Esme

Eu estava tão ansiosa com o jantar a noite que o dia demorou uma eternidade pra passar, de manhã dei minhas aulas e depois fui até um cabelereiro e pintei de vez meu cabelo, agora eu era morena e ia ficar assim seria melhor as pessoas não me verem loira.

Cheguei em casa e dei um bela ajeitada em tudo, depois comecei a adiantar as coisas pro jantar resolvi fazer carpaccio pra entrada e um risoto no prato principal e de sobremesa um pavê de frutas vermelhas. Deixei tudo adiantado e quando dei uma olhada no relógio já eram quase sete horas e foi quando tomei um susto, tocavam a campainha será que era Carlisle? Fui na direção da porta e quando a abri dei de cara com Edward.

- Edward? – disse surpresa.

- Oi Esme! – ele disse tímido.

- Posso te ajudar com alguma coisa? Você quer entrar? – eu disse tentando ser gentil e ao mesmo tempo tentando entender o que ele queria na minha casa.

- Não! Eu só vim te trazer isso! – ele me estendeu um cd e eu o peguei.

- Um cd? – disse ainda confusa.

- É com musicas que eu mesmo toquei e gravei, tem umas que são composição minha.

- Nossa Edward obrigada! Mas porque você quis me dar? – eu amei o gesto dele já que eu achava que ele não gostava de mim.

- Eu queria me desculpar pelo jeito que tenho agido com você.

- Se desculpar? Imagina eu nunca fiquei com raiva de você. – e não mesmo.

- Eu sei! É que eu aquela vez te deixei falando sozinha e nunca fui muito receptivo com você como meus irmãos. Queria que você entendesse é que é muito difícil pra mim ver meu pai tão próximo de um mulher depois de tanto tempo.

- Eu e seu pai somos só amigos Edward, fique tranquilo! – disse tentando parecer o mais normal possível enquanto lembrava do beijo que ele tinha me dado.

- Vocês são amigos por enquanto, mas eu sei que vocês se gostam, então não quero ser um impe cílio pra vocês. Mas já é tarde preciso ir. – ele disse se virando e indo em bora.

- Edward? – o chamei. - Obrigada pelo presente eu amei de verdade! – disse e fui dar um abraço que ele correspondeu na mesma hora.

Quando ele se foi eu voltei pra dentro e fiquei pensando em como a família do Carlisle é maravilhosa e como ele próprio é maravilhoso, eu realmente estava apaixonada por ele.

Subi e fui direto pro chuveiro, tomei um banho demorado e me peguei pensando nele novamente, nunca tinha pensado nele da forma que eu estava pensando agora, imaginei ele tomando banho e pelo que já vi ele devia ter um corpo perfeito. Ei olha o que eu estou pensando? Melhor parar.

Sai do chuveiro e hidratei minha pele e ate passei meu perfume que eu não usava por vontade própria a muito tempo, resolvi passar uma maquiagem nada demais, somente um rímel, batom e blush. Depois escolhi minha roupa coloquei um vestido simples azul marinho de alças finas e até coloquei um sapato de saltos. Estava pronta e quando me olhei no espelho mal me reconheci a muito tempo que eu não me sentia bonita.

Carlisle

O dia no hospital hoje foi cheio e graças a Deus porque eu não me aguentava de ansiedade em ver Esme e dizer tudo que sentia nem vi o tempo passar e quando dei por mim meu plantão já tinha acabado.

Sai do hospital o mais rápido que pude e fui direto pra casa me arrumar, hoje era o grande dia eu iria jantar com Esme e iria investir nela, no outro dia deixei bem claro que queria ser muito mais que um amigo quando dei um selinho nela, por sorte ela não me afasto e até tentou evitar o assunto, mas hoje ela não teria escapatória eu a conhecia a apenas alguns meses mas já sentia amor por ela e olha que eu pensei que nunca mais amaria de novo.

Tomei meu banho e coloquei uma calça jeans escura e uma camisa social branca e por cima um blazer bem bonito que Alice e Rose tinham me dado no natal. Quando desci meus filhos estavam todos na sala e ficaram tirando uma com a minha cara.

- Ai sim em papai! – Jasper disse.

- Obrigado filho.

- Nossa pai você ta o maior gatão se fosse mulher você não me escapava! – Emmett disse.

- Valeu Emm!

- Pai deixa eu te dar umas dicas, você tem de ser bem romântico entendeu? E você nem comprou flores? – Alice disse.

- Se vocês continuarem a me empatar a floricultura vai fechar e eu ainda vou me atrasar.

- Nossa desculpa agente só queria te ajudar pai! – Alice disse triste.

- Ai filha você não vai ficar brava comigo por isso né?

- Só não vou ficar por que eu sei que você ta velho e enferrujado quando o assunto é mulheres.

- Alice você ta me chamando de velho? – eu disse bravo.

- Você não é nenhum adolescente né papi! – Rose disse debochando.

- Mas fiquem sabendo que muitas mulheres morreriam pra ter o velhinho aqui! – disse zuando.

- Eita o velhinho ta se achando! – Emm disse e nem eu me aguentei, comecei a rir junto com os outros.

- E você Ed não vai me dar nenhum conselho? – eu disse vendo que ele estava pensativo no canto dele e não tinha tirado sarro de mim.

- A Esme é bem legal pai não deixa ela escapar. – ele falou serio e todos nos olhamos surpresos pra ele; Fiquei feliz com esse conselho já que Ed nunca demonstrou qualquer apreço por Esme.

- Obrigado filho! – disse. – E agora me desejem sorte.

- BOA SORTE!!! – os cinco gritaram.

Fui pra casa de Esme e parei na floricultura e comprei um buque de rosas vermelhas, depois passei no mercado e comprei dois vinhos um branco e outro tinto.

Quando cheguei em frente a casa estava extremamente nervoso e sem saber o que fazer, peguei o vinho e as flores e fui na direção da porta, quando apertei a campainha ela abriu e meu Deus que mulher era aquela, estava linda com um vestido curto que realçava mais seu belo corpo.

- Nossa!

- O que foi? – ela disse.

- Você esta muito linda. Isso tudo é pra mim? – disse um pouco sem jeito.

- Obrigada! E você também esta muito bonito.

- Você não respondeu minha pergunta.

- Sim é pra você, só pra você. – ela disse sem graça. – Mas vem vamos entrar.

- Eu trouce pra você! – disse lhe entregando o buque.

- Nossa elas são lindas, obrigada.

- E trouce vinho também.

- Não precisava se incomodar. - Ela disse cheirando as flores e eu a cada momento estava mais encantando com essa mulher. – Vou colocar elas num vaso, vem comigo! – nos caminhamos até a cozinha e estava um cheiro muito bom.

- Nossa o cheiro esta ótimo! – eu disse e coloquei o vinho em cima da mesa.

- Só que ainda não ta pronto! Vai demorar mais alguns minutinhos.

- Tudo bem, mas já vou logo avisando que estou morto de fome.

- Assim é melhor, pois se a comida estiver ruim você nem vai perceber.

- Duvido que esta ruim! - Ela caminhou até o fogão e começou a mexer alguma coisa na panela.

- Se você quiser abrir o vinho pra gente tem taças em cima do balcão e saca rolhas aqui nessa gaveta. – ela apontou pra gaveta ao seu lado.

Abri o vinho e servi uma taça pra mim e a outra eu levei até ela, na hora que ela pegou a taça eu não a soltei de imediato só pra sentir o seu toque suave na minha pele.

Depois de dez minutos o jantar estava pronto e estava tudo maravilhoso. Nos comemos em silêncio, alias ela comeu e eu devorei tudo.

- Nossa Esme fazia tempo que eu não comia algo tão bom.

- Sério?

- Sério!

- Mais ainda tem a sobremesa, vou pegar. – ela se levantou e foi até a geladeira e eu não consegui resistir e olhei pro seu quadril. Quando ela voltou ela me olhou como se soubesse o que eu tinha feito e eu corei.

- O que foi? – ela disse.

- Nada.

- Você ta vermelho.

- É que ta quente aqui.

- Quente?

- É!

- Sei. – ela nos serviu a sobremesa que também estava ótima. Depois que nos comemos ela ficou me olhando e eu peguei sua mão que pousava em cima da mesa.

- Carlisle o que você ta fazendo?

Esme

A noite estava sendo ótima, tirando as olhadas do Carlisle que me deixava totalmente sem graça, até que ele pegou minha mão e eu sinceramente não esperava aquilo.

Soltei minha mão da dele e fiquei de pé e já ia me afastar quando ele segurou meu braço e disse:

- Es – ele nunca tinha me chamado assim – não foge de mim não.

- Eu não to fugindo.

- Não mesmo?

- Não. – quando eu disse que não, nossos corpos que já estavam próximos ficaram ainda mais próximos e ele se aproximou e me beijou, um beijo doce e demorado que acabou com todas as minhas certezas, nos braços dele eu me senti segura e até tive vontade de nunca mais sair dali, alias nunca mais sair de perto dele. No começo só ele me beijou, mas não consegui resistir e o beijei de volta, suas mãos percorriam por minhas costas e me puxavam mais para ele, minhas mãos estavam paradas no seu peito. Quando nos separamos ele me olhou sorrindo e eu o retribui.

- Eu te amo! – ele disse quase num sussurro.

- Carlisle, por favor não fala isso.

- Mas Esme é o que eu to sentindo.

- Você nem me conhece, como pode saber se me ama.

- Eu te conheço sim.

- Não! Não me conhece! – eu disse começando a chorar – Você conhece o que eu sou agora, mas não sabe nada da minha vida.

- Esme você ta chorando por que? E eu não preciso te conhecer pra te amar. – ele disse me puxando pra um abraço que eu correspondi de imediato.

- Carlisle eu preciso te contar! – solucei – Eu preciso te contar toda a verdade!

- Se acalme Esme! Se acalme minha pequena ele disse me abraçando mais forte e eu desabei, comecei a chorar compulsivamente e descontroladamente.

...

Quando me acalmei, Carlisle me puxou pra fora e nos sentamos em duas cadeiras de balanço que eu tinha na varanda.

- Eu vou te contar tudo Carlisle.

- Você não precisa se não quiser.

- Eu quero.

- Então me conte. – ele disse segurando minha mão.

- Quando eu tinha dezesseis anos meus pais morreram em um acidente de carro e eu fiquei sozinha no mundo, como eu tinha conseguido passar na faculdade eu não quis perder a oportunidade e então fui pra faculdade e terminei meus estudos trabalhando nas horas vagas de garçonete até que no ultimo ano eu conheci um cara e ele era tão perfeito e agente começou a namorar e quando terminei ele me pediu em casamento e eu aceitei, ele parecia me amar de verdade e acho até que ele me ama apesar de tudo que aconteceu, mas não era um amor normal era um amor doentio e possessivo. Quando agente casou tudo parecia perfeito, nos fomos pro Hawai e foi tudo perfeito até que ele achou que eu estava dando mole pra um cara e ai todo o conto de fadas se tornou uma história de terror. Não vou te dizer que eu não amava ele, eu o amei demais até que ele começou a me espancar e as vezes até abusava de mim, ele era tão doente que eu não podia sair de casa sem ele, ele me levava a todos os lugares desde o super mercado até o cabelereiro. Eu tentei fugir muitas vezes, mas ele sempre me encontrou e só agora que minha vida está digamos que normal. Eu vim pra cá fugindo dele e eu ainda sou oficialmente mulher dele.

- Esme você tem de procurar a polícia!

- Você acha que eu não procurei?

- E eles não fizeram nada?

- Ele era a polícia Carlisle.

- Como assim?

- Ele era policial e foi seus próprios colegas que me disseram pra não denunciar nem nada.

- Esme isso é um absurdo!

- Eu sei.

- Mas e agora o que você vai fazer?

- Eu vou tentar seguir minha vida enquanto ele não me encontra.

- E eu?

- Eu não posso ficar com você! Se ele me encontrar ele ainda vai me deixar viva, mas se eu estiver com você....eu tenho até medo do que ele pode fazer com você Carlisle e ainda tem seus filhos eu não posso colocar vocês em perigo.

- Esme eu te amo! E não vou te deixar, agente vai enfrentar isso junto.

- Mas Carlisle...

- Sem mais Esme. – ele disse e me puxou para outro beijo, que foi do mesmo jeito que o outro só que dessa vez com mais urgência. O afastei um pouco. – Carlisle é sério ele é perigoso.

- Eu vou te proteger. – ele disse passando os braços ao redor de mim.

- E quem vai te proteger?

- Esme ta tudo bem e vai continuar assim.

- Carl.

- Chega minha pequena, se acalme e vai ficar tudo bem com agente eu prometo.

- De verdade?

- De verdade. – eu o abracei e senti que com ele eu estava segura pelo menos por enquanto.

...

Quando estava com Carlisle as horas passavam muito rápida e quando olhamos pro relógio já passava da meia noite.

- Eu acho que preciso ir já ta tarde né? – ele disse com uma carinha de dó.

- Ta tarde sim, mas se você quiser ficar mais.

- Você não trabalha amanhã cedo?

- Trabalho.

- Então melhor eu ir, ele disse indo na direção da porta e eu o acompanhei até o carro.

Ele me puxou pra um ultimo beijo e achei que ele não ia me soltar nunca, mas também quem disse que eu queria que ele me soltasse?

- Vai ficar tudo bem pequena e qualquer coisa você me liga pode ser qualquer hora.

- Ok! – eu disse e ele me beijou de novo.

Carlisle

Tentei parecer tranquilo frente ao que Esme tinha me contado sobre a sua vida, mas esse cara deve ser mesmo perigoso deve ser um desses maníacos perseguidores e o pior é que ele ainda era policial. Mas aconteça o que acontecer eu vou estar ao lado da minha pequena nem que eu tenha de dar minha vida por ela ou tenha que fugir o resto da minha vida com ela, eu não sei bem explicar o que eu estou sentindo, mas com certeza não é uma paixãozinha passageira, como eu disse pra ela eu a amo.