Leo Valdez & A Caçada Ao Monstro De Metal escrita por EscritorEntediado
Construir um cruzamento de aspirador de pó e trituradora de aranhas em oito minutos? Leo era um gênio. Era um Grande Gênio. O Maior Grande Gênio. O Melhor Maior Grande...
- Leo, idiota! - Berrou Thalia, em cima do armário. - Suba logo em algo e pare de se gabar antes que eu faça você o mesmo que esta máquina está fazendo com essas aranhas!
O semideus obedeceu sorridente. Escalou um armário, percebendo que Melissa já o ocupada. Os dois se espremeram naquele cantinho e seus olhos se encontraram. Ambos sorriram.
O depósito de Hermes continha as maiores parafernalhas que o trio já vira. Aranhas voavam em cima da máquina, sendo logo em seguida cortadas ao meio pelo machado. O que mais temia os jovens era o possível ataque de três espíritos dos grãos. Pelas paredes podiam ser vistas vinhas e raízes apodrecidas.
- Não tem medo deles lhe atacarem? - Perguntou Leo. Por alguns instantes percebeu que a filha de Deméter era tão bonita de corpo, quanto de rosto. E ainda por cima, era de sua fan. "ótimo", pensou, "esta pode ser do Time Leo".
- Provavelmente, - supôs a garota. - eu possa usar algumas magias contra eles. São feitos de plantas, certo? Já derrotei eles incontáveis vezes em Mitomagia.
- Você joga muito este jogo? Achei que ninguém jogasse no acampamento, a não ser Nico que nunca está lá.
- Jogo sozinha. Sabe, desde pequena fui bem solitária.
"Sei como se sente", pensou o semideus, lembrando-se do passado amargurado que tanto teve de enfrentar.
* * * * *
Após a explosão do chalé nove, causada pela desastrosa invenção causada por ninguém mais ninguém menos que o filho de Hefesto, os residentes do chalé tiveram de permanecer meses na enfermaria.
Dríades morreram com as árvores queimadas causadas pelas chamas que se espalharam rapidamente pelo acampamento. Sr.D condenou o campista a ter de inventar sempre sozinho, sem que ninguém o acompanhasse.
Assim que encontrou Bunker 9, chorou, ao perceber que o deus do vinho também o deixou nem nenhum invento no começo. Apenas um espelho, que trazia a ele seus maiores tormentos cada vez que se olhasse.
Ao se ver pela primeira vez no espelho, seu reflexo disse:
- Ha, ha. Como este feioso ainda está olhando para mim? - A imagem assumiu a forma de sua mãe que gargalhava em chamas. - Imbecil! Odiado! Como matou a própria mãe? Vai viver para sempre solitário! Ninguém vai lhe querer! Ninguém!
* * * * *
O barulho da invenção apenas crescia. Espirrava bolhas e espumas nas paredes decompostas, esguichava água em produtos defeituosos ou rejeitados. Aranhas fugiam, sendo cortadas ao meio ou perfuradas ao meio com um raio laser.
- Você é realmente um gênio. - Elogiou Melissa, sorrindo.
- Obrigado. - O garoto abraçou os joelhos.
- Pensando em sua mãe?
A pergunta saiu tão de repente que até mesmo a garota arregalou os olhos.
- Desculpe, eu... - Melissa gaguejou.
- Tudo bem. Não, estava pensando em... solidão. Sabe, sempre sozinho. Isto é um tormento. Ninguém pode entrar no Bunker 9 e. . . Como sabe de minha mãe?
- Está no seu cartão. - Melissa retirou o cartão da mochila que tanto segurava. - Uma informação. Sua mãe foi uma grande mulher que morreu em um incêndio. Você pensou que fosse causado por você mesmo, mas aqui diz que foi Hera.
- Ótimo. Pelo menos alguém sabe a verdade.
- Hera fez meu pai se perder em uma floresta e ser atacado por espíritos dos grãos. - Confessou a garota, olhando para baixo. - Acho que por isto esta minha mania de vingança neles. Olha! A máquina terminou!
Quando a sala estava completamente impecável, Thalia não exitou em saltar do armário e estocar a lança na máquina que tentou perfurar a garota ao meio.
* * * * *
Nada mal, elogiou George como caduceu. Mas não tinha ratos por aqui? Não sobrou nenhunzinho?
Cale a boca, resmungou Martha. Deixe o chefe fazer os elogios.
- Obrigado, Martha querida. - Hermes piscou para a cobra, como um típico garoto propaganda. - Estou impressionado! Nunca vi esta sala tão limpa! Podem pegar algo se quiserem. E Melissa, sua entrega será feita. Quando chegar em seu chalé, suas encomendas estarão em baixo de sua cama.
- Muito obrigada, senhor Hermes! - A semideusa sorriu de modo infantil. - E se me deixa dizer, amei sua carta! Venço a maioria dos jogos com ela!
- É, - Gabou-se o deus dando um sorriso matreiro. - A habilidade de roubar cartas da mão do oponente foi uma ideia inteiramente minha.
Nos fundos, um portão de ferro projetou-se automaticamente. Uma placa de "Entre e chegue ao Olimpo" surgiu.
- Muito bem, garotos. Entrem e sejam felizes em sua caçada. Gostei muito de sua limpeza.
- Jura? - Thalia levantou uma sobrancelha. - Ótimo. Vamos.
- Esperem. - Hermes olhou os artefatos ao redor, avaliando o preço de cada um poucos segundos. - Podem pegar o que quiserem. Quanto menos objetos nesta sala melhor.
Os semideuses não hesitaram. O problema é que quase tudo estava quebrado, então somente Thalia teve o benefício de pegar algumas flechas que se inflavam em chamas.
- Até mais, garotada! E não se esqueçam! - Hermes baçançou o caduceu, chamando a atenção das serpentes. - Ham, ham.
Ah, sim. Martha sibilou. "Hermes $.A!" George, é sua deixa...
Tá... "Sabe onde procurar"... ótimo? Podemos comer ratos?
Hermes despediu-se do trio, que ia em direção ao portão. Preparados para tudo, avaliaram o portão, até que Melissa gritou ao sentir presas em suas pernas.
* * * * *
Um redemoinho de grãos surgiu ao redor de Melissa. Dois corpos redondos e feiosos se jogaram em Thalia e Leo, afastando-os do portão do Olimpo.
- Karpois!? - Thalia sacou o arco e duas flechas estavam prontas para se disparar. - Eles deveriam ser romanos. Chega!
Flechas dispararam e perfuraram o primeiro, que se decompôs em grãos. Antes de seu retorno, Leo lançou uma esfera flamejante que o queimou juntamente ao parceiro. O terceiro continuava a sufocar Melissa em um redemoinho de grãos que crescia cada vez mais.
- Leo, não! - Gritou novamente a filha de Zeus ao ver que o semideus lançava uma esfera na direção do redemoinho. - Isso vai...
Os grãos começaram a queimar. O fogo começou a consumir até mesmo a respiração de Melissa que se jogou no chão. Leo se tocou na ideia imbecil e abaixou as chamas com um rápido movimento de braços.
Uma risada ecoou na sala.
- Espere... Hermes não falou sobre destruir também a mãe das aranhas? - A filha de Zeus tremeu, ao vê-la descendo de um longo cano que pareceu aparecer do nada. - Arachne.
A forma da mulher era assustadora. Remendava um imenso fio com suas garras e suas oito patas. Ria da forma mais cruel possível ao observar a cena. Um grande fio se formou ao redor de Melissa.
- Semideuses. - A voz da aranha era rouca e assustadora. - Acho que só uma basta. Com este local... - Olhou a limpeza da sala. - Inabitável, acho que devo partir. Ainda bem que tenho uma entrada pessoal para o Tártato. Claro que...
- Então se manda logo, monstro! - Thalia sacou uma flecha e disparou rapidamente no tórax da aranha gigante.
A aranha se contorceu com a explosão causada pela arma. O fio a enroscou, e apertou ainda mais o corpo de Melissa. Uma fenda surgiu no chão, sugando Arachne imediatamente, juntamente com o Karpoi.
- Não, Thalia! - Leo tentou chegar à Melissa a tempo, que era puxada por imensos fios para o buraco. - Ela queria levar um semideus com ela! Por isso fez o túnel!
Melissa esticou a mão e Leo a pegou, mas com o nervosismo, a mão do garoto ardeu em chamas e a filha de Deméter não hesitou em soltá-la. Caindo na escuridão.
* * * * *
Ambos fixaram o buraco. Somente escuridão permanecia. A sua frente, o portão que os levaria imediatamente para o Olimpo e possivelmente para a criatura que derrotariam em minutos. O buraco era o caminho do Caos e dos monstros, onde sua amiga poderia estar possivelmente vista.
- Leo, o que está fazendo? - Perguntou Thalia ao ver o semideus se aproximando do buraco. Segurou o ombro do garoto. - Podemos pedir para uma divindade salvar a garota em troca de capturarmos os monstros!
- "A garota", tem nome. E é Melissa! Ela pode estar sendo caçada por aqueles monstros agora. Precisamos salvá-la, agora!
- Não. - Thalia recuou. - Ártemis deu ordens claras. Caçar o monstro o mais rápido possível. E já se passou um dia! Veja o relógio! Já posso chamar as caçadoras!
- Ótimo. Chame elas e cacem o monstro ou seja lá o que for sozinhas! Tenho que salvar uma amiga!
- Você a conhece há um dia!
- É, mas já entendo ela. Tenho o que ela tem!
- O que!? Estupidez?
- Ela entende o que é solidão!
Dizendo isto, jogou-se no buraco rumo a escuridão perpétua. Sabia que deveria enfrentar incontáveis monstros e talvez enfrentar a fúria de Hades por arrebentar os portões do Tártato (afinal, teria de sair de alguma forma), mas não importava. Sabia o que era solidão, e não queria que ninguém mais passasse por isso.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!