu sei que você também quer isso, não minta, nos sabemos que você quer.

Will abriu a boca para negar, mas desistiu no ultimo instante.

Voltando a parte onde Pedro é amarrado.

_E o que pretendem fazer comigo? - perguntou Pedro calmo – se eu quisesse trai-los já o teria feito, eu os rastreio desde o dia em que fui ao apartamento de vocês na Pampulha.

_Pra começar – disse Luan – como é esse rastreador?

_É um rastreador biológico, o dispositivo não foi pra frente no Rad porque era muito caro. Só precisa entrar em contato com o DNA da pessoa e depois disso é impossível fugir, a única forma é apagando os dados genéticos do dispositivo de rastreamento – explicou Pedro, Luan e Will se entre olharam nervosos.

_Alta tecnologia – afirmou Will.

_O governo tem o seu dinheiro pra investir não é? - respondeu Pedro.

Will se sentou no chão e colocou as mãos sobre a cabeça – isso tudo é besteira Luan, vamos embora daqui.

_Precisamos fazer – disse o garoto nervoso.

_Não podemos tortura-lo, e se ele estiver mentindo nunca saberemos – disse Will olhando para Monteiro amarrado.

_Nós o matamos, depois dizemos que ele fugiu quando teve oportunidade, e ninguém nunca vai saber a verdade – disse o garoto chegando com a arma perto da cabeça de Monteiro.

_Você não quer fazer isso – disse Pedro, que não admitiria, mas estava morrendo de medo.

_Quer apostar? - disse Luan forçando a arma contra a cabeça de Pedro.

Will se levantou em um salto – ou ou ou ou... - disse o nerd balançando os braços – calma ai agora você Luan, não somos assassinos.

Luan apontou a arma para Will – você não sabe nada sobre mim – gritou ele.

Shoutmon gruiu se preparando para atacar Luan – vamos pra base, e esqueceremos tudo o que houve aqui – disse Monteiro tentando acalmar a situação.

_CALA A BOCA - gritou Luan acertando com a arma na cabeça do ex-agente, que gemeu de dor.

Will se aproximou com calma – ele esta certo, vamos Luan, vamos voltar – Luan abaixou a arma devagar – ninguém nunca vai saber o que aconteceu aqui, certo Pedro? - Monteiro assentiu com a cabeça.

Então uma sombra passou pela janela – Devimon – disse Shoutmon correndo para a janela.

_Vamos? - perguntou mais uma vez Will.

Luan guardou a arma na cintura e começou a desamarrar Pedro que olhou nos olhos de Will, agradecendo sem usar palavras.

***

Minha tia correu até mim e me abraçou, mas um soldado agarrou a blusa dela e a puxou pra longe – ele é um delinquente – disse Maristela – tenha cuidado – afirmou a mulher.

_Eu sei quem meu sobrinho é – gritou minha tia – o deixem em paz – ela começou a dar tapas e chutes nos soldados.

_Não tia, fica calma – gritei pra ela, eu estava com medo de ela ser machucada.

_Levem-na para o quarto e não saiam da porta até que eu comande, e estão esperando o que para tirar o notebook dele? Um convite formal – comandou a mulher com um sorriso no rosto.

Um dos soldados arrancou o notebook de mim, eu não podia lutar, minha tia podia se machucar.

_Agora Guardião, quem o guardara? - perguntou Maristela caminhando até mim – Vamos, quero-o no quartel até o fim da tarde – disse ela ao grupo de soldados que nos cercava, e tomou o notebook das mãos do soldado que o segurava.

Seguimos a mulher escada a baixo, quando saímos do prédio haviam dois caminhões do exercito na porta e um carro grande preto, era tudo uma armadilha, eu fui um grande idiota ao achar que eles não colocaram escutas nos telefones dos nossos conhecidos. Eu tenho que crescer, é a segunda vez que levo Luiz para uma enrascada, só que dessa vez, ela foi grande de mais.

Fomos jogados dentro da traseira do primeiro caminhão, que tinha grandes janelas, eu e Luiz fomos em caminhões separados, com meia dúzia de soldados sentados a nossa volta com armas apontadas pra nos, enquanto pela janela vi Maristela entrando no carro preto.

Quando o carro de Maristela passou por nos, o caminhão deu partida e fomos atrás dela. Nos andamos meio quarteirão quando ouvimos o barulho parecido com um trovão, o meu caminhão parou de uma vez, me fazendo deitar sem querer em cima de um soldado. No céu sobre nos estava um digimons amarelo, muito parecido com um jato, eu o reconheci no mesmo instante, era o mesmo que o daquela noite a três meses, a noite que tudo começou.

Um soldado chegou à janela e gritou Aegisdramon, uma luz vermelha começou a ser irradiada do Digimon que atirou um raio que acertou o prédio da minha tia explodindo em uma rajada de energia que fez tudo tremer, os soldados começaram a gritar e meus olhos se encheram de lagrimas, um dos soldados gritou – O Mendonça ainda estava lá dentro – foi quando tive a certeza de que minha tia estava morta, lagrimas quentes escorreram pelos meu rosto, eu me levantei e corri até a porta, soldados tentaram me segurar mais eu chutei, dei socos e até mesmo mordi os que tentaram me segurar.

Então o caminhão acelerou e outra explosão aconteceu, mas eu queria que essa tivesse me acertado, eu queria morrer, comecei a gritar enquanto chorava, até que tudo escureceu quando um soldado me acertou um soco na cara.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, o personagem mais interessente de escrever é realmente Luan, mas não se preocupe, a partir de agora todos os outros personagens terão seu momento de grande foco.



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