Anna POV.

Quando o senhor se virou, não pudíamos acreditar. Era o pai de Allan.

– Pai, o que está fazendo aqui?

– Eu estava aflito em busca de você garoto! Parei aqui pois tinha área, ia te ligar pela milésima vez!! Onde está a merda do celular quando precisa?

Allan então o abraçou. Eu apenas olhei para Hazel. Seu Jorge então disse para que a gente entrasse no carro, e foi o que eu fiz. Eu entrei, coloquei o cinto e não olhei para o caminho de onde viemos.

Adormecemos durante o caminho, então não vi nada do caminho. Só abri meus olhos quando percebi uma claridade...

Allan POV.

Depois que eu entrei no carro, confesso que dormi feito um anjo. Sonhei comigo e com Anna, aliás, sonhei com todo o grupo. Era como se meu melhor amigo estivesse ainda vivo, ou como se minha melhor amiga não tivesse sido estuprada por um monstro. Ou até mesmo se não tívessemos ido para esse lugar... A culpa era toda minha. Talvez um dia eu pagasse por isso, pensei.

Bem, mal sabia eu que esse dia chegaria em menos de uma hora. Quando me dei conta, acordei assustado, e tudo virava rápido. Meu pai gritava, Anna que estava no banco de trás não dizia nada e Hazel chorava.

A única coisa em que eu pensei é que, meu pai não merecia estar ali. Hazel deveria estar feliz com Débora, e não chorando. Anna deveria estar sorrindo junto comigo, e não estar muda. Charlie ainda poderia estar fazendo besteiras ao meu lado e a gente não precisava ter conhecido Slenderman.

Aquilo passou até que rápido, e não foi doloroso. Eu só não queria perder o que era meu, e não queria ter tão rápido, um adeus.

Hazel POV.

Estávamos no caminho indo para casa, quando de repente uma neblina invadiu a estrada. Seu Jorge encostou o rosto no vidro para melhor enchergar.

– Que merda! – Dizia.

Allan e Anna estavam dormindo durante o caminho todo. Estávamos andando sem problemas na estrada, até que um pequeno caminhão entra em nossa frente. Bem, tirando sua velocidade, o resto não estava ruim. O problema surgiu quando um carro perdeu o controle e entrou na mesma pista que o caminhão e bateu nele. A última visão que tive foi da frente do caminhão vindo em nossa direção.

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Seu Jorge gritava. Minha vida começou a passar rápido em minha mente. Todas as memórias, boas e ruins, todas elas estavam desorganizadas em minha cabeça. Eu chorava. Chorava por lembrar que eu havia saído de casa sem nem mesmo conversar com meus pais, apenas deixando a eles uma carta cheia de mentiras.

Quando senti o carro parar, era tarde de mais. Minha consiência ia por àgua abaixo. Aquilo não deixou de ser um “boa noite” eterno.

“ACIDENTE EM ESTRADA!

Foi encontrado nessa manhã do dia 18 de Julho, um carro capotado com quatro vítimas. Três delas faleceram assim que o carro bateu, e uma encontra-se em estado grave.

Policiais afirmam que irão colocar mais placas sinalizando a entrada de outros carros que vem da outra pista.

Famílias de jovens serão avisadas. Desejamos muita força para eles nesse momento de perda.”

Anna POV.

É, essa era a manchete dos jornais no dia seguinte do ocorrido. Lembro-me de abrir meus olhos e avistar luzes piscando, e agora sei o que era. Nada mais nem menos do que ambulâncias. Só me dei conta do que havia realmente acontecido quando cheguei no hospital e me colocaram numa maca. Eu acabei quebrando minhas pernas, mas isso não era um dos maiores problemas... Seu Jorge, Hazel e Allan estavam mortos. Além disso, o que estava por vir seria pior.

Dias depois, tive que ir a uma entrevista. Contei sobre nossas férias e sobre tudo que tinha acontecido lá. Mesmo sabendo que ninguém que ouvia acreditou, eu sabia que era verdade e era isso que importava.

Bem, por fim Hazel não chegou em casa para explicar sua mentira a seus pais. Charlie não teve seu devido velório. Débora não chegou em casa para contar ao seus pais sobre seu namoro com uma menina. Allan não conseguiu chegar em casa para contar ao seu pai e sua mãe sobre seu namoro e eu, bem, eu provavelmente nunca mais irei andar. Logo minhas aulas da faculdade começariam, e eu estaria sozinha...mas isso é outra história.

[CONTINUA???]