''Chamava e ninguém atendia. – Ele não atende. - Sussurrei.

– Continua tentando. - Tenten sugeriu. - Manda uma mensagem.''

Meus dedos estavam trêmulos, devido ao medo, e isso fazia com que eu errasse constantemente as letras no Iphone de Tenten.

Meus pensamentos, agora que eu e minha mãe estávamos salvas, eram em Naruto. Aqueles dois homens, estavam interessados nele, ou seja, meu amor corria perigo. E se ele já escutou a mensagem que fui forçada a gravar?

"Naruto, sou eu, Hinata. Você está correndo perigo! Fuja. Eu estou bem.''

Enviei a mensagem que eu demorei para digitar, pelo menos uns três minutos, eu nunca demorei para digitar antes, já estava acostumada com o celular, mas a situação...

Chegamos na delegacia, que se localizava mas próxima. Saímos do carro e fomos direto atendidas.

– Por favor, queria fazer um relato. Dois homens nos sequestraram hoje, acabamos de fugir...E um jovem corre perigo. - Minha mão começou a falar com a atendente, que assim que escutou que o jovem em perigo era, Uzumaki Naruto, chamou o delegado.

Enquanto nós entravamos na sala do delegado, o telefone da Tenten tocou. O aparelho ainda estava em minhas mãos e era... O número do Naruto.

Atendi na mesma hora. Sem exitar. Meu coração encheu-se de alegria.

– Patética a mensagem.

''Tu,tu,tu...''

Desespero, raiva, medo, angústia... Um mix de sentimentos se apossaram de mim quando eu ouvi aquela voz, nenhum pouco desconhecida. A alegria, que a minutos atrás habitava meu coração, se transformou em... Tristeza.

Uma lágrima, escorreu sobre meu rosto. Por um segundo não senti meus pés no chão. Meus pensamentos se embolaram e minha vista embaçou, sem equilíbrio, caí sentada em uma poltrona acolchoada, que por sorte, estava ali. Deixando o celular da minha amiga cair sobe o carpete marfim da sala do delegado.

– O que houve filha? - Minha mãe veio a meu encontro com um olhar preocupado.

– E-e-eles ligaram... - Embolei minhas palavras.

– Quem? - Minha mão perguntou.

Tenten pegou o celular do chão e viu o número, antes que eu pudesse responde.

– Naruto? - Ela fez uma cara de dúvida.

Se era ele, qual era o sentido para eu ter quase desmaiado?

O delegado com cabelos negros, observava atentamente, tudo o que se passava.

Todos olharam para mim, afinal, eu que tinha recebido a ligação.

Respirei fundo, para que as palavras saíssem explicadas desta vez.

– Era o sequestrador... Eles pegaram o Naru... - Minha voz travou.

Todos se espantaram, e o delegado rapidamente tomou o celular da mão de Tenten, pedindo para rastrearem. Minha mãe estava preocupada comigo, passando a mão em minha face e em meus cabelos, conferindo se eu ainda estava pálida, e Tenten estava sem ação.

****

(Naruto)

1:30 da manhã

Eu só me preocupava com uma pessoa, Hinata. Eu tinha certeza que meu avô não daria aquele dinheiro para os caras. Dinheiro esse , que ele conseguiu com seus negócios ilegais. Eu amo o meu avô Jiraya. Mas nunca concordei com tal coisa.

Várias vezes já senti vontade de denuncia-lo para a policia, mas nunca tive coragem. Após a morte dos meus pais, foi ele quem me criou.

Eu cresci chamando-o de avô, para mentir para mim mesmo que eu ainda tinha algum parente vivo. Eu sabia que ele não era sangue do meu sangue, mas isso não me incomodava. Quando eu precisei, foi ele quem estendeu a mão e me acolheu. Jamais faria algo que prejudicasse-o, jamais.

Os caras me prenderam nesse porão, acreditando mesmo que meu avô viria com tal quantia.

Meio milhão de dólares, em dinheiro vivo.

Eu sabia como escapar daquele local. Havia uma janelinha que estava entre aberta. Se eu quebrasse o vidro com essa cadeira, que eles deixaram aqui, poderia fugir sem problemas.

Mas eu escutei a voz da Hinata, e eu não sairia daqui sem ela.

Os desgraçados pegaram o meu celular, e sabe se lá aonde jogaram-o ou o que fizeram com ele.

Enquanto passava as mãos sobre os meus cabelos, por nervoso, eu fiquei pensando se Hinata estava bem... Se algo acontecesse a ela, eu juro, que matava aqueles caras.

****

Depois de ser obrigada a tomar água com açúcar, e esperar dolorosamente se eles tinham ou não conseguido achar o Naruto e os sequestradores, naquela quieta sala de espera.

O ventilador fazia um barulho perturbador, a recepcionista toda hora atendia o telefone, e os policias com caras emburradas e dopados por cafés para poderem ficarem acordados.

Já se passava de uma e meia da manhã, e eles tinham saído para ajudar Naruto às uma. Tenten ainda estava lá junto conosco, ela ligou para a mãe e disse que iria dormir na minha casa. Mas eu com certeza não dormiria em casa hoje, se eu dormisse.

Eu já estava mais que descida. Não sairia desta delegacia sem notícias do Naruto.

A porta da delegacia se abriu bruscamente. Arregalei meus olhos, com esperança de ver os bandidos indo presos, e Naruto sã e salvo. Mas não... Era apenas um policial que estava chegando para um plantão.

– Vou até o banheiro. - Falei já me levantando.

Minha mãe e Tenten acenaram com a cabeça e continuaram sentadas.

Com passos curtos fui até o banheirinho pequeno da delegacia. Para a minha surpresa estava limpo. Geralmente não era assim que eu imagina um.

O cômodo era pequeno, havia somente uma lâmpada central, mas a mesma iluminava bem, só precisava dar dois passos do vaso sanitário, que você logo chegava na pequena pia branca, com um sabonete em pedra. Um mini espelhinho com bordas de madeira se fazia presente ali. E era tudo que eu queria.

Lavei meu rosto na tentativa de ficar mais atenta, mais acordada e com a face menos ''apagada''.

Voltei para a recepção. O clima continuava o mesmo, um silêncio perturbador.

Continuei pensando em Naruto, e rezava com todas as minhas forças para que nada de ruim acontecesse com ele.