Red Daydreams escrita por Miahh


Capítulo 1
Pesadelos e devaneios


Notas iniciais do capítulo

Oii gente :) Eu escrevi esse one shot faz um tempinho já, mas eu ainda não tinha postado aqui no Nyah. Bom, espero que gostem ♥



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Pov Teresa Lisbon

Era uma noite fria de inverno. Eu, já exausta e quase não abrindo mais os olhos, coloquei meu pijama branco com longas mangas, e deitei na minha macia cama de casal, na esperança de ter um sono no mínimo, agradável.

**

Era noite ainda, eu sabia disso por causa da ausência de luz e a dificuldade de enxergar os móveis da CBI.

Isso mesmo, CBI. Eu estava na agencia. Mas como? Como eu cheguei até lá se a ultima coisa que eu me lembrava, era estar indo dormir em meu colchão fofo?

Não importa. Tudo parece ser tão vivido, tão real, que quase não consigo diferenciar os dois, e também nem quero. Poucas as vezes que eu tive a oportunidade de estar consciente durante um sonho.

Ando pela CBI totalmente vazia e com apenas poucas luzes ligadas, essas que me ajudam a me guiar corredores adentro.

Eu conseguia ouvir o barulho da minha bota, batendo no chão frio. Eu realmente estava sozinha ali. Totalmente sozinha...

–Teresa... Teresa... –Uma voz doce e conhecida me chamava. Eu sabia quem era o dono daquele timbre majestoso: Patrick Jane. Mas que diabos ele está fazendo aqui?

Sigo a voz que vai ficando a cada passo, mais e mais alta.

Então, vejo a porta da minha sala abrir lentamente, soltando um alto e desagradável rangido.

–Jane? – Eu perguntei, caminhando vagarosamente, passo após passo, até a minha sala. Estava com medo, mas ao mesmo tempo pensei que era só o Patrick com mais de uma de suas “brincadeirinhas” de cunho infantil.

Minha sala estava arrumada, da mesma forma que todos os dias. Passei meus olhos em volta de todo o lugar, e não vi ninguém além de mim mesma, feito uma boba assustada.

De repente, a porta da sala se fecha em uma batida forte, e uma mão enluvada puxa o meu pescoço para trás, com muita força:

–Não tem mais como escapar, Teresa. Fim de jogo – A voz grossa afirmou, colocando algo pontudo contra o meu pescoço. Mesmo sem ver, eu poderia imaginar que era uma faca – Cadê seu consultorzinho de merda, para te proteger agora? Mais uma vez eu vou acabar com a coisa que ele mais ama no mundo, e ele não poderá fazer nada para impedir – O dono da voz soltou uma gargalhada forçada – Eu adoro isso... Adoro isso...

–Quem é você? – Foram as únicas palavras que eu consegui pronunciar. As mãos cobertas me apertavam com tanta força, que quase me faltava o ar.

–Não sabe quem eu sou, Teresa? – Ele aproximou a boca do meu ouvido, e sussurrou – Sou o pior inimigo do seu consultorzinho, o caso mais difícil da Califórnia, o assassino mais temido por todos... Sabe agora quem sou eu?

Meus olhos se encheram de lágrimas e não pude conter algumas.

–Sei... – Murmurei.

–Então quem sou eu?

–Red John.

–Isso mesmo, boa menina – Ele acariciou meu rosto, com a ponta dos dedos – Uma mulher tão bonita assim como você é, dá até pena de matar...

–Então não mate – Respondi.

–Não, eu preciso que você morra, para terminar meu plano contra o Patrick... Só assim ficarei feliz e satisfeito.

–Não... voc... – Ele apertou mais o meu pescoço e colocou uma das mãos na minha boca.

–Calada – Ordenou – Você não tem poder de escolha aqui, apenas eu. Eu que escolho quem morre ou quem vive não você.

–Ma...

Ele colocou a lamina gelada no meu pescoço, e eu comecei a me debater contra seu forte corpo. Sem sucesso.

–Calminha querida, não adianta tentar se livrar de mim – Afirmou com sarcasmo no tom de voz – Não vai conseguir, você é apenas uma frágil e inocente mulherzinha... –Comecei a chorar abafado, já que sua mão tampava quase todo o meu rosto – Não chore, amorzinho... Não vai doer nada e vai passar rapidinho, ok? –Ele deu um beijo na minha bochecha – Agora, se prepare...

Fechei os meus olhos com força e rezei para que se isso fosse mesmo um sonho, - ou no caso pesadelo- eu acordasse agora, aliviada.

Mas não foi isso que aconteceu.

Na verdade, nada aconteceu.

Red John me soltou, deslizando suas mãos pelo meu corpo, até ele cair no chão, mole, com uma grande faca presa em suas costas, além de sangue e mais sangue, fluindo incensantemente sem controle, do corpo morto.

Confusa e realmente aliviada, olhei para o meu herói:

Patrick Jane, o meu loiro favorito.

–Jane... – Eu corri e me joguei em seus braços – Tive tanto medo, tanto medo... – Murmurei, o apertando com muita força.

–Eu sei, Teresa... Eu sei... – Ele colocou seus braços fortes em volta do meu corpo, deixando-me mais a vontade para me aconchegar em seu peito – Mas está tudo bem agora, nós estamos bem, estamos livres...

–Como assim? – Passei a fitar seus lindos olhos azuis, que brilhavam intensamente.

–Agora que Red John está morto, nós podemos assumir o nosso amor... Podemos ser livres – Ele afirmou levemente empolgado – Finalmente nós podemos ser livres – Antes que eu pudesse tentar responder a essa declaração de amor, depois de uma quase morte e um cadáver entre nós, Patrick, gentilmente me puxou para mais perto de seu corpo e beijou-me apaixonadamente. Eu sentia o gosto doce em sua boca e seus fios de barba roçando meu rosto.

Eu não queria me soltar mais daquele homem. Ele era a paixão da minha vida, era ele que fazia o meu coração bater mais forte cada vez que nós ficávamos sozinhos, seu cheiro era inebriante e eu amava cada detalhe daquele homem de uma forma inexplicável. Ele era simplesmente, perfeito.

– Patrick, eu...

–Shii, querida – Ele colocou o dedo sobre meus lábios avermelhados – Somos apenas nós dois, para sempre... Para todo o sempre – Ele me puxou para mais um beijo apaixonado, me fazendo caminhar de costas até a parede, onde ele me encurralou.

Eu queria, necessitava desesperadamente daquele homem. E eu sabia que não era apenas eu.

Patrick me olhava com um desejo ardente em seus olhos azuis. Aposto que ele sabia o que eu tanto gostaria, Jane sempre conseguia enxergar além das palavras ditas.

–Lisbon... – Murmurou, colocando as mãos por debaixo da minha blusa preta – Eu amo sua voz, amo sua boca, amo seu corpo... Você é a melhor mulher do mundo, e eu não quero te perder jamais, nunca – Ele se declarou, enquanto beijava o meu pescoço e me fazia delirar.

–Eu também te amo – Respondi, gemendo baixinho em seguida. Ele estava cada vez mais ousado, e eu simplesmente amava isso.

–Teresa... – Patrick murmurava entre beijos quentes, e roupas que iam rapidamente sendo retiradas. Mas, estranhamente, seu tom de voz ficava cada vez mais baixo, e as coisas em volta começavam a ficar embaçadas, como se eu estivesse dentro de uma neblina espessa.

Quando eu abri os meus olhos, notei que eu não estava na CBI e sim, em casa. No meu quarto, na minha cama... E que tudo aquilo não passou de um misero sonho.

Na verdade, um maravilhoso sonho...

Eu sentia meu coração acelerado e a respiração ofegante. Era tudo tão real, que eu não conseguia acreditar que tudo era ilusão. Apenas uma ilusão.

Atordoada, corri para minha banheira e tratei de permanecer lá até me acalmar. Já era de manhã e eu não poderia me atrasar para o trabalho, então o banho não seria muito longo, apenas o suficiente para eu conseguir colocar os sentimentos em ordem.

Patrick, Patrick... Brinca com os meus sentimentos e me deixa assim, até em sonho...

**

Me senti aliviada em chegar na agencia e ver luz e pessoas lá. Era como se mostrasse que aquilo foi mesmo um sonho e não uma “premonição”.

Entrei na minha sala e verifiquei se por acaso não havia ninguém atrás da porta me esperando com uma faca. Realmente, não tinha ninguém. Mas é melhor se prevenir, sempre.

Incrivelmente eu não conseguia esquecer aquele sonho. Era como se eu sentisse que Red John estivesse prestes a me atacar, ou Patrick a me beijar... Afinal, se o sonho estivesse continuado, o que teria acontecido?

–Que pergunta idiota – Pensei, conversando comigo mesma.

Sentei na minha cadeira e comecei a arrumar os papeis que Bertram havia deixado lá para mim. Entre dez folhas, oito eram reclamações contra o Patrick. Todos o acusando da mesma coisa: Comportamento inadequado.

Soltei uma risadinha ao ler as tais reclamações. Como o Jane consegue ser tão infantil?

Enquanto eu estava distraída, lendo, o próprio bate fraquinho na porta, e já entra fechando a mesma.

–Bom dia, Lisbon – O loiro cumprimentou sorridente – Como vai?

–Bem.

–Meh, não parece.

–Talvez eu estivesse melhor se não precisasse ler essa pilha de novas reclamações contra seu comportamento inadequado – Disparei, me divertindo com isso.

–Você sabe que eu faço isso para fechar casos, não sabe?

–Sei sim, mas você poderia se comportar bem pelo menos.

Ele ficou calado, me analisando. Depois de alguns segundos, perguntou:

–Meh, você está brava, mas não é comigo... Teve uma noite ruim de sono, querida Lisbon?

–Não.

–Meh, não minta. Eu sei que aconteceu algo... Passou frio à noite? Teve pesadelos?

Eu dei uma risadinha.

–Não é da sua conta.

–Ah, pesadelos então.

–Patrick, não tente entrar na minha mente. Você não consegue.

–Claro que consigo, é fácil... Então, que tipo de pesadelo você teve?

–Um que não te interessa.

Ele deu um breve sorriso.

–Para te deixar nesse estado tão abalada, deve ter sido uma coisa bem forte – Revelou. Como ele conseguia?

–Para com isso, não vou falar.

–Meh, não irei parar até você me contar.

–Tudo bem, tudo bem – Me rendi a persistência chata do loiro – Eu sonhei que o Red John estava tentando me matar, apenas. Satisfeito?

Ele parecia um pouco surpreso com a resposta, mas mesmo assim, continuou a sorrir.

–Você sonhando com isso? A única pessoa que tem sonhos assim, sou eu... O sonho foi apenas isso mesmo?

–Foi, claro – Menti, ou tentei mentir, já que sou péssima nisso.

–Meh, já disse que você mente mal? – Ele afirmou convicto – Mas tudo bem, conte-me o seu sonho.

–Ah Patrick, não foi nada de mais, apenas sonhei que o Red John tentava me matar, apenas.

Ele permaneceu calado, como se esperasse que eu contasse mais. Droga, não adianta tentar esconder nada dele.

–Jane, não aconteceu mais nada, apenas isso.

–Eu sei que aconteceu mais alguma coisa e, claramente você não quer me contar. Provavelmente foi algo que você considera vergonhoso, estou certo?

–Não - Menti.

–Estou... Por acaso, eu estava no seu sonho?

Consegui sentir minhas bochechas queimando de tanta vergonha. Ele não podia saber que eu sonhei com ele... Ou melhor, com nós dois juntos...

–Não.

–Sim – Afirmou, mais sorridente do que nunca – E o que nós fizemos para você ficar tão vermelha assim?

–Agora chega, saia já da minha sala – Ordenei, tentando a qualquer custo, o expulsar dali.

–Está ficando interessante, eu quero saber o que nós dois fizemos...

–Foi só um sonho, Jane, um sonho idiota.

–Sonhos são nada mais do que vontades, que lutamos para esconder dos outros, às vezes, até de nós mesmos – Revelou extremamente confiante, e até um pouco alegre por me fazer corar violentamente.

–Eu não quero ser atacada pelo Red John.

Ele deu uma risada sincera.

–Eu não estava falando disso...

–Estava falando do que?

Seu sorriso desaparecera e seus olhos azuis brilhavam, da mesma forma que brilhavam no sonho que eu tive.

–Teresa, pode terminar de contar o sonho? Por favor?

Suspirei alto. Como dizer não para aqueles olhos brilhantes e fofos?

–Você matou o Red John quando ele estava prestes a me matar...

–Continue.

–Dai você... Eu... Nós... –Simplesmente não conseguia dar continuidade a conversa. Eu deveria estar muito vermelha. Muito vermelha mesmo.

–Nós?

–Nós nos beijamos – Revelei, suando frio. Por que eu tinha entrado nesse jogo com ele? Eu não podia. Eu sabia que ia perder. Sempre perco.

Ele sorriu maliciosamente.

–Só isso? Você não estaria tão envergonhada, só por isso.

–Ah... bom... Nós íamos fazer alguma coisa, mas eu acordei, juro.

Ele me analisou novamente.

–Confio em você – Ficamos alguns segundos em silencio, apenas nos encarando – E como foi o beijo? – Perguntou nitidamente curioso – Foi bom?

–Eu não me lembro, Patrick. Foi apenas um sonho.

Ele sorriu novamente.

–Sonho... Sei...

Jane se levantou da cadeira onde estava e caminhou em minha direção, puxando-me delicadamente pelas mãos.

Estávamos perto, muito perto. Eu conseguia sentir o calor do seu corpo contra o meu e acho que ele percebia o quão ofegante eu estava.

–O beijo foi tipo assim?

Antes que eu pudesse pensar em reagir, ele me agarrou colocando-me contra a parede. Seus lábios, doces por culpa do chá, tocaram os meus com certa necessidade, acompanhados de caricias no pescoço e fios de barba roçando minha pele lisa.

Era como se eu estivesse ainda sonhando, mas ao mesmo tempo sentisse que aquilo era real.

Minha vontade era de me beliscar e ter certeza que eu não estou tendo um devaneio qualquer, entretanto, meu medo era de acordar novamente em minha confortável cama.

–Como que o sonho terminou mesmo? – Ele perguntou, entre beijos e mais beijos.

–Não terminou.

–Quer termina-lo? Dessa vez, de verdade?

Assenti com a cabeça.

–Então, que tal irmos pro meu sótão? Dai podemos dar um final digno a esse belo sonho.

–Tem certeza disso?

–Claro que sim. Eu te amo, Teresa, sempre te amei – Ele me beijou novamente, colocando as mãos por debaixo da minha blusa – E eu juro que nunca deixarei ninguém, nunca, te machucar. Quero que acredite nisso.

–Acredito – Respondi com a voz rouca – Eu também te amo, Patrick.

–Eu sei disso – Ele deu uma risadinha – Vamos?

–Vamos.

Assim começou a primeira manhã de muitas, que ainda viriam pela frente. Apenas eu e o meu consultor, com um amor que era maior do que tudo, até mesmo do que Red John... Afinal, quem disse que os sonhos não podem tornar-se realidade?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :) Beijos e obrigado por ler.