Recomeçar escrita por mybdns


Capítulo 13
Capítulo 13




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Uma semana após o casamento na praia, Melanie se mudou para a casa de Don. Deixou algumas coisas na casa do seu pai e o resto vendeu. Num domingo, o casal resolveu esvaziar um dos quartos de hóspedes para colocar as coisas do bebê.

- Nossa! Você tem bastante coisa, hein? – disse Melanie pegando uma caixa preta e abrindo. Viu uma foto de Jessica e algumas coisas que provavelmente eram dela. – a Jessica era bem bonita. – ela disse pegando o porta retrato.

- Eu devia ter me desfeito disso já. – ele disse.

- Você não precisa fazer isso. Eu também tenho uma caixa como essa, lembra?

- Eu sei. Só que agora nós estamos juntos. Eles tiveram muita importância em nossas vidas, só que agora... Eles não estão mais aqui.

- E o que você pretende fazer?

- Não sei.

- Vamos jogar no mar.

- É uma boa ideia.

- A minha caixa está na casa do meu pai. Quando terminarmos isso aqui vamos lá pegar, okay?

- Okay.

- Don, tem mais uma coisa... Sabe, eu estive com você na hora que você recebeu a notícia da morte do seu pai e...

- E o que, Mel?

- Você ainda não chorou. Acho que em algum momento essa tristeza vai ter que sair daí de dentro.

- Não sei aonde você quer chegar com isso.

- Só quero te dizer que eu vou estar aqui.

- Eu sei. – ele sorriu.

- Pode me ajudar a levantar?

- Claro. – ele a ajudou e ela ficou em pé.

- Precisamos escolher o nome dessa mocinha. – ela disse passando a mão na barriga.

- Eu estive pensando em muitos nomes...

- Eu também. Por isso eu comprei isto. – disse tirando um dicionário de nomes da bolsa.

- Você é bem esperta. – os dois foram para a sala e analisaram todos os nomes femininos do dicionário e elegeram os dez mais bonitos.

- Tá, então são esses os dez que a gente mais gostou? Mais nenhum?

- Não.

- Okay. Annelise, Jasmine, Nathalie, Jane, Alice, Rosalie, Carrie, Florence, Hazel, Aria. Só falta escolher.

- Eu nunca pensei que escolher nomes seria tão complicado.

- Preciso de um chocolate. – ela disse se levantando. Demorou uns dez minutos e quando voltou, estava com um pote de sorvete de creme com morango e pedaços de chocolate dentro. – você quer? –ela disse se sentando.

- Não. – ele riu. – eu não sei onde cabe tudo isso! Você é uma coisinha tão pequena.

- Eu estou comendo por dois. Nossa filha tem que ser bem alimentada.

- Você me faz rir, Melanie.

- Qual desses nomes você gosta mais?

- Hum... Alice, Hazel, Aria e Annelise. E você?

- Annelise, Hazel e Aria.

- Annelise é um nome bonito.

- Hazel também.

- É. Annelise ou Hazel?

- Eu gosto mais de Hazel do que de Annelise.

- Eu também.

- Então o nome dela vai ser Hazel mesmo?

- Sim, acho que sim.

- Pensei que ela iria nascer e nós não teríamos feito isso.

- Eu também. E ai, quer ir lá no seu pai agora?

- Pode ser. Vou escovar meus dentes e já volto. – ela foi ao banheiro e escovou os dentes. Pegou a bolsa e os dois foram para a casa de James. Era quase dez horas da noite. Melanie desceu do carro e bateu na porta. Uma mulher desconhecida abriu. Ela era morena e tinha olhos pretos. Fumava um cigarro e estava vestida só com uma camisa, que parecia ser de James.

- Posso ajudar? – ela perguntou.

- Eu acho que eu vim num péssimo horário. Depois eu volto. – ela disse um pouco constrangida.

- Mel? – o pai disse lá de dentro.

- Oi pai, depois eu volto. Acho que eu atrapalhei...

- Essa é minha filha, Angeline.

- Que adorável criatura! Quantos meses? – perguntou olhando para a barriga dela.

- Seis.

- Tá quase hein.

- Pai, posso pegar uma coisa? Eu juro que é rapidinho.

- Tudo bem, meu amor, pode pegar. O Don não quer entrar?– ela entrou rapidamente e pegou a caixa.

- Não nós estamos com pressa. Obrigada e prazer em conhecê-la. – disse saindo da casa. – tchau papai. – ela entrou no carro e Don estava rindo. - Liga esse carro e vamos sair daqui.

- Ficou incomodada, meu amor?

- Eu não estou achando graça alguma, Donald.

- O seu pai é um ser humano. Ele tem suas necessidades.

- Eu sei disso, Don. Só que é estranho. Me deixe em paz, por favor.

- Ela é uma mulher bonita, Mel.

- Já entendi, Don. Já entendi. – ela suspirou. Ele dirigiu mais trinta minutos e eles chegaram à praia. Cada um pegou sua caixa e eles foram para a beira do mar.

- Pronta?

- Sim. – os dois juntaram todas as cartas, fotos e presentes e deixaram que as ondas levassem tudo.

- Estou me sentindo melhor.

- Eu também. – ela sorriu e os dois foram embora.

O caso do dia seguinte deixaria Melanie atordoada. Eles receberam o chamado por volta das nove da manhã. Uma mulher fora encontrada morta em sua cama, com um tiro na cabeça. Melanie chegou com Sheldon. Ela conhecia aquela rua. Ela conhecia aquela casa. Quando Sheldon estacionou, ela sentiu um frio percorrer sua espinha.

- Você está bem?

- Não.

- Você conhece essa casa?

- Conheço. A família do meu antigo noivo mora ai.

- Está pronta?

- Na verdade, não. Mais vamos trabalhar. – Sheldon desceu do carro e a ajudou a descer. Os dois cruzaram a faixa amarela e avistaram Flack.

- A vítima é Edith Casey, cinquenta e nove anos. Eu sinto muito, Mel.

- Tá tudo bem, eu acho.

- Foi o filho que a encontrou. Ele foi levado ao hospital. O marido também.

Melanie entrou no quarto e viu a Sra. Casey sentada na cama, com um ferimento à bala na testa. A possível arma do crime estava debaixo da cama. Eles tiraram fotos, coletaram as evidências e voltaram para o laboratório. Melanie ainda não podia acreditar que ela havia morrido. E o pior: que alguém havia tirado a vida dela.

- Oi Sid. – Melanie disse ao entrar na autópsia. – encontrou algo?

- Sim. Ela estava muito doente, Melanie. Tinha câncer. Olhe: os órgãos estão todos infectados. Tirei este tumor do cérebro dela. – disse mostrando-lhe o tumor, que devia ter uns cinco centímetros ou mais.

- Nossa!

- Ela não teria muito tempo de vida.

- E a bala?

- Ah, sim. É calibre 45. Exatamente da arma que vocês encontraram na cena.

- Obrigada, Sid.

- Eu sinto muito. O Don me contou que ela era mãe do seu falecido noivo.

- Obrigada. – ela sorriu e voltou para a análise.

No final do dia, eles encontraram o assassino.

- Paul? Porque você fez isso? – Melanie perguntou, já na sala de interrogatório.

- A mamãe me obrigou. Eu juro que eu nunca machucaria minha mãe. Mais ela estava tão doente... Ele tinha câncer e não queria se tratar. Queria morrer logo para ficar perto do Peter e do papai. Mel, você precisa acreditar em mim. Você me conhece, sabe que eu nunca faria isso. Só que ontem, eu vi a mamãe com uma arma na mão. Eu perguntei o que ela estava pensando em fazer e ela me disse que iria antecipar a morte. Ela sentia tanta dor... Eu disse a ela para que não fizesse isso, então ela teve a ideia de me dar a arma para eu atirar. Eu não podia ter feito aquilo. Mais ela insistiu tanto que eu não tive escolha. Ela se sentou na cama, me jogou um beijo, disse adeus e eu atirei.

- Porque não ligou para a polícia?

- Eu fiquei tão atordoado que nem me lembrei de polícia. Eu só queria sair de lá. Toma. Eu fiz um vídeo. – disse mostrando a ela o vídeo de tudo o que aconteceu. – será que eu tenho chances no tribunal?

- Com esse vídeo, pode ser que sim. Mas você aguardará o julgamento preso. – ela disse.

- Tá. – os policiais o levaram para a cela.

- Que loucura! – disse Don.

- É. Eu vou voltar para casa para me arrumar para o funeral, okay?

- Tá. Meu turno acaba em duas horas.

Ela voltou para casa, tomou banho, colocou um vestido preto e um sapato da mesma cor e foi para o funeral. Voltou para casa por volta das oito da noite. Abriu a porta devagar e escutou um soluço vindo do quarto. Tirou os sapatos que estavam apertando seu pé e subiu as escadas. Viu Don sentado no chão do quarto deles, com um porta retratos nas mãos.

- Don? – ela se sentou ao seu lado e o abraçou. Viu que a foto era de seu pai. – vai ficar tudo bem, eu estou aqui.

- Sinto falta dele.

- Eu sei, eu sei. – disse afagando seus cabelos.

- Eu te amo, Mel. – ele disse a beijando.

- Eu também te amo, Don. – disse passando o dedo carinhosamente em seus rosto, enxugando suas lágrimas.

- Obrigado por estar aqui.

- Eu sempre estarei.


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