A Perseguidora escrita por Dimitri Alves


Capítulo 24
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Estou de volta :D Eu sei que demorei um pouquinho... Tudo bem, demorei séculos! Mas por favor, não me crucifiquem!! kkkkkkkkkkkk' Bom aí está o capítulo que muitos aguardaram por tanto tempo >< Espero que se divirtam.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/420461/chapter/24

O ar gélido abraçou seu corpo como se fossem uma planta coberta de espinhos. Apesar de estar bem agasalhado, Igor se sentia como se estivesse nu diante do nevoeiro. Laura se agarrou em Igor, colado-se atrás dele. Era muito frio para ela aguentar, então ela iria guiá-lo dali mesmo de onde estava.

Igor olhou ao seu redor, mas não conseguia ver absolutamente nada a sua frente, mal conseguia ver o seu próprio pé. Naquele momento pensou em desistir, mas sentiu Laura empurrá-lo para frente. Ele não tinha duvidadas que não tinha outra opção.

– Você vai andando de acordo com o que eu vou dizendo, ok? Assim nós não nos perdemos – falou ela encorajando-o e tranquilizando-o.

Igor olhou para o seu caminho a frente e senti-se cedo. Não havia caminho. Laura deu um leve empurrão e Igor deu o primeiro passo iseguro. Cada passo que dave era incerto, não sabiam por onde estavam andando. Ao redor deles eles procuravam algum ponto de referencia, mas o mundo era branco, pálido, frio e misterioso.

– Precisamos acelerar os passos, dessa forma as coisas vão durar mais – disse Laura bem no ouvido de Igor, mas em um sussurro.

Igor mal sentia a sua orelha e a respiração quente das palavras de Laura fizeram confortá-lo, como se fosse um verdadeiro carinho. Nunca desejou tanto estar enrolado em uma cama tomando uma xícara de chocolate quente.

– Como vamos fazer isso? Mas sabemos o que tem na nossa frente – alertou Igor com seu olhos atentos.

– Você não sabe, mas eu sei muito bem – retrucou ela – acelere os passos.

Igor apertou os passos, quase no mesmo ritmo como se estivesse andando normal, porém era quase impossível. Era muito desconfortável para ele andar sem saber o que tinha a sua frente. Sentia sua pele secar e tinha a impressão de que seus olhos poderiam rachar a qualquer instante.

Andando alguns metros, Igor começou a ver as primeiras sombras de algo a frente. Ele parou instantaneamente e esperou que as sombras se movessem, porém elas não se mexeram. Mantiveram-se fixas no lugar. Igor as contemplou com cuidado, pois elas pareciam perigosas e, naquela ocasião, qualquer coisa era suspeita.

– São as arvores das mesas de concreto que ficam ao lado do colégio, lembra? É a área de lazer. Agora você sabe onde estamos e consegue andar mais tranquilo agora, não é?

Tranquilo não era a palavra certa, mas Igor poderia andar com um pouco mais de segurança. Aquela área ele conhecia bem e sabia por onde teria que passar para chegar a trilha das estufas. O caminho ali era um pouco mais claro, conseguiam ver os muros e um pouco das altas janelas do colégio. As árvores eram mais visíveis, porém pareciam ameaçadoras. Grandes monstros prontos para atacar.

Igor andou cuidadoramente, sempre olhando para os cantos para que não fosse pego de surpresa por ninguém. Ao chegarem na trilha que levava para as estufas, Igor deteve-se por um instante. Parecia tão perigoso entrar ali. A trilha agora era cercada de arvores e de arbustos secos, onde pareciam mãos ossudas que se esticavam entre as arvores. O nevoeiro deslisava entre os galhos e troncos como um cobra perigosa.

– Falta pouco agora – sussurrou Laura para encorajá-lo.

As passadas ali foram mais lentas, pois havia muitas folhas secas e elas fazim muito barulho. Mesmo sabendo que não havia ninguém do lado de fora, Igor sabia que alguém o perseguia e se estava próximo de se livrar daquela situação incomoda, logicamente ele sabia que Patrícia iria querer impedi-lo.

A cada passo que dava, a escuridão se aproximava. Igor sentia o seu sangue quente passear em suas veias e a tensão que o ambiente lhe causava. Os galhos dos arbustos roçava-lhe as roupas e arranhava as suas mãos nuas. Cada passo era dado com extremo cuidado, além de tentar garantir a sua segurança, se preocupava com Laura que estava bem atrás dele, com o rosto grudado em seu ombro. Ele conseguia sentir o ar quente que vinha de sua respiração.

Igor sabia que estava se aproximando das estufas, pois o caminho ficava cada vez mais escuro e fechado. O nevoeiro era mais intenso ali e sufocante. Por mais que ele forçava a sua vista, não conseguia enxergar. Suas mãos estavam congelando naquele momento, a ponta dos dedos tornaram-se sensíveis, fazendo com que lhe causa-se dor. Enquanto andava, uma sombra surgiu alguns metros dele.

Igor parou de imediato.

– O que foi? – perguntou Laura curiosa.

Igor manteve-se em silencio. A sombra não lhe parecia estranha... Era a mesma que tinha visto no cemitério, a mesma que tinha perseguido ele e Laura pelas ruas. Naquele instante sentiu o seu coração parar e subir pela garganta, o sangue antes que corria quente em suas veias, parecia ter congelado juntamente com a temperatura do lado externo.

– Ali – sussurrou Igor quase inaudível.

A sombra não moveu nenhum milimetro, parecia que estava ali parada de propósito para debochar Igor. Ele, por outro lado, atendeu aquilo como um sinal ameaçador. Naquele momento teve a certeza de que estava com a vida em risco.

– Não vejo nada, Igor – falou ela tentando ver para onde ele olhava.

– Está bem ali... – sussurrou de volta – Está nos observando.

As ultimas palavras de Igor o fez se arrepiar e se arrepender de tê-las dito. Pareciam tão perigosas e assustadoras, pior do que a situação que estava. Ele sentiu Laura sair de trás dele e avançar para a frente. Rapidamente ele segurou a sua mão para que a impedisse a continuar em frente. Laura virou-se assustada pelo seu movimento repentino, mas soutou um sorriso inseguro tentando passar confiança.

– Não há nada ali. Venha, estamos perto. – falou passando para a frente o guiando ainda de mãos dadas.

Igor relutou, mas Laura o puxou com a força que tinha. A cada passo que dava via que a sombra sumia gradativamente, como se fosse fumaça no ar. Era para ele se sentir aliviado por ter sumido, mas aquilo não lhe deu nenhuma segurança.

– É aqui – informou Laura, guiando sempre em frente.

Diante de si, Igor viu uma sombra alta e larga surgir aos poucos. A medida que ia se aproximando, ela ganha cor e forma mais concreta. Estavam diante do muro avermelhado que dava acesso as estufas. Ao invés de passar pelo portão, Laura o puxou para o lado, saindo da trilha e entrando na mata fechada.

– Guie-se pela parede, informou ela soltando a sua mão e andando rente a parede.

Igor viu Laura avançar rente ao muro rapidamente, ela tinha uma de suas mãos no muro e andava com ela conectada aos tijolos, como se fosse uma criança que segurava um graveto e a passava entre as grades das casas. Igor tentou acompanhar seus passos, mas ele tropeçava entre umas pedras e outra.

– Laura, espere – falou ele tremulo com o frio, mas a sua voz não saiu com a força que queria.

Mais um tropeço, mas se recuperou sem maiores problemas. Nesse rápido movimento, ele viu Laura ser engolida pelo nevoeiro e sumir de vista.

Igor manteve-se estático, acreditando que Laura fosse perceber a sua ausência, mas isso não aconteceu. O meudo agora batia ritmados com a pulsação do coração dele. Manteve os olhos abertos, afim de ver algo alem da imensidão branca, mas não era possível. Aproximou-se mais do muro e olhou para tudo que tinha a sua volta, atentato para correr caso alguma coisa aparecesse.

Um silencio surdo invadiu o local como se fosse uma grande onda violenta. A brisa era fria e cruel e poucas folhas secas se aventuraram a passear pelo ar. Igor estava ligado aos mínimos detalhes, completamente em estado de alerta e foi incapaz de dar mais um passo para frente.

Não tardou muito e uma sombra rete ao muro surgiu. No mesmo instante em que o seu sorriso apareceu, Igor o tirou do rosto. Seria Laura que estava ali ou a sombra que tinha visto a poucos instantes? A sombra não se moveu e Igor também não ousava mover um músculo.

– Igor...? – sussurrou uma voz no meio do ar. A voz parecia distorcida, mesmo sendo feminina.

Um espasmo violento percorreu o seu copo inteiro, causando-lhe uma dor intensa. No mesmo instante em que seus músculos contraíram involuntariamente, ele prendeu a respiração, como se aquilo o torna-se invisível de alguma forma, ou pelo menos ele se sentia mais seguro fazendo aquele ato. Porém a sombra se moveu.

Seu cérebro gritava para ele correr na direção oposta, mas os seus pés não obedeciam as suas coordenadas. Estavam fixos no chão.

A sombra foi se aproximando vagarosamente com cuidado, sempre rente a parede. Suas passadas eram debochadas e lentas, como se gostasse da evolução do pavor de Igor. Novamente a voz ecoou pelo espaço, porém ela foi um pouco mais consistente, apesar de ainda um pouco distorcida.

O seu pensamento foi longe e sentiu a sua visão ficar turva. Igor sentiu-se sufocado e uma tontura dominar a sua cabeça, como se uma grande onda violenta tivesse o atingido. Logo em seguida sentiu algo agarrar o seu peito e puxão violento para frente. O movimento foi muito repentino e fez Igor soltar o ar com força. Ainda com os olhos arregalados ele viu naquele mar brancos aqueles olhos de cores diferentes.

– Ei! – respondeu ela com urgência, porém em um sussurro – O que pensa que esta fazendo? Quer se perde? – perguntou ela raivosa.

Igor sentia o seu coração acelerado naquele momento e sentiu-se aliviado por estar vendo Laura ali na sua frente. Inconscientemente, Igor a abraçou e a beijou. Sentiu seus lábios frios unirem-se junto aos deles. O beijo foi curto, mas o suficiente para deixar Laura um pouco desorientada e olhar para Igor confusa.

– Ah... Estamos perto... É logo ali... – falou ela ainda desorientada.

– Ah, Eh... Ok... – respondeu ele também sem jeito.

Os dois continuaram a andar rente ao muro até encontrarem uma casa de estrutura arredondada. A casa era feito de tijolos vermelho vivo e o musgo dominava uma boa parte da estrutura. Laura abriu a porta e entrou na pequena sala, onde havia vários painéis. Em um deles havia uma alavanca, na qual a puxou para baixo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Uuuuuuuuh... Bem legal ficou esse *-* espero que eu tenha conseguido passar toda a tensão do capítulo para vocês! Confesso que eu escrevi esse capítulo me arrepiando todo ^^"



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Perseguidora" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.