Sophie soltou a perna de Ruega e ele correu até mim me abraçando mais forte do que podia.

– Você não pode confiar em ninguém. Só na Sophie e no Tobias - ele sussurrou no meu ouvido tão baixo que eu mal conseguia ouvir - Amo você.

Jack segurou o braço de Ruega e o afastou de mim, Sophie parecia extremamente inquieta e Silena não olhava diretamente para ninguém. Na verdade ela estava bastante afastada de nós, como se não quisessem ser atingida por nada. Jack fez Ruega se ajoelhar e logo se afastou, todos que tinham alguma ligação com Ruega estavam um pouco chateados. Melanie não falava nada desde que decidiram executar Ruega e Tobias tentava consola-la sem muito sucesso, eu mal conseguia ver isso, Fox estava no comando e o resto estava um pouco mais sombrio. Ruega era importante para todos nós.

– Ruega - começou Fox com lágrimas nos olhos - você foi considerado o espião inimigo e condenado a morte por traição. Não possuímos nenhuma arma por isso você terá sua garganta cortada com a sua faca. Últimas palavras?

Ruega balançou a cabeça negando e Jack pegou a faca em sua mão esquerdas e se preparou para tirar a vida de Ruega. O irmão de Melanie segurou o cabelo castanho de Ruega e o puxou para trás deixando o pescoço do mesmo a mostra. Quando a faca tocou a pele de Ruega, Silena se pronunciou:

– Parem. Vocês não podem matar o Ruega.

– Silena ele é o traidor. Você mesma viu - começou Tobias.

– Ruega não é o traidor. Silena é. - afirmou Sophie fazendo Jack soltar Ruega. Todos estavam confusos, mas eu aproveitei a chance e corri até Ruega me colocando na frente dele.

– Como assim? - Anna perguntou.

– Quatro noites atrás eu vi Silena conversando com Ivan - Sophie começou - E então eu percebi que Silena poderia ter muito bem colocado provas contra Ruega. Aparentemente ela finalmente recobrou sua humanidade e decidiu poupar a vida dele.

Silena estava chorando, ela tinha uma testemunha e todos sabíamos que o que Sophie estava dizendo era verdade. Silena era uma traidora.

– Silena, por quê? - perguntou Melanie.

– Eu perdi tudo. Perdi meus pais, meu irmão mais novo. Seu pai me disse que eu seria importante para o mundo, que eu poderia ajudá-lo. Mas que para isso ele precisava saber o que os inimigos pensavam. Foi fácil me infiltrar entre vocês, foi fácil colocar o rádio no bolso de Ruega. Mas eu não podia deixar ele morrer por uma coisa que eu fiz.

– Sua vaca! - gritei me jogando na direção dela e sendo segurada por Ruega. Não importa o quanto eu tentasse me soltar para dar uns bons tabefes na cara dela Ruega não me soltava.

– Calma princesa - ele riu - Não vá cometer um homicídio antes dos 15 anos.

– Me solta! - pedi/ordenei enquanto arranhava seus braços e tentava chutar sua parte intima, mas Ruega conseguia se esquivar. As pessoas se afastavam devido a minha reação, mas enquanto eu lutava eu vi Fox andando até Silena e dando um tapa bem dado na cara dela. Ruega me segurou com menos força agora, mas eu não conseguia me mexer de surpresa, uma das bochechas de Silena estava extremamente vermelha e Fox olhava para ela com um sorriso de triunfo.

– A faca - Fox pediu e Jack nem hesitou em entregar para ela, Fox nunca tinha levantado a mão para ninguém ela normalmente nos xingava, mas agora todos estávamos um pouco assustados - Por traição, mentira e tentativa de assassino de Ruega eu condeno você Silena á morte.

Fox foi para trás de Silena e a obrigou a se ajoelhar enquanto Anna tampava os olhos da filha e Ruega respirava fortemente no meu pescoço. Com a faca Fox cortou de um lado para o outro a garganta de Silena e sangue começou a jorrar da ferida. Tudo estava acontecendo tão rápido. Depois de poucos minutos Silena fechou os olhos e caiu no chão em sua própria poça de sangue.

Tudo ficou em silêncio e todos presentes se sentaram o mais longe possível do corpo de Silena. Ninguém queria ficar perto de uma pessoa morta. Eu me sentei em um dos cantos da cela e Ruega me seguiu, ele ficou me encarando com aqueles olhos grandes e sorrindo.

– O que foi? Tem alguma coisa nos meus dentes? - mostrei meus dentes para ele e Ruega riu, percebi que fazia tempos que eu não ouvia a risada dele. Era gostosa de se ouvir e bonita de se ver.

– Não, eu só estava pensando que nós não somos nada - franzi o cenho confusa - Mari você aceita ser a minha namorada?

MÁÁH O QUE MARI IRÁ DIZER?

A ESCOLHA É SUA...