New York City escrita por Raiane C Soares


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Este está tipo, super curto, mas achei importante.



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   A semana estava indo bem, até chegar uma quarta-feira e eu receber uma ligação da enfermeira no meio da noite porque Rachel não parava de chorar e rejeitava o remédio. Assim que entrei no quarto, vi Rachel sentada na cama chorando sem parar.

   - Rachel, você está bem? – perguntei me aproximando.

   Rachel não respondeu, eu a abracei forte, ficamos em silêncio.

   - Não sei por que você me ama... – ouvi ela cortar o silêncio.

   - Quer que eu faça todo o discurso? Porque não tenha dúvida, eu faço.

   - Não... eu...

   Rachel me soltou e abaixou sua cabeça.

   - Eu estou cansada Santana... cansada de lutar, cansada de sofrer, cansada de sentir dor... mais cansada ainda de te fazer sofrer.

   - Eu não estou sofrendo Rachel.

   - Acha que me engana? Sempre que te vejo, você está triste, cansada, desanimada...

   - Rachel, fico cansada por ter que acordar cedo.

   - Sim, você acorda cedo, e ainda fica até tarde comigo, porque sempre perco o sono.

   - Querida, você não tem culpa de nada.

   - Tenho sim, tudo isso é minha culpa! Eu não devia ter vindo para NY, não devia ter te encontrado, não devia ter me apaixonado...

   - Rachel, você não manda no seu coração.

   Ela voltou a chorar, isso me matava por dentro. Segurei sua mão, mas ela a puxou.

   - Não quero mais, Santana. É melhor eu morrer, deixar você livre para as mulheres de NY e não te entristecer mais.

   - Tem certeza disso?

   - Sim...

   Me levantei e sai do quarto, não conseguia olhar para aquele rostinho triste, me aproximei do médico e conversei com ele. Minutos depois entrei no quarto novamente, seguida pela enfermeira que empurrava uma cadeira de rodas. Peguei Rachel em meus braços, ela ficou surpresa.

   - Santana, o que...

   - Não fale nada.

   A coloquei sentada na cadeira, a enfermeira abriu a porta e olhou para mim.

   - É só me seguir.

   Fomos para a ala das crianças, muitas passavam por nós, algumas tinham os rostos queimados, outras não tinham um dos braços, ou uma das pernas, ou nenhuma perna, ou nenhum braço. Rachel ficou chocada, eu também, mas tentei me manter firme. Ao entrarmos em uma sala, vimos muitas crianças de todos os tamanhos e iguais a Rachel, sem seus cabelos, algumas olharam para nós duas e sorriram, uma pequena que parecia ter menos de seis anos se aproximou de Rachel.

   - Está chorando? – a pequena perguntou.

   - E-eu...

   - Não fica assim... mamãe disse que tem um anjo cuidando de cada um, sei que ele também está cuidando de você.

   Rachel voltou a chorar, mas era um choro calmo. Pegou pequena e a colocou sentada em suas pernas, eu a aproximei das outras crianças e elas começaram a falar, todas ao mesmo tempo. Minutos depois, uma enfermeira entrou, parecia ser bem rígida, olhei para Rachel que parecia estar com medo.

   - Muito bem, criançada! Já passou da hora de vocês estarem na cama.

   Todas as crianças correram e se deitaram, me aproximei de Rachel e a empurrei para fora da sala. Ao voltarmos para seu quarto, Rachel se levantou sozinha e sentou na maca, me sentei ao seu lado e senti ela me abraçar.

   - Obrigada Santana. Você é a pessoa mais importante na minha vida.

   - E você é a pessoa mais irritante na minha vida.

   Rachel me deu tapa no ombro e voltou a me abraçar, envolvi meus braços em seu corpo, a enfermeira entrou com o comprimido e a água, soltei Rachel e ela percebeu.

   - Você precisa...

   - Eu sei, me desculpe por isso.

   Ela tomou seu remédio e se deitou, me deitei ao seu lado e fiquei acariciando seu rosto até ela pegar no sono.


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Notas finais do capítulo

Acho difícil eu postar mais um hoje.. se eu conseguir, sintam-se com sorte. rsrs



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