Yushiro permanecia sentado no sofá, apenas observando seu irmão Tenshin, recém chegado de Nova York.

      – Se mudar? Mas pra que? – Indagou Yushiro, interrompendo seu irmão.

      – Claro, Yushiro... Essa casa é muito pequena pra alguém como nós... Somos uma das famílias mais ricas do Japão! E não apenas mais um civil qualquer – Respondeu Tenshin, aos olhos de seu irmão e sua avó Misora.

      – Se é isso que você quer, e a vovó concordar... Por mim, tudo bem! – Yushiro respondeu, pondo os pés sobre a poltrona vermelha e apoiando o queixo sobre os joelhos.

Duas semanas depois...

         Yushiro e Misaki esperavam Kaoru e Shirou na esquina. Aquele fim de tarde estava frio, algumas nuvens escuras percorriam os céus, substituindo os raios do sol.

Yushiro vestia um casaco azul escuro, calça jeans clara e All star verde. Assim como o amigo, Misaki também usava um casaco, e calça jeans.  Percebia-se que iriam pra alguma festa, ou algo do tipo.

      – Shirou... – Sorriu Yushiro, ao ver o amigo de cabelos loiros se aproximando – Podemos ir agora! – Terminou, começando a caminhar.

      – E Kaoru? – Indagou o garoto, olhando Yushiro e Misaki.

      – Nós combinamos de encontrá-la na festa... Vamos logo! – Misaki respondeu, puxando a mão de Yushiro em seguida.

         Logo Yushiro e os outros chegaram ao local. Era uma espécie de boate, não muito longe do colégio onde os mesmos estudavam. O local estava bastante movimentado, haviam jovens por todos os lados. A maioria estudava com os garotos, e outros moravam por ali perto.

A música do local já ecoava por todos os lados, era um som alto, uma espécie de música eletrônica e que excitava os jovens a dançar mais.  Não demorou muito até que Kaoru apareceu entre a multidão.

A oriental estava absurdamente linda. Seus cabelos estavam presos para trás, sua franja escorria por seus olhos brilhantes. Alguns fios de suas madeixas estavam com uma coloração rosa, o que foi uma novidade para Yushiro, Misaki e Shirou.

Usava um vestido vermelho que ia até os joelhos e possuía um ousado decote. Os lábios vermelhos por causa do batom se contrastava com a pele pálida e macia da garota.

Nunca Shirou havia visto Kaoru tão linda como naquele dia. Mas a japonesa o desprezou completamente, apenas olhando para o mesmo e sorrindo, sem pronunciar nenhuma palavra. Logo depois Misaki e os outros entraram no recinto. Como era de se imaginar, estava cheio, a música absurdamente alta fazia os jovens dançar como loucos, as luzes coloridas percorria cada parte do salão.

      – Hoje a noite vai bombar! – Gritou Misaki, correndo para a pista de dança.

      – Misaki, me espera! – Kaoru correu atrás do amigo, esbarrando nos outros que dançavam por ali.  

Yushiro e Shirou, os mais tímidos, decidiram ir até o bar . Se sentaram, enquanto observavam Misaki e Kaoru dançando ao meio da multidão.

      – Por favor, um uísque – Pediu Shirou, direcionando-se até o barman – E você, o que quer, Yushiro? – Olhou Yushiro logo depois, que pediu um refrigerante com bastante gelo.

Depois de alguns minutos, assim como pedido, as bebidas chegaram. Yushiro molhou seus lábios com o refrigerante, e logo depois levou seus olhos até seu amigo Shirou.

      – Por você fez aquela idiotice, Shirou? – Indagou.

      – Ahn? Que idiotice...?  – Shirou voltou a si ao ouvir a pergunta de Yushiro ao seu lado.

      – Você sabe do que estou falando... Por que você fica se amostrando com a Rebecca todo dia no pátio?  – Yushiro bebeu mais um pouco do refrigerante de limão.

      – Me amostrando? Do que está falando, Yushiro? Nós estamos nos conhecendo melhor... Não vejo nada de mal nisso! – Shirou respondeu, direcionando seus olhos até Kaoru e Misaki.

      – Ah, não seja tão ridículo... Você e a Rebecca? Se conhecendo?  – Yushiro cruzou os braços, fazendo um olhar incrédulo.

      – Por que isso? Por que eu não daria certo com a Rebecca? Kaoru é passado, Yushiro... – Shirou se virou para o balcão, e logo em seguida terminou de beber sua bebida.

      – Simples... Porque a Rebecca é lésbica, idiota! – Yushiro virou-se para seu amigo.

Shirou olhou para seu amigo de olhos verdes, sempre desconfiou da menina, mas Yushiro acabara de confirmar. Por alguns segundos pensou em dar uma resposta, mas o que poderia falar? Yushiro, dos amigos, era o mais dedutivo, ninguém conseguia enganá-lo, e Shirou muito menos.

      – Yushiro... Você sabe que Kaoru não quer mais nada comigo! – Shirou respondeu, inclinando a cabeça pra baixo, ocultando seus olhos.

Antes que Yushiro respondesse alguma coisa, Kaoru voltou junto de Misaki. Ambos estavam suados e descabelados, como sempre ficavam todas as vezes que saiam pra balada.

      – Gente, eu estou arrasada... Britney Spears me deixa louca! – Kaoru falou ofegante, enquanto se abanava com uma das mãos.

Misaki e a menina pediram cerveja no balcão, e em seguida sentaram-se ao lado de Yushiro.

      – Você viu aquele menino que ficou te olhando toda hora, Misaki? – Sussurrou a garota, com um sorriso malicioso no canto dos lábios.

      – Claro que vi... Bonitinho, não é?  – Misaki olhou para frente, e dali podia ver o garoto de cabelos negros dançando com duas amigas.

O garoto realmente era bonito, e às vezes olhava Misaki. Fazia tempo que Misaki havia assumido ser gay, e para sua surpresa, todos seus amigos aceitaram bem. Apenas seus familiares ainda desconheciam aquele seu modo de vida.

Yushiro entrou no banheiro, como sempre fazia, foi até o espelho. Olhou seus cabelos, e passou os dedos entre os fios, ajeitando-os. 

      – Olha só quem eu encontro por aqui... – Ecoou uma voz no banheiro.

Logo Yushiro viu o reflexo de Kamui através do espelho – Ah, eu mereço! –

      – Como é bom vê-lo aqui, Yushiro... – Kamui se aproximou de Yushiro. O garoto usava uma blusa preta, que tinha como estampa um crânio. Sua calça era repleta de correntes.

      – Não posso dizer o mesmo... – Respondeu grosseiro, Yushiro. Virando-se para seu rival.

Kamui pegou Yushiro pela gola da blusa e o encostou-se à parede. Agora ambos ficavam com os rostos bem próximos. Yushiro se assustou com a atitude daquele garoto rebelde, mas não se amedrontou.

      – Você está ficando maluco, garoto?  – Yushiro perguntou, ainda assustado com aquilo.

      – Você é muito abusado, Yushiro-kun... – Falou Kamui, deixando seus lábios próximos ao ouvido de seu inimigo.

      – Me solta... Idiota! – Ordenou Yushiro.

      – Está com medo, é? – Kamui deixou escapar um sorriso malicioso.

      – Medo de você? Faz-me rir! – Yushiro empurrou Kamui agressivamente, fazendo o mesmo se enfurecer.

Mas antes que pudesse avançar. Misaki entrou no banheiro repentinamente. E logo avistou Yushiro e Kamui.

      – Está tudo bem por aqui, Yushiro?  – Perguntou, olhando pra cara de Kamui de maneira ameaçadora.

      – Tudo ótimo! – Respondeu Yushiro tranquilamente, enquanto ajeitava sua roupa amassada por Kamui.

...

         Tenshin terminava de colocar vinho em seu cálice. Agora estava em sua nova mansão localizada na melhor parte de Tóquio. Yushiro e sua avó demoraram em se acostumar com o lugar, mas aos poucos se ambientavam.  Kusanagi trajava uma calça larga confortável para a ocasião e uma blusa cinza. Até que o chamar da porta o trouxe de volta a realidade.

O rapaz seguiu até a mesma, e abriu em seguida.  Uma linda mulher ali estava, de cabelos castanhos curtos até os ombros.  Usava um vestido preto extremamente elegante, que fez Tenshin a observar de cima a baixo.

      – Sayu? Como está diferente... – Surpreendeu-se Tenshin, dando passagem para a mulher entrar.

      – Obrigado, Kusanagi... – A mulher entrou, sem direcionar seus olhos até o rapaz.

Ambos caminharam até a sala – Aceita um vinho? – Perguntou Tenshin, indo até a mesa onde se encontrava a bebida.

      – Como é cara de pau, não é mesmo?  – Sayu cruzou os braços, demonstrando revolta.

      – Do que está falando?  – Tenshin voltara até a garota.

      – Depois de tudo que tivemos, você foi embora sem me avistar, e agora volta, e não avisa... Continua o mesmo de sempre!  – Proferiu a garota.

      – Ah, é isso... Como você é rancorosa! Você me achou, não achou? Fique satisfeita... – Tenshin sorriu maliciosamente, ficando bem próximo de Sayu.

      – E continua arrogante também... Não sei como tive coragem de vir aqui, não sei mesmo! – Revoltou-se a jovem de cabelos castanhos claros.

Antes que pudesse continuar com seus protestos, Tenshin a segurou pelo braço e a beijou. Por alguns segundos, Sayu retribui aquele beijo repentino e tão saboroso.  Mas logo depois se afastou, dando um tapa no rosto de Tenshin em seguida.

      – Como se atreve? Acha que é assim? Seu idiota! – Sayu esbravejou.

Tenshin acariciou sua face atingida, um sorriso sínico brotou de seus lábios – Você sabe o quanto gosto desse seu jeito, não é?  –

Os olhos de Sayu enchiam-se de revolta. Mas aquele beijo realmente fora bom, mas jamais admitiria, ainda mais para alguém como Tenshin.

      – É, típico de pessoas poderosas... Acham que podem ter tudo o que quiser! – Sayu disse.

      – Eu não acho... Eu posso! – Kusanagi prontamente respondeu, com o mesmo olhar pervertido de sempre.

Começara chover, e podia perceber o ruído das gotas impactando-se sobre o chão. Alguns relâmpagos iluminavam a sala escura, enquanto as cortinas sacudiam com a ventania. Poucas luzes iluminavam o ambiente, deixando tudo mais sedutor.

      – Por que não se esquece do passado e se diverte agora no presente?  – Perguntou o moreno.

Antes que a garota pudesse responder, outro beijo lhe foi roubado. Desta vez não conseguiu reagir, tanto foi intenso aquele beijo. Os lábios de Tenshin e Sayu se uniram como um só, suas línguas se entrelaçaram de forma excitante. A mão de Tenshin percorria por cada parte do corpo de Sayu, fazendo a mesma arrepiar-se.

Ambos se entregaram ao desejo do momento. Os dedos do rapaz chegaram entre as pernas da garota, podendo sentir a calcinha da mesma.  Um gemido abafado escapou da garganta de Sayu, por alguns instantes, tentou impedir aquela atitude do rapaz. Mas o tesão já havia lhe dominado. Era impressionante como Tenshin conseguia dominar seu corpo, ninguém já havia conseguido dominá-la por completo.

E extintamente, Sayu tirou a blusa do rapaz a sua frente e jogou sobre o chão. Aquele tempo longe de seu amante havia feito grandes mudanças em seu corpo, e para melhor. Tenshin estava mais forte, cada parte de seu corpo causava sensações por todo o corpo da garota.  Sayu desceu seus lábios até o mamilo de Tenshin, sua língua percorria por todo o tórax de Kusanagi, deixando um rasto de saliva quente em cada canto. Tenshin pegou Sayu em seus braços e a pôs sentada sobre a mesa, logo atrás de si. Novamente correu com suas mãos famintas ao meio das pernas da morena.

      – Kusanagi... Melhor a gente parar... – Sussurrou Sayu ofegante, entre os gemidos.

      – Parar por que, se agora que está ficando bom?  – Respondeu Tenshin, descendo seus beijos até os seios de Sayu.

Logo Sayu estava com seus seios fartos para fora, Tenshin passava por cada canto sua língua, despertando gemidos na garota. Logo voltaram a se beijar, Sayu já podia sentir o membro de Tenshin pulsar. Aquilo despertou toda a excitação da garota, lentamente desceu a calça de seu amante, enquanto o beijava ainda. Agora o membro de Kusanagi escapava da calça, Sayu, sem deixar de beijar, começou a masturbá-lo.

      – Uhhm... – Tenshin gemia ao senti a mão quente de Sayu sobre seu pênis.

Tenshin desceu a calcinha de Sayu, e aos poucos começara a encaixar seu membro dentro da mesma, causando mais gemidos abafados na garota, que escondia seu rosto corado no ombro de seu amante – Ain... Kusanagi... Que falta você fez! – Sussurrou repentinamente.

Tenshin sorriu com aquele comentário. Agora todo sem membro estava dentro da garota, e começara os movimentos. Sayu segurava seus gemidos, enquanto cravava suas unhas nas costas de Tenshin, deixando a situação mais excitante. O moreno aumentava o ritmo, ao mesmo tempo em que gemia junto de sua amada.

         Naquele crepúsculo chuvoso e silencioso, só podia se ouvir os gemidos e sussurros junto da chuva que descia. Tudo se misturava com a luxúria e o cheiro de sexo que se espalhava pela sala escura. O ritmo se acelerava, e com ele se aproximava o orgasmo de ambos.

Um grito acompanhado de êxtase atingiu Tenshin. E Sayu já podia sentir o liquido quente escorrer entre suas pernas. A garota deu um sorriso para seu amante, e logo em seguida o beijou carinhosamente – Eu ainda te odeio, Tenshin... –

Tenshin sorriu para a mesma, enquanto uma gota de suor descia por sua testa.