Voltei ao galpão abandonado onde tudo aconteceu. Procurei a mochila com o dinheiro, eu a havia escondido embaixo de uns tijolos num canto ao lado de uma parede.

_Achei! _Comemorei.

 Decidi que iria entregá-la amanhã à noite. Grande tempo o senhor C deu, quando abri a porta de casa avistei minha mãe chorando no chão da sala.

_Eles levaram a Alyssa, disse que só você tem o poder de libertar-la, o que você fez Kevin?

Meu celular tocou, na tela apareceu “número desconhecido” nem precisava atender já sabia quem era só pode ser uma pessoa.

_Alô! _Percebia-se o medo em minha voz. E ele sabe disso com certeza o usava contra mim. Não me importo com o que acontece comigo, mas com minha família é diferente.

_Oi Kevin! Nossa está uma linda tarde, não acha? Como vai sua irmã? _O desgraçado perguntou, como se nada houve-se acontecendo.

_Desgraçado! Eu vou acabar com você!

_Nossa!Quanta raiva guardada. Vai se tratar garoto sabia que isso faz mal. Você ficou louco? Onde já se viu me tratar com tamanha falta de respeito? Lembre-se de com quem esta falando. Não sou um dos seus amiguinhos de rua. Posso acabar com sua vidinha infeliz em um segundo. Não se esqueça disso.

_Cadê minha irmã, seu monstro?

_Eu monstro? Não me faça rir. Chegue aqui em uma hora se não estiver aqui... Sua irmã irá sofrer um sério acidente, que poderá levá-la a morte. Tic-tac, tic-tac, corra Kevin, o tempo esta passando.

Abri a porta peguei minha bicicleta e pedalei o mais rápido que posso. Chegando ao prédio, o porteiro já sabia que eu viria e me deixou entrar sem fazer perguntas. Entrei no elevador. Apertei o botão pra o vigésimo quarto andar. Quando o elevador se abriu, o avistei de costas olhando o mar. Até diria que é uma bela vista se minha vontade não fosse de empurrá-la lá em baixo.

_Tínhamos um acordo, você me deu um prazo e iria cumpri-lo. Por que pegou minha irmã?O que ganha com isso?

_O que posso falar? Bom... Sou uma pessoa precavida, não acredito só nas palavras das pessoas, no mundo de hoje, ninguém mais tem palavra. Você deveria saber disso mais que ninguém. Estou te ensinando uma lição.

_Não quero aprender na que venha de você.

_Que pena, tenho tanto a lhe ensinar. Tenho muitos planos para você.

_Não me envolva em suas sujeiras. Meu maior erro foi entrar pra sua gangue de bandidos.  _Ele começou a rir.

_Do que está rindo? _Perguntei irritado.

_De você. E tão ingênuo que não consegue vê, que sua vida não irá passar dessa merda. Quero te oferecer muito mais, uma vida boa, muita grana, armários cheios de comida, roupas caras e mulheres. Tudo que o dinheiro pode comprar.

_O dinheiro não pode trazer meu irmão de volta, não pode trazer a vida daquele homem que eu matei, não pode tirar essa culpa de dentro de mim. Não quero seu dinheiro manchado de sangue. Pegue ele e enfie n... _Ele me deu um soco na cara. Abrindo meu supercílio.

_Gosto disso em você. Essa sua capacidade de não desistir, mesmo sabendo que já perdeu. Admita Kevin, você perdeu!Acabou!Fim de jogo!Quanto mais cedo perceber isso      melhor. _Em seu rosto ele mantinha um sorriso diabólico.

_Johnny! _Vi meu amigo caído no chão todo ensaguentado, com certeza o Senhor C forçou ele a dizer onde eu morava. Não o culpo. Também diria o local.

_Kevin? È você cara? _Ele tentou enxergar mais o olho dele estava todo inchado e coberto de sangue.

_Aqui seu dinheiro podre. Vê se me deixa em paz, não quero ter mais nenhum envolvimento com você.  _Joguei a mochila no chão.

_Onde está a Alyssa?Cadê a minha irmã!? _Ele acenou para um de seus capangas que broqueava a porta. Ele abriu uma porta tirando a Alyssa de dentro. O maldito a trancou em um armário de casacos.

_Kevin! _Ela me abraçava e chorava.

_Vamos embora Kevin? _Perguntou para mim esperando uma confirmação.

_Infelizmente ainda não, antes quero ter uma conversa com o Senhor C.Vou levar o Johnny comigo._Afirmei.

_Realmente acha que está em condições de negociar? Não fez mais do que sua obrigação trazendo meu dinheiro. O acordo foi sua irmã pela grana. Até acho que está pagando pouco por ela, não sabia que era tão pão duro. _Ele balançou a cabeça em sinal de desaprovação.

_ Pelo que sei o acordo era “Trazer o dinheiro até amanhã, se não o fizesse... Conheceria seus métodos”. Quebrou o acordo no momento em que raptou minha irmã. Então sendo assim tenho sim condições de negociar. O Johnny vem comigo. _Quando terminei de falar ele riu. Levantou-se colocou um pouco de uísque no copo, o bebeu de uma vez só.

_Não sabia, que além de bandido è advogado também?Nossa cheguei até a ficar com medo das suas acusações doutor Kevin Colle. Quantos anos eu vou pegar de cadeia?

_Você?Nada. Mas eu sim, por matá-lo com minhas próprias mãos. _ Coloquei um pouco de uísque, tomando de vagar sentindo o sabor. _ Um dia ainda vou ter essa oportunidade. _Falei.

_Creio que sim, mas nunca darei essa oportunidade a você.

_Nunca diga “Nunca”, pois amanhã não nos pertence. _Ele bateu palmas.

_Olha só, está filosofando. Agora pare de gracinhas e vamos direto ao ponto.

_O que quer para deixar que eu o leve? _Perguntei.

_O acordo é simples. Você quer sua liberdade, porém também quer a do seu amigo. Se sair por essa porta agora está livre. Se levar seu amigo terá que fazer um último serviço para mim. È se quiser ficar, pode vê-lo ser moto. Mas lembre-se se ele morrer a culpa será sua inteiramente sua, por ser uma pessoa extremamente egoísta só pensando em você. O que vai ser Kevin?

_Vamos embora Kevin!Por favor, não faça nem um acordo com ele. Vamos! _Alyssa me implorava para que fossemos embora dali. Não podia deixar o Johnny ser morto, não sabendo que posso libertá-lo. O que aconteceu ao Andam não ira se repetir de novo. Não dessa vez.

_Eu aceito seu acordo. _Apertei a mão dele selando nosso trato.

_Seu irmão sabe o que faz Alyssa.  _Ele sorriu para ela.

_O que está fazendo?Ficou louco? _Ela gritou.

_CALA ESSA BOCA! _Gritei. _Não vê que estou salvando a vida dele. Agora me ajude aqui. _Coloque meu braço envolta do Johnny, lhe dando apoio. Alyssa fez o mesmo.

_Só uma coisa, Kevin. _Parei na porta.

 _Na realidade nunca precisei desse dinheiro, isso tudo foi um teste. Pensou que eles haviam acabado? _Rindo ele ficou, enquanto a minha raiva só aumentava cada vez mais.

_Te ligo mais tarde. Se fizer esse serviço certinho, você será o funcionário do mês. _No seu rosto ele tinha um longo sorriso que ia até sua orelha. Sabia que ele escondia algo de diabólico por de traz daquele sorriso. Algo que nem o diabo imaginava.