A pedra de El, o objeto que mantém o equilíbrio natural de minha terra natal, foi roubada. Notava-se o desespero e a aflição pela corrida dos guardas pelas ruas principais da cidades enquanto a população entrava em pânico ao saber dessa grande tragédia. O culpado por deixar alguém roubar algo tão importante para esse povo? Apenas um nome vem à mente de todos, o meu.

Nesse exato momento estou em uma grande assembleia, o local é totalmente escuro e apenas um feixe de luz estava sobre minha cabeça me iluminando. Mesmo que eu não conseguisse observar as coisas em minha volta, eu sabia que havia muitos elfos me analisando com olhares sérios e penetrantes.

- Guardiã Rena, levante sua cabeça – ouço uma voz autoritária, como sei que não posso desobedecer a pessoa, olho para o alto mesmo não enxergando nada.  Meus pulsos doíam por causa das correntes, mas eu não podia demonstrar o meu sofrimento por uma coisinha dessas. – Rena, como uma guardiã seu dever era proteger a pedra de El, mas como podemos observar, você não cumpriu seus deveres e deixou alguém roubar o que há de mais importante para nossa terra.

- Sim. Admito minha incapacidade e aceitarei qualquer punição advinda de minha irresponsabilidade... – falo em um tom mediano para que todos ali pudessem ouvir, eu não tentaria me defender já que seria inútil. Apenas fecho meus olhos ainda com a cabeça erguida, tentando aproveitar meus últimos momentos naquele local.

Eu sei quem roubou a pedra, mas não direi nada a respeito. Esse item tão precioso é algo que vem causando caos entre os humanos e elfos, para amenizar essa rivalidade entre as duas raças, um conhecido resolveu sumir com a razão disso tudo, a pedra de El. E eu, fui apenas uma peça para ajudá-lo nesse feitio, pois não aguentava mais a cobiça dos dois lados.

- Guardiã Rena, como punição por deixar algo tão importante para nosso povo ser roubado, será exilada para todo o sempre no mundo dos humanos. Não terá mais o direito de colocar os pés em nossa terra sagrada. – a mesma voz de antes disse em um tom ríspido, eu sabia que isso iria acontecer, mas já esperava por algo desse porte vindo dos superiores. – Então caso encerrado senhorita Rena, será mandada agora para o outro mundo. Pense em seus atos e se arrependa ao ficar do lado de nossos inimigos.

E assim, a luz que estava sobre mim se apaga, me deixando sozinha nessa imensa escuridão. Eu não conseguia ouvir nada mesmo com ouvidos pontiagudos, todos os outros já tinham ido embora daquele local. Alguns segundos depois de meu julgamento um portal aparece em minha frente, o cenário de uma cidade entra em meu campo de visão, era o mundo dos humanos. Como eu não teria escolhas, apenas dou um passo a frente, adentrando aquele portal sem remorsos ou medo.