You Can Always Be Found escrita por WaalPomps


Capítulo 41
Capítulo 40


Notas iniciais do capítulo

HEEELLO MEUS AMORES
Nossa, quantos reviews. E que bom que vocês gostaram da ideia de mais fics. Na verdade, já bolei mais uma UHAHUAHUAHUAHU socorro e um abraço.



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E as horas viraram dias, que viraram semanas, e logo já se havia passado um mês e meio e chegara à véspera do casamento de Malu e Maurício. Como esperado pelo rapaz, a barriga da pedagoga começara a crescer de uma hora para outra, e foi preciso um vestido de noiva de gestante.

Plínio, é claro, quase caiu pra trás com a descoberta de um novo neto. Mas estava tão rendido de amor por Lucas, que logo aceitou alegremente a chegada de Clara. Fabinho, por outro lado, ficou duas semanas emburrado com Maurício, até levar um esporo de Giane e Malu, e admitir que estava gostando da ideia de ter uma sobrinha.

Kevin, Luz e Dorothy estavam esfuziantes com Lucas, Marcos e logo mais a filhinha de Malu e Maurício, e Irene nunca estivera tão longe da depressão. Ela, Plínio, Margot e Silvério normalmente iam para o apartamento dos filhos no final da tarde, e lá ficavam até próximo às 22h, dividindo a baba entre Marcos e Lucas.

O mais velho na verdade havia ficado um pouco arrisco no início, tentando entender quem era aquele que roubava a atenção de todos para si. Mas Fabinho começou a passar um tempo com o irmão, enquanto todos babavam no filho, e logo Marcos gostava de engatinhar (sua recente conquista) até o bebê no cesto, e ficava lá gritando e batendo palmas. A princípio Lucas assustava, mas depois apenas encarava o “tio”.

E Giane e Fabinho iam se adaptando a vida a três, a falta de sono, as visitas constantes, as noites de cólica e choro, e aos pequenos momentos de alegria imensurável. O rapaz voltou a trabalhar em casa, indo para a agência só quando necessário, pelo menos no primeiro momento. Lucas ainda não tinha tomado todas as vacinas, então não podia ficar sendo passado de mão em mão na Casa Verde, e Giane não tinha paciência para aguentar as duas sogras o dia inteiro. E após o sequestro, ela ficar sozinha estava fora de cogitação.

Naquela sexta feira chuvosa de junho, o papai foi acordado pelo alarme Lucas às 6h em ponto. Fabinho levantou da cama com cuidado, já que Giane ainda dormia. Foi até o quarto do filho depressa, o pegando do berço e começando a acalmá-lo.

Tinham desenvolvido uma rotina noturna que permitia o máximo de sono possível para ambos: Giane amamentava Lucas às 22h, 1h e 4h. Fabinho levantava para trocá-lo as 2h30, e depois levantava às 6h, para dar uma mamadeira e permitir que Giane dormisse mais um pouco.

_ Pronto garoto, pronto... Papai já tá aqui, calma. – sussurrou deitando o filho no trocador e baixando a cabeça até a barriguinha dele, enchendo de beijos – Calma, senão vai acordar a mamãe.

Deu a chupeta para o filho, abriu o macacão e trocou a fralda noturna. Colocou outra roupinha, um pouco mais leve, e apanhou o filho nos braços. Caminhou até a cozinha, o colocando no balancinho que Salma e Gilson haviam dado. Esquentou a mamadeira, apanhando o bebê novamente e caminhando até a porta da sacada.

_ Vamos ver a chuva? Hein? Papai gosta de ver a chuva. – ele conversava com Lucas, sentando na cadeira de varanda que ficava para dentro nos dias frios. Deu a mamadeira para o menino, observando as gotas grossas caindo do lado de fora – Sabe por que eu gosto da chuva filho? Porque você nasceu no meio de um temporal, e foi o melhor momento da minha vida. Só empatado com a primeira vez que eu beijei a sua mãe, e a primeira vez que eu dormi com ela. Mas conversamos sobre isso quando você for mais velho.

_ Cara, cê tá cada dia mais meloso e açucarado, até com o Lucas. – ele virou, vendo Giane parada na porta do corredor. Ela sorriu para ele, se aproximando enquanto prendia os cabelos.

_ E você tá cada dia menos moleque com esse cabelão ai. – ele retrucou, enquanto ela sentava no chão em frente a ele, as costas encostadas na porta de vidro – Vou te trocar por outro moleque de rua.

_ Achei que você só queria modelo, atriz e socialite. – a fotógrafa provocou, fazendo o marido rir.

_ Na verdade, eu só quero você. – eles sorriram um para o outro, enquanto Lucas largava a mamadeira e começava a ficar inquieto – Calma moleque, a gente também te ama. Não precisa ficar nervoso.

_ Eu acho que ele não tá mais com fome. – riu Giane, se levantando do chão – Vem aqui com a mamãe meu amor.

Fabinho passou o bebê para a mãe, se levantando e indo com ela até o sofá. Sentou, com ela sentando ao lado dele e aninhando Lucas em seu peito, beijando a cabeçinha dele, enquanto o esperava arrotar.

_ Você tem certeza que quer ir lá hoje? – perguntou o rapaz, deixando que o filho pegasse seu dedão.

_ Tenho. E a Malu concorda comigo. – suspirou Giane – Apesar de tudo, se não fosse a ajuda da Amora, vocês não teriam me encontrado, e o Lucas estaria sabe Deus onde agora. Ela pode ter feito tudo de errado que fez, mas ela mudou, assim como você.

Ele assentiu, brincando com a mãozinha do filho, que babava no paninho no ombro de Giane. Quando ele arrotou, a corintiana o trocou de posição, deixando-o de frente para ela e Fabinho. Cada um segurava uma mãozinha de Lucas, fazendo caretas para ele.

_ O Bento falou que os médicos vão tirar a Socorro do coma semana que vem. – comentou Fabinho, após um tempo – E esperam que isso leve ao sabotador misterioso.

_ Eu queria poder esquecer essa história. – garantiu Giane, e Fabinho beijou sua testa – É sério amor, eu sinto falta daquela paz que tínhamos na Holanda.

_ Eu sei amor... Mas nós não temos como levar todos que amamos para lá, e ficar longe está fora de questão. O Lucas merece crescer com a família. – a garota concordou suspirando – Semana que vem, quando a Socorro acordar, eles vão pegar o nome do sabotador e vão atrás dele. E nós vamos ter paz afinal, eu sei disso.

_ Eu acredito em você. – Giane garantiu – Para tudo. E se você diz que tudo vai dar certo, eu acredito e confio.

~*~

A penitenciária feminina era fria e cinza, tendo como única cor o laranja dos uniformes das detentas. As salas para visitas privadas não eram muito diferentes, tendo apenas um sofá, uma cama e uma mesa.

Giane e Malu estavam no sofá, a pedagoga paparicando o bebê no colo da cunhada. Mayara também estava ali, sentada no braço do sofá, brincando com Lucas e rindo. André conversava com Maurício sobre aviões, e Bento e Fabinho estavam encostados em uma parede, esperando a chegada da “convidada de honra”.

Quando a porta se abriu, os olhos de todos se ergueram. Amora entrou com uma calça jeans e camiseta branca, roupa que ela usava quando as crianças iam vê-la. Os dois pequenos levantaram correndo, indo abraçar a tia, que sorriu para eles.

_ Que saudade meus amores. – garantiu ela, beijando a cabeça dos dois.

_ A gente também tia. Temos um monte de coisas para contar pra você. – disse André, animado.

_ É, nós vamos ser a daminha e o pajem no casamento da tia Malu amanhã. Não é legal tia? – perguntou Mayara, e Amora concordou, um sorriso vacilante no rosto.

_ André, Mayara... Vão lá no corredor pegar aquela mochila que nós trouxemos para a tia Amora, enquanto os adultos conversam um pouquinho. – pediu Bento, guiando as crianças até a porta. Falou com uma das guardas, que disse que levaria as crianças buscar as coisas e enrolaria um pouco.

Amora encarava a irmã e Giane em silêncio, os olhos um misto de emoções, nem todas positivas. Fabinho e Maurício caminharam até as mulheres, sentando um de cada lado.

_ E então? Vieram aqui me tripudiar? Esfregar na minha cara como vocês estão felizes e bem? – perguntou a ex-it-girl, a voz trêmula.

_ Não Amora... Ao contrário do que você pensa, nem todo mundo guarda só mágoa e rancor no coração. – explicou Maurício.

_ Nós viemos te agradecer cocotinha. – quem falou foi Fabinho – Você aprontou tudo que aprontou, fez nós dois fugirmos, quase causou a morte do meu filho... Mas você se rendeu por tudo isso, no momento em que nos ajudou a salvar ele.

_ Eu ajudei a salvar ele? – a garota desdenhou – A culpa dele quase ter sumido foi minha e da minha boca grande, de todas as burradas que eu fiz.

Giane passou Lucas para Fabinho, se levantando e caminhando até Amora.

_ Você falou um monte de merda, errou um monte sim. Mas o Fabinho também fez isso, e mudou. E você mudou. Ele mudou por mim, você mudou pela Simone. Diferentes motivos e caminhos, mesmo ponto de chegada. – a corintiana garantiu – E honestamente, não to mais com saco pra me prender ao passado. Todos aqui tiveram seus erros e acertos, e honestamente, se não fossem por eles, não estaríamos onde estamos.

_ Você fala isso porque está morando em um apartamento de luxo, com seu marido e seu filho. Eu estou vivendo em uma cela, com outra três detentas. – Amora retrucou, e Giane bufou.

_ Olha aqui cocotinha, estamos tentando ser legais. O Fabinho pagou pelos erros dele, você vai pagar pelos seus. Se quiser aceitar nossa gratidão por ter ajudado a salvar eu e o Lucas, ótimo. Senão, continue com ódio do mundo, tendo como única amiga a sua mão para...

_ Tá bom, sem baixaria que tem crianças no recinto. – Fabinho cortou a esposa, se levantando e caminhando até as duas – Você ama aqueles dois pirralhos, não é fruta?

_ É claro que eu amo, são meus sobrinhos. – a presidiária revirou os olhos, bufando – Eles são a única família que eu tenho, e eu prometi que ia cuidar deles.

_ Então se foque nisso. – a garota arqueou a sobrancelha – Cê acha que eu ainda não tenho raiva do mundo às vezes? Que eu não tenho que refrear os meus impulsos? Nós dois somos parecidos cocotinha, só o Zé Florzinha que se salvou. Mas se eu consegui mudar, você também consegue. Se não por você, pelos seus sobrinhos.

_ É amigo... A mocoronga te laçou mesmo hein? – Amora repetiu o que havia dito outrora, fazendo Fabinho rir.

_ Tia Amora, olha só. – André e Mayara voltaram para o quarto, carregando uma mochila – Nós trouxemos doces, torta de frango da tia Salma, e algumas fotos.

_ Como assim tem torta de frango e ninguém me avisou? – perguntou Malu, se levantando e caminhando até a mesa – Vocês querem a Clarinha nascendo com cara de torta?

_ É melhor dividir com a tia Malu crianças, ou a priminha de vocês vai nascer estranha. – Amora recompôs a expressão alegre para os sobrinhos, dando as costas para Fabinho e Giane. O casal trocou olhares com Bento, que sorriu assentindo. Haviam feito sua parte.

_ Só a tia Malu que vai ganhar? – a corintiana perguntou, caminhando até a cunhada – Quando eu estava grávida, tinha que dividir tudo com ela. Isso não é justo.

_ É impressionante, gostou de ser uma bolota, não é possível. – debochou Fabinho, se aproximando da mesa – Viu filho, sua mãe ficava te culpando, mas a verdade é que ela é uma esganada.

_ Eu? – Giane gargalhou – Tenho que te lembrar quanto seu filho mama?

_ Ele só toma leite? – perguntou André, e a moça confirmou – Então ele não pode comer a torta?

_ Claro que pode André. O leite sai da tia Giane, então ela vai comer a torta e vai virar leite, e o Lucas vai beber a torta. – Mayara explicou, fazendo os adultos rirem – Não é tia Amora?

_ Mais ou menos isso meu amor. – garantiu Amora – Agora vamos comer? Eu to morrendo de fome.

_ Cortem isso logo, pelo amor de Deus. – guinchou Malu, e todos gargalharam. Começaram a comer e tentavam conversar normalmente, para que as crianças se divertissem. Para Mayara, o ponto alto do dia foi ver Giane amamentando Lucas, e dizer que queria ter um bebê para fazer o mesmo.

_ Amora, o tempo acabou. – uma policial entrou na saleta.

_ Ah, mas já? – choramingou André.

_ Semana que vem nós voltamos garotão. – prometeu Bento, e o menino assentiu.

_ Todos nós? – Mayara virou-se para os adultos, que pareciam constrangidos.

_ A tia Malu e a tia Giane não podem ficar vindo muito aqui, porque o Lucas ainda é muito pequenininho, e a Clarinha não nasceu. Talvez quando eles ficarem um pouquinho maior. – Amora explicou, acariciando os cabelos da sobrinha – Agora me deem um abraço para eu ir.

As crianças abraçaram a tia, e Bento lhe deu um abraço rápido. A detenta virou-se para os quatro novos pais de pedaço, suspirando.

_ Obrigada pela visita. E pelo que disseram. – ela agradeceu relutante, estendendo a mão. Maurício apertou, seguido por Malu, Giane e por último Fabinho – Quando eu falei que a maloqueira ai tinha te laçado, foi uma espécie de parabéns... Você teve sorte de ter topado com ela.

_ Eu sei que tive. – o rapaz concordou, enquanto Amora saia da sala. Abraçou Giane pela cintura, beijando o topo da cabeça de Lucas, que estava no ombro da esposa.

_ Melosinho. – provocou a morena, arrancando um risinho dele.

_ Vamos para casa maloqueira. – ele a puxou, sendo seguidos pelos demais.


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Notas finais do capítulo

Digam TCHAU pra Pitanga, foi a última aparição dela na fic.
E está chegando ao fim ~todas chora~
Bom, comentem muuuito, ok?
Beeeijos