Gripe escrita por NinaNay


Capítulo 3
Arrepios


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora. Mais uma vez agradeço a todos que comentaram e que marcaram "Gripe" como favorita. Obrigada :)



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Ali, sentada ao lado de Fabinho, Giane ainda não conseguia dizer em que ponto a raiva que ela sentia dele passou. Claro que ele sempre seria aquele moleque arrogante e orgulhoso que não perdia uma oportunidade de tira-la do sério, mas agora ele também era alguém que estava se esforçando para não repetir os mesmos erros.

 E naquela noite de lua cheia, ela notou que em algum outro momento a distância que os separava começou a diminuir. Ele não desdenhava mais e ela não batia mais nele. Não de verdade. Como da vez que ele a chamou de mocréia, moleque mal acabado e Giane respondeu com um soco muito bem dado.

Mais cedo naquele dia ela tentou bater nele e a resposta que ele deu foram duas mãos fortes a segurando pela cintura, um roçar de narizes, um puxão convidando a se aproximarem ainda mais.

E sentada ao lado dele, ela se sentia frustrada. Não por Fabinho tê-la chamado de maloqueiro ou por ele ainda ter que aprender a pedir desculpas, e sim porque ela ainda sentia o toque dele no corpo. Se ela fechasse os olhos, ainda era possível sentir o hálito quente dele e se quisesse, até poderia desenhar com a ponta dos dedos o contorno daqueles lábios que agora assombravam os pensamentos dela. Ela ainda lembrava cada movimento, cada instante que os olhos deles se encontraram, e como o olhar dele estava carregado com uma expressão que dizia mais do que ela estava preparada para ouvir. Ele estava Tão perto...

“Ei moleque, tá com frio? Tá toda arrepiada” Fabinho falou se aproximando de Giane.

“Se viu que eu tô arrepiada porque cê ainda pergunta se eu tô com frio, hein, fraldinha?” E não, ela não estava com frio. Mas todas aquelas lembranças fizeram que um arrepio percorresse todo o corpo da garota.

“Mas é um amor de pessoa mesmo! Sempre tão delicada.”

“Em vez de ficar aí reclamando, cê devia fazer que nem nos filmes. Quando uma dama está com frio, é normal que o cavalheiro tire a jaqueta e entregue pra ela.”

“Depois eu que estou sensível hoje, né? Só que essa sua frase está cheia de erros. Primeiro que isso aqui não é um filme e eu não sou um cavalheiro e muito menos você é uma dama.” Ele respondeu com um sorriso.

“Há, há. Tô me acabando de rir. Você tá pedindo pra apanhar, fraldinha!” Mas no momento que a mão dela ia acerta-lo, ele a segurou.

Fabinho se virou na direção dela e bem devagar começou um movimento para cima e para baixo, primeiro na mão e depois em toda a extensão do antebraço de Giane. Ela não entendeu o que ele estava fazendo e com o olhar questionou.

“O quê? Eu posso não ser um cavalheiro, mas não vou deixar você com frio. Dá o outro braço.”

Enquanto ele alternava aquecendo os braços dela, Giane não conseguia não notar cada toque dele. Não era um toque gentil, as mãos dele eram pesadas e grandes. E cada vez que ele repetia o movimento pra cima/pra baixo, ela se arrepiava ainda mais sob a mão quente dele. Parecia que Fabinho estava com febre.

“Giane, acho que não tá funcionando. Cê tá se arrepiando mais!” Ele falou preocupado, ainda segurando a mão dela.

“É que já tá tarde. É melhor eu entrar. E você também que amanhã cê tem trabalho cedo.” A garota respondeu enquanto se levantavam.

Ele imitou uma posição de sentido “Sim, senhor, general!”. Dessa vez a mão dela realmente acertou o ombro dele.

“Vai, vai dormir! Palhaço!”

Enquanto se afastavam, Fabinho a chamou. “E Giane, se você quiser que eu tire a minha roupa é só pedir, viu? Não precisa inventar nenhuma história maluca de filme não.”

“Idiota!” Ela gritou. E por mais que fosse desconcertante, ela teve que admitir que imaginou um Fabinho sem camisa em sua frente. E admitir isso a impediu de lutar contra o sorriso que se formou quando outro intenso arrepio percorreu todo o corpo dela.


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