Ei, Quer Ser Meu Amigo? II escrita por LuMartins


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Por que tanto tempo sem postar? E por que esse capítulo nada a ver?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/421139/chapter/5

A pior parte de querer atenção é pura e unicamente à decepção. Talvez tenha sido isso que me fez parar um pouco e refletir a minha vida.

Eu não estou aqui para me apaixonar pelo mesmo sexo, ou o sexo oposto, mas eu quero me apaixonar pelo ser humano, e quantas vezes a atenção foi à desordem em meus pensamentos.

Eu queria realmente que isso fosse um capricho bobo e de patricinha de uma garota de classe alta.

Todos os olhares voltados a uma única pessoa, e eu me sinto assim, sozinha, desolada. O papel da adolescente chata.

Quando a Maria Clara e Alyssa chegaram foi surpresa para todo mundo, todos se apaixonaram por elas, eu me apaixonei, mas a atenção foi redobrada e por muitas vezes me passei por criança chata que quer atenção.

Parecia que tinha passado século, mas não, no máxima um mês, e eu estava quieta, cansada, e me sentindo deprimida. A sensação era essa, o angustiante esquecimento.

– Caramba Sophie, estava te procurando por toda a escola. - disse Daniel erguendo suas mãos ao alto.

Olhei de relance e continuei fazendo um desenho terra onde estava sentada logo abaixo de um antigo carvalho.

– O que você tem amor? - perguntou se sentando próximo a mim. E continuei calada, não tinha motivos para falar, eu só queria pensar.

Daniel passou devagar a ponta de seus dedos pelo meu queixo e me fez olha-lo nos olhos.

– Qual o motivo de estar tão afastada de todo mundo, da Fabi, das meninas, e tão afastada de mim, faz dias que eu percebi que você não quer a companhia de ninguém, mal atende meus telefonemas, não passa o intervalo com a galera, me diz.

Suspirei alto, eu também queria entender isso, mas era um daqueles momentos que eu queria ficar sozinha, não queria ser má companhia para ninguém.

– Eu não sei, só cansei. - disse pousando minha cabeça no ombro dele. Quem sabe não é apenas uma fase.

– É, quem sabe.

Aquele dia foi estranho, inédito até, apenas fiquei quieta durante as aulas, fui para casa e deitei na cama, minha metas de vida estavam fora de cogitação naquele momento, e eu tinha certeza que não passaria tão rápido.

– Chars, posso entrar? - gritou May entrando contudo no meu quarto.

– Já entrou né. - revidei arrogante, me sentando na cama.

– Nossa que grossa. - May fingiu estar chateada.

– O que quer Maria Clara? - perguntei começado a ficar estressada.

– Você me chamou de Maria Clara? Você está mal mesmo. - e um sorrisinho brotou de seus lábios. - Ah esquece, vim te perguntar se você vai sair com a galera, vão todos tomar sorvete e depois vadiar por ai.

– Não vou não.- disse mesmo sem pensar na proposta.

– Então tá, não vou ficar me ajoelhando para filhinha de mamãe com TPM.

– Some Maria Clara. gritei furiosa.

A minha vida estava pior que novelas mexicanas, a vinda de Lindsey para minha casa, não me trouxe uma mãe, mas uma madrasta legal, e que tem suas preocupações, mas minha mãe Helena, nossa como eu sentia falta dela, eu sei que a May não falou aquilo de propósito, e sequer percebeu, mas fazia tanta falta.

– Como assim a senhorita não vai com a gente dar uma volta? - Daniel entrou falando docilmente.

– Só não estou bem Dani, não quero ir. - disse amargamente.

– Ok, se você não vai, eu não vou. - disse ele se sentando na beira da cama.

– Vai, pode ir se divertir Dani.

– Não pedi permissão para ninguém, se eu não quero não vou, vou ficar aqui cuidando da minha princesa balofinha.

– Fica se quiser então. - respondi mal humorada.

Ele se deitou perto de mim, e começou acariciar meu rosto.

Senti meu rosto ficar em chamas, e um calor trespassou meu corpo.

E assim me aconcheguei em seus braços, e as lágrimas vinham sem esforço.

– Estou aqui minha pequena, eu te amo.

[...]

Depois de uma tarde totalmente chorosa, enfim me recompus, e decidi sair um pouco com o Daniel.

Não tínhamos rumo algum, mas ele me fazia sorrir de alguma forma.

Estávamos em lugar ermo, sem pressão, apenas a brisa, uma bela vista e os nossos corpos se tocando. Sentia-me ansiosa, era um tipo de excitação diferente, meu coração parecia sair pela garganta e a barriga congelar, concentrei toda a minha atenção, apenas observando a beleza dos lábios de Daniel. Era tão vermelho quanto o sangue, e pareciam que sentiam os mesmos que desejos que os meus, corri meus olhos pelo seu rosto, parando e seus olhos, nossa respiração pesada, então senti como se fosse dar meu primeiro beijo. Deixei minhas mão caídas ao lado do meu corpo, agora não nos tocávamos, mas a eletricidade que percorria nossos corpos era muito forte, era estranho como aquele momento nunca havia acontecido antes. Resolvi me entregar totalmente àquela sensação, senti um toque suave em minhas mãos, e seus longos dedos acariciaram-na e então se entrelaçaram, e nossos lábios se tocaram, eram doces, e macios como veludo, a sensação terna e quente tão bem conhecida por mim, e ao mesmo tempo tão diferente, e dividíamos aquele momento em igual.

Antes que pudéssemos pensar em mais alguma coisa, ele abrira espaço entre meus lábios cerrados com sua língua quente e macia, assim nossos lábios se encaixaram perfeitamente.

Quando nos afastamos, olhamos dentro dos olhos e parecia que pude enxergar sua alma.

– Nossa Sophie. - Daniel disse finalmente.

E então, eu não estava mais apaixonada, eu estava amando.

– Eu te amo.

Ele me olhou surpreso, provavelmente com intensidade com que saíram aquelas palavras. Era estranho, pois eu nunca tive tanta certeza sobre algo.

– Você nunca disse... - e eu o interrompi.

– Esse era o momento.

– Eu vivo nesse mundo onde pessoas fazem coisas terríveis Sophie, e vi coisas horríveis, os humanos tendem a não amar, mas você não tem ideia de como meu coração se aceleram perto de você, de como eu pareço uma criança perto de ti, e de como eu tenho que ser forte, mas isso não importa, por que você me ama, nunca algo foi tão bom e incrível em toda a minha vida.

Lágrimas queriam escorrer, mas me contive, aquele foi o primeiro beijo da tarde, e ficamos a ali até transcorrer da noite.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu aqui de novo, após tanto tempo, desculpe tanto tempo sem escrever, sem satisfações, eu realmente achava que não poderia continuar essa história, mas nos últimos dias, tive muitos sonhos dos quais finalmente consegui me lembrar, e me deu muita inspiração, sobre esse capítulo nada a ver com o último, bom a explicação não é tão boa, eu senti que precisava mudar o rumo e então decidi deixar um pouco melancólico, e tenho deverás ideias e propósitos finais, e agradeço quem ainda lê. Obrigada e beijos.