- Eu achei que você fosse normal. – disse meio apreensiva.

- Bem vindo ao mundo de Alyssa.

Vocês devem estar se perguntando o que está acontecendo né? Primeiro, senti muita a falta de vocês. Segundo, já tenho 16 anos, ui. E terceiro Alyssa é completamente insana.

Bom, após nossas férias que foram bem legais e um tanto turbulenta, estávamos nos preparando para o primeiro dia de aula, no segundo colegial. E desta vez não haveria Gustavo, que por milagre de Nossa Senhora da Cruz Pesada o fez passar na faculdade, como? Não me perguntem.

- Alyssa você não pode fazer isso. – disse brava.

- Qual é Sophie, vai ser engraçado. – rebateu, eu sabia que seria engraçado, mas seria a décima primeira expulsão do histórico escolar dela.

- Eu assumo que vai ser engraçado, mas vai dar problema.

- Para de ser careta Sô, vai, por favor. – Aly pedia segurando minha mão.

- Faz o que quiser, só não diz que não te avisei. – disse me levantando e terminando de me arrumar.

[...]

- Eu quero desejar umas boas vindas aos alunos novos, e para os nossos antigos alunos, espero que tenham uma estádia feliz, e cheia de desafios a serem vencidos, e como bons patriotas iremos cantar o hino nacional. – disse a diretora gorda que nos odiava, sim, sim e sim, quem pensou que ela fosse um amor então, não é, afinal que tipo de diretor seria um amor.

Mas eu estava com um pressentimento ruim, olhei em volta e encontrei os olhos da Alyssa que pareciam se divertir, e sério que ela iria fazer isso mesmo?

Ao meu lado estava Daniel segurando minha mão.

- Eu não estou com uma sensação nada boa. – disse ele negando com a cabeça.

- Eu falei para ela não fazer isso Dan, ela não me escuta. – respondi ainda a encarando.

- Pode soltar o som Amélia. – gritou a diretora para a vice-diretora surda. – Pode soltar o som Amélia. – gritou de novo arrancando a risada de todos, e logo ela nos olhou brava.

“Humildade, disciplina, sem neurose, sem caô

A festa vai começar agora o papai chegou...”

Ninguém entendia nada, porém o Daniel tinha me tido que era de um funk de um de tal de Mr.Catra, todo mundo ria e a diretora faltava arrancar os cabelos, por que a surda da vice não tirava a música.

Logo após o alvoroço, a diretora apenas nos olhou muito brava.

- Eu vou descobrir quem foi o vândalo e saíra imediatamente da escola. Vão para suas salas agora.

Todos foram, e logo me encontrei com a Alyssa.

- Você está louca? Imagina se descobrem que foi você? – perguntei segurando seu braço.

- Foi hilário Sô! – disse rindo.

- Você passou dos limites Aly. – disse apertando seu punho.

- Eu quero ir embora daqui não percebe, eu gosto de você, dos seus amigos, do seu pai, mas amo onde eu morava, eu morro de saudade da May. Você não tem noção. – disse ela cabisbaixa.

- Nos amigos e nosso pai Aly, vai dar tudo certo, mas fazer isso é loucura.

- Eu só queria me divertir um pouco. Ei, desde quando você tem esse senso de responsabilidade?

- Verdade né, estou parecendo uma quadrada. Está bem, foi hilária a cara da diretora. – disse e rimos.

Entramos em nossa sala, e eu já vi a Barbie de Vodu, ou como nós conhecemos bem, Fuckquel, dando em cima do MEU Daniel.

- Oi, como posso ajudar Raquel? – disse me sentando no colo do Daniel, que sorriu e me deu um selinho.

- Só se você sumisse Sophie. – respondeu com nojo.

- Seria um favor mesmo, mas gosto de estorvar. – disse com um sorriso diabólico. – Se manda despacho de encruzilhada.

E assim ela saiu de lá, pisando forte.

- Amor, nem preciso de guarda-costas se tenho você. – Dan disse rindo.

- Não mesmo, do jeito que eu estou vou ter ciúmes até dele. – disse e ele apertou meu nariz.

- E aí casal Ursinhos Carinhosos. – disse o Lucas.

- Cara, não fala assim, esqueceu que ela tem medo? – perguntou o Dan me abraçando forte.

- É verdade, tinha me esquecido. – e assim ele começou a rir. – Desculpa.

- Garotos e garotas sentem-se, quero falar com a sala de vocês. – disse a diretora entrando como uma louca na sala. – Recebi uma denúncia importante sobre quem fez aquela brincadeira de mau gosto, e, por favor, senhorita Sophie Charlotte Trevisan acompanhe-me até minha sala.

- O que eu tenho a ver com isso? – perguntei indignada.

- Não se faça de inocente, sabemos que foi você, e você terá seu devido castigo, agora vamos. – disse ela rude.

- Ah, mas eu não vou a lugar algum. – disse me levantando.

- Não foi ela. – gritou Alyssa ao meu lado, dá onde ela saiu?

- E como sabe senhorita?

- Alyssa Norah Hemsworth, por favor, e não foi ela, por que simples, fui eu. – disse ela dando de ombros.

- Você está louca Aly. – sussurrei apertando sua mão, eu me apeguei muito a ela, justamente por que ela é minha meia irmã agora.

- Vamos sair juntas dessa.

- Isso é bem grave. – disse a diretora rudemente.

E aquela gritaria da minha sala começou. E logo após entrou a Fuckquel, e eu tive certeza de que foi ela a fazer a denúncia.

- Oh shut up of you. – gritou a Aly esquecendo que estava no Brasil. – Quis dizer, calem a boca.

- Cala a boca você e vamos para a diretoria.

- Cala a bo... – e assim fui interrompida, e Aly puxou minha mão passando bem em frente da Dona Iolanda, a diretora, com o nariz empinado.

A pergunta seria então, aonde foi que eu amarrei meu burro?