Doce Tormenta escrita por Beatriz Dionysio


Capítulo 16
Marry Me?


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e comentem meus amores. Obrigado pelos 102 comentarios, estou muito feliz.



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–Nathan

Hoje era dia 22 de outubro, quarta-feira, sim eu contava os dias, cada maldito dia, Melanie havia me deixado a 4 meses, eu a conhecia desde maio, me apaixonei por ela no momento em que pus os olhos nela, uma semana depois estava em sua cama dizendo que a amava, o que de fato era verdade. Tudo acontecera tão rápido, e agora? Agora eu sentia a falta dela, doía não saber onde Melanie estava, ou com quem estava. O trabalho já não prendia minha atenção, eu estava desligado, nada me satisfazia, nem a droga da comida tinha o mesmo gosto. Na primeira e assim como na segunda semana eu a procurei, juro que tentei sem sucesso encontrá-la. Recorrendo a minha última esperança, chamei Martin, o mesmo detetive que contratei para seguir Charles, seguimos algumas pistas, algo como uma foto no aeroporto de Londres, um cartão de crédito usado em Tóquio, ao que parece ela estava em constante movimento, quando as pistas chegavam a mim , ela já havia partido. Absorto em angustiantes pensamentos, não vi quando Brenda, minha nova secretaria entrou.

– Sinto muito incomoda-lo Sr. Clark , Hanna está na linha. - assenti, fazendo sinal para que ela se retirasse, garota estúpida. Pegando o telefone disse rispidamente: - O que você quer Hanna?

– Você esqueceu a nossa consulta não foi? - consulta?

– Eu não tenho droga de consulta nenhuma, você tem. Já disse que não iria nem pretendo ir. - dizendo isso desliguei, não iria a uma consulta estúpida quando tinha de encontrar minha mulher, que insistia em fugir de mim. Hanna estava de 5 meses agora, não a queria muito menos a criança, não entendi porque ela insistiu em continuar a gestação, deixara claro desde quando descobri que não podia dar a ela e a criança uma família feliz como ela acreditava que daria.

A noite, fui até o Dinner, jantar com Austin, queria saber como andava a coisa toda da maldita cláusula, segundo ela eu ainda tinha sete meses para me casar. Cheguei pontualmente as Oito, Austin já estava lá.

– Ei cara, como vai? - disse ele me cumprimentando.

– Ótimo, agora me diga o que está acontecendo.

– O que está acontecendo? O que está acontecendo com você cara, essa é a questão. Você não participa mais das reuniões , nem dos debates , não se importa mais com os números, droga Nathan, que bicho te mordeu? - o que ele dizia era verdade, Deus essa era a minha empresa , meu legado e o simples abandonava por uma mulher? O que estava acontecendo? Eu estava quebrado, não dormia nem comia direito, nada disse tinha sentido sem ela. Suspirando disse a verdade.

– Melanie me deixou, Hanna esta grávida. Sou um filho da puta de merda.

– Ela deixou você , porque Hanna esta grávida . - ele pensava alto tentando assimilar o que tinha dito.

– Não, ela me deixou porque não lavo minhas cuecas, é claro que sim idiota.

– Ei cara, o que não entendo é o que você esta fazendo aqui , porque não foi atrás dela? - ele parecia intrigado.

– Não consigo encontrá-la. Ela esconde bem seus rastros, sei que já esteve na Inglaterra e no Japão. Nunca ficando tempo suficiente para que eu pudesse ir até ela. - era frustrante ter de admitir meu fracasso a Austin, esperava que ele risse, ou disse se algo sarcástico, mas ele não o fez.

– Talvez você esteja procurando no lugar errado, com a pessoa errada. Conheço alguém que pode encontrá-la. - o que ?

– Quem ?

– Defendi um cara uma vez que rastreava qualquer coisa, carros, celulares, cartões de crédito. Com algum incentivo posso fazê-lo ajudar você. - uma esperança que nem sabia existir, borbulhava dentro de mim.

– Só diga o preço. - disse sem cogitar.

França? Melanie estava na França. - Especificamente Paris, ela deixou Monte Carlo a dois dias, lhe mandarei o endereço do hotel.– disse Austin ao telefone uma semana depois.

O que fez por mim é impagável Austin, obrigado. - disse.

– Não perca tempo, vá buscá-la. E cara, tome um banho, ok?

Aproximadamente 9 horas depois, eu desembarcava em Paris, com um maldito fusorario de 7 horas. Tinha muito que fazer e como ainda era de manhã decidi encontrar o tal hotel onde ela estava. Eu tinha até o número do quarto dela, graças a Christian o amigo de Austin.

O hotel não ficava muito longe da Torre Eiffel, adentrei o hall e pedi por um quarto no mesmo andar de Melanie. Fui para o quarto, inquieto dormi algumas horas. Quando levantei o sol já estava alto, fiz algumas ligações e horas depois tudo estava arranjado, a questão era como faze-la chegar até lá?

Já eram 6 da tarde e eu andava de um lado para o outro no quarto, sem ideia alguma de como a faria ir até a Torre. Desci para o hall, e caminhei até o balcão.

– Minha namorada esta hospedada aqui, pretendo fazer.... – fui cortado pelo recepcionista.

– Qual o nome dela?

– Melanie Davis. – respondi carrancudo. Senti um suave toque em meu ombro direito.

– Bonjour monsieur, - intrigado vi uma mulher de corpo esguio, cabelos ruivos e olhos cor de safira, ela facilmente seria confundida com uma boneca de porcelana. – Sou Beatrice Dumont, o que você deseja com Melanie Davis.

Nada de mais, só dizer que sinto muito por ter engravidado outra e que a quero de volta.

– Sou Nathan Clark, ãn... o futuro marido dela, creio eu. – disse.

A bela mulher começou a rir, um riso suave embora traiçoeiro.

– Não acho que devia ter tanta certeza disso monsieur Clark, Melanie não quer vê-lo.

– Srta. Dumont, cometi um erro e estou aqui para me redimir. – não devia explicações a ela, então porque me dar ao trabalho? Enquanto ela encarava-me tive uma ideia. – E gostaria de sua ajuda.

– E porquê eu ajudaria você? Para faze-la sofrer novamente? – disse ela dando um passo a frente, seus olhos agora estreitos.

– Porque a amo, e preciso dela, preciso mantê-la segura, enquanto ela me mantem vivo.

Depois de segundos que pareceram horas, ela ainda me fitava quando respondeu dando mais um passo a frente, sua proximidade me deixava desconfortável.

– Irei ajuda-lo Nathan Clark, mas dê um passo em falso, um que seja, a machuque novamente e eu irei fazê-lo sofrer, farei com que deseje nunca ter nos conhecido. – afastando-se de mim a vi sorrir diabolicamente. – Conte-me como pretende tê-la de volta, o que devo avisar, não será fácil.

Contei a ela o “plano”, e ela disse que pretendia levar Melanie para uma festa hoje, o que fora muito conveniente já que seria um motivo para tira-la do hotel.

– Estaremos lá ás 9. – disse ela saindo. Fiquei observando a pequenina mulher deixar o hotel, estava começando a entender o porquê de Melanie gostar dela.

–--

Tudo estava pronto, a iluminação nas árvores, a mesa, o jantar. Andava de um lado para o outro consultando o relógio a cada minuto, quando ele marcou 9 e depois 9:30, comecei a pensar que aquele pequeno diabinho ruivo havia me enganado, porém quando levantei o rosto a vi. A minha Mel caminhava com Beatrice em minha direção sem saber o que a aguardava, sem saber que eu a aguardava. Ela estava linda em um vestido verde, com os cabelos soltos, e as bochechas coradas pelo ar gelado da França. Estava ainda mais linda do que a 4 meses atrás.

As drogas das minhas mãos suavam, e eu tremia um pouco, mas que porra era essa? Melanie continuava a olhar em minha direção sem realmente me ver, porém quando as luzes se acenderam e nossos olhos se encontraram, não pude deixar de notar o sorriso diabólico que Beatrice ainda mantinha nos lábios enquanto se afastava sem Melanie notar.

Enquanto ela me fitava incrédula e olhava a sua volta em busca da amiga, caminhei até ela. Já havia ensaiado aquele momento tantas vezes em minha mente, mas nenhum deles estavam acessíveis agora.

Delicadamente tirando uma mecha de cabelo de seu rosto, disse:

– Senti sua falta Srta. Davis.

– Eu pedi Nathan, pedi pra que não me procurasse. – ela disse enquanto se afastava de mim.

– Não costumo receber ordens como bem sabe princesa. – respondi me aproximando novamente.

– Não posso fazer isso Nate.

– Apenas jante comigo Mel, não pedirei mais nada, por hoje. – pedi enquanto via a batalha interna que era travada em seu subconsciente.

– Não acredito que seja.... – a silenciei ponto um dedo em seus lábios. Era uma tortura tê-los tão perto, tê-la tão perto e não poder tocar, mas prometi a mim mesmo que agiria decentemente, o que não significava não ter um plano “B”.

– Por favor. – sussurrei.

– Promete me deixar ir depois?

– Se assim desejar. – respondi tristemente enquanto a guiava até a mesa, puxando sua cadeira para que ela se sentasse.

Enquanto nos servia não pude deixar de notar que ela quase não tocara a comida.

– Gostou da velha Inglaterra? – perguntei.

– Sim, ela é adorável, porém fria demais. – disse ela um tanto distante, nunca levantando o olhar.

Quando minutos mais tarde seus olhos finalmente encontraram os meus, pude ver a dor que ela lutava para esconder.

– Porque Nathan? Porque tudo isso? – sua voz era menos que um sussurro.

– Porque eu amo você Mel, porque você me faz pensar em ter crianças melequentas que choram o tempo todo, não ela. Aquilo foi um erro estupido, algo que não ira se repetir novamente. – respondi.

– Ser pai não é um fardo ou um erro.

– Não, não é. Só não acho que nasci com essa vocação. – o mais próximo de um pai que chegara a ter fora Peter, Nathaniel Clark nunca fora um pai atencioso, carinhoso, ou até mesmo um pai presente.

– Hanna precisa de você Nathan, a criança também irá precisar, não quero ficar entre vocês.

– O que você e ela parecem não entender é que não há um Nathan e Hanna, eles deixaram de existir a muito tempo quando ela escolheu me deixar. De qualquer jeito não importa, nunca a amei como amo você, nunca a quis como quero você Mel. – respondi amargamente.

– Sinto muito Nathan, não posso fazer isso. – Melanie estava pronta para ir embora, para me deixar mais uma vez, não sei se suportaria perde-la novamente.

– Por favor... – sussurrei enquanto me ajoelhava na frente dela tirando uma caixinha azul do paletó, abrindo e a estendendo para ela. – M'épouser?. - (Casa comigo?) Era um fato aquela mulher ainda iria me matar, o que ela de fato podia fazer se negasse meu pedido. Eu ainda tinha o plano “B”, que não era um plano tão ruim, onde a sequestrava e levava para Las Vegas e a obrigava a se casar comigo.

Enquanto pensamentos como esses ocupavam minha mente, vi quando ela começou a chorar e um sorriso fraco surgiu em seu rosto, não era o meu maldito sorriso, mas já era alguma coisa.

– Eu o comprei no dia em que você partiu, pretendia fazer esse pedido naquela segunda. – disse enquanto ela chorava silenciosamente.

– Não posso... eu só... sinto muito. - Para minha surpresa ela se levantou e saiu correndo.

– Melanie Davis, é melhor você voltar aqui, não me faça sequestrar você e te levar até Las Vegas. – disse, comecei a andar quando a vi parar.

– Você não faria isso. – disse ela empinando o nariz, como que para testar-me.

– Ah faria, e farei. – respondi a jogando em meu ombro enquanto ela sem sucesso tentava se soltar. – Sugiro que pare de se debater se não quiser cair.

– Nathan pelo amor de Deus, as pessoas estão olhando. – sua voz mais parecia um rosnado.

Não exigia muito esforço de minha parte carrega-la até o hotel, Melanie era tão leve como uma pena. Quando adentramos o hall, ela estava tão vermelha quanto um tomate, as pessoas olhavam e cochichavam algumas até pararam para filmar. Ainda carregando ela entrei no elevador, onde um casal de idosos se encontrava.

– Olá. – disse quando eles nos observavam com espanto. – Não se preocupem, minha mulher gosta de fazer drama. Não é querida? – escutei Melanie bufando.

Sai do elevador caminhando até a porta do quarto dela.

– Como diabos você sabe onde eu estava hospedada? – ainda bufando ela disse.

– Esta vendo aquela porta. – disse apontando a porta no fim do corredor. – Aquele é o meu quarto. A respondendo sua pergunta, contratei um presidiário para rastrear você. Agora me dê seu cartão.

– Você é tão estupido Nathan Clark. – ela disse enquanto tirava o cartão da bolsa e me entregava.

– Nunca subestime um Clark Srta. Davis, ou devo dizer futura Sra. Clark? – respondi enquanto adentrava o cômodo, ainda gargalhando a pus no chão quando senti o rosto arder.

–NUNCA.EM.IMPOTESSE.ALGUMA.FAÇA.ISSO.OUTRA.VEZ, ENTENDEU SR.CLARK? – ela tinha me batido, por essa eu não esperava.

– Você fica linda irritadinha Srta. Davis. – disse enquanto a puxava para mim.

– Nathan Clark não ouse... – a calei com um beijo, no começo suave já que ela se recusava em corresponde-lo, podia senti-la derretendo contra mim, aprofundando o beijo a senti começar a beijar me de volta com tamanha voracidade. Pegando-a no colo a levei até a cama onde fiz amor com ela a noite toda. Quando já estava embriagado pelo sono a ouvi sussurrar.

– O que te faz pensar que estarei aqui quando acordar?

– O fato de que não serei capaz de suportar perde-la novamente. – respondi antes de cair no sono.


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Notas finais do capítulo

M'épouser? - Case-se comigo?
Awn esse Nathan sempre tão fofo *-*
Cometen por favor.
Vocêis aceitariam?