Investigações em seu geral são longas e tediosas, mas a Assassina das Cartas já estava extrapolando, isso por que nenhuma pista obvia era encontrada nas cenas dos crimes, a não ser as cartas que eram enviadas ao apartamento de Morgana, por uma mulher tão misteriosa quanto seu destinatário. Pelo que puderam descobrir, Castiel e Nathaniel haviam concluído que Jade Monroe morrera esfaqueado, mas a assassina não sabia disso por isso continuava a mandar cartas para ele.

Eles estavam muito perto de prendê-la, mas ao mesmo tempo longe demais, porque suas provas eram apenas circunstanciais, ninguém poderia afirmar com plena certeza que ela era a “Comissária Assassina” ou que ela estava na casa de Li Wong para matá-la. Além disso, as ultimas cartas que foram entregues no apartamento de Morgana, confundiam e bagunçavam ainda mais um caso desorganizado, porque elas faziam referência a mortes que aconteceram nos estados de San Diego e Chicago, muito longe dali e claramente cometidos pela mesma pessoa.

No final da tarde, Nathaniel e Castiel resolveram fazer uma visita “informal” na casa de Melody, a garota se encaixava na descrição dos vídeos, mas não tinha, aparentemente, nenhuma ligação com Jade.

–O que querem?! –a mulher que abriu a porta estava muito diferente do que eles lembravam de Melody, primeiro porque ela estava com roupas de dormir e ao que parecia não tomava banho nem penteava os cabelos por muito tempo, a maquiagem estava borrada como se chorasse incessantemente, o rosto estava transfigurado numa careta que, no mínimo, era definível como ódio.

–Olá! Queremos saber se você conhece este homem? –Castiel estendeu a foto de Jade para ela, que mal olhou para o papel, os olhos da garota estavam fixados em Nathaniel.

–Não, não conheço, por quê?

–Estamos investigando alguns homicídios e...

–Sou suspeita agora?! Com licença que tenho mais o que fazer do que ficar aqui ouvindo desaforo de um policialzinho mequetrefe e do parceiro corno dele.Se quiserem algum contato comigo façam por meio de meus advogados...- a garota apontou o dedo para Nathaniel. -E Escuta aqui Nathaniel, você vai me pagar muito caro por ter me abandonado, ouviu? –Melody entrou na casa batendo a porta no rosto de Castiel, que apenas olhava aturdido para a cena. Ele desceu os degraus da pequena casa e foi até Nathaniel que olhava para o nada.

–É meu amigo, você se ferrou bonito.

Assim que chegaram ao DPR (Departamento de policia de Railroad), os dois foram chamados até a sala do Secretário de Policia, Josh Dickerson, era a segunda vez em apenas uma semana que eles eram chamados até lá. A primeira vez havia sido apenas para relatar os avanços no caso, mas Castiel não via sentido nessa nova “convocação”, até porque o caso tinha dado uma pequena guinada que não servia para nada. Quando eles entraram na sala descobriram o motivo.

–Senhores, Jonathan Daemon ligou aqui em nome da Srta. Prettier, fazer uma reclamação formal dos senhores. Segundo a Srta Prettier, vocês estão a acusando de um crime que ela não cometeu, e disse que abriria um processo contra vocês e talvez contra o Departamento de Policia, por calunia e difamação. Agora me digam, pelo amor de Deus, o que vocês falaram pra garota?

–Senhor, temo que Melody tenha tirado conclusões precipitadas, visto que nós fomos até a casa dela para fazer apenas algumas perguntas. –Nathaniel respondeu com uma voz calma, mas Castiel viu a fúria em seus olhos. –Ao que parece, ela misturou a vida pessoal com a investigação e acredita que estávamos lá para prejudicá-la.

–Como pode afirmar isso?

–Porque eu era namorado dela. E hoje ela me ameaçou, além de estar visivelmente perturbada, já que tinha a aparência desleixada.

–Certo. Tenho apenas um aviso não se envolvam com pessoas que tem dinheiro, nem a policia, nem vocês tem como aguentar. Estão dispensados.

Nathaniel saiu da Central pensativo, o comportamento de Melody vinha mudando muito durante os últimos tempos, ela andava agressiva e distante, mas aquilo já não era mais problema dele, a não ser é claro que a garota machucasse quem ele amava. Nathaniel entrou no prédio e subiu pelas escadas até o apartamento conhecido. Bateu na porta, apesar de saber que ela estaria destrancada. Quando a porta se abriu ele abriu um sorriso contido.

–Posso entrar?

–---X----

Apesar de ter passado a tarde toda xingando Castiel, tanto em voz alta quanto em pensamento, Morgana estava mais calma. Bancou a detetive e ficou mexendo nas coisas dele, descobriu que aquele barco tinha sido um presente do pai de Castiel, quando ele entrou na policia. Achou a reportagem que relatava a morte dos pais dele. Uma foto da família toda reunida, que estava toda amassada, talvez por ser manuseada várias vezes, aparentemente era uma família feliz.

Concentrada no que estava fazendo, Morgana não percebeu que alguém tinha chegado no barco.

–O que pensa que está fazendo? Quem disse que você podia mexer em minhas coisas? Eu te trouxe aqui, mas não me lembro de ter dado nenhuma permissão a você. –Castiel foi até Morgana e puxou a foto das mãos dela. Então você quer briga hoje? Pensou ela levantando uma sobrancelha e sentindo a raiva antes acalmada, se inflamar novamente.

–Me diz você! Você me deixou nessa porra de barco sem ter o que fazer, não tem internet, televisão, nem porra nenhuma! Você não tinha o direito, ontem eu lhe disse que tinha coisas importantes para fazer, mas você não me escutou, me deixou presa aqui! E agora você vem com toda essa marra de macho alfa querendo briga? Vá-te catar! Não tenho culpa dos seus problemas no trabalho, ok? Eu só quero ir embora se for possível, porque eu não sou obrigada a ficar ouvindo um homem dando piti. –Ela estava nas pontas do pé gritando com ele.

–Te deixei presa aqui por que quero foder com você, então tenho todo o direito sim! Além do mais você me disse que seu trabalho estava adiantado e...

–E, porra nenhuma! Você não é o policial bonzão? Saiba que eu posso te processar por cárcere privado! Além do mais não quero foder com você. –Morgana ia sair da cabine, assim que deu as costas, Castiel empurrou contra a parede.

–Ah, você quer sim. –Castiel olhou para ela de um jeito debochado e se aproximou do seu rosto do dela, olhou em seus olhos e começou a brincar com os cabelos dela, puxando e soltando os cachos. –Você é uma péssima mentirosa sabia? Lembre-me de jogar strip-poker com você. –dito isso Castiel beijou Morgana, que resistiu no começo, mas logo desistiu e aceitou tudo de bom grado.

Castiel começou a descer os beijos para o pescoço de Morgana, de vez em quando mordia o pescoço dela e adorava quando a garota se arrepiava e estremecia. Morgana puxou os cabelos dele e Castiel voltou a beijá-la na boca. Uma urgência repentina tomou conta dos dois, eles precisavam do contato entre as peles, Morgana tirou sua camiseta enquanto Castiel fazia o mesmo com suas roupas, assim que se livraram das peças eles voltaram a se beijar.

Impaciente, Castiel pegou Morgana no colo e a atirou em cima da cama, deitou-se e começou beijar os seios da garota. Morgana se retorcia embaixo dele e tentava recuperar o pouco controle que ainda tinha em seu corpo, fazer sexo com Castiel era uma complicação, no mínimo, desnecessária para a vida dela, primeiro por que eles mal se conheciam e depois porque ela não tinha ideia de como reagir no pós-sexo com ele, ela estava acostumada apenas com Jake...

–Olha pra mim! –Castiel segurou o rosto dela com apenas uma mão, Morgana abriu lentamente os olhos e aos poucos viu a fúria nos olhos dele. –Garota, quando estiver comigo quero que apensa pense em mim, sem comparações. Estamos entendidos? –Ela ia retrucar, mas Castiel não deu chances e voltou a atacar sua boca.

Sem aviso Castiel enfiou dois dedos em sua vagina, ela arfou e se lançou de encontro com corpo dele. Arranhando com as unhas as costas dele, Morgana praticamente implorava para ele entrar nela, mas Castiel retirou os dedos e voltou a brincar com os seios dela.

Ele queria que a cabeça de Morgana estivesse cheia dele, por isso alternava entre brincar com os seios e o clitóris dela. Além disso, Castiel estava adorando o estado em que ela se encontrava como se estivesse à beira da loucura.

Quando Castiel a penetrou, Morgana perdeu qualquer vestígio de controle do seu corpo, ela puxou os cabelos e arranhou mais ainda as costas dele, que tentava se controlar para não atingir o orgasmo antes dela. Assim que sentiu que ela havia chegado ao clímax ele relaxou e alguns momentos depois alcançou o dele.

Rolando para o lado, os dois ficaram em silêncio, recuperando o fôlego.

–Que tal uma próxima rodada? –os olhos de Castiel brilharam divertidos.

–---X----

Será que usamos camisinha?

Esse foi o primeiro pensamento que Morgana teve assim que acordou, já estava escurecendo lá fora pelo que podia perceber, ela repassou os últimos acontecimentos em sua cabeça, não conseguia se lembrar de ter ou não usado camisinha. Perfeito Morgana, não engravidou do idiota do Jake em três anos, e agora engravida de um cara que conhece a menos de duas semanas, meus parabéns.

–Moça, você devia pensar menos, sabia? –a voz de Castiel soou rouca em seu ouvido, ele se levantou um pouco e sorriu de lado. –Bom tarde. Fizemos as pazes?

Morgana que estava hipnotizada pela barriga dele demorou um pouco para responder, quando falou, sua voz não saiu mais alta que um sussurro então ela acenou.

–Em que está pensando? –o olhar de Castiel era divertido, uma mecha rebelde de cabelo preto caiu sobre os olhos dele, Morgana sentiu uma vontade imensa de arrumar ela.

–Em nada.

Ele semicerrou os olhos, mas deixou passar.

–Quer comer alguma coisa? –Castiel se levantou e andou nu pela cabine até a pequena geladeira. –Temos meia maçã, leite... Não temos leite, e miojo. –Ele se virou para ela com um sorriso triunfante.

–Chega de miojo, ok? Daqui a pouco eu tenho anemia de tanto comer miojo. Tem como a gente ir até a cidade?

–Você realmente quer ir?

–Em algum momento eu tenho que voltar pra lá, né?

–Não se você aceitar ser minha escrava sexual. –o sorriso de Castiel diminuiu quando ele viu a expressão fria de Morgana, ele levantou as mãos em sinal de rendição e foi tomar um banho.

Quando voltou, Castiel viu que Morgana cochilava, e com um sorriso perverso no rosto ele puxou os lençóis de cima dela, que despertou rapidamente e se encolheu tentando se cobrir.

–Por que está se cobrindo? Já te vi nua antes. –Castiel analisava o corpo dela ainda sorrindo, além das duas tatuagens que encontrou a pequena cicatriz na barriga lhe chamou a atenção. –O que foi isso?

Ela olhou para a barriga como se fosse a primeira vez que a via.

–Nada. –a voz saiu fria, como se ela quisesse dar o assunto por encerrado. Castiel deixou o assunto de lado, Por enquanto.

Enquanto ela tomava um banho, ele se vestiu e saiu para desancorar o barco e voltar para a cidade.

–---X----

–Para com isso! Você parece uma criança.

–Não foi isso o que você me disse esta tarde.

–Grosso.

–É bem por ai.

Castiel e Morgana estavam no mercado e ele resolveu implicar com ela apenas por diversão, então a cada minuto Castiel puxava um cacho do cabelo dela, Morgana ficava muito irritada com isso, mas no fundo gostava dessa atenção toda.

–Morgana, você não morre mais. –disse uma voz atrás deles, Castiel sentiu o corpo dela enrijecendo. Eles se viraram e viram Jake.

–Oi Jake. –disse Morgana, Castiel apenas acenou.

–Vocês estão... juntos? –Jake levantou uma sobrancelha.

–Er...

–Sim, estamos. Algum problema? –o tom agressivo de Castiel fez com que Morgana olhasse assustada para ele.

–Felicidades para o casal. –mas estava claro que ele desejava tudo menos felicidade aos dois. –Tenho que ir até mais.

Morgana ainda estava paralisada olhando para onde Jake havia saído. Ele sempre mexia com a cabeça dela, não importando onde e nem com quem ela estava, cada vez que Morgana via Jake ela sentia uma parte sua morrer, porque ela se lembrava de tudo o que ele havia feito. Castiel percebeu e abraçou ela, sem dizer uma palavra.