“Na vida, apenas uma coisa é certa, além da morte e dos impostos. Não importa o quanto você tente, não importa se são boas suas intenções, você cometerá erros. Você irá machucar pessoas. E se machucar. E se algum dia você quiser se recuperar… Há apenas uma coisa que pode ser dita… Esquecer e perdoar. É isso que dizem por aí. É um bom conselho, mas não muito prático. Quando alguém nos machuca, queremos machucá-los de volta. Quando alguém erra conosco, queremos estar certos. Sem perdão, antigos placares nunca empatam, velhas feridas nunca fecham. E o máximo que podemos esperar é que um dia tenhamos a sorte de esquecer”.”
— Grey’s Anatomy.

Quinn deixou ir Santana procurar Brittany, a loira de olhos da cor do céu, estava na fisioterapia. Havia um bar onde todos os médicos comemoravam suas vitórias, bebendo. Sim os médicos cirurgiões na maioria jovens, fazem isso. Porém Quinn não foi comemorar propriamente, não tinha um motivo para isso afinal.

M:Uma tequila por favor... –disse a mulher ao lado da Fabray.

Quinn arrasa corações por todo o hospital. Ela além de linda, é a deusa da neurocirurgia. Todos mulheres e homens suspiravam quando viam ela em ação. Muitos diziam que ela tinha casos com enfermeiras, internas novatas, residentes e algumas titulares do esquadrão cirúrgico. Bom isso era só lenda. Como os crocodilos nos esgotos de Nova York.

M:Dra.Fabray, me acompanha? –a mulher ofereceu-lhe uma dose de tequila.

Q:Me conhece? Não, obrigada. Não posso beber... –Quinn indicou a fita d AA no pulso esquerdo.

M:Tudo bem, eu tomo por você. Respondendo tua pergunta. Eu a conheço do hospital, sou cirurgiã cardiotorácica. Aquela sala ao lado da sua, sabe? –a loira acenou que sim e depois negou.

Q:Desculpe-me, ando meio ocupada. –explicou.

M:Tudo bem. Sou a Dra.Marley Rose, prazer em conhecê-la Dra.Fabray. –elas trocaram um aperto de mão.

Q:Eu digo o mesmo Dra.Rose. –a morena de olhos azuis sorriu, mostrando seus dentes perfeitamente brancos.

M:Eu sinto muito pelo que aconteceu... –ela percebeu que, talvez esse seja o assunto que a Fabray, não quisesse falar nesse momento e ambiente.

Q:É todos sentem. Tudo bem pode falar. Sei que todos me apontam como a idiota da história. Você não deve saber. Como a maioria também desconhece, mas vocês tem uma opinião sobre tudo isso que está acontecendo. –certo. Essa realmente não era a reação que Marley almejava.

M:Eu verdadeiramente desconheço toda a história. Quem sabe se você... esqueça. Isso é tortura com você. –dizendo isso Marley se afastou, sentando em uma mesa mais retirada.

Q:Se você quer mesmo saber como foi? –Quinn foi atrás dela. Esse era o propósito da outra cirurgiã.

M:Na verdade, eu tinha outros planos. Mas vamos lá. Conte-me tudo.. –indicou a cadeira pra a neurocirurgiã.

Q:Eu tinha acabado de fazer a do quinto ano. A prova do conselho americano de cirurgia. Então quando voltei pra trabalhar no outro dia, me falaram sobre a ultima cirurgia que Rachel poderia fazer. Por dois motivos. Primeiro ela não poderia cobrir mais nenhum custo adicional, incluindo o pós-operatório. Segundo não havia mais nada que os médicos poderiam fazer. Fui até ela e expliquei como procederíamos naquele dia no centro cirúrgico. Ela pareceu estar conformada, só dizia que “estava tudo bem”......

FLASHBACK ON

R:Tudo bem, eu sei que essa será a ultima vê. Eu posso te pedir um favor? –Rachel falou com a voz debilitada.

Q:Claro. –respondeu prontamente.

R:Liga para meus pais e talvez para o Kurt ... eu só queria avisá-los, sabe? Pai e papai só receberão a mensagem depois do cruzeiro e até lá estarei muito bem. Kurt vai ficar bravo por que ele não gosta de você. –a medica desenhou um sorriso debochado no rosto.

Q:Eu quero falar sobre teu pós-operatório... –a Berry a ignorou.

R:Santana virá tenho certeza, que ela estará aqui quando eu acordar. –a ultima enfermeira saiu as deixando a sós.

Q:Meu plano de saúde é a solução. Eu tenho um ótimo plano de saúde, você terá bastante assistência e ficará curada. Eu sei parece loucura mais.... –a loira sentou no leito da paciente.

R:Você está me pedindo em casamento, Fabray? Por que se for você foi muito ruim com isso. Você não está falando sério, não é? Não seria crime? – elas iniciaram uma discussão sobre os prós e contras da situação.

FLASHBACK OFF

Q:Meia hora depois eu estava correndo pelo corredor com um juiz. Rachel pagou a cirurgia que era no valor de dez mil dólares e meu plano cobria os pós- operatórios que era mais de quatrocentos dólares. E como foi no mesmo dia do nosso “casamento” eu á operei. Entrei na sala de cirurgia e fiz o inacreditável, uma obra de arte. Era o tumor mais lindo que eu já vi. Tinha toda uma estratégia para fugir de mim. E eu o retirei, fiz tudo corretamente. Conquistei o respeito de todos a partir disso. –Marley ergueu a mão interrompendo a Fabray.

M:Eu sei escutei por três anos,sobre como você é perfeita. Agora vejo que tudo era verdade.... –a loira então percebeu o tom de flerte usado pela morena.

Q:Foram anos difíceis, os dois primeiro anos foram os piores. Com o passar do tempo Rachel começou reagir ao tratamento, principalmente depois da visita aos baixinhos. Eu salvei ela, fiz de tudo para não deixá-la ir. –uma lagrima solitária, desceu o rosto da pele super branca.

M:Ela deve ser importante pra você. Mas eu estou com uma duvida. Você se apaixonou por ela, depois que casou? Ou só ficou encantada com a fama, que a tua “bem sucedida cirurgia” trouxe para você? –Quinn pareceu pensar sobre isso.

Q:Rachel era minha melhor e única amiga do pré-escola. Até que um dia eu inventei de falar que gostava dela. E nesse dia aconteceu meu primeiro beijo e minha primeira decepção. Rachel foi meu primeiro amor, primeiro beijo e minha primeira desilusão amorosa.... Lembro de chorar na mesa de jantar. Mamãe perguntou até que eu falei, que a Rachel estava esmagando meu coração. Se eu soubesse que tudo podia ser pior. Ela é bem mais do que meu caso médico bem sucedido. Eu amo ela, amo... e dói amá-la dessa maneira. –Marley olhava admirada, apaixonada para a mulher á sua frente.

M:Ela é uma mulher de sorte, pena que não merece. –Marley levantou-se indo para a saída e Quinn a seguiu novamente.

Q:Eu acho que eu sou a única a saber se ela merece ou não meu amor. –a loira a puxou pelo braço virando-a para si. Com esse movimento elas ficaram muito próximas. A cardiologista atacou os lábios da outra, sem aviso. Quinn quebrou o beijo empurrando-a o mais longe possível pelos ombros.

M:Me deixe cuidar de você ... e-eu sou apaixonada por você, desde que eu era interna. –tentou beijá-la novamente.

Q:Eu sou casada. E eu amo a Rachel. Desculpa..... –tudo ficou escuro. Quinn saiu do bar, encontrando uma tempestade e uma Nova York no escuro.

“É uma daquelas coisas que as pessoas dizem. Você não pode seguir em frente, até esquecer o passado. Esquecer é a parte fácil. Seguir em frente é que dói. Então, as vezes, nós lutamos...tentando manter as peças no lugar. As coisas não podem permaneceras mesmas. Em algum momento, você tem que esquecer. E seguir em frente. Porque não importa o quão doloroso seja.. É a única forma de crescermos.