O som dos pássaros era maravilhoso, tudo silencioso.

-Eu te amo! –Aquela voz era perfeita e o único som que realmente gostaria de ouvir para o restante da vida.

Movimentou-se então sobre as cobertas enroladas, da porta George sorriu com a cena. Hermione abriu os olhos e se mexeu preguiçosamente, esticando os braços. Ao ver George parado na porta assustou-se e caiu para fora da cama, provocando um estrondo alto.

-Você está bem? –George aproximou-se enquanto Hermione tentava se levantar ainda cambaleante.

-E-Estou! –Respondeu assustada. –Só me assustei.

-Sou tão feio assim? –George faz uma careta, entortando os lábios e levantando e sobrancelha.

Hermione ri.

-Não, só não esperava acordar e dar de cara com um ruivo! –Disse enrolando-se no cobertor que caíra junto.

-Bem... Esse ruivo está te convidando para um café da manhã! –Sorriu. –Topa?

-Claro. Só preciso me trocar! –Disse procurando sua bolsa. Não conseguia acreditar na bagunça que fizera naquele quarto em apenas dois dias.

-Vamos assim mesmo, também estou de pijama! Ficaremos em casa! –Retrucou George arrastando-a pelo quarto até a cozinha. O perfume que a comida exalava era maravilhoso, das torradas quentes uma leve fumaça sai, também do café já servido em um xícara laranja.

-Xícara ruiva também? –Perguntou bebericando seu café.

-Não havia percebido! Talvez um legado da família! –George da de ombros e continua seu café.

Depois do café George desceu para a loja, disse que não ainda não estava preparado para abri-la. Hermione sentou-se na escrivaninha do namorado e procurou por um pergaminho e uma pena que logo encontrou dentro de uma gaveta.

“Harry e Ron,

Devo noticias aos dois, mas estava me recompondo durante esses dias. Sinto muito por não ter enviado essa carta antes, mas não conseguia nem segurar uma pena corretamente. Estou com um amigo que está me ajudando muito a superar isso tudo. Talvez fique meio pareça exagerado, mas eu precisava desse tempo para espairecer.

Quero noticias de vocês também, preciso saber como estão!

H.G”

Procurou por Acxel que estava empoleirado no canto do quarto, abriu suas longas asas e recebeu as caricias da dona que sorriu.

-Harry ou Ron! –Disse para a coruja que largou um piado cansado e bateu as asas.

.....

Harry passara todos os dias depois da batalha de Hogwarts na Toca, junto de Ron que já estava impaciente com o sumiço de Hermione. Estavam deitados, Harry com a cabeça para fora da cama, atirado de qualquer forma.

Uma batida de leve na janela e Ron levanta o pescoço e pula para fora da cama.

-Uma carta da Hermione! –Disse sorridente com o papel nas mãos.

-Abra! –Disse Harry despreocupado, sabia como Hermione estava se sentindo. Ronald lê toda a carta em voz alta e depois solta o pergaminhos sobre a cama.

-Que amigo será esse? –Pergunta com as orelhas vermelhas.

-Não importa desde que ela esteja bem! –Harry dá de ombros.

-Não importa? –Ronald quase gritou. –É a Hermione... A nossa Hermione!

Harry levantou-se e da mesinha pegou um pergaminho.

-Escreva isso para ela! –Entregou o papel amarelado para o amigo que pegou e sentou-se. Iniciou sua escrita. Ron era meio atrapalhado com as palavras, amassou alguns pergaminhos, perdeu, talvez, algumas horas, mas finalmente andou até sua coruja e entregou o envelope para o animal que voou para longe dali.

.....

Hermione lia um livro de Fred que estava jogado em baixo de sua cama, achou-o apenas porque precisou limpar o quarto que se transformara em uma bagunça. O dia já começava a dar sinais de seu fim quando uma coruja bica a janela gentilmente.

George entra no quarto com um envelope entre os dedos longos.

-Acho que é para você! –Diz entregando a carta para Hermione.

-Ah sim, é a resposta do Ron e do Harry! –Pegou a carta e voltou para a cama que agora parecia um ninho onde se escondia.

-Resposta? Enviou uma carta para eles? –George senta-se perto e Hermione começa a abris o envelope.

-Sim, senti que eles precisavam saber que estou bem. Não citei seu nome, apenas me dirigi como um “amigo”. –Respondeu.

-Certo. –Disse levantando-se. –Vou fazer... Alguma coisa!

Hermione assentiu e começou a ler.

“Hermione cadê você? Qual o nome desse seu amigo? Sabe que pode vir para a Toca a qualquer momento. Está um pouco chato por aqui, Gina e Harry saem para caminhar durante o por do sol todos os dias, sabe, você faz falta. Preciso, precisamos vê-la. Domingo apareça aqui, por favor. Não posso apartar para vê-la se não sei onde você está e também se que não me dirá, então por favor!

Ron W.”

Hermione riu, era típico de Ron escrever tudo apressado sem ao menos olhar seus erros. Levantou a cabeça e saiu correndo do quarto.

-George!- Gritou enquanto passava pela porta do quarto.

-O que foi? –George por sua vez estava com os cabelos pingando, usava apenas uma toalha enrolada na cintura, a varinha empunhada.

Hermione corou violentamente e virou-se de costas para o ruivo.

-Podemos ir à Toca domingo? –Perguntou olhando para o chão.

-Claro. Só acho que devemos ir em momentos diferentes para não levantarmos suspeitas! –Disse o ruivo tirando a espuma de seu cabelo com a mão.

-Claro. –Hermione disse. –Se você estivesse vestido poderia te abraçar!

A garota então correu de volta para o quarto.

-Desculpa! –Gritou de lá fazendo o ruivo rir e voltar para o banheiro.

A noite caiu e então ninguém mais tocou no assunto, George havia preparado o jantar e ficou um tanto convencido depois do elogio de Hermione.

Após limparem a cozinha Hermione se despediu do ruivo com um longo bocejo.

-Hermi? –Chamou antes de entrar no quarto.

-Eu achei algumas cartas do Fred na escrivaninha dele! –Coçou a cabeça com um tanto de receio. –Quer...?

-George eu realmente gostaria de ler outro momento! –Diz um tanto calma. –Estou cansada e acho que não prestaria atenção suficiente na carta!

George assente a abraça Hermione.

-Boa noite! –Diz descolando seus corpos, Hermione o encara e ri.

-Que foi?

-Da onde tirou esse apelido? –Pergunta levantando a sobrancelha esquerda.

-Hermi? –A garota assente. –Não faço a mínima ideia!

Ambos terminam a noite rindo!