Doce Tormenta escrita por Beatriz Dionysio


Capítulo 7
James Sullivan


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora gente! Obrigado por acompanharem. Tenho duas história muito boas a indicar, rs a primeira acredito que já conheçam, Sob a pele da Jullie Clark. A segunda é Alice da Brih Monteiro (:
Não deixem de ler.
Amo todos os comentários, obrigado!



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– Melanie

Ele era lindo, como um deus grego. Na noite que o encontrei no café, eu acabara de deixar a academia e decidi parar no Nanis’ para um cappuccino. Estava lendo quando senti um formigar na pele, levantei os olhos quando o vi entrar e se dirigir ao balcão. Depois de ter feito seu pedido quando estava de saída ele pareceu finalmente me notar, veio e juntou-se a mim. O resto da noite fora maravilhoso, porém quando ele se ofereceu para me levar para casa, eu congelei. Não queria que ele soubesse, o que ele pensaria se de fato descobrisse? Deixando meu devaneio me concentrei nele, sentado a minha frente falando ao telefone. Nathan parecia distante desde a visita de Austin, gostaria de saber por quê. Fiquei observando-o enquanto ele encerrava a ligação e depositava o celular na mesa.

– Sinto muito, trabalho. - Disse ele suspirando pesadamente.

Peguei sua mão carinhosamente e disse:

– Está tudo bem? Você parece abatido. - Ele de fato não parecia bem, seus ombros estavam caídos e seu cabelo mais despenteado do que o normal.

– Sim, são só problemas, nada com que deva se preocupar.

Uma garçonete toda sorrisos se aproximou nos entregando o cardápio. Não pude deixar de notar se interesse em Nathan.

Fizemos o pedido e alguns minutos depois ela voltou trazendo o vinho. Serio, ela precisava sorrir tanto? Enquanto bebíamos conversávamos sobre tudo, livro, filmes, musica. Quando os pratos finalmente chegaram Nathan já estava mais relaxado. A comida estava divina, tudo estava perfeito, porém quando a sobremesa chegou, notei que Nathan ficara tenso novamente. Ele parecia nervoso.

– Melanie...

Ele foi cortado pelo som de meu celular, olhei para ver quem era, e desejei não tê-lo feito. Um nome apareceu na tela, aquele que nunca mais queria ter de ver. Apertei ignorar e olhei para Nathan que me estudava com certa cautela.

– Continue, por favor.- Falei, mas para mim do que para ele, precisava de uma distração, eu podia fingir que aquela ligação nunca tinha acontecido.

– Hoje Austin veio até meu escritório por que...

O maldito celular voltou a tocar. Irritada o peguei e atendi.

– Mel? – O bastardo ainda ousava me chamar dessa forma.

– Oi James, pensei ter deixado claro que nunca mais queria vê-lo ou falar com você novamente. – Minha voz era fria e sem emoção.

– Sim, mas Gregory me contou sobre seu pai. Só queria ter certeza de que você esta bem. Mel? – James Miller, meu ex–noivo, que me deixou no altar e me traiu com a minha melhor amiga agora se importava comigo, por quê? Até mesmo me assustei com a risada fria e sem vida que escapou de meus lábios.

– Porque James?, Porque você finge se importar ao ponto de me ligar? Se me der licença estou ocupada. Adeus James. – Desliguei sem esperar uma resposta.

Droga, meu peito doía, mas eu não ia chorar, não agora. Encontrei o olhar preocupado de Nathan.

– Você esta pálida Melanie, precisa de um copo d’ agua? Quer conversar sobre isso? – Cogitei contar a ele, mas eu queria a pena dele? A pena que vi nos olhos de todos que me olharam nos últimos meses? Optei por contar, talvez Nathan fosse diferente dos demais. – James Miller, meu noivo até dois meses atrás. – Suspirei e continuei. – Íamos nos casar mas ele nunca apareceu. Um mês depois eu embriagada pelo vinho fui até a casa dele e o encontrei na cama com a minha melhor amiga. - Parei, não sei se cometi um erro contando a ele ou não, mas o que esta feito esta feito. Fiquei olhando-o, esperando sua reação, vi em seus olhos, raiva, tristeza e algo como compreensão.

– Sinto muito por você Melanie. - Disse levando sua mão até minha bochecha e a acariciando. Um leve formigar se espalhou pelo meu corpo. – Mas não sinto por ele.

Terminamos a sobremesa e voltamos para o escritório. Não posso negar, passei o resto do dia tocando meu rosto onde ele havia tocado, pensado na sensação de suas mãos em mim e em seus olhos frios como gelo.

–------------

O relógio marcava 05h30min, levantei e comecei a me preparar para ir embora. Quando passava pela porta de Nathan, não pude deixar de ouvir:

– Eu sei, droga, você pensa que é fácil? Não acho que seja. Espera que eu chegue e diga “Oi, prazer Nathan Clark, case comigo”? Eu o odeio por me fazer passar por isso. – A voz era de Nathan, ele parecia furioso.

Os sons sessaram e eu continuei andando até o elevador. Ainda pensando nas palavras dele.

Andei até as portas do edifício e quando me virava em direção a rua colidi com algo. Teria caído se não fosse pelos braços fortes que me puxaram, meus livros não tiveram tanta sorte, assim como todo o conteúdo da minha bolsa, que se espalhou pelo chão. Irritada olhei para cima e me deparei com aquele par de olhos escuros, tão familiares. Não, não, não! Soltei-me de seu aperto firme e comecei a pegar minhas coisas. Queria fugir dali o mais rápido possível. Isso não estava acontecendo, não estava acontecendo, fiquei repetindo mentalmente esperando abrir os olhos e ver que tudo não passava de uma ilusão idiota.

Ele abaixou-se e começou a me ajudar com as coisas espalhadas no chão. Eu queria lhe dizer para parar, não tocar as minhas coisas, ou me tocar. Com tudo de volta a minha bolsa, suspirei e levantei.

Olhar James nos olhos era doloroso demais, porque ele tinha de ser tão lindo e cheio de si. Droga, aqueles olhos, eu sempre me perdia na escuridão deles. Pensei no quanto adorava correr meus dedos por seu cabelo castanho desgrenhado. Eu era estupidamente fraca.

– Mel? – Ele havia dito algo?

– Eu não posso. – Foi tudo o que consegui dizer. Finalmente minhas pernas decidiram cooperar então comecei a andar na direção contraria a dele, quando ele segurou meu braço. Seu toque enviou pequenos arrepios involuntários ao meu corpo traidor.

– Por favor, James, me deixe ir. - Pedi. – Você não tem o direito de me tocar, não lhe pertenço mais. – Dizer aquilo doía, o desejo de chorar era tão grande, mas eu não podia por, mas que minha garganta ardesse, eu tinha de ser forte, não era mais a garotinha assustada que ele conheceu a quatro anos.

– Melanie eu sinto muito, preciso te dizer isso, o que aconteceu foi um erro, eu amo você Mel... – Não pude deixa-lo terminar, aquilo era doloroso demais. Quem ele pensava que era? Sem ao menos cogitar, acertei o queixo dele com o punho, o mais forte que pude.

Ele levantou a cabeça e aquilo o que eu via em seus olhos era magoa? Seguida de surpresa.

– Melanie? Só me escute, vamos tomar um café, agente precisa conversar. – Seu aperto em meu braço aumentou enquanto ele tentava me puxar na direção de sua SUV encostada do outro lado da rua. Droga aquela era a nossa SUV. A raiva só aumentou ao ver o maldito carro.

– Me deixe ir James, nós não temos nada para falar. Pensei ter deixado isso claro no dia em que te peguei em cima da Rose. – Cuspi as palavras enquanto tentava sem sucesso soltar-me dele.

– Eu sinto muito. – Ele disse enquanto tocava minha bochecha e inclinava-se para mim. Serio James? O bastardo esperava que eu fosse o beijar. Acho que um soco não fora suficiente, pois ele estava pedindo outro.

– Solte-a James. Agora! – Virei-me e encontrei Nathan fuzilando James com o olhar, ao seu lado estava Adden, que parecia irritado também.

– Quem são eles Mel? –Perguntou James, estudando os dois homens.

– Pare de me chamar assim porra! – Sim eu havia dito palavrão, quase ri ao perceber isso.

Encarando James falei:

– Por favor.

– Não vou pedir outra vez James. – Nathan disse dando um passo a frente.

– Tudo bem, mas essa conversa ainda não acabou Melanie. – Ele disse e saiu, caminhando até a SUV do outro lado da rua.

Apenas fiquei lá assistindo ele partir, mais uma vez. Toda a dor que eu sentira a dois meses atrás invadiu-me, precisava sair daqui antes de começar a chorar, mas minhas pernas não colaboravam. Braços fortes me abraçaram, e foi bom, muito bom porque talvez eu não conseguisse ficar em pé por mais tempo. Conhecia aquele perfume, Nathan. Ele me segurava contra seu peito. As lagrimas finalmente vieram, acompanhadas de soluços. Eu odiava chorar em publico.

Senti quando ele passou os braços em minhas pernas e me levantou. Não queria pensar, pensar doía. Não notei até estarmos dentro de um carro, quando ele me puxou para seu colo novamente. Ele apenas me deixou ficar ali, chorando baixinho, sem perguntar nada. Seu corpo era quente, Deus como ele era quente, seus dedos brincavam fazendo pequenos círculos em meu braço, enviando ondas de tranquilidade a mim.

O carro parou, levantei os olhos e encontrei seu olhar preocupado. Ele abriu a porta e me puxou gentilmente com ele para fora do carro. Olhei em volta e vi que estávamos em um estacionamento. Nathan entrelaçou seus dedos aos meus e começamos a andar em direção a um elevador no fim do estacionamento. Queria perguntar onde estávamos indo, mas senti a tensão que emanava dele, algo o irritava sua mandíbula estava cerrada.

Entramos no que parecia um elevador privado. Ele digitou alguns números no painel e o elevador começou a subir.

Quando as portas se abriram me deparei com um lindo hall. Ao passarmos por ele não pude deixar de admira-lo, era magnifico. Adentramos o que parecia ser a sala de estar, e o padrão decorativo era o mesmo do cômodo anterior, muito couro, madeira e elegância. A esquerda estava a cozinha e a sala de jantar, a direita ficava a sala.

Paramos na cozinha, Nathan soltou minha mão e começou a andar pela cozinha. A absorta observando a decoração o ouvi murmurando algo, porém não entendi ao certo o que era.

Aproximei-me dele e toquei seu braço.

– Ei, algo errado?

Ele virou-se e seu olhar incrédulo encontrou o meu.

– Sim, sinto muito, eu só estou... – Não pude ouvir o resto, pois ele inclinou-se para mim, pressionando seus lábios nos meus. Eles eram macios, senti meus joelhos cederem quando aprofundamos o beijo. Nathan passou os braços em volta de mim, me puxando contra seu peito. Deus, aqui era definitivamente o meu novo lugar favorito no mundo. Seus beijos eram doces e selvagens ao mesmo tempo. Borboletas dançavam em meu estomago o que é meio clichê eu sei. Senti falta delas, elas estavam ausentes desde que James se fora, e achei que nunca mais voltariam.

Apertei-me mais a ele, querendo mais, sim mais. Rapidamente ele me puxou para cima, enlacei minhas pernas ao redor dele, e segundos depois eu estava em cima do balcão. Agarrei seu terno, e interrompendo nosso beijo o tirei juntamente de sua camisa. Logo que seu peito estava descoberto, suspirei, corri meus dedos por sua pele suave e bronzeada. Deixe que eles descessem mais até seu abdômen, nunca quebrando o contato visual. Nathan parecia faminto, um predador faminto e eu definitivamente não me importava de ser sua presa. Puxei seus lábios para os meus novamente, enquanto suas mãos viajavam até minha blusa. Eu posso ter gemido um pouco. Em seguida não entendi o que estava acontecendo, Nathan parou o beijo se afastando de mim.

– Sinto muito Melanie, mas acho que não deveríamos... Eu... – Então era isso, eu não era boa o suficiente para Nathan Clark. Frustrada, magoada e humilhada desci do balcão.

– Também sinto Nathan. – Disse ao passar por ele indo à direção do elevador, eu não ia chorar outra vez. Não na frente dele. Quando sai da cozinha comecei a correr, ele não me impediu.


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Notas finais do capítulo

Beijo beijo gentee (:



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