–Percy! Percy! Acorda!

Acordei naquela manhã com alguém me sacudindo e chamando meu nome. Quando abri os olhos e visualizei o rosto preocupado de Thalia.

–O que foi? Perguntei.

–O Charlie, não está no quarto nem em nenhuma outra parte da casa.

Levantei rapidamente.

–Para onde será que ele foi? Perguntei.

–Eu não sei, eu...

Bufei impaciente.

–O JOGO! Thalia gritou me assustando.

–Jogo? Do que está falando?

–O jogo de basquete do Charlie é hoje, ele estava falando disso há semanas.

–Então o que estamos esperando? Vamos até a escola.

...

Voltar à Goode High School foi estranho, quando parei o carro e olhei para aquele prédio antigo, lembrei-me dos meus tempos de escola, as zoeras com a galera, a época em que comecei a namorar Annabeth, bons tempos aqueles.

Informei aos seguranças que ficassem por perto, eu poderia até trazê-los comigo, mas chamaria muita atenção, coloquei um boné e óculos escuros e segui junto de Thalia passando pelo prédio destinado ao primário que Charlie deveria frequentar até chegar ao ginásio.

O jogo já havia começado, as arquibancadas estavam cheias de pais ansiosos e até mesmo irmãos mais velhos entediados.

Minha prima me guiou até alguns acentos mais vagos no canto, dois seguranças sentaram-se um pouco acima de nós enquanto os outros estavam apaziguando por perto.

Olhei para o placar acima:

Casa: 32 Visitantes: 40

Olhei para a quadra onde Charlie corria com a bola, o menino pulou e jogou a bola na cesta que girou no garrafão e entrou. Percy iria comemorar antes de perceber que seu filho estava caído no chão segurando o tornozelo, aparentemente teve uma péssima aterrissagem.

Logo seus companheiros de time estavam a sua volta assim como o treinador, rapidamente corri até o meio da quadra onde meu filho estava deitado no chão.

–Charlie! Quem veio com você? Você precisa ir para o hospital! falava o treinador.

–Ninguém eu...

–Charlie! Falei finalmente conseguindo passar pelos garotos e me ajoelhando ao seu lado. Vamos, vou te levar até o hospital mais próximo, falei pegando-o no colo.

–Espere, pediu o treinador. Quem é você? Não estou autorizado a deixar o menino a sair com ninguém que não seja da família, não vai levá-lo.

Tirei os óculos escuros e encarei indignado o homem a minha frente não acreditando que estava sendo impedido de levar meu próprio filho.

–Tudo bem professor, falou Charlie com dificuldade por causa da dor que estava sentido em seu pé. É o meu pai.

O homem me encarou surpreso e duvidoso.

–Eu acho que conheço você, falou ele calmamente.

–Não você não me conhece, falei rapidamente sabendo o que viria a seguir. Depois nos falamos, disse e coloquei meus óculos novamente enquanto andava o mais rápido que podia com Charlie nos braços em direção ao meu carro antes que minha identidade fosse descoberta.

Com cuidado coloquei o garoto deitado no banco de trás e ao fechar a porta vi Thalia chegar correndo.

Rapidamente chegamos ao hospital, assim que estacionei peguei o garoto no colo e corri para dentro, sabia que Thalia me seguia.

Assim que passei pela porta encontrei um enfermeiro com uma maca e deitei o menino ali, um médico veio em nossa direção e nos levou para fazer um raio-X.

–Porque você insiste em fugir? Porque não pediu para eu levá-lo? Perguntei.

Ele iria responder, mas foi interrompido pelo médico.

–Ele não quebrou nada, mas rompeu um ligamento então terá que ficar com o pé engessado por umas duas semanas.

Thalia suspirou.

–Pelo menos fez uma bela cesta.

Charlie sorriu.

–Obrigado, mas perdemos.

–Terá outras vezes.

O menino desmanchou o sorriso.

–Vou perder a competição de natação de novo.

–Faz natação?

Ele assentiu.

Logo Charlie estava com o pé engessado, novamente o peguei no colo.

–Relaxe, vamos pra casa.