Moody: Uma História a ser conhecida escrita por Emanuel Antunes


Capítulo 2
O "Specu"




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FULFORD, Condado de York (REINO UNIDO)

27 de Agosto de 1955.

A Guerra acabara há anos. A Inglaterra tinha vencido uma das maiores batalhas que já lutará. Junto com a nação, a família Tuck também ganhará um presente. Há dez anos, enquanto as forças nazistas caíam frente os países aliados, Robert ganhava na loteria Britânica. É difícil de associar o fato de a Inglaterra estar em guerra e ao mesmo tempo distribuindo dinheiro para a população, mas se olharmos por outro lado, isso era um pretexto para mostrar aos países do eixo que os aliados continuavam fortes e destemidos.

Como Robert Tuck não sabia quando iria acabar aquela batalha sangrenta, decidiu não arriscar. Mudou-se de Liverpool que era um alvo fácil na mira de Hitler e partiu para o leste Inglês. Deixou a cidade que receberá mais de oitenta bombardeios em toda a guerra para um lugar calmo e tranquilo no condado de York. Fulford era pacata e sem problemas, até a chegada de Moody e sua família. Ficava a oitenta e sete milhas da cidade natal do nosso querido protagonista. Resumia-se em um vilarejo com grandes casas e muitos agricultores (ricos por sinal). Com todo o dinheiro trouxa que ganhará na loteria, o novo Robert comprará uma mansão e coisas mais. Na época Moody (ou Frederick, isso vai pela interpretação de cada um) apresentava seus cinco anos de uma infância perturbada. Cheia de bombas e terror. Mas tudo iria mudar em Fulford. Sua linda casa cercada por um grandioso jardim era o que mais tinha sonhado. Seu irmãozinho, Brian, de quatro anos não teve um nascimento igual ao de Frederick. Não surgiu da guerra. Não foi esperado e muito menos bem recebido. Elizabeth ainda brigava com os deuses. Ela só desejava um. Apenas um. Os deuses foram contra os seus desejos e nasceram dois. A única pessoa que amava o pequeno Brian era Moody. Sempre protegeu e assumiu os seus erros.

As famílias são assim. Alguns são amados, já outros... Alastor cresceu naquele pequeno lugar. Cercado de vacas, cavalos e muitas cachoeiras. Foi em uma dessas cachoeiras que ele a conheceu. A garota que mudou sua vida.

. . .

Era uma manhã linda de domingo. Moody resolveu visitar sua cachoeira preferida, que ficava na direção norte. Já havia se tornado rotina ir para aquele lugar todos os finais de semana. Tinham se passado três anos desde que ele e sua família deixaram Liverpool. Sua cidade natal era charmosa e hospitaleira, mas a guerra tinha acabado com tudo aquilo. A sorte concedeu ao seu pai um presente incrível materialmente falando, sendo assim eles partiram daquele campo de batalha em direção ao interior. No mesmo ano em que eles se foram da cidade dos Liverbirds a segunda grande guerra acabou. O tempo e o destino são irônicos entre si. O tempo transforma. O destino crucifica. Com Moody não foi diferente. Mas essa é uma história para ser contada no futuro. Uma história para ser conhecida não agora, mas sim quando você, meu amigo leitor, estiver achando que tudo é fácil e passageiro na vida de Frederick.

Naquela manhã ele corria entre as árvores, em direção ao “Specu”, era assim que Moody chamava carinhosamente o seu lugar preferido depois de Hogwarts. Bem diferente de um castelo imenso, a passagem consistia em um esconderijo atrás da queda d´agua de uma cachoeira de água cristalina. Aquele lugar seria o único onde Alastor conseguia pensar sobre o mundo e sua complexidade. Só quem conhecia aquela caverna úmida atrás da cachoeira era ele e seu cachorro. O esperto e veloz Tintim.

Moody caminhou entre as pedras e conseguiu passar pelo vão que dava acesso ao “Specu”, no seu encalço estava Tintim. Ele sentiu que alguma coisa encontrava-se diferente no seu recanto predileto. Alguém estaria ali além dele e seu mascote. O garoto de oito anos demonstrava medo em seu semblante. Sua franja loira caiu sobre os olhos. Tintim mexeu-se atrás dele. A água da cachoeira caia incansavelmente. Ele pisou em um cascalho. Mexeu-se com medo, e pisou em outro. Em meio aquela confusão ele sabia que algo estava errado. E então, uma voz surgiu do breu.

–Tem alguém ai? – Uma voz feminina. Uma voz de criança. A voz que ele nunca esqueceria.

– Você acha? – O medo que ele sentia até segundos atrás havia passado. Era só uma garota. Uma garota intrometida que entrou no “Specu”. – O que você está fazendo aqui?

– Eu descobri esse lugar – Aquele lugar era dela, e somente dela. Ela o descobriu. Viu uma fenda e nela entrou. Agora um garoto se intrometeu no caminho, pensou a menina – E acho melhor você sair daqui! – Moody não aguentou a provocação. Não mesmo.

– Escute bem, sua garota insolente – As crianças sempre tentam usar um vocabulário adulto na hora de discutir. Elas tornam-se superiores de certa forma no diálogo. – Eu descobri esse lugar primeiro. Esse é o meu Specu! – Ele disse isso apontando para o nada. Até agora a garota não tinha mostrado a face. Mas só foi até aquele instante. Para a surpresa de Frederick olhos negros surgiam do escuro da pequena gruta. Junto dos olhos apareciam cabelos vermelhos como fogo. Uma visão apoteótica. A menina caminhava em sua direção com um sorriso nunca visto por ele no rosto. Ela deu uma gargalhada que rasgou o silêncio do “Specu”.

– Specu? Você chama essa gruta de Specu? – O seu sorriso irritava Moody a cada segundo – Não é um nome tão apropriado para esse lu... – O pequeno garoto de pele alva e cabelos dourados gritou!

– É claro que é apropriado sua garota ignorante! Specu significa gruta em latim. Pelo visto você não conhece o latim, não é verdade? – A sua voz tomou um tom irreconhecível. Um tom autoritário. A pequena menina recuou. O sorriso fugiu de seu rosto, e Moody percebeu o quanto idiota foi. Mas ela mereceu, pensou ele. - Olha... – Não deu tempo do garoto falar. Ela avançou na sua direção. A criança fechou os olhos. Esperou um tapa, mas o tapa não veio. Tintim latiu e a menina sumiu pela fenda.

Alastor correu atrás dela. O buraco que unia a gruta ao mundo lá fora era um pouco estreito e ficava do lado esquerdo da cachoeira ( quem passa-se por ele não se molhava). No interior do Specu dava para ver a cascata de água, mas do lado de fora não dava para ver o Specu. Ao chegar no exterior, a luz do sol causou-lhe um impacto tremendo na visão. Depois de segundos desorientado, ele prosseguiu. Tintim seguia na frente, como quem segue o rastro. A garota de cabelos vermelhos havia sumido. Ela tinha os olhos lindos, lembrou Moody. Uma chama estava acesa no seu interior. Ele não reconhecia o que era aquilo, mas parecia lhe fazer mal, apenas parecia.

– Vai atrás dela Tintim! Corre! – O pequeno cachorro peludo disparou em direção ao grande bosque. O garoto foi atrás.

No caminho eles encontram esquilos e cervos. Nada importava naquele momento. Animais nem seres parecidos. Somente a chama que o cabelo da menina deixara nele fez com que tudo aquilo fosse ignorado. Sua mente desejava saber o porquê estava fazendo aquilo, mas não era o cérebro pensando. Era o coração. Suas pernas mexiam-se compulsivamente. Ele escutou algo na frente. Pequenos passos corriam pelo bosque. Não eram os seus e nem os de Tintim. Seu coração disparou ainda mais, estariam próximos outra vez. Então ele a viu. Seu cabelo vermelho-vivo balançava no ritmo do vento. Suas pequenas pernas saltavam sobre os tocos de carvalho.

– Espere! Espere! – gritou Moody, mas ela fingia não escutar. Não olhou para ele. O ignorou. – Ei, porque você esta fugindo? – Os olhos negros marcantes se fixaram nele novamente. Ela parou. Ele também.

Os dois ficaram ali, se encarando. A pequena garota sorriu, deu as costas e voltou a correr. Moody acompanhou sua nova amiga. Mais a frente ele visualizou uma pequena casa no meio da floresta. Um homem robusto saiu e começou a gritar:

– Rebecca! Onde está você garota? – A menina desviava das diversas árvores. Parecia flutuar enquanto corria. Ela olhou para Moody pela última vez naquele dia. Deu as costas mais uma vez e gritou:

– Estou aqui, Papai! Estou chegando! – Ao escutar a palavra “Papai” o garoto estancou. Correu para trás de uma grandiosa árvore. Viu a menina do cabelo vermelho cruzar o arco da porta de sua casa. O homem a seguiu. O som de algo se fechando avisou a Moody que ele não a veria mais. Não por enquanto.

. . .

Frederick Tuck lembrava-se daquele lindo dia como se fosse ontem. Na verdade já fazia sete anos que ele virá Rebecca pela primeira vez. Desde o dia em que ela se meteu no “Specu” as coisas mudaram. Ele tinha uma amiga agora. Mas o tempo passou, e a garota que já lhe parecia linda tornou-se a mais bela de todas. Ele descobriu que a chama presente em seu interior era o amor. E alguns dias atrás ela revelou que esse amor era recíproco. Debaixo de um Salgueiro, eles selaram tudo aquilo. Foi breve, mas mágico. Agora eles eram adolescentes. Sabiam o que estavam fazendo. Ou não.

O Festival Anual de Música da Cidade de Fulford aproximava-se. Ele era realizado todo dia trinta de agosto na praça central do pequeno lugar. Moody já estava acostumado em não ir para a festividade, pois sua mãe nunca permitiu. Ela dizia que aquela era “mais uma festa inútil de trouxas”. Mas esse ele não poderia faltar. Rebecca estaria lá. Faltavam três dias para o festival, e quatro para sua partida até Londres, e de lá rumo a Hogwarts.

– Mãe... eu vou para o festival! – Ele falou com a voz mais firme que já obteve. Elizabeth não fez sinal de aprovação.

– E eu sou a nova ministra da magia – A mulher gargalhou como ninguém. Do outro lado da sala bem iluminada estava Brian, o seu segundo filho. Era loiro e com olhos azuis, assim como Moody. A diferença entre eles era de apenas um ano. O rosto de Brian carinhoso emanava luz para todos aqueles que se aproximassem do jovem garoto de quatorze anos.

– Deixe-nos ir, Mamãe – Brian tentava persuadir, mas de nada adiantava. – Iremos cedo e voltaremos logo. – Elizabeth pensou um pouco, até que...

– Vocês tem que viajar no outro dia, e bem cedo... – Ela cederia, os meninos perceberam isso – Não sei, não... Daqui para Londres tem muito chão. Não, é melhor não...

– Por favor, Mãe! Estaremos no máximo ás onze horas em casa – Moody entrou no jogo de Brian e implorou. Elizabeth tirou os olhos do Profeta Diário em sua mão e falou:

– Está bem. Vocês vão! – A alegria foi tão grande que os irmãos não conseguiram conter o sorriso. A felicidade transbordou. – Voltam cedo, não é? – Eles balançaram a cabeça positivamente. – Então acho melhor vocês irem providenciar uma roupa.

Moody e Brian partiram disparados para a rua. Brian tinha que contar a Roger, seu melhor amigo. Já Moody fez a volta pelo exterior da casa e partiu em direção ao bosque. A casa de Rebecca estaria ali. Em algum lugar. Correu como uma criança. Ignorou árvores e animais. Há sete anos ele fez aquele mesmo caminho com muita curiosidade. Hoje ele corria com alegria e satisfação. Ele sempre andava no Bosque com Tintim, caso algum animal aparece-se, mas naqueles últimos meses o seu cachorro não aguentava nem latir, muito menos correr.

Ele mirou a pequena casa de longe. Feita com dezenas de tocos fortes de madeira, era uma casa segura.

– Rebecca! Rebecca! – Chamou Moody desesperado de alegria em frente à casa. Ninguém respondeu. - Rebecca? – Bateu três vezes na porta, mas nenhum ruído surgiu de lá. A felicidade foi despencando aos poucos. Ninguém estava em casa, mas não fazia mal. Ele voltaria depois. Amanhã ou depois de amanhã para contar a novidade.

Alastor tentava desvendar o enigma da autorização de sua mãe. Ela nunca deixou eles curtirem o festival, e agora tudo tinha mudado. Quando Brian pediu ela liberou. Logo Brian, que ela brigava tanto. Mas isso não importava mais. Ele estaria no Quadragésimo Quinto Festival da Música de Fulford no Condado de York. Lá encontraria a garota que ele tanto amava.

Passaram-se os dias e nenhuma notícia de Rebecca e sua família. Moody desconfiou de que ela estivesse lhe evitando. Será que ela desaprovou meu ato naquele dia debaixo do Salgueiro? Perguntava-se o jovem. A animação para o Festival tinha passado. O Festejo seria naquela noite, tudo começava a partir das oito. Moody passou sua melhor roupa, Brian fez o mesmo. Elizabeth com seus espírito protetor fez questão de aprovar ou não a roupa:

– Estão parecendo homens... – Os garotos se entreolharam – É claro, vocês já são, mas agora parecem pessoas sérias. – Todos riram. A matriarca Tuck estava se comportando de um modo diferente com seus filhos. Ela sempre foi carrancuda e desconfiada, agora, no entanto ria de tudo e abraçava os filhos. Ela sempre amou os filhos, é por isso que tinha um espírito duro e firme, era desse modo que a mulher educava suas crias. Moody pensou em perguntar porque a mãe estava tão carinhosa ultimamente, mas resolveu não arriscar... vai ela nos deixa de castigo por causa disso, pensou o menino que usava seu melhor paletó.

O festival era muito formal, mesmo que o nome não transpira-se isso. Todo ano a cidade escolhia a melhor cantora e o melhor cantor. Não é nada parecido com os de hoje. Naquela época as vozes eram limpas e claras. Não eram como as de hoje, cheias de efeitos e filtros que só as tornam mais feias. Em Fulford a música pulsava e exalava emoção.

– Vamos Brian, sai logo desse banheiro! – Moody tentava de todas as formas tirar seu irmão do banheiro, faltavam poucos minutos para o festival começar e daqui que eles chegassem na praça central a coisa toda já havia iniciado. – Mãe, Brian entrou no banheiro faz vinte minutos! Já está na hora do festival começar, temos que ir.

Elizabeth largou “O Semanário das Bruxas” e virou-se para o seu primogênito. – Deixe o seu irmão, ele está se arrumando! – A mulher falou sério. A regra naquela casa era não demorar mais do que dez minutos no banheiro. Por incrível que pareça, a mansão Tuck só apresentava um banheiro. Moody ficou abismado com a resposta da mãe. Antes que ele pudesse perguntar a mãe o que estaria acontecendo naquela casa, seu irmão saiu triunfal e elegante do banheiro.

– Vamos?! – Alastor balançou a cabeça e caminhou em direção ao grande salão, de lá para o corredor e consequentemente até a porta. Elizabeth foi ao encalço dos dois. Ao chegar perto da porta ele avistou Tintim. Velho e cansado. O olhar do cachorro desejava revelar algo, mas Moody não entendeu. O vira-lata que o garoto encontrará a muitos anos atrás na grandiosa cidade de Liverpool tinha uma expressão triste, ele previa alguma coisa.

O dono alisou sua cabeça e partiu jardim a fora. Elizabeth acenava para a dupla de irmãos com um sorriso imenso estampado no rosto. Eles atravessaram o arco do portal que dava acesso a rua. Moody olhou para cima e viu seu pai na janela do quarto. O homem que um dia fora alegre e saudável agora apresentava uma expressão triste e doente. O filho mais velho deu adeus para o pai, o homem lá em cima retribuiu o sinal.

Os irmãos caminharam calmamente até chegarem à praça onde o festival seria realizado. A música já tocava. As pessoas dançavam. Em uma distância de dez metros estava ela. Ele sabia que ela iria. Seus cabelos vermelhos balançavam ao vento noturno. Ela não viu Moody, ou ela não queria ver? Aquela psicose já estaria passando dos limites, assim refletiu o garoto. Quando ele pensou em caminhar ao encontra da menina alguém puxou seu ombro. Era Brian

– Mano, a Joana vai cantar agora, você vai ver? – Os dois encontravam-se um pouco afastados do palco central.

– Acho que vou ali. Deseja boa sorte a Joana, por mim! – Brian disse que mandaria o recado e disparou em direção ao palco, junto a Roger. Joana era a prima deles. Uma garota de cabelo curto. Olhos negros e pele branca. A menina sempre gostou de cantar, pensou até em ser profissional, mas em 1955 isso não dava dinheiro... pelo menos era isso que dizia Romilda, a tia de Moody.

Quando virou-se para procurar Rebecca, ele não a encontrou. Andou até onde ela estava, mas... De relance o garoto conseguiu ver cabelos que mais pareciam fogo atrás de uma estatua no lado direito da praça. Correu até lá. Ele não podia acreditar no que viu. Um braço segurava os dois de Rebecca. Um rapaz alto e forte beijava a boca da garota que ele tanto amou. Ela parecia estar gostando de tudo aquilo. A revolta fez com que Moody fica-se paralisado ao ver a cena. Seu sangue despencou. Foi como se milhares de facas lhe atingissem. A luz da lua mostrou a Alastor que aquela era Rebecca. A sua Rebecca. E o garoto que a segurava... era o seu melhor amigo. Marco, seu parceiro de infância. Ele não aguentou... ver aquilo não iria mudar mais nada. Seu amor tornou-se ódio. Pensou em gritar com a menina, mas recuou. Partiu desgovernado no meio do público. Deixou irmão e prima para trás. Aquilo só poderia ter sido mentira. Rebecca nunca faria isso. Ela o amava. Milhões de questionamentos invadiam a mente de Moody enquanto ele caminhava de volta para casa. A lua marcava território. Uma noite linda para se estar com quem se ama... para Moody foi diferente. O desespero. A agonia. A raiva. O desprezo. Tudo isso invadia o íntimo de nosso herói. Como Rebecca poderia ficar com outro? Questionava-se.

Uma lágrima escorreu de seu olho esquerdo. Ele retirou o lenço do seu bolso direito. Faltava pouco para chegar em casa. Não contaria a sua mãe, ela odiava Rebecca. Seu pai seria o refúgio naquele momento.

A rua aladeirada que dava acesso a sua casa apresentava-se sozinha e escura. Sua mansão ficava a poucos metros. Em um monte. Um belo lugar para se construir uma mansão, ironizou mentalmente. Foi quando algo no horizonte lhe surpreendeu. A ironia sumiu nesse instante.

Um clarão verde surgiu no interior da mansão. Moody conhecia aquela luz esmeralda. Ele sabia o que significava. Era a morte. O jovem puxou a varinha do bolso esquerdo, colocou-a na mão direita e correu. Correu como nunca em toda a sua vida. Seus pais estavam lá dentro.

– Bombarda Máxima. – Ele ordenou em direção ao portão de entrada. O pedaço de ferro voou longe e o garoto pisou na grama fria. Suas pernas continuavam a vapor. A porta que dava acesso ao salão estava destrancada. No piso superior algo tombou. Um corpo chocou-se com o chão. O semblante de Moody transpirava medo e desespero. O rapaz atravessou o salão e dobrou a esquerda. Ele não acreditou no que viu. Seus olhos estariam enganados. O coração despencou ainda mais. Ele mergulhou em um precipício.


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