Inimigos Coloridos escrita por Harry Jackson Everdeen


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Infelizmente, vai demorar muito para eu postar novamente. Vou viajar terça e quando voltar, vou para a casa da minha tia, e depois passar o natal em uma chácara. Ai depois tenho um casamento em outro estado, e depois vou viajar de novo. Me desculpem, mas minhas férias estão muito agitadas.
Mas, espero que gostem do capítulo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/418340/chapter/12

Nico analisava os olhos da morena, azuis elétricos perfeitos, hipnotizantes. Já Thalia olhava fixamente para os olhos do moreno, tentando distinguir o que era a pupila e o que era a íris. A respiração dos dois estava acelerada, estavam ofegantes. O hálito quente de Thalia batia no pescoço desprotegido de Nico, dando leves arrepios. As mãos macias dele queimavam sua cintura.

Muito próximos.

O moreno queria beijá-la. Parecia que a boca vermelha da Grace o chamava, dizendo “Me beije”. Fez menção de se aproximar ainda mais. Thalia tinha um pouco mais de autocontrole, mesmo uma parte dela querendo ter seus lábios prensados aos lábios do di Angelo. Com esse autocontrole, se afastou rapidamente. Ela ficou encarando o chão e ele a encarava tentando entender o que havia acabado de acontecer.

– Você também quer. – o moreno afirmou. – Você quer me beijar.

– Eu?! – falou a morena, olhando para ele agora. – Bateu a cabeça di Angelo? Porque já está tendo alucinações.

– Não negue, Grace. - retrucou ele. – Toda a vez que me aproximo – e assim ele o fez. – Você se arrepia por completo.

Seu tom era muito convencido. Na realidade, às vezes quando ele se aproximava ela se arrepiava. De vez em quando. Não toda vez. Mas nunca admitiria isso em voz alta. Ela esperou três segundos, então começou a rir escandalosamente.

– Vê se você se enxerga, garoto. - e deu mais risada. – Eu nunca, escutou, NUNCA fico mexida quando você se aproxima. O máximo que sinto é uma ânsia de vomito.

Nico negou com a cabeça.

– Você é impossível, não é? – e negou novamente. – Mas tudo bem. Um dia você admite.

E saiu, com um sorriso presunçoso no rosto. A morena tinha acabo de perceber que o show havia acabado, mas ele não tinha saído por isso. Ela acompanhou Bianca e Austin. Deram parabéns para a banda pelo maravilhoso show. Mas a morena não estava com a mesma animação de antes. Como não acharam Nico nos bastidores, Bianca tentou ligar para ele, mas dava caixa postal. Então foram até o carro, e lá estava ele. Encostado na porta traseira do carro.

– Você dirige agora, maninha? – perguntou, jogando a chaves para Bianca.

Thalia bufou, tinha que sentar atrás porque Austin era grande demais e tinha de ir no passageiro. Nico fez questão de sentar do lado dela. Thalia ficou entre a porta e o moreno, que a olhava a cada cinco segundos. Dava risada quando Thalia bufava.

Chegaram no prédio da Grace, do outro lado da rua. O moreno de olhos negros se ofereceu para acompanha-la, mas a mesma não queria.

– Eu insisto. – disse Nico. – Além do mais, está escuro demais. Vai que tem algum ladrão à espreita só esperando a oportunidade para roubar uma linda garota desacompanhada?

Ela bufou pela centésima vez, mas concordou relutante.

– Só até porta, falou?! –disse e saiu, com Nico a seu encalço. – Eu mereço esse traste mesmo.

Nico escutou o que ela havia falado e riu. Chegou do lado dela e passou seu braço por seu ombro. Thalia trocava olhares furiosos entre a mão em seu ombro de um lado e o ser que a portava de outro.

– Tá pedindo para morrer?! – falou, com raiva na voz, junto com um tom ameaçador.

Nico retirou seu braço no mesmo momento, mas ria alto com o desconforto dela. Chegaram na porta de entrada, mas estava fechada. Por que estava fechada? Nunca ficava fechada.

– Merda. – xingou Thalia. Ai, ela viu uma plaquinha que estava na porta. Nico a leu.

– Infelizmente, a portaria está vazia no momento por conta do horário. – ele não entendeu, então voltou-se para Thalia. A morena revirou os olhos e explicou como se ele fosse uma criança de quatro anos.

– O saguão só fica aberto até 1:30 a.m , e agora são 2:17 a.m. Está entendendo que só vão abrir por volta de 5 da manhã e que eu não tenho como entrar?

Ele concordou e uma ideia veio em sua mente.

– Talvez, sei lá – ele tinha um sorriso travesso. – Dorme lá em casa.

Thalia o olhou pasma. Ele não estava de brincadeira, e seus olhos mostravam isso. Embora também mostrassem um lado pervertido nele.

– Haha. Você é muito engraçado. Já pensou em ser piadista? – a morena fez uma brincadeira, com a voz carregada no sarcasmo.

– Eu estou falando sério. – tá, agora ele não ria mais e nem tinha aquela malicia no olhar. – Onde você vai ficar? Todo mundo esta dormindo nessa hora. Você não vai achar lugar para ficar.

Ele usou um bom argumento. Ela pensou em ligar para Annabeth, mas ela não iria atender. Não tinha muitas opções. Na verdade, só tinha duas: ou ia para a casa de Nico ou dividia um pedaço de papelão com um mendigo. Relutante, escolheu a primeira opção.

– Está bem! Eu vou ficar na sua casa.

E esta de volta aquele sorriso presunçoso. Voltaram para o carro e Bianca e Austin, que se agarravam enquanto eles não estavam, perguntaram o que havia acontecido. Nico explicou e deu ênfase no final.

– E ela vai dormir lá em casa hoje. – o moreno olhou Thalia, muita malicia no olhar...

Todos foram em silêncio até o prédio dos di Angelo. E que prédio. Thalia prendeu a respiração quando viu. Trocava olhares entre Nico e o gigantesco edifício. Está bem, ela também morava num dos edifícios mais requisitados de New York, mas aquilo...

Estacionaram e subiram. Se a morena de olhos azuis já estava impressionada com o prédio, imagina com a decoração do apartamento. Murmurou “Meus deuses” umas cinco ou seis vezes. As cores dos móveis eram as suas favoritas: roxo, branco e preto. Deu uma boa olhada em tudo.

– Bom, eu vou pro meu AP. – falou Austin, dando um selinho em Bianca. – Até amanhã. – falou para ela.

A porta se fechou e a morena se virou para Nico e Thalia.

– Eu também já vou me retirar. – e foi andando pelo corredor, mas gritou: - Boa noite e se virem.

Como a dedução de Nico é um pouco lenta, não entendeu de primeira. Mas quando reparou que o olhar da Grace era interrogativo, ele entendeu. Se virem na hora de decidir onde cada um vai dormir.

– Onde eu vou ficar? – a morena estava com medo da resposta.

– No meu quarto, talvez. – aquele olhar e aquele sorriso.

– Você está muito pervertido, garoto. – ela ralhou. Embora, gostasse um pouquinho desse lado.

– Vamos lá, baixinha. – ele foi chegando perto. Perto demais para o gosto dela. – Por que você não se entrega pelo menos hoje? – muito perto. No máximo, quatro dedos de distância entre os rostos.

Ela teve uma ideia. Deu um sorriso que tiraria a sanidade de qualquer homem. Desviou da boca dele e beijou-lhe no pescoço com leveza. Ele se arrepiou e quando ia dar o troco ela o empurrou na parede. Ele achava que eles se agarrariam ali mesmo, mas Nico sempre se engana.

– Eu durmo no seu quarto. – sua voz era suave e sedutora. Mas logo a cara dela fechou e sua voz ficou brincalhona com um toque de maldade. – Mas eu durmo sozinha. Você fica aqui na sala. – e apontou para o sofá.

O tempo que o moreno levou para olhar para o sofá foi suficiente para Thalia sair e achar o quarto dele. Ela entrou e trancou a porta, e logo escutou passos apreçados naquela direção.

– Isso é maldade! – gritou Nico do outro lado da porta.

– E o que você pretendia fazer comigo não era? – perguntou Thalia, encostada na porta.

– Era um tipo diferente de maldade. – falou sedutoramente. Ela revirou os olhos.

Ficaram assim: Nico pedindo para que Thalia abrisse a porta, enquanto ela observava todo o cômodo. Muito lindo, e organizado. Gostou de tudo, principalmente dos CDs de rock e da guitarra preta. Só achou esquisito não ter nenhuma janela no quarto. Estava olhando o computador quando algo chamou sua atenção.

– Eu me rendo! – disse Nico do outro lado. – Mas posso, pelo menos, pegar meu pijama e um cobertor?

Thalia bufou, foi até a porta e a destrancou. O moreno se surpreendeu, mas logo adentrou o cômodo e foi até o armário pegar uma roupa. Colocou um cobertor em cima da cama e foi até o banheiro. Saiu um pouco depois, com uma bermuda e uma camiseta regata, tirando um suspiro silencioso de Thalia.

– Valeu. – falou Nico. Ele arrumou a cama para a morena dormir. – Você quer alguma coisa.

Engraçado. Uma hora ele quer levar ela pra cama e na outra está sendo super cavalheiro. Sei lá, talvez bipolaridade fosse comum.

– Não. – ele foi saindo, mas antes Thalia perguntou. – Aqui não tem janela?

Ele sorriu e entrou novamente no quarto. Pegou um controle e estendeu para ela. A morena fez uma cara do tipo hã? Mas ele só colocou o controle na mão esquerda dela e disse, apontando para um botão “Aperte.” Foi o que ela fez.

Uma parede começou a subir e Thalia arregalou os olhos. Quando a parede branca de tijolos já não estava presente, e sim uma de vidro, ela suspirou. Que vista maravilhosa, pensou alto. Nico riu e concordou.

– Eu também achei. – ficaram olhando a paisagem por um bom tempo, até que ele quebrou o silêncio. – Pegue. Pelo menos você não fica com essa roupa apertada para dormir. – ele estendeu uma camiseta preta bem grande e uma bermuda dele. – Eu até daria uma roupa de Bianca, mas ela tranca a porta do quarto toda noite.

Mas um longo tempo em silêncio, os dois olhando pela janela a cidade que nunca dorme. Cada um com seus pensamentos.

– Quando quiser fechar é só apertar esse botão. Bom, boa noite. – o moreno se virou para dar um beijo na bochecha dela.

Porém, ela também estava se virando para desejar uma boa noite a ele, então... os lábios se encostaram. Eles recuaram no mesmo momento, ambos corados.

– Desculpe. – disse Nico, em sussurro, mas alto o bastante para ela ouvir. Ficaram uns cinco segundos sem trocar palavras. – Ah, boa noite... Thalia. – agora ele tinha saído de fato e também tinha fechado a porta.

A morena estava surpresa com duas coisas.

Primeira: o fato dela ter gostado do selinho deles. Os lábios dele tinham gosto de romã, igualmente ao cheiro. Eles não eram quentes, mas eram macios.

Segundo: o fato dele ter chamado ela de Thalia e não de Grace ou algum outro apelido. Isso era realmente esquisito. E charmoso. O jeito como ele chamava o nome dela era muito charmoso com o sotaque italiano.

Tentou afastar alguns pensamentos e colocou a roupa de Nico. Mas era difícil afastar pensamentos de um garoto quando se está na casa dele, com as roupas dele e o cheiro dele. Mesmo assim, Thalia fez um esforço. Deitou-se na cama, enviou uma mensagem ao pai lhe explicando o que havia acontecido. Mas ela tinha a leve impressão de que Zeus não se importaria tanto. Dormiu assim que fechou os olhos.

Nico fechou aporta e foi se ajeitar no sofá. Não demorou muito para começar a pensar na morena que dormia em seu quarto.

– Por que ela tem que ser assim?! – reclamou baixinho.

Você quer dizer linda, e gostosa, e ainda beija bem, e tem personalidade. – disse a consciência.

Ele bufou e tentou dormir. Fechou os olhos e, depois de cinco minutos, logo os abriu de novo.

Estava um pouco incomodado com alguma coisa. Depois de muito se revirar no sofá, decidiu levantar-se. Foi até seu quarto e abriu a porta calmamente. Até dormindo ela consegue ser perfeita, pensou, Mas que bosta de pensamento foi esse?

Mas era verdade. Thalia era muito agitada, mas dormindo parecia que o mundo havia parado. Ela respirava calmamente e estava toda encolhida.

Nico reparou que ela havia se esquecido de fechar a janela, então fez isso porque o sol que aparecia pela manhã era muito forte, e ele apostava que Thalia era tão preguiçosa quando ele no requesito ‘levantar cedo’. Deu mais uma olhada nela antes de sair do quarto. Ela estava encolhida porque não tinha se enrolado com o cobertor. Estava fazendo frio.

Nico pegou o cobertor e cobriu a morena com calma para não acorda-la. Mas ela deveria ter o sono leve.

– O que você está fazendo aqui? – ela perguntou, sonolenta.

– Ah, me desculpe. – disse tirando suas mãos do cobertor. - É que eu tinha certeza de que você tinha se esquecido de fechar a janela, então eu vim fechar. – explicou. – E você estava toda encolhida, ai eu resolvi te cobrir.

A morena concordou e colocou a cabeça no travesseiro novamente, mas não fechou os olhos dessa vez. Ele lhe desejou boa noite (pela terceira vez) e deu um beijo na bochecha de Thalia, por impulso. Estava saindo quando algo segurou seu pulso. Uma mão.

– Fica. – ela falou. Não olhava nos olhos dele, estes que estavam arregalados. – Fica. – ela falou de novo, mas agora olhando para ele.

Ele se sentou na beirada da cama, e ela também se sentou também. Ficaram se encarando por um longo tempo. A morena ainda segurava o pulso dele, mas nem ligava. Estavam próximos, mas nem tanto. Com o silêncio que fazia dava para ouvir a respiração dos dois.

– Por que você quer que eu fique? – o moreno questionou.

– Eu não sei. – respondeu, sem desviar o olhar. – E isso é muito esquisito. – e deu uma risada pelo nariz.

Ele também riu.

– É. Realmente é muito esquisito. – ele estava adorando aquela conversa, mas o sono o acalcara. – Eu estou com sono.

Thalia olhou bem nos olhos deles, avaliando-o. pensou, e por fim falou uma coisa que nem ela mesmo esperava.

– Pode dormir aqui. – ela se deitou. Ele olhava para ela surpreso, e isso fez Thalia revirar os olhos. – Deita logo antes que eu mude de ideia.

Ele assim o fez. Se cobriram e agora eles realmente estavam próximos. Nico percebeu que a respiração da morena havia acelerado um pouco. Se aproximou mais e ela não recuou, pelo contrário, aproximou-se também. As testas estavam coladas. Nico estava muito confuso com aquilo, então quem tomou a iniciativa foi Thalia.

O beijo foi calmo, ela passou as mãos pelo pescoço dele e ele passou os braços pela cintura dela. Se aproximaram mais, Thalia puxava alguns fios de cabelo de Nico e ele apertava a cintura dela. Estava tudo perfeito...

Trimmmmmmm.

Nico caiu do sofá com o barulho do despertador do celular. Por que diabos aquele despertador estava ligado em pleno domingo? Desligou ele e caiu no sofá e só então percebeu que era o sofá.

Ele tinha tido um sonho.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Inimigos Coloridos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.