Aos poucos Natasha ia abrindo os olhos e percebendo que não estava em casa. Não demorou muito para ela sentir seus pulsos preços a algum tipo de corda ou corrente. Sentiu o peso do próprio corpo e viu que seus pés não estavam no chão. Logo Yelena apareceu com um sorriso de superioridade que ela já conhecia muito bem.

– Ora, veja só quem acordou!

– Para onde você me trouxe?

– Isso importa? Devia estar interessada no que vou fazer com você... – Yelena olhou para Natasha com seus olhos obcecados por vingança... Vingança por Natasha sempre ter sido melhor que ela.

– Não sabia que nutria desejos sexuais por mim, fracassada. – Zombou Natasha, rapidamente Yelena virou a mão no rosto dela com toda a força que encontrou.

– Você pode ser boa aos olhos de todos aqueles idiotas... Mas para mim não passa de um saco de carne. – A loira se aproxima de Natasha e lhe dá um soco no estômago. Natasha solta uma gargalhada divertida.

– Nos duas sabemos o quão fácil é enganar alguém que tenha pênis! – Yelena riu encarando Natasha diretamente. – O que realmente está esperando para me matar? Não é esse seu maior sonho?

– Na verdade... Nada. Estou apenas me divertindo! Aliás, nem perguntei, está confortável?

– Não seja patética, cadela!

– Ah, Romanoff por que você tinha que ser o fruto doce do projeto? – Yelena deslizou os dedos pelo rosto de Natasha e falou próximo ao sua orelha para provocá-la. – Sabe, até que o seu príncipe vermelho, azul e branco não é nada mal... Talvez eu fique com ele também. Sabe, depois de acabar com você. – Ela disse como se já fosse obvio. Natasha se mexeu tentando acertar um chute em Yelena, que apenas se abaixou. – Não devia desfilar por aí revelando sua fraqueza minha querida. – Yelena se levantou e socou Natasha novamente.

– Esse é o seu melhor? Precisa treinar mais, não existe meio termo na SHIELD. – Disse logo se recuperando.

– É, realmente preciso de um pouco mais de treino. Mas a SHIELD me ajuda assim que eu acabar com você. Mas enquanto isso não acontece e eu não sou capaz de te por medo... – Ela aperta o colar que tinha uma espécie de botão ou algo do tipo. – Talvez eles sejam...

Dois homens armados entram na pequena sala onde elas estão e vão para cima da ruiva. Enquanto um deles tentava segurar as pernas para ela não tentar nada o outro tentava desferir alguns golpes nela. Natasha impulsionou seu corpo para cima usando toda a força que tinha, voltando para baixo acertou os dois homens com o pé, mas não foi só o som dos ossos deles que foi ecoado na sala. A Viúva Negra olhou para o seu pulso e viu sangue escorrendo pelo seu braço. Yelena sorriu ao ver a expressão de dor no rosto da rival, mas logo é interrompida de seus devaneios.

– Era só isso? – Natasha se recompôs.

– Não, este era só um aperitivo. Mandem o resto. – Disse para uma espécie de comunicador. Em poucos segundos um pouco mais de dez homens adentram o local. Mesmo com o pulso já quebrado ela consegue derrubar três deles de uma vez só. Mas infelizmente não é sempre que a sorte anda lado a lado e ela é acertada rapidamente com um golpe na cabeça. Mesmo inconsciente eles continuam batendo até um grito ser ouvido.

– Parem! – A loira ordena. Eles se voltam para ela. – Queremos ela viva... Eu ainda preciso me divertir...

Longe dali Steve andava de um lado para o outro em seu dormitório. Já fazia dois dias sem noticias de Natasha, ele tinha duas opções: Natasha só o queria por um final de semana ou ela estava fora, em alguma missão suicida como sempre... Ele sabia que ela e Barton nunca tinham plano de extração...

Tentou se comunicar com Clint, sabia da sólida amizade que os dois tinham, mas esse também estava encafifado em alguma loucura... Provavelmente na que Natasha estava metida. Decidiu não esperar mais e falar diretamente com Fury.

– Capitão? Não é hora de trabalho. – É claro que Hill não o deixaria passar despercebido.

– Eu sei. Preciso saber notícias, Fury está?

– Sim, na sala dele, mas não pode ir lá agora... – Foi interrompida pelo passo apressado de Steve, ela tentava acompanha-lo, mas a cada passo dele ela tinha que dar dois para ficar ao seu lado. – Acalme-se Rogers... Ei espere... – Enquanto se aproximava da porta ouviu gritos lá dentro, parecia uma discussão entre Fury e Clint. Entrou com tanta pressa pela porta que Barton ainda terminava sua frase.

– ... Ela está em uma missão suicida! Sozinha! Pode estar morta nesse exato momento! – Gritou para Fury.

– Quem? – Steve perguntou parando perto da porta.

– Tentei impedir ele de entrar. Disse que estava ocupado. – Hill disse parando ao lado de Steve.

– Ninguém com quem precise se importar. – Fury disse se voltando para Steve, rapidamente Clint se virou para encará-lo também.

– Para onde mandou Natasha Romanoff? – Se aproximou batendo com as mãos na beirada da mesa dele e o encarado ameaçadoramente.

– Sem ofensas, Capitão, mas a Agente Romanoff é problema da SHIELD.

– Natasha não é problema! Ela é a solução dos seus problemas! Devia dar mais atenção aos seus agentes Fury! – Queixou-se Clint.

– Já falamos sobre isso Barton e você...

– Exijo saber para onde mandou minha namorada?! – Steve gritou não contendo mais sua raiva.

– Exige? – Fury perguntou.

– Namorada? – Clint se voltou para ele com os olhos arregalados.

– Agora eu faço as perguntas... Onde ela está. – Fury suspirou.

– Na verdade não sabemos... Ela desapareceu.

– Como assim desapareceu? – Perguntou desesperado.

– E quem fez isso deixou a marca em Clint. – Steve observou o olho roxo de Clint.

– E quem foi?

– Yelena Belova. Uma antiga rival da Natasha... Outra do projeto Viúva Negra... Mas Natasha era quem nasceu para brilhar. – Clint forçou um sorriso. Eles caminhavam pelo corredor enquanto Clint deixava Steve a par de tudo. – Mas e então... Estão juntos?

– Acho que sim. – Ele disse confuso com a pergunta e saiu na frente deixando Clint pensativo atrás...

Clint prometera a ele que assim que conseguisse alguma pista de onde Natasha estava ele avisaria a ele... Steve até considerou treinar um pouco, mas ficar sem ela doía muito. Ele não conseguia fazer nada... E pior do que ficar sem ela era saber que ela estava nas mãos de uma assassina. Ele se deitou e ficou pensando na primeira vez que viu o sorriso dela... A maneira como ficou encantado e totalmente enfeitiçado naquele olhar... A primeira vez que a beijou... Riu com a lembrança. Por fim se lembrou da noite que ela se entregou a ele da maneira mais intensa que ele já sentira...

– Steve! – Clint batia apressado do lado de fora. – Steve! – Steve correu até a porta. – Nós a encontramos!